Capítulo 3: A Origem de Tudo
Paul Breitner e Uli
Hoeness não acreditavam no que viam ali. De todos os assassinatos, Helmut não
era esperado. Ainda mais no estádio Olímpico. Na mente mil questionamentos
sobre o que poderia ter acontecido pro velho morrer daquele jeito e ser
encontrado ali no gramado. Uli observava atentamente o legista Sepp Maier agir
e assim como Paul, tentava encontrar algum argumento aceitável para dizer a
imprensa. Ou talvez guardasse suas idéias para o delegado e o capitão, pois
eram muito bons na lábia.
-- Daqui a pouco mais
jornalistas cairão do céu para uma entrevista. – Comentou Uli, tirando mais uma
foto do cadáver antes da ordem do legista de levá-lo para o necrotério.
-- Eu sei... – Observava
Paul ao redor, cheio de policiais bloqueando as vistas dos curiosos. – Tudo que
devemos fazer é esperar pelo delegado ou pelo capitão.
Outra vez visualizou o
corpo inerte de Helmut. Cada vez mais não acreditava que alguém tão influente
pudesse ser morto. Tentou imaginar quais possíveis inimigos que o velho tenha
feito nos últimos anos. Aparentemente
ninguém. Seus pensamentos foram interrompidos com gritos de mulheres.
-- AI MEU DEUS!!!! NÃO,
NÃO.... AH!!!! --- Gritava histericamente uma jovem de cabelos castanhos,
acompanhada do namorado.
Paul seguiu na direção da
jovem enquanto Uli conversava com o legista.
-- Dianna, por favor,
pare... – Davy não estava conseguindo consolar a amada.
Emma também viu aquela
multidão e perguntou o que aconteceu. Após a explicação, entrou em pânico,
sendo amparada por Micky.
Paul resolveu interrogar
aquelas meninas.
-- Quem são vocês?
-- Eu... sou Dianna
Mackenzie. Era uma das administradoras do herr Schön. – Respondia Dianna,
limpando as lágrimas no lençol dado por Davy.
-- Meu nome é Emma
Carlisle. Eu também era do escritório da Industries...
-- Ok. Poderiam me
acompanhar a delegacia? Somente para um pequeno interrogatório.
Elas aceitaram e seus
namorados concordaram em ir junto, caso fossem também interrogados. Antes de
partirem, Paul recebe uma ligação do capitão.
-- Breitner.
-- Vá para Haidern. Os
Romanov ligaram para esclarecer algo sobre Helmut. – Dizia Bobby Moore, capitão da policia,
dirigindo a viatura.
-- Sim, mas tem umas
funcionárias da Industries. Vão ser interrogadas. O que faço com elas?
-- Deixe comigo e com delegado.
Está a caminho neste momento.
-- Está bem. Irei para
Haidern.
Agora só restava saber o
que uma família de russos tinha a dizer sobre esse acontecimento. Era só o
começo...
-----C-----S-----I-----
1 ano antes...
-- ISSO AÍ! – Gritava Graham
Nash, abraçando sua namorada, Carrie Anne e seus amigos vindos logo atrás, num
passeio pela cidade. – ESTAMOS EM MUNIQUE!
O grupo, denominado como
Hollies, acabara de se mudar para a cidade alemã, após uma bem sucedida
formatura da Universidade de Cambridge. E decididos a mudarem de vida,
resolvera tentar a sorte numa cidade alemã. Porém um dos integrantes possuía um pequeno
desvio mental. E esse era o guitarrista Tony Hicks.
Por ser o mais fechado do
time, nunca disse algo sobre seu passado. Apenas sabe-se que ele amou uma moça
chamada Alana e esta o dispensou por ser perturbado. Além disso, Hicks sofria
de ansiedade extrema, o que impossibilitava de tocar em alguns momentos. Após
semanas morando em Munique com a banda, resolveu procurar um psiquiatra. Seu
nome é Wolfgang Overath.
O especialista ajudou Tony
a contornar essa sensação de um modo diferente. Algum tempo depois o
guitarrista descobriu um segredo deste médico. É um canibal que vive escondendo
numa fachada de bom psiquiatra. E por incrível que pareça, Hicks desenvolveu
isso com ele. Tanto que sua primeira vitima foi Carrie Anne. Matou quando
estavam sozinhos no apartamento e com socos no rosto. Antes de Nash dar por
falta, levou o corpo até um deposito longe da cidade e lá começou a dissecá-lo.
Nash e companhia entraram em pânico e temeram por suas vidas até decidirem
voltar para Londres.
-- Vou ficar aqui! – Disse
Tony, veemente.
-- Está louco? Munique não
é um bom lugar de se viver. Olha o que aconteceu com Carrie. – Disse Nash,
desesperado.
-- Tem certeza que quer
isso? – Agora é Allan Clarke quem indaga para o colega.
