segunda-feira, 6 de março de 2017

Bears Comedy (2º Episódio)

Olá pessoal!

Longo tempo que não posto aqui. Mas deixo aqui o segundo episódio da comédia escrachada desses três caras. Boa leitura!



Episódio 2: O bingo de domingo

O domingo não prometia nada de bom, aparentemente. Graham Nash levantou cedo para o preparo do café. Abriu as janelas e contemplou a manhã cinzenta de Londres e também pensava no dia de amanhã, no qual ia ligar para a central de atendimento e resolver o problema de seu cartão de crédito ainda bloqueado.

Seus pensamentos foram interrompidos quando avistou um automóvel razoavelmente grande e vermelho estacionar em frente ao prédio e de dentro saíram quatro rapazes meio estranhos. Um é baixo e um penteado de menino comportado, o outro era um tipo alto e cara de bravo. O terceiro também era alto mas não tanto quanto o primeiro e contava piadas igual a um comediante de stand-up. O último era loiro... e muito enrolado. Se atrapalhava no carregamento de alguns instrumentos.

-- Vai com calma, Peter! ajudou o mais baixo. Hoje é domingo.

-- Mas não tem ninguém na vizinhança. respondeu o tal Peter.

-- Mas tem outros vizinhos. replicou o mais alto. Será que a Louise está em casa?

-- Hey! o baixinho deu um tapa na cabeça do maior. Eu sei que está de olho na Alice.

-- Ela não tenho mais chance....Mas a Louise...

-- Já chega, rapazes! berrou o carinha de comediante. Vamos entrar.

Nash observava os quatro entrando no prédio e carregando instrumentos musicais, cavaletes e quadros. E mais curioso ainda: eles entraram no apartamento das vizinhas bissexuais. E mais surpreendido era que Louise os recebeu muito bem e o baixinho... Foi beijado por ela.

-- Pelas saias da rainha Victoria! A loirinha popozuda tá podendo...! exclamou Nash, espantado.

-- Quem está podendo? Gerd surgiu atrás de Nash.

-- Olha, sugiro que esqueça sua crush pela vizinha popozuda! sugeriu o inglês. Ela....

Gerd abriu a porta disfarçadamente e viu algo. Sua vizinha loira... e o baixinho aos beijos.

-- Mas que p....tampou a boca, pra não ser ouvido mas sua vontade era dizer mil palavrões na língua germânica e britânica por conta da cena.

Nash puxou Gerd para dentro do apartamento e deu um tapa na cara do amigo.

-- Para com isso! Vai estragar tudo.

-- Ah não! Eu vou acabar com essa palhaçada! ele disse e saiu do apartamento e indo para a porta onde vivem as vizinhas.

Bateu forte na porta. Nenhum sinal. E pelo visto a música estava muito boa e as vozes mais animadas. Bateu mais forte. Alice abriu a porta, assustando-se.

-- Gerd! Bom dia! ela sorria.

A música foi desligada e tudo que viu eram instrumentos conectados nas caixas de som e os rapazes chocados. Já Alice ruborizou. Gerd cheirava a perfume e a considerar a toalha na cintura e o cabelo molhado, era óbvio que tinha saído do banho.

-- Precisa de alguma coisa?

-- Bem... reuniu coragem e falou. Onde está Louise?

Alice o guiou para o ateliê da menina e a encontrou pintando um quadro de seus modelos, o casal de amigos seus.

-- Olá, vizinho! ela cumprimentou, mesmo focada na pintura. Estes são Davy e Dianna. Meus amigos e modelos.

O casal posava de maneira sensual e quase sem roupas, com Dianna sentando no colo de Davy. Ela fechou a blusa por conta da visita.

-- Oi! direcionando uma saudação a eles e depois para a vizinha. Eu... Tinha me acordado com o som vindo daqui. Sabe que o dono não gosta de...

-- Nós sabemos. respondeu Alice. Por isso falamos com Sr. Sullivan e ele permitiu a visita deles.

-- Eu gosto quando os Monkees venham ensaiar suas músicas aqui. justificou Louise. Parece que no apartamento deles, o senhorio chamado Babbitt não tolera som alto. E aqui é mais flexível.

Ao mesmo tempo surgia o rapaz alto, trazendo uma bandeja de nachos.

-- Quem quer nachos? oferecendo para as moças e os modelos que recusaram.

-- Aceito. Louise pegou um e comeu. Está muito bom, Nesmith.

-- Fiz especialmente pra vocês. brilhando os olhos para Louise e Alice.

Por mais esforço fazia, Gerd não escondia a raiva de ver o tal Nesmith jogando um charme para elas. Pelo menos o baixinho estava com uma loira que não era Louise.

-- Acho que podemos pausar. avisou Louise. Davy e Di, podem se vestir.

-- Eu fiz ontem uma torta de nozes. os olhos de Alice cintilaram. Fiquem aqui. Vou trazer para vocês.

