Lembram do pronunciamento? Pois bem, como estava numa bad horrível, ia encerrar as atividades mas, foi mais forte do que eu. E hoje resolvi postar mais um ep da comédia dos ursos. Boa leitura!
Episódio 4: Festas e desapegos
As garotas do call center
chegaram cedo e se logaram nas máquinas mas antes de ativar, esperaram mais
alguns minutos para iniciar a jornada de trabalho. Na vez de Suzan, o
computador apitou três vezes e por fim queimou parando os apitos. As garotas e
outros operadores se assustaram e viram a fumaça exalando do cooler da CPU.
-- Ihh Sue, já era! –
ironizou Elena.
-- Vou comunicar o Ed
sobre isso. – Rosie saiu de seu ponto de atendimento e chamou o supervisor.
Edmund também viu e ligou
para a equipe de manutenção, solicitando que o computador fosse retirado e
colocado outro que estivesse em perfeitas condições de funcionamento. E pela
falta de p.a, Suzan acabou permanecendo na cadeira, conversando com as garotas
um pouco. E foi assim durante a jornada inteira, com a equipe colocando outro
computador, fazendo as devidas configurações e outras coisas.
Na pausa do almoço, elas
se juntaram com Louise McGold, a jovem auxiliar administrativa de Edmund e
conversaram sobre diversos assuntos.
-- Me esqueci de falar. –
disse Suzan. – Tenho uma boa e uma má notícia. Qual querem ouvir?
-- A boa. – respondeu
Rosie, de cara.
-- A boa notícia é que meu
vizinho poetinha atrapalhado trabalha aqui e na área de back-office.
Rosie cuspiu o suco e Jane
quase se engasgou.
-- Sério? – todas se
impressionaram, menos Louise que estava rindo.
-- Ela diz a verdade. –
confirmou Lulu, bebendo o suco. – Aliás, ele está bem ali. – apontando para
Peter Tork comendo um sanduíche com alguns supervisores.
Olharam disfarçado e logo
riram. Voltaram a sua conversa.
-- E qual é a má notícia?
– questionou Elena.
-- A má é que ele voltou
pra irlandesa. – lamentou Suzan. – Parece que foi tudo um mal entendido e o
melhor amigo dele nunca faria isso.
-- Caramba! Ele parece
aquele outro supervisor paranóico, o Simon. – disse Rosie, se lembrando do
ex-chefe que namorou sua colega, Fanny Fitzwilliam mas terminaram por conta do
ciúme exarcebado dele, o que levou sua demissão por justa causa.
-- Aproveitando que a Sue
disse uma má notícia eu também tenho algo pra contar. Eu terminei pra valer com
Facchetti e decidi desapegar do crush alemão que é meu vizinho.
As meninas exclamaram
negativamente. Sabiam de toda história de amor enrolada de Louise e tentavam
ajudar com conselhos e cuidados.
-- Olha, Lulu, não quero
ser megera nem nada, mas não acha que toda vez que você arranja um cara legal
ou tem crush numa pessoa, Alice trata de tirar bem debaixo do seu nariz?
Lulu tinha mesmo reparado
nisso mas por amar Alice demais não dizia nada e por essa razão desistiu por
completo do vizinho. Na realidade a
menina andava cogitando em viver sozinha...
-- Não tinha percebido. –
disfarçou e mudou de assunto. – Garotas, que tal hoje à noite fazermos um happy
hour?
Todas toparam. O local foi
definido num karaokê. As horas custaram para passar ainda mais para elas que
ansiavam pela noite das garotas no karaokê. Rosie também comenta sobre o
cliente abusado que vive ligando para seu ramal unicamente para conversar com
ela e jogar charme. Elas riram.
-- E qual é o nome dele? –
perguntou Louise, enquanto olhava o celular.
-- Acho que é.. Graham...
Graham Nash.
Um raio de ideia atingiu
Lulu, se lembrando quem é a pessoa.
-- Nossa!
-- O que foi? – indagou
Suzan, assustada.
-- Ele é meu vizinho! –
confirmou Louise.
-- Seu vizinho? – Rosie se
chocou. – Ele me liga todos os dias.