-- Sim. E boa sorte na ida
pra casa.
E eles se foram embora
para Londres, deixando Tony na cidade alemã. Aquele seria o começo.
A segunda vitima é um
casal inglês que mora no bairro, perto da casa de Hicks. Para se aproximar dos
Collins, Tony usou o truque do “bom vizinho”, ganhando a confiança deles. Um
dia o casal convida Hicks para um almoço.
O que seria apenas uma
confraternização de Ação de Graças, virou um conto de terror.
Graças ao veneno que
Overath lhe cedeu, Hicks conseguiu colocar um pouco no vinho em que bebiam e
poucos segundos eles já estavam caídos no chão. E o médico canibal aparece na
casa deles, ajudando no banquete macabro.
Ali se formava um grande
vinculo entre mestre e discípulo. Quando Overath foi preso, Hicks foi ao
interrogatório, alegando ser apenas um paciente que não sabia disso sobre o
doutor. Não houve mais acontecimentos desde então. O segundo vinculo de Hicks
também foi com outro médico e este era um pouco pior que Overath. O que o
separava era o fato de não comer carne humana. Mas matar por prazer e por
conveniência disso ele sabia e muito bem...
-----C-----S-----I-----
No Hospital Central, um
doutor se encontra em sua sala, olhando para janela enquanto sua amante, uma
enfermeira ajeitava sua roupa. Haviam se amado poucos minutos e a jovem sabia
que ele nunca a quis de forma amorosa. Tudo era desejo carnal. Na mente dele
apenas uma pessoa povoava sua mente, mesmo depois de um ano e meio separados. A
bela fraulein.
-- Estou indo, herr
Manuel. – Disse a enfermeira chamada Kathrin, se retirando e fechando a porta
com cuidado.
O doutor ajeitou um pouco
a calça e sentou-se na poltrona, mirando a janela. Encobrir rastros, apagar
dados e relatórios e sumir com certas pessoas é a missão do Dr. Manuel. Sua
primeira vítima foi um antigo médico do setor de pediatria. Ao descobrir sobre
o desvio de verba do hospital, Manuel preparou uma armadilha: trancou seu
colega na sala e aplicou rapidamente uma injeção fatal, causando parada
cardíaca. Esperou até tarde da noite para chamar seu amigo, o músico Tony Hicks
para disfarçar o cadáver e levá-lo para o depósito. O resto deixou por conta do
canibal. Depois disso não parou mais de eliminar quem estivesse em seu caminho.
Bastava um olhar torto e
seu desafeto não era encontrado no outro dia. Até mesmo algum pretendente de
sua ex-fraulein se tornava desaparecido.
Ele segura um porta
retrato com a foto dela, contemplando sua beleza.
-- Ainda será minha outra
vez, fraulein Felicity. É questão de tempo... – Murmurou o médico, sorrindo.
-----C----S-----I-----
1 Ano e meio atrás
Mais um dia de trabalho
para Felicity McGold na revista Rolling Stone, sede Alemanha. Seu plano inicial
era morar em Barcelona, trabalhar no mundo da moda, cobrir desfiles e
fotografar roupas e modelos. Em vez disso seguiu os conselhos de sua amiga Nora
Smith de tentar a sorte na cidade alemã.
Apesar das dificuldades
encontradas, conseguiu se adaptar naqueles meses de trabalho intenso, sofrendo
um pouco de abuso do chefe ao trabalhar mais que os outros. Tudo isso para
provar que pode mesmo ser profissional. Nesta época, Felicity não teve contato
com a onda de criminalidade e procurava se cuidar. Por isso ela e Nora freqüentavam pubs
conhecidos da cidade. Certa vez Nora acabou passando a noite na casa do seu
então namorado Ray Davies, um músico. E Felicity resolveu seguir sozinha para o
lugar.
O pub cujo nome The
Valentine, tinha pouca popularidade, porém é um local a se freqüentar, devido a
pouca agitação para as pessoas que aparecem depois de um dia de trabalho
duro. Naquele estava frio e ameaçava
chuva na madrugada e Felicity chegou ao pub, segurando seu casaco e indo até o
balcão fazer seu pedido.
-- Hey Fritz! – Gritou a
fotógrafa, sorrindo. – Me traz o de sempre!
O dono chamado Fritz
conhecia a jornalista britânica e como tem bastante simpatia pelos seus
clientes, atendeu ao pedido. Fefe ficou ali sentada e observou as poucas
pessoas ali nas mesas. Pegou uma moeda na bolsa e caminhou até o jukebox e
selecionou uma música. Escolheu uma de suas favoritas, Baby It’s You, versão da cantora Smith.
Depois disso seguiu de
volta ao balcão, dançando ao som da música, sem saber que atraiu os olhares de
um rapaz que se encontrava ali mesmo.