Antes de se retirarem do ateliê, ouve-se uma série de gritos e palavras trocadas.

-- Acho que é o Micky. Davy ria das discussões de seu amigo, Micky Dolenz e da namorada dele, Emma.

Um ledo engano. A garota que Micky discutia não era Emma. E sim...Felicity.

-- ... Você nunca desiste, Micky! berrava a galesa briguenta. Me solta!

Quando o pessoal seguiu para a sala, encontraram Fefe e Micky cara a cara, discutindo. Peter bebia um pouco de água e olhava para as longas pernas encobertas um pouco pelo vestido e as botas.

-- Meu amor... Minha Vênus de Gales.... Micky se rastejava e agarrava as pernas de Fefe e a mesma chutava. Eu te amo. Largo a Emma e fico com você.

Ela acerta um soco não muito forte em Micky.

-- Mais uma declaração sua e chuto seu traseiro californiano!

-- Pessoal! Alice trazia a famosa torta para a sala e os pratos. Vamos comer?

-- Eu dispenso, Alice. respirou fundo e entregou um pacote para Louise. --  Obrigada, Louise.

Ao se retirar, todos ficaram chocados e olharam para Micky.

-- Ainda amo aquela mulher, Louise. respondeu Micky.

-- Pena que ela não pensa o mesmo de você. debochou Louise. Quero um pedaço da torta.

Gerd já estava na porta, segurando sua toalha na cintura.

-- Junte-se a nós, vizinho.

-- Eu vou declinar....

Ele voltou correndo para o apartamento com o coração bombeando sangue e o rosto vermelho.

-- E a vizinha está mesmo com o baixinho? Nash se culpava por mostrar isso para o amigo.

-- Não! respondeu e riu demais. Ela... A garota era outra. O baixinho não tem nada com a vizinha lésbica!

Antes de fazerem alguma coisa, mais batidas na porta e desta vez Gerd atende. Eram elas.

-- Trouxemos esses pedaços para vocês. Alice entregava os pratos com pedaço de torta para os dois.

Na vez de Gerd um pequeno acidente aconteceu: a toalha caiu, revelando sua masculinidade elevada. Não é preciso dizer que as duas olharam muito bem aquele tamanho olímpico e Gerd agarrou a toalha, encobrindo ali.

-- Desculpem! correndo para o quarto.

Elas se despedem dos rapazes e ficam no corredor, ouvindo o som.

-- Você viu, meu sol? Louise, ruborizada, estava rindo. O tamanho... dele?

-- Vi. Alice abanada com a mão e passa a língua nos lábios. Deve ser uma delícia cair de boca ali e fazer o garganta profunda.

-- Só de imaginar nos revezando entre o rosto dele e ali, me deixa excitada. Louise apertava os seios e gemia, ao mesmo tempo Alice agarrava sua amada e a tocava.

-- Você quer, meu solzinho?

-- Oh, sim...

E no apartamento deles, Nash parou de comer o bolo e quando abriu a porta se deparou com a cena e imediatamente fechou sem fazer barulho mas deixando entreaberto.

-- Meu Deus! disse baixinho.

-- O quê? Bond se aproximou dele, ainda comendo o pedaço.

-- As vizinhas estão... se pegando.

Bond olhou e surpreendeu.

-- Nossa! Elas estão mesmo.

-- O que disse? Gerd ouviu a conversa e apareceu ainda de toalha.

-- As vizinhas estão transando no corredor.

Os três se fascinaram com que viam ali, o que poderia ser chamado de pornô ao vivo, entre duas mulheres lindas. Alice sugava a intimidade de Louise e a mesma gemia e puxava a cabeça dela. Depois afundou o rosto nos seios fartos e lindos da maior.

-- Nunca tinha visto uma coisa dessas... dizia Nash.

-- Isso é melhor que filme pornô. Bond já preparava o celular para filmar.

-- Se a gente filmar, ganharemos um Oscar?

-- E muito dinheiro! Não é, Gerd?

-- Cadê o Gerd?

Mal terminaram de falar e ouviram os gritos no quarto dele...

E a noite aconteceu o famoso bingo da terceira idade. Todo domingo Gerd reserva o bar para o entretenimento das velhinhas. Além do bingo, também há bebidas e danças e pequenas gincanas.

-- Vou avisando. Não vou beijar nenhuma velhinha sem dentadura. - avisou Bond.

Nash e Gerd deixaram tudo preparado. O palco,  o globo contendo as bolas numeradas, as cartelas do bingo em casa mesa e foram receber as senhoras um por um.

Para surpresa de Bond, chegou uma senhorinha chique, fumando um cigarrinho e junto estava sua neta e as três amigas delas. Reconheceu ser as jovens que apareceram no bar na noite anterior.

-- Bem vindas, senhoritas! -- saudou Bond para as moças e depois para idosa. -- E senhora...

