quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Christmas (Oneshot - What if Grindhouse)

Olá pessoal!
Uma boa noite e feliz natal para todos e fiquem com mini conto de natal dentro da série What If, na saga O Casamento. O casal principal? Só de verem a capa já sabem! Boa leitura!



Christmas__ Maya Amamiya


Dia 24 de dezembro. Uma manhã em Londres. E Louise se levanta com muita preguiça. Na realidade, ela não queria. Vestiu um robe, lavou o rosto e prendeu os cabelos louros e caminhou até a cozinha. Procurou algo pra comer e nada.

-- Droga, devia ter ido ao mercado hoje. – Resmungou.

Minutos depois antes de sair do apartamento ela leu o recado no papel deixado por Odile, avisando que passará o natal em casa e levará Franz.

-- Mais um natal sozinha... – Disse entristecida.

E caminhou até o mercado, lembrou de Gerd. Compreendia que ele não poderia ficar com ela naquele dia e que preferia estar ao lado da mãe e do irmão. Já Louise, era diferente. Ela não gostava mais do natal...

Aquela manhã ela ficou só em casa, guardando a comida, ouvindo música, alimentando Meia Noite e Hades, os gatos de estimação e às vezes recebendo as ligações dos amigos. A turma do teatro a convidou para celebração natalina na discoteca ou num pub e no ano novo uma viagem para Atenas ou no Caribe, pois Louise ama praia e dias de sol.

A tarde ela arrumou o apartamento, deixando alguns enfeites de natal e ficou assistindo televisão. Viu a reprise de anos atrás do Top of The Pops e estavam ali The Yardbirds. Antes de qualquer reação negativa, ela atendeu ao telefone. Era Alice.

-- Tem certeza que não quer vir ficar comigo e com Palin? – Indagou a jornalista. – Não gosto de te ver sozinha nesta época do ano.

-- Estou bem sozinha. Você sabe bem que não gosto do natal desde que... melhor não contar. – Respondeu Lulu.

-- Você sabe que eu não curto natal também, mas pequena vem pra cá, será meu primeiro natal grávida. Alguém vai ter que tomar vinho por mim.

Louise tentou argumentar, mas se tratando de sua alma gêmea... Não viu outra escolha. Tomou um banho, se vestiu e colocou um cachecol vermelho e branco, uma touca rosa e luvas. Embarcou no carro e seguiu para a casa nova dos Palins. Alice estava com a barriga crescendo e muito bonita. Palin como sempre, sorria para as duas e seguiu no preparo do jantar.  Ambas ficaram na sala conversando.

-- Eu senti sua falta, meu sol... – Sussurrou Alice no ouvido de Louise.

-- Eu também senti sua falta, minha lua. Me mostra seu banheiro? Ainda não conheço sua casa.

Alice concordou e fez a amada tirar a touca, o cachecol e as luvas. Elas foram ao banheiro, que por sinal era amplo e possuía uma banheira.

Elas sentem aquele clima especial e Lulu fechou a porta, se despiu e ajudou Alice a se livrar das roupas. Elas se amaram ali mesmo na banheira sob a água quente aquecendo seus corpos com carinhos e beijos. Ficaram submersas e se tocando por um bom tempo.

-- Sinto que vai ser um menino meu bem... – Disse Lulu, tocando a barriga dela.

-- Você sente?

-- Sim. – As mãos de Louise entrelaçaram com as de Alice.

--Eu te amo tanto Louise, por estar aqui no meu primeiro natal como mãe. – Ela chorou um pouco. -- Desculpe o sentimentalismo. São os hormônios. Ontem chorei com Palin me contando uma piada. Dá pra acreditar?

-- Sei bem... – Disse Lulu. – Estou aqui, minha lua, minha noite.

-- Eu te amo demais! Desculpa, eu ainda to lidando com isso, mas você está linda com esse vestido azul claro. – Alice observava Lulu se secando na toalha e se vestindo.

-- Obrigada, amor. Mas agora vou voltar pra casa. Queria ficar, mas... Não consigo.

-- Amor, precisa superar isso. Sei o quanto seu pai foi importante em sua vida e isso precisa acabar. – Alice se secava e se vestia também, ao mesmo tempo penteava os cabelos louros de Lulu.

-- Eu vou pra casa, Alice. Amanhã te vejo. – Beijou a amada longamente e apaixonada. – Te amo minha lua e feliz natal pra vocês.

-- Te amo também... – Ela puxou Lulu para mais um beijo e ainda por cima foi tocada pela loira.

De repente Palin entra no banheiro, pegando as duas no flagra.

-- Opa, me desculpem! – Mike sorria vendo as duas juntas e continuou a falar. -- Minha menina do país das maravilhas, seus pais estão vindo e você não vai ficar, Louise?

-- Sinto muito lenhador, mas não eu quero ficar... sozinha. – Respondeu a atriz, terminando de se vestir.

-- Não é bom ficar sozinha na noite de Natal nesse momento deve ficar com aqueles que você ama. – Palin queria muito que Louise ficasse e sabia bem que ela não gostava mais das celebrações natalinas.