-- Aqui está, galesa! –
Disse Fritz, trazendo uma tigela de batatas fritas e uma garrafa de cerveja.
-- Danke, Fritz!
Ela comeu poucas batatas e
bebeu um pouco, ainda pensando o quão foi seu dia. Na segunda observação ao
público, olhou para ele. Pela primeira vez sentiu-se paralisada, ao mesmo tempo
tomada por uma sensação estranha, porém gostosa. Era medo misturado com atitude
em querer conversar com o individuo. Flertou com ele por mais uns minutos. A
única coisa que a fotógrafa percebeu nele foram os olhos. Azuis parecidos com
cobalto ou turquesa. Seu coração dispara ao ver que ele se aproximava dela.
Neste momento, Fefe parou de comer as batatas e ainda ouvia seu coração bater. Se eu continuar comendo vou ter um infarto,
pensou ela.
-- Pensei que as mulheres
preferissem uma salada a batatas fritas. – Comentou o homem, já sentado ao lado
da jornalista e assaltando uma das fritas da tigela.
-- Isso não se aplica a
mim. – Disse, um pouco nervosa diante dele. – Até por que sentia falta das
fritas. Desde que me mudei, muitas coisas deixei para trás na Inglaterra.
-- Logo percebi pelo seu
sotaque. De que parte da Inglaterra você veio?
-- Londres. Na verdade
nasci no País de Gales e fui criada na maior parte da vida na Inglaterra. Vim aqui apenas a trabalho.
-- Interessante... – Disse
o rapaz, bebendo um pouco de cerveja. – E vem sempre aqui no Valentine?
-- Passei a ser
freqüentadora daqui. Eu gosto daqui. É menos barulhento. – Respondeu a mulher e
notou que a música parou. – Vou colocar mais uma música no jukebox.
-- Deixa que eu mesmo
faço. – Saindo do balcão. – Tem alguma preferência?
-- Se tiver alguma do John
Mayall, está de bom tamanho!
Poucos minutos depois
começa a tocar Oh Pretty Woman.
-- Eu adoro essa música! –
Animou-se a fotógrafa.
-- É uma das minhas
favoritas. – Sorriu o gentil homem. – Quer dançar?
Felicity aceitou o convite
e dançaram mais músicas tocadas no jukebox. Quando fechou quase duas horas da
madrugada...
-- Eu preciso ir pra casa.
– Disse pegando o casaco, a bolsa e sacando uma nota para pagar Fritz. – Fritz,
quanto eu devo?
-- Não precisa pagar,
Fefe. Ele já pagou a conta.
-- Mas... sou eu que te
devo. – Bebendo o último gole de cerveja.
-- Nem te preocupa, galesa.
E, além disso, devia se sentir agradecida. O delegado não costuma ser assim nem
com as namoradas.
Quando ouviu isso, Fefe
cuspiu fora a bebida.
-- Ele... ele é o
delegado???
Na hora que Fritz ia
responder, surge o delegado pegando o casaco e tomando a mão de Fefe, beijou
levemente.
-- Posso te levar a sua
residência?
-- Claro. – Respondeu
Fefe, como no automático. No fundo pensou em recusar.
Na chegada do apartamento,
ele subiu junto com ela.
-- Bem é aqui que eu moro.
– Sacando as chaves e antes de colocar na fechadura questionou. – Por que não
me disse que é o chefe de polícia?
-- Não achei que fosse
necessário. Peço desculpas por não me apresentar de modo oficial. Eu sou Franz
Beckenbauer, chefe do Departamento de Policia de Munique.
-- Muito prazer, Franz. –
Estendeu a mão. – Eu sou...
-- Sei bem o seu nome.
Felicity McGold, 25 anos, trabalha como jornalista na revista Rolling Stone da
Alemanha. Fritz já me contou sobre você.
Após o aperto de mão, Fefe
abre a porta e se despede do novo amigo com um beijo na bochecha.
-- Até algum dia,
delegado!
-- Auf Wiedersehen, Felicity!
Ao fechar a porta, ela ficou pensando nele enquanto tirava os sapatos. Definitivamente gostara dele. Contudo, um homem da posição de Franz não poderia ter nada com ela. Ou teria? De qualquer forma nunca estarei por perto, pensou. E antes de ir para o quarto, a campainha toca e Fefe abriu a porta. Era ele.
-- Me desculpa, senhorita. Eu esqueci uma coisa. – Disse Franz.
-- O quê?
-- Isso! – Ele a puxou para perto de si e a beijou ali mesmo na porta, de modo profundo e intenso.
Mesmo surpresa com aquela atitude, Fefe correspondeu ao ósculo. Nunca em seus relacionamentos fora beijada daquela maneira ou sequer imaginou uma atitude como aquela.
Após o beijo, ele sussurra no ouvido dela.
-- Quero te ver no Valentine no mesmo horário.
