quarta-feira, 27 de julho de 2016

CSI München (What if Grindhouse - 5º Capítulo)


Capítulo 5: Rupturas

Louise praticamente pulou da cama. Para a sorte dela, não tinha aula e resolveu aproveitar para trabalhar com vontade na delegacia. Chegando no escritório do doutor, ela ligou seu aparelho MP4 e começou a dançar e cantarolar enquanto procurava nas pastas físicas o resultado solicitado da balística.

Neste momento Gerd surgiu na porta e acabou vendo à assistente pulando e dançando. Era óbvio que o motivo de toda alegria era sua partida. Se é que ela iria partir.

-- Hey, Sininho! Vamos para o hospital!

-- Eu posso ficar? – Solicitou sorridente. – Tenho um caso de roubo de banco por travestis.

-- Não! Vamos agora!

Ela ficou num dos quartos vazios esperando o médico. O motivo era que a sala de espera tinha muita gente e ela não queria ter de dar satisfação sobre o trabalho dos médicos. Ela deitou na cama, colocando o fone de ouvido e fechou os olhos. Ela se lembrou do beijo do doutor... e da Alice. Os dois médicos beijavam bem, a ponto de provocar desejo na menina.

E adormeceu...

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Manuel Neuer fumava seu cigarro tranquilamente, ao mesmo tempo que olhava para os cadáveres na cama. Na verdade um casal. Ele sabia que a garota trabalhava para Schön Industries e certamente o velho encarregou à moça de guardar o relatório. Ledo engano. A moça realmente trabalhava na fábrica, mas não era ela.

-- Vou ter que me livrar desses dois... – Resmungou o médico, olhando para a janela.

Tudo aconteceu com um mero encontro orquestrado pela internet. Peter e Erin adoravam novas experiências sexuais e sem que os amigos saibam, eram hedonistas. Peter é bissexual e Erin acompanhava as vontades do namorado, mas também amava se deitar com garotas. Então para tornar as coisas mais divertidas, eles se inscreveram num site de relacionamento, procurando um parceiro ou parceira que pudesse satisfazer suas vontades. Aí entrou Manuel.

O médico freqüentava muito esses sites e acabou encontrando Peter e Erin. Após dias de conversar no chat, eles marcaram um encontro para se conhecerem pessoalmente. Tudo ocorreu bem. Manuel conquistou fácil o casal e eles também adoravam a companhia do nutricionista. Ainda nos encontros, Manuel passou a freqüentar o apartamento deles, ao mesmo tempo se deliciava com o sexo a três. Ele não nega que foi realmente bom ficar com o casal, Peter era um verdadeiro amante e Erin uma fogosa. Foram cinco encontros.

No quinto encontro, o médico já tinha um plano. Ele ficaria esperando os dois que estavam tomando banho juntos e possivelmente, trepando. Manuel ficou na cama, com o robe aberto, aguardando o casal. Quando eles saíram do banheiro, o médico agarrou Peter e o beijou longamente e Erin ficou fazendo sexo oral em Manuel.

-- Peter... – Manuel suspirava no beijo e colocou a mão no bolso do robe, sacando uma seringa com coloração verde.

-- Oh Manuel...

-- Eu sinto muito!

Manuel aplicou rapidamente a injeção no pescoço de Peter, matando o rapaz em segundos. Erin parou a sucção e gritou.

-- PETER! NÃO!

O médico socou Erin, derrubando-a no chão e no outro bolso do robe, mostrou outra seringa da mesma cor e injetou o liquido esverdeado na moça, dando o mesmo fim que o de Peter.


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-- Modus operandi: injeção de veneno de cobra. – Disse George Best, para o legista Sepp Maier.

-- Gostaria de saber quem teria contato com veneno de cobra e ficar injetando assim nas pessoas? – Se questionou o legista. – Foi assim também meses atrás com a morte do Bastian...

Os dois ficaram em silêncio na sala dos cadáveres, olhando mais uma vez para o casal. Sentiam que cada vez mais as investigações poderiam levá-los para outras situações. No entanto, Sepp estava mais pesaroso de outro motivo e não era profissional. E sim pessoal...


