quarta-feira, 22 de março de 2017

Grindhouse Zombies (3º Capítulo)

Olá pessoal!
Tenham uma boa noite e vamos conferir mais um capítulo da fic zumbi com os personagens da Grind e boas surpresas. Boa leitura!

Capítulo 3: Erros e acertos

Poucos dias depois Louise se recuperou e seus pais a trouxeram de volta para casa. Ao mesmo tempo recebia outra novidade.

-- Tentei, minha querida filha. – avisou Tony. – Mas Davy e Dianna se casaram dentro da lei e são felizes.

Lulu caiu na cama, desanimada.

-- Mas hoje possa ser que mude as coisas...

-- Mudar? – indagou a filha. – Mudar pra melhor não existe! Chris está gostando de outra pessoa e o Davy casado com aquela mulher. É a maior contradição.

-- Me refiro o fato que vamos receber uma tropa de homens na mansão.

-- São alemães? – perguntou Louise, curiosa.

-- Italianos e...

Mary Black, a mãe de Louise, entrou no quarto muito apressada.

-- Tony, eles chegaram! – alertou Mary. – Capitão Facchetti o está esperando.

Giacinto Facchetti, capitão da primeira divisão do exército italiano, caminhava de um lado para outro na sala. Muito bem vestido, usava apenas uma espada. Com a devastação de zumbis na Itália, ele e os outros sete capitães e o coronel Lippi se refugiaram para Inglaterra no intuito de reunir as tropas, ou o que sobrou deles.

-- Capitão Facchetti. – Tony se apresentou e o cumprimentou. – Seja bem vindo a minha casa temporária alemã.

-- Eu vim unicamente falar com o senhor. – avisou o italiano. – Como deve saber, minha amada Itália foi sucumbida com os zumbis. E tenho assuntos a tratar com os comandantes Cramer e Lattek.

Antes de continuar o relato, ele parou instantaneamente por ver a bela garota de cabelos louros como o sol e usando um vestido simples e a mão enfaixada.

-- Louise. – chamou o pai, surpreso. – Não devia sair da cama.

-- Não gosto de ficar parada, meu pai. – ela sorria para os dois, sobretudo para Facchetti. – Sou Louise.

-- Ela é minha filha, capitão. – disse Tony.

Facchetti sorriu e tomou a mão de Louise de modo gentil.

-- É um prazer em conhecer, signorina. Eu sou Giacinto Facchetti. – e beijou a mão dela.

Não se tinha dúvidas que acontecia um clima quase romântico e poderia ser seguido se não fosse as batidas na porta. Phoebe, a filha mais nova de Mary Black e enteada de Tony, abriu e avisou seu pai.

-- Papa Tony, o tenente Müller chegou.

Entrando na sala, encarou Tony e em seguida notou Louise... próxima ao capitão. A expressão mudou drasticamente.

-- Diga, tenente. – pediu Tony.

-- Recebemos os relatórios vindos do norte e gostaríamos da presença do senhor e seu convidado na reunião.

Louise enrubesceu. Não tinha coragem de encarar Gerd sob a presença de Facchetti mas ainda queria agradecer pelo ato de salva-la.

-- Tenente Müller! – ela correu até o rapaz e tocou sua mão. – Não pude agradecer naquele dia...

-- Está tudo bem, fraulein. – respondeu Gerd, um pouco soturno. – Vou me retirar. Até amanhã, herr McGold e capitão.

E partiu a cavalo, com dor no coração e acreditando nas mínimas chances de conquistar a bela garota...



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Londres, Inglaterra
Na vila de Shepperd’s Bush se realizava uma reunião de pessoas importantes e depois todos começaram a jogar cartas em diversas mesas e eram servidos xerez. Robert McGold e seu amigo Eddard Smith viajaram a cavalo rumo à mansão do rico comerciante Alex Ferguson. Enquanto o dono da mansão elogiava a jogada inteligente do capitão português Jose Mourinho, a empregada avisou Alex.

-- Sr. Ferguson.

-- Diga, minha querida. – Alex se servia de mais um copo de uísque escocês.

-- O coronel McGold e o major Smith estão aqui.

-- Sr. McGold e Sr. Smith?