-- Sim. Ele divide o
apartamento com Gerd.
-- Com seu crush alemão. –
mencionou Jane.
Lulu corou e fechou a
cara.
-- Me desculpem. Não devia
falar dele, logo eu que quero desapegar.
-- Às vezes é bom falar do
boy até quando queremos desapegar, amiga. – confirmou Suzan.
O problema era que Louise
conseguia com dificuldade esse desapego.
Bond terminou de corrigir
as provas e após guardar tudo na pasta, ligou o notebook de Nash e acessou o
Youtube. Dos canais mais populares havia um que chamava bastante atenção e era
de um tal de George Best, o homem dos animais fofinhos.
-- Farsante! – resmungou
Bond. – Diz que ama os animais só pra chamar atenção. Fala sério.
Neste momento Gerd chegou
em casa, cansado por conta do trabalho exaustivo em limpar o bar e fazer umas
mudanças.
-- O que tem de bom aí? –
perguntou o alemão.
-- Nada que realmente
preste! – respondeu e desligou o notebook. – Hoje você abre o bar?
-- Não. Só no domingo. –
Gerd caminhou até o banheiro. – E também hoje vamos sair.
-- Mas pra onde?
-- Tem um pub que tem um
karaokê. – sugeriu Gerd, ligando o chuveiro. – Fica no Soho. E eu soube que a
crush francesa vai comparecer.
O inglês abriu um sorriso
e foi para o quarto verificar roupas boas para saideira. Nash também entrou na
casa e sentou-se no sofá.
-- Estou cansado.
-- Mas hoje é sexta-feira.
– resmungou Nash, quase dormindo. – Qual
é? Vamos dormir e aí amanhã caímos na gandaia.
Não deu em outra. Os três
seguiram para o Soho no fim da tarde e chegaram ao pub que há um karaokê.
Sentaram numa das mesas perto da janela.
-- Nash, para de usar esse
telefone. – Bond reclamava cada vez que o amigo leva o celular em dias de
saideira.
-- O Tinder não vai te
ajudar, Nash. -- afirmou Gerd, brincando e depois avistando a garçonete Alana
Watson, chamando para sua mesa. – Alana, minha querida. O que vai ser para nós?
-- Seu sorriso não vai te
salvar, Gerd. – Alana servia os petiscos para os rapazes. – Meu chefe tá no meu
bico porque não quer que eu sirva fiado pra vocês.
Neste momento Nash mostra
seu cartão de crédito.
-- Ponha na minha conta,
Smurfette. – sorrindo.
Alana ria dos três e pegou
o bloco para anotar os pedidos.
-- O que vão querer?
-- O de sempre. –
respondeu Bond. – Pizza tamanho família com sabores de pepperoni, quatro
queijos e presunto e sua melhor bebida.
-- E vão cantar no
karaokê? – indagou a garçonete.
-- Se o Gerd ficar bêbado,
sim. – disse Nash e em seguida dando gargalhadas.
Alana serviu os rapazes
com cerveja e se retirou. Gerd bebeu um pouco e vendo que há pouco movimento na
máquina de karaokê, decidiu.
-- Quero cantar!
-- O que vai ser? –
perguntou Bond, se divertindo e vendo Alana trazendo a bandeja de pizza com os
pratos e talheres.
-- Eu tava brincando. –
Nash parava de rir. – A última vez que ele ficou bêbado, atacou de Blue Velvet do Bob Vinton.
-- Hoje vou de Johnny
Cash.
Os rapazes e a garçonete
se surpreenderam.
-- Bem, tenha sorte de
encontrar sua June Carter. – finalizou e entregando a conta.
Subindo ao palco, escolheu
com cuidado a música. E justamente foi Ring
of Fire.
-- Quer apostar, Nash? –
Bond adorava apostar mesmo envolvendo Gerd.
-- Já tentamos isso,
Graham. E não deu certo.
Enquanto Gerd cantava, a
porta se abriu, revelando as meninas do call Center do London Bank e Louise. Se
sentaram numa mesa atrás dos rapazes. Rosie foi a primeira lamentar.