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E por falar em cada dia, Ana era outra pessoa que estava bem tensa. Com as investigações, ela acabou por ceder a presença de Paul Breitner como seu guarda costas. No início nenhum dos dois parecia colaborar, até certo ponto. Porém quando soube que teria de administrar a fábrica, entrou em desespero e passou a brigar mais com o policial.

-- Eu não posso assumir. – Resmungou Ana, largando os papeis na mesa. – Eu não sei como fazer. Acho que deviam fechar essa fábrica e vender.

-- Enlouqueceu por acaso? – Paul não acreditava que Ana tenha dito aquilo. -- Você vai assumir sim,sabe por que? Essas pessoas precisam desse serviço, são pessoas boas e honestas e pode mostrar que elas podem continuar firmes nesses tempos difíceis.

-- Eu não sei administrar uma fábrica! Eu sou só uma escritora não sei como posso fazer isso.

--Entendo um pouco de negócios. – Paul compreendeu tudo. -- Um tio meu tinha uma loja de materiais esportivos.

-- Você me ajudaria nessa empreitada maluca? – Ela perguntou, desta vez educada.

O policial segurou a mão dela, carinhosamente.

-- Vamos fazer isso, juntos.

O que não sabiam, era que na casa de Ana, havia uma escuta e uma câmera escondida, colocada pelo namorado dela, John Entwistle. Neste momento ele e sua amante, a enfermeira Brigitte Beckenbauer, esposa do delegado, ouviram e assistiram toda cena. John era um aproveitador. Mas com Ana, ele não tinha coragem de tirar um centavo dela... Contudo, ao vê-la com o policial, mudou de idéia.

-- Então, querido, vai participar desse golpe? – Brigitte massageava as costas de Enty.

-- Sim! Mas com uma condição!

-- Qual?

-- Se separe daquele seu marido idiota e tire o dinheiro dele! Tudo!

-- Divórcio é algo que talvez Franz concorde, agora o dinheiro...

-- Tudo bem, deixa comigo!

Era questão de tempo...


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Louise praticamente dormiu a manhã inteira num dos quartos de hospital e se acordou ouvindo uns ruídos estranhos na estrutura. Ainda sonolenta, caminhou até o banheiro e deu um flagrante. Era o doutor Müller e Alice fazendo amor.

-- Opa! – Se assustando. – Desculpem!

Se retirou dali o quanto antes e sem querer esbarrou em outro médico, derrubando alguns papeis.

-- De novo, me desculpe! – Louise pegou no chão e entregou os papeis para o médico.

-- Tudo bem... Acidentes acontecem.

Ao se olharem, parecia que o mundo havia parado. Louise admirou os brilhantes olhos esverdeados do homem. Este por sua vez se encantou demais pela moça. Uma bonequinha. Pequena, loura, olhos azuis como o mar do Norte e um rosto angelical.

-- Já nos vimos antes? – Indagou o médico.

-- Talvez...

-- Tenho a impressão que te procurei a minha vida inteira. – respondeu o rapaz, sorrindo para ela.

Louise retribuiu e pela primeira vez seu coração se alegrou nas batidas. Até que ela se lembrou da foto no celular, quando conversava no chat...

-- Você é... Like Rolling Stone? – perguntou a jovem.

Imediatamente ele entendeu.

-- Meu Deus, é você mesma! Pequena Atena!

Se surpreenderam. Louise finalmente está conhecendo o homem gentil que ganhou não só sua amizade, mas seu coração de forma virtual.
-- Caramba! Eu... – ela mal conseguia falar devido a alegria.

-- Eu sei! – ele também se encontrava na mesma situação.

-- Acho que devemos nos apresentar.

-- Claro! Meu nome é...

Antes que o ruivo dissesse algo, o casal de médicos apareceu.

-- Ah, vejo que conheceu meu irmão, Louise. – alegrou-se Alice.

-- Como é? – a loira não compreendeu a situação. -- Mentira que você é o irmão da Alice.

-- Ninguém acredita. – ria Alice.

-- Mas alguém tem que cuidar dessa baixinha aqui. – disse o médico. – Eu sou James Stone.

O rosto de Louise desmanchou-se. Se antes era sorriso, agora transparece claramente decepção. Gerd percebeu isso mas achava que Louise não acreditasse que Jim é irmão de Alice.

--  Eu vou indo. – disse Lulu, com a voz denotando vontade de chorar. -- Doutor, o capitão Moore te espera no escritório dele sem falta.