Os visitantes pararam imediatamente de jogar. Sabiam muito bem do que se tratava. Certamente aviso de ataque zumbi na vila. Os dois oficiais entraram imponentes na sala, encarando os jogadores. Robert usava uma roupa preta e carregava sua espada. Já Ned vestia seu kilt cujo tartan são as cores do seu clã, uma adaga e uma espada também.

-- Bem vindos, senhores. – saudou Alex, tentando sorrir.

-- Coronel McGold, sr. Ferguson. – corrigiu Robb. – Eu e o major Smith estamos em missão oficial.

-- Ouvimos relatos de que alguém desta mansão foi mordido! – completou Ned.

Com isso todos se chocaram, até mesmo o dono da mansão.

-- É impossível! – negou Ferguson. – Não se vê zumbis em Shepperd’s Bush há mais de dois anos. E tomamos todas as precauções.

-- Um zumbi recém infectado é quase impossível de ser detectado. – afirmou Ned, caminhando entre as mesas e ainda observando as pessoas.

-- Até que ele coma seu primeiro cérebro, quando então a transformação acelera a cada nova vítima.

Aos poucos uns se encaram os outros, como se cada um fosse o suspeito.

-- Sabemos como acontece, coronel e major. – afirmou o comerciante. – Estão satisfeitos?

Robert e Ned se olharam. Sabiam que ainda não estava finalizado.

-- Bastante. – Robb sorriu e depois olhou para a mesa de Jose. – Eu posso me juntar a vocês no jogo?
Alex não negou e novamente deu as cartas. Ned ficou de pé, perto do amigo e Robb sentou-se com os outros apostadores. Enquanto Jose embaralhava as cartas e distribuía para os outros três participantes, Ned Smith tirou do bolso do kilt um frasco contendo... algumas moscas.

-- Isso é alguma poção? – questionou o inglês Brian Clough.

-- Não. São moscas de carniça. – respondeu Ned e ainda observando todos. – Possuem um único talento invejável: detectar carne morta.

Segundos depois o capitão português decretou mais uma rodada com vitória.

-- Foi uma jogada sagaz, capitão Mourinho. – elogiou Robb.

Mais uma vez as cartas foram postas na mesa e as moscas com seus zumbidos irritantes e por vezes provocando constrangimentos nos outros.

-- Devo dizer que esse barulho é terrivelmente alto. – Brian reclamava das moscas que o perturbavam.

-- Não é com o barulho que deve se preocupar, sr. Clough. – Robb tomava seu último gole de xerez e continuou a falar. – E sim quando ele cessar.

Minutos depois foi cessado. Ned e os outros jogadores olharam para Jose. Alex e alguns convidados se horrorizaram com que viram. O major se afastou e o coronel, tranquilamente, deixou as cartas na mesa e rapidamente quebrou o copo e golpeou Mourinho. Sacou sua espada média e cortou a cabeça do português. Ned pegou sua adaga e abriu as mangas da camisa do falecido e confirmou sua teoria: Mourinho era o infectado.

Robb chutou a cabeça longe e limpou a ponta da bota no tapete e sua espada com o lenço.

-- Há mais alguém presente a quem ele poderia ter infectado? – perguntou o major para o comerciante Alex.

Alex negou com a cabeça.

-- Algum membro da família talvez...

Outro silêncio. Os dois oficiais desconfiavam demais que Ferguson escondia algo. Se recusavam acreditar que Mourinho não tenha sido visto como zumbi ou alguma pessoa manifestasse o sintoma da infecção provocada por ele.

-- Boa noite! – eles se retiraram.

Ainda muito chocados, os convidados se indagaram como pode ter acontecido e Cathy, a esposa de Alex avisou ao marido.

-- Mas o filho do capitão Mourinho está aqui. O que vamos fazer?

-- Ele não precisa passar por interrogatório do sr. McGold e do sr. Smith! – mal terminou de falar e Cathy correu para as escadas rumo aos quartos. – Cathy, volte aqui!

Ela entrou no quarto onde o filho mais velho está hospedado e estranhou algo. Quando abriu a porta avistou uma das criadas escondida atrás da cadeira e ela apontava para o rapaz, gemendo e agachado a um corpo inerte.

-- Junior? – chamou Cathy, um pouco assustada.

