Começando novembro em clima meio sombrio com nova fic de aventura. Se chama Castlevania: Reborn, foi inspirado no famoso jogo da Konami. Algumas coisas vou inventar ao longo dos "estágios" (chamo assim os capítulos da fic, pra lembrar bem o video game. Depois mostrarei um post explicando sobre o jogo e um pequeno apêndice. O ship? Vamos para McGuller. Boa leitura!
Castlevania: Reborn__ Maya Amamiya
Stage 1: Reborn
A cada cem anos um ser das
trevas surgia na terra para exterminar os humanos e governar o mundo. Este ser
é ninguém menos que o Conde Drácula. Contudo, seus planos não acabavam conforme
o esperado, pois uma família de caçadores de monstros liquidava-o.
Como forma de renascer e
não ser encontrado por estes guerreiros, Drácula usou um último recurso:
apossar-se da alma do último filho da família de comerciantes ingleses, os
Hunts. Recentemente, Wallis Hunt e sua esposa, junto com seus dois filhos e um
terceiro a caminho vieram morar justo no castelo romeno, um lugar que todos os
habitantes evitavam.
-- Nunca vou entender
esses romenos. – dizia o Sr. Hunt, escrevendo mais uma carta. – Eles acreditam
mesmo que Drácula existiu.
-- É cada uma mesmo. – ria
a Sra. Hunt, costurando calmamente.
Quando o bebê nasceu,
trouxe alegria para todos e aos poucos as pessoas começaram não temer mais
ameaças e a lenda do vampiro. Porém, cinco anos depois, tudo mudou.
O pequeno menino só
enxergava tudo em cinzas. E o castelo, antes com o brilho da aurora, mergulhou
na luz da lua cheia e tudo virou noite. E todos que ali viviam estavam mortos
há dias. Caminhou por todo castelo e aos poucos foi ressurgindo... Toda aquela
névoa, o cheiro de carne em putrefação, as flores secas, animais se
transformando em feras e o despertar de mortos vivos enterrados só serviu para
completar a guarda do castelo.
Ele finalmente renasceu...
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Nördlingen, estado da Baviera, Alemanha
Um casal vivia com seus
dois filhos numa casa de campo, longe da civilização. Fritz e Brunhilda Müller
tentavam salvar seu filho, Thomas, de cinco anos, da misteriosa gripe. O filho
mais velho, Gerhard, tinha nove anos e olhava para os pais no umbral, muito
triste.
-- Vá dormir, Gerhard. –
ordenou o pai, sem mostrar suas reações. – Seu irmão estará bem.
Obedeceu e ao fechar a
porta concentrou-se para ouvir a conversa de seus pais.
-- Veja isso, Fritz! A
marca... Nosso filho foi mordido!! – berrava a mãe, em pânico.
Gerhard nunca entendeu
aquelas conversas dos pais e muito menos aquelas armas exposta na parede.
Chicotes de prata, mosquetes especiais com disparo destruidor, machados e outros
objetos cortantes. Mas o crucifixo ele sabia bem. Seu pai sempre dizia que era
para se ter fé e principalmente espantava os seres malignos.
Quando já ia para o quarto
uma sombra adentrou a casa. Quem estivesse ali não perceberia mas Gerhard sim,
mesmo para um menino. Pegou a cruz prateada e apertou com força em suas
mãozinhas. Ele suspirava e suava frio, muito assustado.
-- Quem está aí? Apareça!
A sombra ganhou forma de
uma mulher, cujo olhar era avermelhado e o rosto deformado de um lado.
Reconheceu quem era. A sobrinha mais velha do fazendeiro Beckenbauer,
transformada numa criatura da noite.
-- Não me mate, pequeno
Gerhard. – pediu a jovem. – Sou eu.
-- Norberta... – o garoto
tremia demais e de repente se viu paralisado.