-- Merda! Chegamos tarde.
Já tem gente cantando. – reclamou a ruiva.
Nash ouviu a voz da moça e
se virou.
-- Eu conheço essa voz...
Como por instinto, ele e
Rosie se viram e o técnico de informática se encantou. A mais bela ruiva de
olhos verdes que já viu.
-- Meu Deus... Conheço
Você?
Rosie ficou vermelha e
logo Louise reconheceu o vizinho.
-- Hey Nash e Bond. Quero
que conheçam minhas amigas e colegas de trabalho. Esta é Elena Valdez. Ela é
estudante de Enfermagem e operadora 18-06, Suzan Hardison, do departamento
financeiro e o ramal é 10-03, Jane Berkley a doce, porém boca suja operadora
25-06 e Rosie Donovan a operadora....
-- 20-01. – Nash respondeu
de cara, completamente apaixonado. – Você é a dona daquela voz que gentilmente
me atendeu, conversou comigo nos outros dias e...
-- E me fez ser pontuada
pelo TMA*. – Rosie ria, mas estava surpresa. – Desculpa, mas não imaginava
conhecer agora o meu cliente, que é vizinho da Louise.
-- Eu sim. – Nash beijou a
mão dela. – Por vários dias sonhei com o dia que ia te conhecer. Só não
imaginava que você é bonita mesmo. Oh meu Deus! Eu...Eu devia ter vestido uma
calça e uma cueca da Calvin Klein pra ficar melhor apresentado.
Rosie deu risada. Ela
gostou do rapaz e gentilmente o convidou e junto com Bond para se juntar a
confraternização. Depois que Gerd é ovacionado pelo público, ele vê seus amigos
com uma turma de garotas e... a vizinha loira lésbica.
-- Olá! – cumprimentando todos.
– Meus amigos me abandonaram mas ganho novos amigos.
Lulu quase se engasgou e
fez as devidas apresentações. Ele ainda fez questão de sentar-se ao lado da
loira. Neste momento Rosie faz um convite a Nash.
-- Sabe, eu adoro karaokê
e adoraria cantar. Quer ir comigo? – convidou Rosie.
-- Nossa... Faz tempo que
não canto mas... Só se me deixar escolher uma música.
-- Combinado.
Os dois subiram ao palco e
Nash de cara solicitou Crazy On You,
do Heart.
-- Pronta?
-- Sim!
If we still
have time, we might still get by
Every time I think about it, I want to cry
With bombs and the devil, and the kids keep comin'
No way to breathe easy, no time to be young
Every time I think about it, I want to cry
With bombs and the devil, and the kids keep comin'
No way to breathe easy, no time to be young
But I tell
myself that I was doin' all right
There's nothin' left to do at night
But go crazy on you
Crazy on you
Let me go crazy, crazy on you, oh
There's nothin' left to do at night
But go crazy on you
Crazy on you
Let me go crazy, crazy on you, oh
My love is
the evenin' breeze touchin' your skin
The gentle, sweet singin' of leaves in the wind
The whisper that calls after you in the night
And kisses your ear in the early moonlight
And you don't need to wonder, you're doing fine
My love, the pleasure's mine
The gentle, sweet singin' of leaves in the wind
The whisper that calls after you in the night
And kisses your ear in the early moonlight
And you don't need to wonder, you're doing fine
My love, the pleasure's mine
Let me go
crazy on ya
Crazy on you
Let me go crazy, crazy on you, ohhh
Crazy on you
Let me go crazy, crazy on you, ohhh
Wild man's
world is cryin' in pain
What you gonna do when everybody's insane
So afraid of one who's so afraid of you
What you gonna do, ohh
What you gonna do when everybody's insane
So afraid of one who's so afraid of you
What you gonna do, ohh
Oohh crazy on
ya
Crazy on you
Let me go crazy, crazy on you
Crazy on you
Let me go crazy, crazy on you
I was a
willow last night in my dream
I bent down over a clear running stream
Sang you the song that I heard up above
And you kept me alive with your sweet flowing love
I bent down over a clear running stream
Sang you the song that I heard up above
And you kept me alive with your sweet flowing love
Crazy
Yeah, crazy on ya
Let me go crazy, crazy on you, oh
Crazy on ya
Crazy on you
Let me go crazy, crazy on you, yeah
Yeah, crazy on ya
Let me go crazy, crazy on you, oh
Crazy on ya
Crazy on you
Let me go crazy, crazy on you, yeah
Crazy on ya
Crazy on you
Let me go crazy, crazy on you
Crazy on you
Let me go crazy, crazy on you
Enquanto os dois cantavam,
Elena e Jane foram pro banheiro e Suzan flertava com um rapaz que viu no balcão.