Depois disso ele vai embora, mas sem antes deixar nas mãos de Fefe um pedaço de papel e nele estava escrito o nome dele e o telefone. Um quase inicio para eles. No dia seguinte na Rolling Stone, Nora e Fefe ficaram conversando na gráfica sobre os encontros.
-- Ray é tão legal, mas tem um jeito meio estranho, sei lá. Muito neurótico. – Nora falava enquanto selecionava as fotos.
-- E mesmo assim vale à pena continuar? – Questionou Fefe enquanto trocava mensagem no celular.
-- Vou dar mais uma chance, caso contrário mais um ataque chato dele, é tchau tchau!
Fefe não disse mais nada, apenas sorria na troca de mensagens. Nora percebia isso e resolveu cutucar a amiga.
-- E quem é o cara?
A fotógrafa riu um pouco e depois lançou um olhar para a amiga.
-- É um policial.
-- Opa! E qual patente? Tenente? Capitão? Coronel?
-- Ele é chefe do Departamento de Policia de Munique.
-- Nossa! Ele deve ser poderoso... Porém geralmente os chefes de policia devem ser... feios.
-- Mas este não! – Mostrou a foto dele no celular, fazendo Nora quase cair pra trás.
-- Ok, retiro o que disse. Ele é um deus! Vai fundo, amiga!
Após a seleção de fotos,
as duas jornalistas seguiram para escrever mais matérias por cerca de duas
horas de digitação e mais fotos a serem escolhidas. Antes mesmo de enviar um
texto para seu chefe, o celular da fotógrafa toca a música Baby It’s You. Ela
viu na tela.
-- Alô?
-- Alô Felicity McGold? Lembra de mim?
-- Hey! Tenho memória de
elefante! Como vai, Franz?
-- Entediado, porém, com responsabilidades maiores e mais casos a serem
resolvidos. Mas não quero falar disso. Quer sair comigo no Valentine hoje?
-- Claro. – Aceitou. – A
que horas vamos nos ver?
-- Te pego aí na Rolling Stone às 19h. Pode ser?
-- Você
é bem direto ao assunto e decidido. Está decidido! Te vejo as 19h, delegado!
Nora que ouviu toda a
conversa, perguntou.
-- Plena sexta-feira e
esse cara te convida ao Valentine? Nossa!
Não era preciso dizer que
as horas seguintes pareciam passar devagar. E Fefe quase enlouquecia de espera.
E para piorar, perto das 17h começa a chover de modo torrencial, desanimando a
fotógrafa.
-- Droga! – Resmungou
Fefe. – Chuva, por que me traiu? Agora já era meu encontro!
Quando fechou 19h, ela se
preparava para ir embora com Nora, porém a chuva parecia não ter possibilidade
de encerrar, o que impossibilitava os funcionários de saírem do prédio. Ray
Davies apareceu de carro e Nora foi embarcar com ele, mas sem antes de
conversar com a amiga.
-- Quer uma carona ao
Valentine ou pro apartamento?
-- Pegarei um táxi. Só vou
esperar mais dez minutos. Bom encontro amiga!
-- Pra você também e
amanhã me conte os detalhes!
Fefe ficou do lado de fora
junto com alguns colegas. À medida que o tempo passava, cada um deles ia
embora, seja no táxi ou de carona de algum conhecido. E todos recusou a carona.
-- Cansei! Vou pra casa,
me secar desta maldita chuva e descansar! – Disse para si mesma.
E ela saiu do prédio sob a
chuva forte e gelada, quando ouviu alguém gritar seu nome.
-- FELICITY! ESPERE!
Ela se virou e mesmo com
aqueles pingos, reconheceu o delegado, correndo até ela e completamente
molhado.
-- Meu deus... Olha pra
você! Está todo encharcado! – Lamentou a fotógrafa vendo o estado do delegado
que nem demonstrava alguma preocupação e sim alegria.
-- Pelo menos cumpri minha
promessa em te pegar às 19h. Mesmo me atrasando uns minutos. Vamos ao
Valentine?
Ela olhou para as ruas
úmidas e a chuva ainda caía mais forte e o clima esfriava.
-- Quer saber? Esqueça o
Valentine e vamos para minha casa!
Eles pegaram um táxi
juntos. Durante o trajeto, ela começou a tremer por causa do frio e Franz
estendeu o casaco para ela se aquecer. Trocaram um sorriso sincero e depois
conseguiram chegar ao apartamento dela, pegando o elevador e correndo até a
porta onde ela mora. Felicity tremia demais por conta do frio e mal conseguia
inserir a chave na fechadura. Franz acabou ajudando a moça e imediatamente
entraram.
-- Caramba, eu to com frio!
– Berrava a galesa. – Eu já volto, vou pegar uma toalha e tira essa roupa
molhada!
Fefe correu até o quarto,
abriu o armário e pegou uma de suas toalhas.