-- Ei, pequena Atena. – Jim agarrou o braço de Louise. -- Você me deve um encontro. Quando posso te levar ao cinema?

-- Nunca! – respondeu secamente. -- Eu não te devo nada! Tchau, Like Rolling Stone!

E ela saiu do hospital, bufando de raiva e em seguida pegou o celular, excluindo rapidamente o aplicativo.

-- O que deu nela? – perguntou, confuso. – Eu estava falando com ela, tão animadamente. E ela de repente mudou.

-- Acho que ela deve estar naqueles dias. – justificou Alice, não querendo incomodar mais o irmão. -- Vem, vamos tomar café e me conta onde você a conheceu.

Foram os três na lancheria do hospital e Jim contou.

-- Foi num aplicativo. Eu segui o conselho do Edmund e resolvi tentar. Ela foi a primeira a puxar papo comigo. Conversamos por horas e de repente trocamos fotos e outras mensagens.

-- Então... Era você que conversava com ela? – perguntou Gerd.

-- Sim.

-- O tempo todo? – desta vez a voz do médico não mostrava alegria e sim um ligeiro incomodo.

Jim percebeu isso e Alice falou:

-- James, a Louise é assistente pessoal do Gerd.

-- Ah entendi. – se desculpou o ruivo. – Olha, ela me contou que trabalhava pra um médico que não tava nem aí pra ela e ainda fazia a trabalhar sem parar e que quer se demitir. Mas eu juro que não sabia que era você!

Gerd não sabia por que aquilo o perturbava e se retirou, irritado.

Alice o seguiu e o encontrou na sala de reunião, batendo a cabeça na parede demonstrando decepção. Ela o fez parar.

-- Está tudo bem?

-- Agora eu sei porque Louise quer se demitir. – respirou fundo e continuou. – Ela acha que eu sou um péssimo chefe e a faço trabalhar como uma escrava.

-- Você ainda pode redimir com ela. – abraçando o amado. -- E ser um bom chefe. Você só é perfeccionista.

Se abraçaram forte. O que a médica não sabe era que o namorado havia mentido o real motivo. Ele não gostara de saber que Louise conversava com Jim por mensagens de texto trocadas num aplicativo de relacionamentos amorosos.


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Na sala de necrotério Louise olhava para o nada, enquanto Bobby Charlton e Sepp Maier juntavam os ossos de um casal que foi morto.

-- Será que existe mesmo canibalismo? – indagou o médico legista, colega de Sepp. – Não acredito que tenha pessoas que comam carne humana.

-- Quando se trata da sobrevivência, se alimentam do que for. – disse o alemão ruivo, enfático.

Depois disso um silêncio pairou no ar e em seguida olharam para Louise. Ela segurava a vontade de chorar.

-- Pode chorar, Louise. – permitiu Sepp.

-- Eu só quero saber uma coisa. – olhando pros lados pra certificar se há alguém além dos três ouvindo a conversa. – Porque todo mundo gosta da Alice Stone? O que aquela peituda tem que todo mundo gosta dela? Até a Odile?!

Os dois legistas morderam a língua evitando rir mas viram que Louise estava mesmo zangada.

-- Se serve de consolo, eu não gosto dela. – disse Charlton, pegando um luminol.

-- Diz isso porque é meu colega, Bobby.

-- É sério. – confirmou o legista. – Não gosto dela. Mas sou obrigado a suportar por causa da Belle.

Lulu derramou um pouco as lágrimas mas parou de chorar.

-- Quem é Belle? – perguntou Louise.

-- É a namorada francesinha dele. – respondeu Sepp, ligando seu luminol e focando nos ossos.

-- Belle é a melhor amiga da Alice. – finalizou Charlton, escrevendo na prancheta. – Ultimamente não estou recebendo carinho dela e sabem por quê? Graças a Alice!

-- Até que enfim um semelhante. – disse Lulu, louvando com as mãos ao alto.

-- Alice sempre liga as oito da noite pra minha casa e fala com Belle. Na verdade sexo por telefone e quando quero dar e receber, Belle diz: “estou cansada.” E dorme!

-- Um conselho, Bobby: larga essa tal de Belle. – aconselhou Louise. – Antes só do que mal acompanhado.