-- Linda! -- se apresentou a velha. -- Sou avó da Marie.

-- Eu sou Graham Bond e sou um dos anfitriões.  -- Bond sorria para as duas, sobretudo para Marie. -- Sentem-se e eu trago um drinque.

-- Dois Martinis, por favor. -- pediu Marie. -- A vovó adora.

-- Saindo dois martinis no capricho!

Depois de servido as bebidas, Gerd cumprimentou as mulheres.

-- Guten nicht! Domingo como vocês sabem, é o meu dia favorito. -- disse sorrindo para elas. -- Pois é o dia que eu encontro todas vocês.

-- Encontra as jovens ou as vovós,  Gerd? Se for a segunda opção deve estar desesperado. -- ironizou Fefe, de forma divertida.

-- É saudade mesmo... confirmou o barman.

Enquanto o bingo rolava, Gerd atendia todas as senhoras. Às vezes era confundido com parente ou marido de algumas delas e outras vezes agradava aquelas que gostavam dele por vê-lo sem roupa e dançando, em troca ganhava muitas notas altas de euros. Obviamente Gerd não gostava mas pensava nos benefícios financeiros e isso é o que contava.

Numa parte da noite as vizinhas lésbicas se acomodaram no balcão e participaram do bingo. Gerd notava que a loirinha não demonstrava algo. Na realidade ela não estava satisfeita. Numa das rodadas a velha Linda Greyhound faturou o prêmio que era beijar Graham Bond.

-- Pode beijar minha neta. a velhinha deu autorização.

-- Mas senhora.... Bond não tinha palavras para tal ato. Beijar Marie era seu desejo pessoal mas agora, na frente da velha.

-- Vamos, não seja tímido e beija ela. --- incentivava a vovó. E você, Marie. Não fica parada. Beija ele também.
                                                                       
-- Mas vovó... Marie tentava evitar tal momento.

-- Vamos lá, Graham. Já pensou em beijar uma jovem francesa?

E como a vovó insistia, Bond puxou Marie para um beijo quente e com isso foi aplaudido pelas senhoras da terceira idade.

Nas outras rodadas Alice batia o recorde de quantas vezes dizia bingo! e ganhava os prêmios como uma caixa de maquiagem, um conjunto de batons e pérolas. E também Louise se embravecia. Nunca foi fã de bingo ou jogo de cartas, preferindo os jogos eletrônicos a isso. Nesta última vez Alice ganhou um vestido vermelho Prada e foi ao banheiro para experimentar. E Lulu empurra a cartela pro lado.

-- Calma. pedia Gerd, compadecido. Quem sabe nesta rodada você ganha...

-- Eu desisti. pegando a bolsa. Isto é um saco! Se Alice perguntar, diga que voltei pro apartamento.

E saiu do bar, deixando Gerd desapontado. Por fim o bingo daquela noite fez sucesso, mais do que o esperado.

-- Agora temos mais dinheiro pra pagar as contas. avisou Bond. E eu ganhei o beijo da crush...

-- Bom pra você! Nash bebia mais água.

Gerd não disse nada. Apenas pensava em Louise e agora em Alice. Ele sabia bem que a morena o esperava no banheiro.

-- Vocês podem ir. Vou ficar no bar mais um pouco... Pra arrumar as mesas. avisou o alemão, embora seus amigos soubessem o real motivo.

-- Ok mas nos avise de algo.

Assim que os amigos foram embora, ele chaveou a porta e abaixou as persianas das janelas e correu para o banheiro masculino, encontrando Alice, devidamente vestida com a roupa obtida no bingo e mostrando as pernas.

-- Estava esperando você. ela sorria.

Gerd pode não ter se dado bem com a vizinha loira, mas a morena compensava o prejuízo...

E enquanto isso os rapazes se preparavam para dormir mas antes faziam planos. Nash estava decidido a ligar para central do banco para renegociar sua dívida do cartão de crédito e Bond deiava sua roupa pronta para o uso. Ele conseguiu o emprego tão desejado em lecionar na escola de música do centro da cidade.

Louise estava inquieta. Não dormia e ás vezes olhava pro celular na esperança de Alice lhe responder. Nada. Sabia que a companheira estava interessada no vizinho alemão e ele muito propenso em corresponder. Embora se amando, havia uma pequena diferença. Louise não namorava homens faz alguns anos e Alice volta e meia arranjava um rapaz. Portanto não era de se estranhar que ela estivesse de olho em Gerd. O problema era que Louise também gostava dele...

Para desapegar ela discou um número no celular. Foi atendida.

-- Alô? a voz masculina e forte provocou Louise.

-- Oi. Sou eu. Quer me buscar amanhã ás 10 da manhã?

-- Com certeza, principessa! confirmou o homem de forte sotaque italiano. -- Até amanhã!

-- Até amanhã.


Continua...

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