Ao fechar o armário, ela sai do quarto e se depara com o delegado a sua
frente, com a camisa aberta revelando o peito nu do chefe de policia.
-- Volta pra sala que... –
Não conseguiu terminar de falar por conta do novo beijo recebido por ele.
Eles entraram novamente no
quarto dela e começaram a sessão e beijos, carinhos e toques provocantes. Ela
tirava com dificuldade as roupas dele. Já Franz tem certa experiência nisso. Já
tivera outras amantes e todas eram exigentes demais e mandonas. Com Felicity
sentiu-se bem pela primeira vez. A fotógrafa tem liberdade e o respeita em
todos os sentidos. Ao mesmo tempo ela sabe bem agradar um homem. E após se
libertarem das roupas, os dois se entregam de livre e espontânea vontade. Cada
toque dele, Felicity gemia e implorava mais. E foi assim por quase duas horas.
Após isso, os dois ficaram abraçados e bastante eufóricos.
-- Pensando bem, tomamos
uma decisão certa. – Comentou Fefe. – A chuva nem é tão traidora assim.
-- Também acho. – Ele
concordou.
Minutos depois Fefe sai da
cama, vestiu a calcinha e a camisola e pegou as roupas do delegado, deixando-as
para secar na pequena área reservada para as roupas penduradas. Depois disso
foi para a cozinha preparar o jantar.
Franz apareceu apenas de toalha enrolada na cintura e abraçou a amante.
-- Está servido, Francis?
-- Estou morto de fome. E
por que me chamou de Francis?
-- Seu nome em inglês fica
“Francis”. Achei muito legal.
Apesar daquele
estranhamento, o delegado acabou por concordar e ajudando a amada a arrumar a
mesa, colocou os pratos e os talheres na mesa.
-- Tudo bem, deixarei que
me chame assim, “Ramona”.
Felicity riu disso e
serviu o jantar com arroz, um pouco de bacon e salada de batatas e completando
com um vinho tinto que ela e Nora compraram na semana passada. Nem deu dez
minutos de refeição quando a porta do apartamento se abre, revelando Nora
chorando e carregando uma cesta de piquenique.
-- FEFE! ME AJUDA! –
Gritou Nora, chorando e sentando no sofá.
Felicity e Franz foram pra
sala e encontraram a jornalista com o rosto banhado em lágrimas e um gatinho
surgindo de dentro da cesta.
-- O que houve, amiga? –
Indagou a outra, se sentando do lado de Nora.
-- Ele me enganou. –
Respondeu e ao mesmo tempo soava o nariz no lenço. – Ray tem outra.
-- Aquele canalha... –
Resmungava a fotógrafa e recebendo o abraço caloroso da amiga. – Esqueça ele,
Nora! Bola pra frente e vamos ser felizes!
-- Eu sei, mas... – Nora
ainda chorava e depois se virando pro lado, abraçou Franz que estranhou isso
mas consolou a amiga da amada. – E... quem é você? E você está PELADO!
-- Eu sou Franz. – Se
apresentou educadamente. – E não estou pelado. Estou com uma toalha.
-- Nora, ele é o...
policial que te falei.
Ao se dar conta Nora se
afastou dos dois e pegou o gatinho.
-- Me desculpem por estragarem sua noite.
-- Tudo bem. – Disse Fefe.
– Mas e esse bichinho adorável?
-- É o Godard. Ele me deu
de presente e finalizou dizendo que eu era a coisa mais importante da vida
dele...
-- E aí revelou ter outra?
-- Sim... – Novamente ela
chora e desta recebe o abraço duplo do casal. – Obrigada Fefe e Franz. Vocês
são muito legais.
Depois daquele dia vieram mais dois encontros
do casal. Nora desapegou de Ray e tentou paquerar um baterista chamado Charlie
Watts. Porém no terceiro encontro de Fefe e Franz que resultou em mais uma
noite de amor após o pub Valentine, ela descoberta a verdade. Novamente eles
pegaram chuva e quando ela estendia a calça dele no varal ouviu um objeto
caindo no chão. Ela avistou ali perto da máquina de lavar uma pequena argola
dourada brilhante. Ela tocou o pequeno objeto e já deduziu. Franz chega à área
dos varais e encontra Fefe chorando.
-- Ramona...
-- Não me chama de Ramona!
Meu nome é Felicity! Você me enganou! ME ENGANOU!
-- Eu posso explicar...
-- O quê? Esse anel
explica tudo. Você é casado. Saia da minha casa agora!
Não vendo alternativa,
Franz se vestiu rápido e saiu do apartamento de Fefe. Os dias se passaram e
nunca mais se comunicaram, embora o delegado mandasse apenas uma mensagem por
dia para a fotógrafa e não recebendo nenhuma resposta. Nesta época, Brigitte
passou a ser insuportável. Reclamava demais, exigia mais atenção de Franz e
outras coisas. Por conta destas coisas, o chefe de policia passou a sair à
noite com freqüência e muitas vezes namorava outras mulheres. Se explicasse
isso a Fefe, certamente ela o rejeitaria.