Ele olha pros ossos e depois para Louise.

-- É uma possibilidade.

Depois da conversa, o trabalho dos três foi terminado e Louise voltou para o escritório do doutor. Sem querer encontrou uma pasta vermelha e ali continham folhas. Eram os emails dos departamentos policiais de outras localidades referente a transferência de Lulu. Pelo visto nenhum tinha vaga para ela. Outra vez se decepcionou.

-- Eu não acredito que terei de ficar aqui! – batendo com a mão na mesa.

Depois Gerd apareceu, trazendo uma sacola cheia de comida. O forte cheiro dos alimentos atiçou a fome em Louise mas a mesma se virou para seu desktop e ligou o computador.

-- James perguntou sobre você.

Ela não disse algo, apenas grunhiu.

-- Eu disse que você trabalha pra mim.

Louise permaneceu ignorando.

-- Ele quer te ver.

As mãos de Louise tremiam, por conta da ansiedade.

-- Meu turno já acabou, doutor?

-- Temos plantão.

Louise não concordou e inventou uma desculpa:

-- Eu tenho prova amanhã!

-- Se quiser pode ir embora. – disse sem muita importância e digitando no notebook. – Amanhã enviarei o email para os departamentos.

-- Há! Até parece! – ironizou Louise. – Eu vi na sua pasta. Não há vaga para mim.

-- O lado ocidente não tem. Mas o oriente sim.

Lulu se calou. No fundo não desejava ir para os lados da Alemanha Oriental mas manteve-se firme.

-- Ótimo pra mim. Qualquer lugar é melhor só pra não olhar pra sua cara e da “Meredith Grey” que é sua namorada. Se é meu destino ficar atrás da cortina de ferro, perfeito!

-- Boa noite, Louise!

-- Boa noite, doutor!

Ela pegou a mochila e se retirou da sala, feliz por irritar o médico. E Gerd pegou um dos copos de café que havia comprado para Louise... e jogou no lixo.

Na saída ela encontrou Odile esperando seu táxi. Ao encará-la, viu o olho direito roxo.
-- O que aconteceu? – espantou com aquele hematoma. – Foi aquela cadela peituda, né? Eu vou acabar com ela!

-- Não foi Alice... – chorava Odile. – Foi... meu namorado. Niki.

Odile desabou a chorar no ombro de Louise e ambas embarcaram no táxi seguindo para a casa de Louise.



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Felicity e Franz caminharam juntos até pararem em frente ao prédio dela.

-- Quer entrar? – convidou a galesa.

-- Deixa pra próxima. – respondeu Franz, parecendo cansado.

Ela se aproximou dele e depositou um beijo rápido e seguiu para o apartamento e ele para sua casa. Sem saberem foram fotografados por um homem desconhecido que usava jaleco.

O carro entrou numa área florestal com algumas casas abandonadas fora de Munique. Desceu do carro e abriu o porta malas, retirando ali um saco preto pesado. Carregou até uma das casas cuja porta é verde.

Bateu umas duas vezes e atendeu um rapaz de cabelo curto e traços britânicos.

-- Manuel!

-- Trouxe sua refeição, Hicks. – entregando para ele o saco.

Tony Hicks pegou rapidamente, abrindo-o e se maravilhou com que viu.

-- Com certeza você é o melhor sócio e melhor assassino, Dr. Neuer.

Em seguida ele despejou o conteúdo na bacia. Havia ali sangue e poucos pedaços humanos, como uma mão, dedos dos pés, um braço, pedaço de um seio feminino e ali também um pênis cortado, testículos e um cérebro humano.

Manuel o ajudou, ligando uma das bocas do fogão e colocando uma frigideira. Hicks pingou óleo de oliva na frigideira e depois cortou o cérebro em três pedaços médios e os colocou para fritar. Pra finalizar, serviram um pouco de vinho.

-- Quer provar um pouco desse cérebro, doutor? – ofereceu o guitarrista canibal, servindo seu prato. – Está uma delícia.

-- Agradeço mas estou de dieta. – recusou gentilmente o nutricionista.

Eles brindaram e Hicks devorou ali a massa cefálica e o pedaço de um seio feminino. Aquilo é o que restou do casal Peter Tork e Erin Hudson...


Continua...


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