O homem ergueu a cabeça. De perfil parecia normal. Mas quando virou-se, metade de seu rosto era deformado, em completo estado de putrefação e um pouco de pus expulsado da narina. Ele abriu a boca e emitiu um gemido horrorizado, correndo em direção de sua nova refeição, no caso a esposa de Alex Ferguson.




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Enquanto o pai resolvia outras questões, Louise se sentia mais sozinha mas suprimia com treinamento árduo. Dianna também estava sozinha. Davy viajou para ver se há outra cidade da Inglaterra que também está segura além de Londres e deixou a esposa em casa.

Resolveu sair um pouco de casa e no jardim avistou Louise treinando. As habilidades dela eram incríveis e um pouco semelhantes com as de Davy.

-- Foi mesmo treinada no Oriente? – perguntou Dianna, interrompendo o treinamento.

-- Sim... – Louise se calou e parou o treino, guardando as armas e sentando na pedra.

Dianna se juntou ao seu lado. Conversaram.

-- Ele falava muito de você.

-- Quem?

-- Meu marido. Mas...

-- Dianna, eu juro que não sabia que Davy se casou com você. Até porque fazia tempos que não nos víamos e nem recebia cartas dele. Teve dia ter acreditado que ele morreu. Se está feliz com você, só me resta aceitar.

Supreendeu-se. Dianna viu o quanto Louise reconheceu sua derrota.

-- Espere. – segurando a mãozinha calejada da outra de olhos azuis. – Eu... Gostaria de ser sua amiga. Podemos nos conhecer melhor, do que Davy falando de você pra mim.

Se ainda odiasse Dianna, Louise certamente aplicaria um de seus golpes pra imobilizá-la. Mas depois de tudo, aceitou sua amizade.


Dias depois...

Com o retorno de Tony, Robb, Ned e Alexei, as famílias novamente se reuniram para falar sobre as prevenções de possíveis ataques. Depois do que aconteceu na mansão de Alex Ferguson, todo cuidado era máximo.  No entanto as garotas McGolds receberam as visitas inesperadas de Moses Smith, filho bastardo de Robb com Rosamund Smith e de Colin Black, ou melhor pároco Black, o sobrinho de Mary Black, portanto primo de Serguei, Mickey, Louise e Phoebe.

Enquanto Robb e sua família tratavam Moses como um membro da família, Tony e o restante receberam Colin com certo receio. Na realidade ele mesmo sabia o motivo da visita do filho de Malcolm Black. As garotas espiavam Colin pelo buraco da fechadura, rindo e debochando do rapaz. Louise não tinha nada contra, contanto que Colin não interferisse em sua vida.

Tony interrompeu a brincadeira delas.

-- Só queria saber o que esse horrendo homem está fazendo. – disse Phoebe, mal segurando o riso.

-- Ele está examinando sua futura propriedade. – respondeu Tony, imperioso e lançando um olhar sério em Louise e Phoebe. – Como sabem, esta propriedade deve ir para um herdeiro masculino por lei.

-- Mas Serguei, Mickey ou Horace vão herdar. – afirmou Louise.

-- Serguei já tem a casa do seu falecido pai em São Petersburgo, Mickey vai se casar com Anastacia e Horace ainda é jovem mas está prometido para outra pessoa.  Agora aquele homem horrendo, o sr. Black, pode, quando eu morrer, jogar todas para fora desta casa, se assim o desejar!

-- Mas pai! – deteve Louise, não aceitando esse fato. – De qualquer forma Dasha é a mais velha e tem um marido.
-- Se o senhor morrer, será dela este lugar. – Phoebe também concordou com isso.

-- Dasha já tem sua casa com o marido, sua própria propriedade. A lei deve ser cumprida, infelizmente. – finalizou Tony, resignado.

Durante o jantar, Colin desfrutou dos manjares ofertados pelos tios. Mesmo em sua condição religiosa, ele se permitiu um pouco do pecado da gula.

-- Batatas deliciosas. – elogiou, com os olhos cintilando satisfação. – Fazia anos que não comia um tubérculo tão exemplar. E a mesa de jantar está soberba e maravilhosa. Diga-me, a qual das belas primas devo elogios por esta excelente, e, repito, excelente refeição?

-- Eduquei minhas meninas para o combate, senhor. Não para a cozinha. – disse Tony, em seu tom de seriedade.