Mesmo um pouco desapegada,
Fefe sentiu os efeitos da ausência que Franz lhe causara. Admitia que o
delegado fosse mesmo um homem carinhoso e sabe agradar e seduzir. O problema
era ele ser amarrado a uma mulher. Certa vez no supermercado reconheceu-o
acompanhando a esposa nas compras. Ela não foi reconhecida por ele. Depois
disso mais dias de abstinência e saudade.
Quando voltou ao apartamento depois do trabalho, ela recebe uma mensagem
dele.
Preciso falar com você urgente. Por
favor, me encontre no Valentine às 19hs?
Naquele momento ela não
estava disposta a sair de casa, então resolveu responder.
Venha ao meu apartamento às 19h.
Uma hora depois ele
apareceu com o semblante sério, adentrando a sala e sentando-se no sofá, ao
lado dela. Ficaram em silêncio por alguns minutos e Fefe resolveu quebrar o
gelo.
-- Há quanto tempo é
casado?
-- Farei quatro anos de
casamento amanhã. – Respondeu tristemente.
-- Já saiu com outras
antes de mim?
-- Sim... Felicity... Não
é tão simples entender. Sei que você quer me falar algo do tipo “se não a ama,
larga essa mulher, peça divórcio.” É bem complicado. Estou tentando salvar meu
casamento e agora... Desisti. Quando
penso em pedir divorcio, me vêm mais casos, problemas a serem resolvidos.
Fefe ouvia tudo
atentamente e ao mesmo tempo segurava a vontade de chorar de mais decepção.
Apaixonou-se por ele e agora vem a revelação. Porém...
-- Ouça o que vou dizer
Franz. Jurei a mim mesma que não quero e nem desejo ser a outra na vida de um
homem casado. Porém... – Ela falhou na voz por conta das lágrimas. – De alguma maneira, você me deixou assim.
Franz também derramou
lágrimas e a abraçou.
-- Me perdoa, Ramona?
-- Perdoar é algo divino,
Francis. – Disse a jornalista, sorrindo e depois beijando calmamente o
delegado.
Fizeram amor ali mesmo na
sala, sem se importar se Nora poderia muito bem aparecer a qualquer momento.
-- Combinaremos o
seguinte. -- Felicity pegou a camisa dele e vestiu. – Se quer continuar me
visitando e saindo comigo, vamos estabelecer umas regras e uma delas é básica:
sem exigências do tipo “vá se divorciar da sua mulher” por que não sou sua mãe
pra te importunar.
-- E se eu conhecer outra
mulher?
-- Eu verei se ela vale a
pena pra você me deixar. Mas ela deve te causar algo mais, sabe? Uma
taquicardia ou sensação de borboletas no estomago, sabe?
-- A taquicardia é mais
fácil. – Disse revirando os olhos. – E isso se aplica a mim se você conhecer
outro cara?
-- Sim! Combinado?
-- Combinado! – E
apertaram as mãos e seguiram para a cozinha.
E foi assim por cerca de 1
ano e meio de caso extra conjugal com conversas, idéias e experiências. Fefe
acordou naquela manhã depois da noite de insônia e cuidando do delegado que
teve um pesadelo na noite passada. Ela foi ao banheiro, fazendo suas
necessidades e tomou banho demoradamente. Viu as horas no relógio da sala.
-- Caramba, to atrasada!
Ela se apressou pra se
vestir, pegou a bolsa e seguiu a pé para o trabalho. Chegando ao suntuoso
prédio da imprensa, ela se dirige ao seu escritório e liga o rádio. Ouviu a
seguinte noticia:
-- Foi encontrado esta manhã o
corpo do empresário Helmut Schön, dono das indústrias têxteis Schön Industries.
Segundo os investigadores, se trata de um assassinato a queima roupa aqui no
Estádio Olímpico de Munique. O empresário
não possuía antecedentes, mas ao que parece possuía ligações suspeitas com a
máfia, o que ainda não foi confirmado totalmente pela policia. Mais informações
daqui a pouco.
Fefe sentiu que neste momento seu amado delegado deve estar trabalhando
no caso. Temia que desta vez a vida dele pudesse estar ameaçada. Preferiu estar
errada sobre isso. E na janela ela avistou sua amiga, Nora Smith, chegando no
prédio. Ela veio de carona na viatura e ainda presenciou-a beijando um policial
magro, de cabelos curtos, um pequeno bigode e um pouco mais baixo que sua
amiga.
-- Te vejo a noite, Kili. – Disse a jornalista, numa voz sedutora.
-- Mal posso esperar, minha Taluriel... – Respondeu o policial, beijando
mais um pouco a moça e em seguida, embarca no carro, seguindo para o norte.