 -- Fique por nós. – Alice abraçou a amada por trás.

-- Eu preciso ir mesmo, mas prometo que pro almoço eu venho e trago o presente do meu afilhado. – Ela beijou Alice e depois depositou um na testa do lenhador.  -- Amo vocês demais!

Ela vestiu novamente as roupas de inverno e embarcou no carro, mesmo sob a neve caindo na cidade. Ela dirigiu até a ponte de Londres e ficou sentada na cadeira de frente para o monumento, deixando o rádio do carro ligado e justamente na música Goodbye Yellow Brick Road, do Elton John.

-- Não é que odeie o natal... – Comentou para si mesma. – É que pra mim não há mais sentido sem você.

Louise poderia muito bem ficar com a família McGold inteira. Contudo, optou em ficar sozinha. Minutos depois ela retorna para o apartamento. Faltava só uma hora para fechar meia noite e ouvir o badalar do Big Ben anunciar o natal.

Vestiu seu melhor pijama, com estampas de ursos pandas, pegou na geladeira um pote de sorvete e ficou na sala, assistindo mais uma reprise de programas natalinos. Ela ligou para seu amigo de infância, Davy Jones.

-- Alô?

-- Oi, Davy. É a Lulu. Feliz natal, meu amigo!

-- Louise, minha amada amiga! Feliz natal pra você também! A Dianna e as meninas também te desejam o mesmo.  – Davy ficou feliz em receber a ligação de sua amiga.  – Está na casa da Mary?

-- Estou sozinha no apartamento, Davy. Eu não quis ficar com minha família.

-- Entendi... – Davy sabia de toda história e compreendia a amiga. – Por que não vem pra cá? Estou na casa dos pais da Dianna. Alguém precisa me ajudar a lidar com meu cunhado.

-- Hey! Eu não gostei disso! – Repreendeu Louise. Ela entendeu a malícia do amigo. – E eu tenho namorado.

-- Calma, estava brincando. E falando nele, Gerd está com você?

Louise teve medo de responder e uma represália do amigo por causa de Gerd e o fato do alemão ficar na casa dele na Alemanha e não com a amada.

-- Louise?

-- Desculpe. Estava vendo a TV. Sim. Ele está aqui comigo! – Mentiu.

-- Pelo menos vocês podem ficar a vontade, se é que me entende.

-- Eu entendi a referência, seu anão ninfomaníaco! Eu vou desligar. Tchau, Davy e manda um beijo para minha amadinha Dianna e as gêmeas.

-- Tchau, Louise, minha adorada amiga e... amante! Não deixe o Gerd ouvir isso sobre nós! Feliz natal!

-- Feliz natal!

Ao desligar o telefone, ela voltou sua atenção para TV.

-- Não existe coisa melhor pra inventar? – Reclamou Louise, trocando de canal, até chegar ao Top Of The Pops.

Mesmo assistindo, ela chorou. Para ela, nada poderia dar certo ali. Não conseguiu terminar de assistir o programa e desligou a TV, jogou o pote, já vazio, no lixo e se jogou no sofá tentando sufocar sua tristeza, abraçando o travesseiro. Meia hora depois a campainha toca. Ela não queria atender, contudo o som se tornou insistente.

Deve ser o pessoal do teatro querendo me arrastar pra festa no Warren, pensou Louise, caminhando até a porta e abrindo. Se surpreendeu ao ver que era ele.

-- Você? – Ela praticamente não acreditava que ele pudesse aparecer.

-- Hallo, eu fui à festa de Alice pensando que você iria estar lá, mas ela disse que você veio pra casa. Então, eu vir passar o natal aqui ao seu lado. – Gerd mostrou o gigante urso de pelúcia, seu presente para a amada.

-- Eu... não comprei nenhum presente pra você. – Ficou sem jeito e recebendo o presente. – E você não ia passar o natal com sua família?

-- Alice sempre dizia que família são sempre aquelas pessoas que amamos demais, não precisa ser aqueles que temos laços de sangue, mas aqueles que consideramos como parte de nós. Você é minha família, Louise eu amo você mais do que tudo!

A atriz chorou mais um pouco e o abraçou bem forte.

-- Ninguém nunca me disse isso! – Beijando Gerd. – Você também é a minha família, Gerhard. Porque eu te amo. Amo você mais do que minha carreira, mais do que tudo.

-- E eu te amo mais do que o fussball, minha ursinha.

Permaneceram abraçados e deitados no sofá da sala, trocando beijos e conversando até ouvirem as primeiras badaladas do Big Ben. Eles ficaram olhando toda Londres na sacada. As pessoas na rua desejavam feliz natal umas as outras. Gerd mostrou para Louise um casal que passava ali e encontrou um morador de rua. Eles presentearam o homem com comida e uma roupa. Ali mesmo Louise chorou mais. Certa vez lembrou do pai ter feito esse ato de bondade no natal.

Ainda na sacada do apartamento, ouviram a típica canção de natalina.

