terça-feira, 1 de novembro de 2016

Castlevania: Reborn (Stage 1)

Olá pessoal!
Começando novembro em clima meio sombrio com nova fic de aventura. Se chama Castlevania: Reborn, foi inspirado no famoso jogo da Konami. Algumas coisas vou inventar ao longo dos "estágios" (chamo assim os capítulos da fic, pra lembrar bem o video game. Depois mostrarei um post explicando sobre o jogo e um pequeno apêndice. O ship? Vamos para McGuller. Boa leitura!

Castlevania: Reborn__ Maya Amamiya

Stage 1: Reborn

A cada cem anos um ser das trevas surgia na terra para exterminar os humanos e governar o mundo. Este ser é ninguém menos que o Conde Drácula. Contudo, seus planos não acabavam conforme o esperado, pois uma família de caçadores de monstros liquidava-o.

Como forma de renascer e não ser encontrado por estes guerreiros, Drácula usou um último recurso: apossar-se da alma do último filho da família de comerciantes ingleses, os Hunts. Recentemente, Wallis Hunt e sua esposa, junto com seus dois filhos e um terceiro a caminho vieram morar justo no castelo romeno, um lugar que todos os habitantes evitavam.

-- Nunca vou entender esses romenos. – dizia o Sr. Hunt, escrevendo mais uma carta. – Eles acreditam mesmo que Drácula existiu.

-- É cada uma mesmo. – ria a Sra. Hunt, costurando calmamente.

Quando o bebê nasceu, trouxe alegria para todos e aos poucos as pessoas começaram não temer mais ameaças e a lenda do vampiro. Porém, cinco anos depois, tudo mudou.

O pequeno menino só enxergava tudo em cinzas. E o castelo, antes com o brilho da aurora, mergulhou na luz da lua cheia e tudo virou noite. E todos que ali viviam estavam mortos há dias. Caminhou por todo castelo e aos poucos foi ressurgindo... Toda aquela névoa, o cheiro de carne em putrefação, as flores secas, animais se transformando em feras e o despertar de mortos vivos enterrados só serviu para completar a guarda do castelo.

Ele finalmente renasceu...



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Nördlingen, estado da Baviera, Alemanha

Um casal vivia com seus dois filhos numa casa de campo, longe da civilização. Fritz e Brunhilda Müller tentavam salvar seu filho, Thomas, de cinco anos, da misteriosa gripe. O filho mais velho, Gerhard, tinha nove anos e olhava para os pais no umbral, muito triste.

-- Vá dormir, Gerhard. – ordenou o pai, sem mostrar suas reações. – Seu irmão estará bem.

Obedeceu e ao fechar a porta concentrou-se para ouvir a conversa de seus pais.

-- Veja isso, Fritz! A marca... Nosso filho foi mordido!! – berrava a mãe, em pânico.

Gerhard nunca entendeu aquelas conversas dos pais e muito menos aquelas armas exposta na parede. Chicotes de prata, mosquetes especiais com disparo destruidor, machados e outros objetos cortantes. Mas o crucifixo ele sabia bem. Seu pai sempre dizia que era para se ter fé e principalmente espantava os seres malignos.

Quando já ia para o quarto uma sombra adentrou a casa. Quem estivesse ali não perceberia mas Gerhard sim, mesmo para um menino. Pegou a cruz prateada e apertou com força em suas mãozinhas. Ele suspirava e suava frio, muito assustado.

-- Quem está aí? Apareça!

A sombra ganhou forma de uma mulher, cujo olhar era avermelhado e o rosto deformado de um lado. Reconheceu quem era. A sobrinha mais velha do fazendeiro Beckenbauer, transformada numa criatura da noite.

-- Não me mate, pequeno Gerhard. – pediu a jovem. – Sou eu.

-- Norberta... – o garoto tremia demais e de repente se viu paralisado.

-- Me perdoe por morder seu irmão... – Norberta se aproximava de Gerhard com um jeito fascinante e com os caninos prontos para fazer o menino sua nova vítima. – Não era ele que queria. E sim você.

-- Não... – cerrou os olhos. – Não chegue perto de mim!

-- Venha! – puxando o garoto mais perto. – Vamos viver... Para sempre!

E no quarto de Thomas, os pais ouviram um grito infantil e um estrondo. Fritz rapidamente sacou seu mosquete e o chicote. Brunhilda segurava uma cruz numa mão e abraçava seu filho.

-- Tenha cuidado, mein liebe!

Fritz abriu a porta e deparou com a luz irradiando do crucifixo que seu filho mais velho segurava e a criatura berrando, incomodada. Ele chicoteou o monstro e o decepou. A cabeça caiu diante do menino.

-- Pai! – Gerhard abraçou-o, chorando. – Me desculpa.

-- Tudo bem.... – ele olhava para a cabeça e não reconhecia a pessoa.
-- Foi ela! – apontava ele para o cadáver. – Norberta.

-- Quem?

-- A sobrinha do herr Beckenbauer. Foi ela que mordeu o Thomas. E queria me morder também.

-- Santo Deus! Não pode ser...

Para Fritz se tornou um horror. Além de falar para o fazendeiro sobre o terrível destino de sua sobrinha, outra notícia o abalou: seu filho mais novo se juntou aos anjos no paraíso. Dia seguinte o enterro do menino. Amigos e conhecidos dos Müllers prestaram condolências. Herr e frau Beckenbauer também lamentaram sobre o triste fim de Norberta.

Sozinho no campo, Gerhard olhava fixo para o horizonte, pensando sobre a noite anterior e o motivo para Norberta querer tanto transformá-lo em nosferatu. Gostava dela demais. Como irmã. E agora ela se foi, junto com Thomas. Fritz sentou-se no chão ao lado do filho.

-- Não imaginei que se manifestasse tão cedo esse poder. – comentou o pai.

-- Quer dizer que vou ser como você?

Não respondeu. Fritz mostrou para ele uma tatuagem no braço com o crucifixo e o chicote. Símbolo de sua sina como caçador. Depois pediu para o filho estender o braço direito e levantar a manga da camisa. O mesmo desenho simbólico surgia na pele do garoto.

-- É o seu destino, meu filho. – disse, sério. – Somos caçadores de monstros. Nosso dever é extirpá-los e principalmente, acabar com nosso pior inimigo.

-- Quem?

-- Drácula.

Só de ouvir o nome do ser das trevas, Gerhard sentiu seu coração saltar pela boca. O destino dele estava traçado.  Embora seu pai tivesse garantido lhe treinar para o ofício, ainda estava assustado com tudo. Quando foi dormir a noite, uma bela imagem surgiu. Ele andava no campo de centeio e encontrou uma menina, da sua idade ou menos, mais baixa e tinha uma coroa de flores na cabeça. Seus olhos eram azuis como jóias safiras. O sorriso da menina o cativou. Porém, algo aconteceu. O sol sumiu e o centeio desapareceu. Depois trovões ecoaram e iluminavam. Uma figura de capa preta e presas levava a menina.

-- Ajude-me! – ela gritava e chorava. – AJUDE-ME!

Gerhard se acordou, desesperado. Abriu a janela sem fazer barulho e saiu casa a fora, correndo para o campo de centeio. O vento norte refrescava bastante no verão bávaro. Olhava para os lados e nada.

-- Cadê você? – Gerhard acreditava que a menina estava ali. – CADÊ VOCÊ?

Sem respostas. Ficou ali por uns minutos e voltou para casa pelo mesmo caminho. Fechou a janela e se deitou. Por sorte seus pais não ouviram. Adormeceu e sonhou de novo. Desta vez seu destino se cumprindo...



Continua...

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