Certamente Nora teria boas novidades para contar sobre sua noite com o
“hobbit” policial.
-----C-----S-----I-----
O interrogatório na casa dos Romanov transcorreu de modo tenso, devido a
noticia que pegou Alexei de surpresa. Não só para ele, mas sua esposa Tatiana e
a filha Anastacia.
-- Há quanto tempo o senhor presta serviços a Schön Industries? –
Indagou Paul, gravando o interrogatório no celular.
-- Fechei dez anos semana passada. – Respondeu o senhor, um pouco
nervoso.
Mais algumas perguntas depois, Anastacia apareceu na sala, carregando
livros e uma carta.
-- Pai, mãe, o que está acontecendo? Por que a polícia está aqui? – Ela
questionou e em seguida avistou o investigador de cabelo afro rebelde e de
olhos expressivos.
-- Ana, este é o investigador Paul Breitner. – Apresentou Alexei. – Herr
Breitner, esta é Anastacia, minha filha.
Apertaram as mãos brevemente e Ana mostra uma carta que abriu no
caminho.
-- O que é isso? – Tatiana pegou o envelope.
-- Leiam! – Respondeu, chocada. – Vai interessar vocês.
O casal de russos retirou uma folha de caderno, escrito um texto de
quase trinta linhas e mais ali uns documentos dobrados. Alexei verificou os
documentos e Tatiana leu a carta. Ambos se espantaram.
-- Ana... – A mãe ficou boquiaberta na leitura.
-- O que houve, mãe?
-- Ana – Dizia Alexei, mais chocado. – Está rica!
-- Como assim? – Questionou Paul, se levantando.
-- A carta diz isso, Herr Breitner. – Mostrou Tatiana.
Paul leu atentamente e encarando os olhos de Ana, finalmente disse.
-- Fraulein Ana, você é a herdeira da Schön Industries. A única
herdeira!
---C---S---I---
Eles se beijaram pela enésima vez no Hospital Central. Não havia como
negar que a atração entre eles fosse imediata, a simples presença do doutor
Gerd a fazia estremecer, causar arrepios e um êxtase sem igual.
-- Gerd... – Alice tentava se desviar dos beijos do médico. – Eu preciso
voltar ao trabalho.
-- Ok.—Ele parou de beijar a amada e ajeitando o casado e o jaleco,
perguntou. – Hoje tem mais sessão de Grey’s Anatomy e chocolate?
-- Claro – Beijando mais um pouco. – Meu McDreamy!
-- Mais uma coisa, e sobre nós? Já decidiu?
-- Tenho quase certeza que ele esteja gostando de Alana Watson, uma
amiga musicista. – Respondeu a médica, triste por lembrar-se da crise quase
iminente entre ela e Mike Nesmith.
-- Eu larguei minha noiva por sua causa. – Comentou.
-- Se está arrependido, então volta pra ela!
-- Voltar? Está de brincadeira não é? – Agarrando o braço dela. – Fiz de
tudo pra te conquistar e ainda me trata assim?
-- As coisas não funcionam da maneira que exige, Doutor! Agora solta meu
braço!
-- Não sem antes... – Nem terminou de falar e o celular dele apitou para
uma mensagem.
Ele largou o braço de Alice e viu o semblante dele mudar.
Novo
caso: Helmut Schön foi assassinado e o corpo encontrado no Estádio Olímpico.
Venha imediatamente para a delegacia, doutor. Contamos com você.
Capitão
Moore
-- Vou para delegacia. – Já vestindo o casaco e guardando o celular no
bolso e carregando o jaleco. – Talvez fique ocupado no caso.
Eles não se despediram. Outra característica daquela relação eram as
discussões por causa das relações passadas. Gerd estava noivo de Uschi Ebenböck
por cerca de quatro anos e foi desfeito quando conheceu Alice, na época uma
jovem médica promissora. A paixão foi imediata, mas ela namorava Nez, um músico
em ascensão.
Esconderam a paixão até surgir às crises. Uschi praticamente
se tornara insuportável e Mike e Alice começaram a discutir demais, embora esta
acreditasse salvar sua relação e quase sempre se acertavam. Não deu em outra. Numa festa do
hospital, os dois não resistiram e acabaram fazendo amor num dos quartos dos
pacientes, sem se importarem com o pessoal ou com seus cônjuges e Alice
terminou com Mike.
A única pessoa que realmente sabe do caso extra conjugal deles é Louise,
a jovem assistente de Gerd, que trabalha há dois anos com doutor na delegacia.
A menina foi bastante compreensiva, embora Alice achasse que ela era ingênua
demais. Após a saída do médico, ela retornou para suas atividades hospitalares.