-- E temos condições de pagar uma cozinheira. – avisou Mary, servindo-se de mais sopa.

-- Entendi, meu tio. – Colin sorriu para todas sem notar que desagradou elas e continuou. – Como deve saber, meu pai e eu vivemos atualmente na Alemanha e minha benfeitora não é só a súdita mais rica do imperador Bismarck, mas a mais mortal, dedicada à aniquilação dos mortos-vivos. Imagino que já ouviram falar de fraü Brunhilda Müller?

Louise se engasgou com a comida mas Phoebe e a mãe a socorreram. Mais calma, bebeu um pouco de água, respirando melhor.

-- Sim. – Louise sorriu forçada. – Ela é a esgrimista mais perigosa da Alemanha.

-- É claro. – confirmou o pai, ainda indiferente. – Seus feitos em combate foram muito elogiados.

-- Com agilidade de uma pantera negra e sou vizinho de Sua Senhoria. Minha residência é ao lado de sua propriedade localizada em Munique.  – Colin enaltecia bastante a benfeitora. – E pelo visto minha cara prima, Louise, você a conhece.

-- Ela é mãe de um soldado chamado Gerhard? – perguntou Phoebe, muito curiosa e recebendo um beliscão na perna por Louise.

-- Sim, ele prefere ser chamado de Gerd. No começo é díficil de pronunciar tal apelido mas depois se acostuma e hoje ele é tenente das tropas.  O filho mais novo, Thomas, é de natureza doentia. E um ano atrás a fraü ficou viúva e hoje cuida do filho mais jovem.

-- Mas ele debutou? – continuou Phoebe a questionar.

-- Não. – Colin bebeu um pouco de água e continuou. – Sua saúde frágil não permite. Eu disse para a fraü Müller que a corte alemã foi privada do seu mais brilhante ornamento. Tenho talento para ser sincero e sutil em meus elogios.

Mary sussurrava para Tony uma reclamação do sobrinho mas teve de voltar a encará-lo.

-- Eu vi. – confirmou Mary. – E agora lhe falta uma esposa.

-- Exato. E confesso que minhas opções atraentes estão nesta sala.

Um silêncio se instalou no jantar. Phoebe engoliu em seco. Louise largou devagar a colher. Se Dasha estivesse em casa, ela teria respostas para rebater Colin e impedir tal coisa.

-- E se permite dizer, estou encantado pela bela Natasha. Mas não a vejo.

Louise suspirou e mordeu a língua para não rir.

-- Lamento, sr. Black, mas minha filha mais velha já se casou. – avisou Tony.

-- Mas ainda temos Louise... – Mary queria juntar a filha com Colin. Não via como algo errado, até porque Colin é filho único e adotivo de Malcolm. – Diga algo, minha filha.

Lulu olhou para os lados e tudo que veio na mente era:

-- Eu vou me retirar! – E saiu da sala apressadamente.



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Na outra casa, Rosie resolveu caçar pela floresta na esperança de encontrar algo para se comer. Carregando seu arco e a aljava de flechas, caminhou pela trilha e no entanto avistou um grupo de quatro homens usando cartolas e sobretudos pretos e o rosto encoberto por uma máscara. Um deles olhou para a ruiva. Ela se assustou e fugiu dali mas colidindo com outra pessoa. Era Edmund Jones.

-- Ah, olá Rosie. – ele a segurou. – Está ocupada?

Rosie não conseguia falar por conta do choque.

-- Tenha calma... Eu vou te ajudar.

Quando ambos já iam sair da floresta, os mesmos homens aparecem, cercando o casal. Antes de sacar sua espada, Edmund foi surpreendido com um deles sofrendo com as flechas de Rosie.

Com destreza ela atirava neles, enfraquecendo-os e dando vantagem para o rapaz. Ele atacou todos e fugiram.

-- Não sei quem são eles mas algo me diz que não são daqui. – afirmou Rosie, socorrendo Edmund.

-- Concordo. Parecem que são tão mortos quanto os zumbis.

-- Porém mais habilidosos e conscientes...

Voltaram para casa, Rosie não caçou mas em compensação tirou um agradável resto do dia para conhecer melhor Edmund Jones.


Continua...

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