Silent Night, Holy Night
All is calm, all is bright
'Round yon Virgin Mother and Child
Holy Infant so tender and mild
Sleep in heavenly peace
Sleep in heavenly peace

Silent Night, Holy Night
Shepherds quake at the sight
Glories stream from heaven afar
Heavenly hosts sing alleluia!
Christ, the Savior is born
Christ, the Savior is born

With the angels, let us sing
Hallelujah to the King
Christ the Savior is born
Christ the Savior is Born


Terminando a música, eles foram para o quarto, onde se amaram romanticamente e se aqueceram do frio. Dormiram juntos abraçados e Louise abraçou bem Gerd, chamando-o de ursinho. No dia seguinte, a jovem se acordou... com um leve cheiro de café. Deduziu que fosse Odile, chegando ao apartamento e está servindo para Franz. Ela se levantou, tremendo e vestiu o robe, deixando Gerd dormindo ainda.

Quando chegou até a cozinha, não encontrou Odile. E sim sua família. A mãe, Mickey, Felicity e seu filho, Joey, seus tios e seus primos mais jovens.

-- O que fazem aqui? – Perguntou, espantada.

-- Bem, ontem celebramos o natal e... sentimos sua falta. – Justificou Mickey, enquanto servia de um pedaço de pão com geléia.

-- E sabemos que você ainda sente falta do tio Tony e então... resolvemos ficar aqui com você. – Completou Fefe, enquanto tirava do forno pães de queijo e servia seu filho, Joey.

-- E alias, minha querida... – Robert trazia na sacola um pequeno embrulho. – Feliz natal!

Louise agradeceu e abriu o presente. Era um diário de capa dura e ali estava gravado as iniciais do nome dela.

-- Obrigada, tio Robb!

-- Isso é uma tradição na família. – Explicou o tio. – Quando um McGold começa a narrar sua vida com detalhes, ele ganha um diário. Mickey narra tudo em seus cadernos. Seu pai, eu e seu avô narramos nossas vidas nos diários e a Felicity também.

-- Há também outra novidade. – Lembrou Mary, a mãe de Louise.

-- O que?

-- Seu avô Rickon vai se casar em breve.

-- Prepare suas malas, maninha. Partiremos amanhã para Escócia. – Mickey abraçava a irmã.

-- Mas... Agora? Eu...

-- Vovô vai casar com a Lyanna Smith. – Justificou o irmão, enquanto lavava a xícara.

-- A vó da Nora? – Louise estava feliz e ao mesmo tempo não sabendo o que fazer depois.

-- Sim. Agora vou te ajudar arrumar suas malas.

Antes que ela pudesse argumentar, Louise viu o irmão indo para seu quarto. Lembrou-se de Gerd.

-- Mickey, não entra no quarto por que...

 Era tarde demais. O irmão exclamou algo.

-- PUTA QUE PARIU! TEM UM HOMEM PELADO AQUI NO QUARTO!

Todos correram para o quarto e Louise entrou ali ficando na frente de Gerd. Para a surpresa de todos, reconheceram o jogador.

Mickey olhava para as pernas dele e se impressionou internamente. Que coxas, hein? Maiores que a do Hughes. Será que seu amigo de baixo é grande, pensou o irmão de Louise.

-- Louise Christina... – A mãe estava pasma com a cena.

-- Eu sei o que estão pensando neste momento. Poucos meses atrás vocês o conheceram e ele foi apresentado como meu amigo... Bem, quero dizer que ele é... Meu namorado.

Os filhos e o neto de Robert McGold foram os únicos que aplaudiram. Sophie, a ex-esposa que estava até então quieta, observou tudo e falou.

-- Meus parabéns, sobrinha! Pelo menos você tem bom gosto, ao contrário da minha filha! – Dizendo a indireta pra Felicity e se retirando.

-- Eu pensei mesmo que vocês dois fossem amigos. – Dizia Robb, entre o riso e a seriedade.

-- Sabe de nada, papai! – Disseram Jon e Bran, em uníssono.

Gerd foi muito bem aceito pela família e todos juntos após o café foram para a casa de Alice e Palin. Ali estavam também o Monty Python inteiro. Louise presenteou Alice e seu filho. Para a alma gêmea, um livro de poemas medievais e para o filho dela que virá uma roupinha de menino, de cor azul, a mesma de seus olhos e dos de Alice.

No jardim, Gerd abraçava a amada.

-- Por um momento achei que sua família iria me excomungar. – Ele comentou, rindo.

-- Eu avisei que somos um tanto... loucos. Ninguém ali é normal.

-- E você acha que eu sou? – Perguntou, olhando para ela bem divertido.

Eles trocaram mais um beijo apaixonado e sem saber, Palin tirou fotos deles na Polaroid cedida por Felicity. Eles pararam quando viram o Python ali, rindo.

-- PALIN! – Exclaou Louise, tentando pegar a câmera.

-- Fotos como essa devem ser registradas!

 Não deu em outra. Rendeu risadas de todos e aquele se tornou o primeiro de muitos natais de Louise, ao lado de Gerd Müller, seu amado ursinho.



FIM

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