--- C—S----I----
Louise estava com tonturas na delegacia e tomava uma água tônica pra ver
se sua ressaca passasse. Sabia do caso de assassinato. E por conta disso nem
tomou banho, apenas vestiu sua melhor roupa, a mochila e o celular pra manter o
contato. Verificou a mensagem de Rosie.
Estou
aqui na área de segurança do estádio e coletando vídeos. Ah deixa te contar o
babado que um amigo do hospital me disse. Parece que o doutor e Alice tiveram
mais uma das crises irritantes que merecia ser narrado pela Meredith Grey.
Ainda não entendo por que essa mulher não larga o texano. Se eu fosse ela, já partia com tudo com o
doutor barbudo alemão. Não acha?
Louise não respondeu. Já estava acostumada com o circulo vicioso entre
Gerd e Alice e por mais quisesse se manifestar sobre isso, pelo bem dele não se
intrometia. Apenas ajudava o médico em alguns momentos como tratar uma mulher e
comprar presentes. De resto o doutor recompensava Lulu ajudando a garota nos
estudos e dando um pouco de liberdade a ela em seu escritório, tornando aquela
parceria numa amizade verdadeira. Ou ao menos era o que alguns pensavam.
Lembrou-se do sobrinho dele, Thomas, de vinte e cinco anos. Por mais que
ele fosse a criatura mais amável, ela ainda preferia o tio dele. Tommy, como
ela o chama, se conformou com isso e ele voltou a Berlim para seguir na
faculdade de Direito. Após tomar a bebida tônica e já começar a se sentir bem,
ela responde a mensagem.
Essas coisas
acontecem. E ela já terminou com Nez.
Ela ligou a playlist musical do celular e colocou novamente pra tocar
alguma canção romântica. Neste momento Gerd aparece no escritório, nervoso e
ofegante.
-- Sapecou de novo no hospital? – Questionou Lulu, ligando o computador.
-- Não. Discuti pra variar e nem quero saber. Hoje vamos trabalhar e... Que
cara é essa?
-- Ressaca do KellerClub. – Respondeu Louise, com os olhos azuis quase
se fechando e gemendo de dor de cabeça. – Tomei um gim tônico e tá passando.
-- Hum... Tudo bem. – Disse por fim enquanto foi ao banheiro. – Fique
ligada para receber mais contatos.
-----C-----S-----I----
Mesmo sob a noticia da herança, Paul recebeu a ligação de seu parceiro,
Uli Hoeness, pedindo para ir à casa de Helmut Schön. Chegando a casa dele, Paul
encontrou os policiais ainda na verificação e foi isolada toda área. Uli o levou
até o quarto da vítima. Aparentemente nada. Tudo bem arrumado, até a cama.
-- Onde está anormalidade, Uli? – Indagou Paul.
Uli caminhou até o gigante armário vermelho e abriu, revelando algo de
chocante ao investigador. Eram fotos, milhares de fotos de Anastacia. Havia
também uma boneca de velcro com a cara dela, velas acessas em torno do pequeno
santuário e revelou uma blusa amarela curta pendurada.
-- Esse velho... – Murmurou Paul, pasmo. – ESSE CARA É UM VELHO TARADO!
-- Calma, Paul! – Acalmou Uli, segurando o amigo. – Nós iremos falar com
o delegado sobre isso e continuar com o interrogatório com a família Romanov.
-- Eu não sei qual é desse cara, mas ele é louco e antes de morrer,
deixou tudo para a filha de Alexei, até a fábrica.
-- Meu deus... – Uli desviou o olhar do armário. – Se essa garota herdar
tudo do velho, pode ser a próxima vítima.
Um pensamento temeroso e um ar sombrio tomaram conta dos policiais.
Realmente é o começo...
Enquanto isso no outro lado da cidade, Niki recebeu a noticia, como um
soco no peito.
-- IDIOTAS! – Exclamou de raiva. – COMO VOCÊS O MATAM E AINDA NÃO
SABERAM QUE ELE DEIXOU A FÁBRICA PARA ELA?
-- Senhor... – Dizia nervosamente o anônimo. – Estamos com a grana dele
e...
-- O DINHEIRO NÃO É IMPORTANTE! E SIM AQUELA FÁBRICA E SEUS GANHOS! –
Niki pegou um copo de água, bebeu tudo e já mais calmo continuou a dizer. –
Olhem, procurem saber mais sobre a herdeira do Helmut e assim que descobrirem,
me comuniquem!
-- E o que fará desta vez, senhor?
-- Convencer a me vender por um bom preço. E se não quiser... –
Silenciou-se, imaginando as conseqüências de quem recusasse sua oferta
generosa. – Vai amanhecer, com os corvos bicando os olhos da pessoa. Agora vão
investigar para mim!
Ao desligar o telefone, ele foi até a janela, arquitetando mais um plano
de tomada da Schön Industries. Nada poderá impedir a ambição desmedida de Niki
Lauda...
Continua...

Nenhum comentário:
Postar um comentário