-- Gente, com licença. –
ela se retira da mesa.
Louise ia alertar a amiga
que o tal cara era ninguém menos que Micky Dolenz, o amigo de Peter Tork. Bond
também pediu licença para ir ao banheiro e deixando somente Gerd e Louise
sozinhos.
-- Faz algum tempo que não
te vejo. – comentou o barman, tomando mais uma cerveja. – Quer dizer, a última
vez foi... Na sua casa, com Alice...
-- É, eu sei. – concordou
Louise, fria e olhando para os lados.
-- Posso te pagar uma
bebida?
Louise mostrou um copo de Martini
ainda cheio.
-- Já estou bebendo uma
que eu mesma paguei. – falando em tom de grosseria.
-- Então... – ele ficava
mais perto da garota e quase tocando a mão dela. – Gostaria de cantar algo
comigo?
Louise o olhou, muito
brava.
-- Não. – respondeu mais
fria do que antes e em seguida pediu. – Gerd, você é um cara legal, mas... Por
favor, pare. Está feio.
-- Tudo bem... – ele concordou
e continuou insistindo. – Eu quero essa noite me divertir com você. Te fazer
sorrir porque vi que andava triste por esses dias.
Apesar das boas intenções
do vizinho, Lulu não se abateu e continuava brava.
-- E se eu disser que
quero me divertir, mas sem você?
-- Eu vou entender. –
respondeu resignado.
-- Quer saber... – ela
sacou duas notas de dinheiro e deixou na mesa. – Eu vou embora. Só de ver você
estragou minha noite.
E foi embora, sem se
despedir das amigas. No meio do caminho Louise resistiu a vontade de ligar para
Facchetti. Sempre que se deprimia ela discava o número dele no celular para
conversar. As garotas, Bond, Rosie e Nash retornaram para mesa.
-- Poxa, cadê a Louise? – estranhou
Jane.
-- Foi embora. – respondeu
o alemão, tomando seu último gole de cerveja.
Meia hora depois ouviram
mais uma música no karaokê. Gerd de novo cantando e um pouco bêbado.
I could feel at the time
There was no way of knowing
Fallen leaves in the night
Who can say where they're blowing
As free as the wind
And hopefully learning
Why the sea on the tide
Has no way of turning
There was no way of knowing
Fallen leaves in the night
Who can say where they're blowing
As free as the wind
And hopefully learning
Why the sea on the tide
Has no way of turning
-- O que deu no Gerd pra cantar Roxy Music? –
Bond estranhou pois o amigo alemão nunca canta músicas tristes.
-- Acho que levou o fora da vizinha. –
confirmou Nash.
As meninas concordaram ao mesmo tempo em que
viram Suzan indo embora com Micky.
-- Quem mandou ele se envolver com a morena,
sabendo que ele quer a loira. – Bond se servia de mais cerveja.
-- Nós avisamos mas ele não nos ouve. – disse
Nash. – Ele tem que se acertar logo com a Louise.
-- A Lulu quer desapegar. – comentou Rosie. – E
do jeito que está... Não sei...
More than this, there
is nothing
More than this, tell me one thing
More than this, there is nothing
More than this, tell me one thing
More than this, there is nothing
Lulu voltou pro
apartamento, ainda chorando. Cada dia ela estava mais apaixonada pelo vizinho
alemão, contudo Alice demonstrou mais essa paixão, tornando mais difícil de
lidar com a situação amorosa.
Continua...

Nenhum comentário:
Postar um comentário