-- Me perdoe por morder
seu irmão... – Norberta se aproximava de Gerhard com um jeito fascinante e com
os caninos prontos para fazer o menino sua nova vítima. – Não era ele que
queria. E sim você.
-- Não... – cerrou os
olhos. – Não chegue perto de mim!
-- Venha! – puxando o garoto
mais perto. – Vamos viver... Para sempre!
E no quarto de Thomas, os
pais ouviram um grito infantil e um estrondo. Fritz rapidamente sacou seu
mosquete e o chicote. Brunhilda segurava uma cruz numa mão e abraçava seu
filho.
-- Tenha cuidado, mein liebe!
Fritz abriu a porta e
deparou com a luz irradiando do crucifixo que seu filho mais velho segurava e a
criatura berrando, incomodada. Ele chicoteou o monstro e o decepou. A cabeça
caiu diante do menino.
-- Pai! – Gerhard
abraçou-o, chorando. – Me desculpa.
-- Tudo bem.... – ele
olhava para a cabeça e não reconhecia a pessoa.
-- Foi ela! – apontava ele
para o cadáver. – Norberta.
-- Quem?
-- A sobrinha do herr
Beckenbauer. Foi ela que mordeu o Thomas. E queria me morder também.
-- Santo Deus! Não pode
ser...
Para Fritz se tornou um
horror. Além de falar para o fazendeiro sobre o terrível destino de sua
sobrinha, outra notícia o abalou: seu filho mais novo se juntou aos anjos no
paraíso. Dia seguinte o enterro do menino. Amigos e conhecidos dos Müllers
prestaram condolências. Herr e frau Beckenbauer também lamentaram sobre o
triste fim de Norberta.
Sozinho no campo, Gerhard
olhava fixo para o horizonte, pensando sobre a noite anterior e o motivo para
Norberta querer tanto transformá-lo em nosferatu. Gostava dela demais. Como
irmã. E agora ela se foi, junto com Thomas. Fritz sentou-se no chão ao lado do
filho.
-- Não imaginei que se
manifestasse tão cedo esse poder. – comentou o pai.
-- Quer dizer que vou ser
como você?
Não respondeu. Fritz mostrou
para ele uma tatuagem no braço com o crucifixo e o chicote. Símbolo de sua sina
como caçador. Depois pediu para o filho estender o braço direito e levantar a
manga da camisa. O mesmo desenho simbólico surgia na pele do garoto.
-- É o seu destino, meu
filho. – disse, sério. – Somos caçadores de monstros. Nosso dever é extirpá-los
e principalmente, acabar com nosso pior inimigo.
-- Quem?
-- Drácula.
Só de ouvir o nome do ser
das trevas, Gerhard sentiu seu coração saltar pela boca. O destino dele estava
traçado. Embora seu pai tivesse
garantido lhe treinar para o ofício, ainda estava assustado com tudo. Quando
foi dormir a noite, uma bela imagem surgiu. Ele andava no campo de centeio e
encontrou uma menina, da sua idade ou menos, mais baixa e tinha uma coroa de
flores na cabeça. Seus olhos eram azuis como jóias safiras. O sorriso da menina
o cativou. Porém, algo aconteceu. O sol sumiu e o centeio desapareceu. Depois
trovões ecoaram e iluminavam. Uma figura de capa preta e presas levava a
menina.
-- Ajude-me! – ela gritava
e chorava. – AJUDE-ME!
Gerhard se acordou,
desesperado. Abriu a janela sem fazer barulho e saiu casa a fora, correndo para
o campo de centeio. O vento norte refrescava bastante no verão bávaro. Olhava
para os lados e nada.
-- Cadê você? – Gerhard
acreditava que a menina estava ali. – CADÊ VOCÊ?
Sem respostas. Ficou ali
por uns minutos e voltou para casa pelo mesmo caminho. Fechou a janela e se
deitou. Por sorte seus pais não ouviram. Adormeceu e sonhou de novo. Desta vez
seu destino se cumprindo...
Continua...
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