terça-feira, 26 de julho de 2016

CSI München (What if Grindhouse - 1º Capítulo)

Continuando...



Capítulo 1: Novo dia


Rosie acordou de sobressalto, muito assustada e suava frio. Desde que veio para Munique trabalhar na policia local, uma série de pesadelos vinha a perturbando, como se quisesse avisar de algum perigo iminente. Na semana passada sonhou com um casal e um bebê. E depois aconteceu o assassinato de Robert Plant e de sua esposa Elinor.  Agora o sonho era outro. Um homem poderoso sendo alvejado por três tiros e a arma continha um estranho símbolo de um falcão.

-- Vou pedir pra Louise amanhã me desenhar isso. – Falou para si mesma e depois se levantando.

Abriu a janela e viu o sol brilhando mais uma vez naquela cidade. Sentia falta de Liverpool, de sua mãe e sua irmã mais nova.
Apesar de levar uma vida tranqüila, Rosie tinha seus momentos de estresse e adrenalina, ainda mais para ajudar seus superiores nas investigações.
Tomou o banho, vestiu uma calça skinny estilo punk, uma camiseta com a estampa da banda Runaways  e penteou o cabelo preto. Em seguida calçou seu tênis.

Enquanto preparava o café, pensou em como entrar na delegacia mostrando seu sorriso, já que todos reclamavam sobre sua personalidade fechada e como dar uma desculpa para o namorado. No momento em que a torrada está pronta, seu celular toca. A principio pensou ser George Best importunando em plena manhã ou Bobby Moore exigindo sua presença.

-- Alô?

-- Rosie, sou eu. – Disse o rapaz na linha.

Era ele. Às vezes a punk não entendia como conseguiu se encantar por um rapaz intelectual e de estilo hippie, gerando uma grande diferença para ambos. Contudo, ele sabia bem como agradá-la.

-- Alfredo – Suspirou e em seguida reuniu as palavras. – Preciso trabalhar. Depois falo com você.

-- Posso te esperar depois do expediente?

-- Claro! E vamos conversar aqui em casa.

Ao desligar o telefone, a jovem vê o horário e termina sua refeição. Pegando sua mochila e fechando a porta, ela parte para a delegacia.


                                                                             
                                                                              

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-- Dá pra parar de ver esse seriado? – Reclamava Bobby Charlton.

-- Sabe que graças a esse seriado, consigo enfrentar o dia vendo esses cadáveres. – Sepp Maier, o legista, tem em Charlton um assistente muito resmungão, porém, esperto o bastante.

Naquele momento Sepp assistia mais um episódio de House. E o assistente terminava os relatórios a ser entregues pela manhã na mesa do delegado Beckenbauer.

-- Agora com caso encerrado, preciso descansar.
-- Eu também.  Pretende fazer o que neste momento?

-- Quero ver mais uma temporada... Porém, já está me entediando... Acho que vou beber cerveja ali no bar.

-- Conta comigo!

Os dois voltaram à atenção em organizar os instrumentos de trabalho, prontos para a próxima missão, algo que não vai demorar em se acontecer.





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No bairro de Altstadt, é visto um número de pessoas reunidas ali, desde empresários até a imprensa.

-- E neste momento, é colocado mais uma loja da Schön Industries! – Um senhor por volta de seus sessenta anos cortou a fita de seda, fundando assim seu novo investimento.

Helmut Schön é um homem conhecido por grande parte de Munique. Empresário, enriqueceu através da indústria de tecidos e criou varias lojas em partes da cidade e inclusive em Berlim. Ao mesmo tempo, gerou muitos empregos a população e já participou de muitos programas de caridade.

O que ninguém sabe, é que por trás daquele sorriso de bom senhor, existe alguém calculista e frio. E um homem sujo.

Mesmo diante daquelas pessoas importantes, ele desejava apenas uma em questão.  Se aproximou do chefe da fábrica, Alexei Romanov.

-- Sr. Romanov, percebi que sua família não está aqui para presenciar a fundação.  – Dizia o empresário rindo e acenando aos fotógrafos.

-- Minha esposa está um pouco doente e Ana ficou por lá cuidando dela. – Respondeu o chefe russo, sem notar as verdadeiras intenções dele.

-- É uma pena...



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Ela tirou muitas fotos naquela tarde fria de Munique.  Voltando para a revista Rolling Stone, conseguiu revelar e editar as imagens para a próxima capa.

-- Felicity, conseguiu as fotos da inauguração da Schön Industries? – Perguntava seu chefe inglês Richard Sullivan, enquanto este digitava algo no notebook.

-- Já foi tudo editado e mandado pra gráfica, Ritchie. – Ela gritava no seu escritório, compartilhado com sua melhor amiga, a redatora Nora Smith.

-- Estou cansada de digitar coisas sobre assassinato e fofocas. – Comentou Nora em seguida olhando pra janela. – Quando podemos escrever algo sobre o que gostamos?

-- Ah sei lá. A qualquer momento quero ir embora e partir pra Barcelona. Contudo, minha falta de verba me permitiu ficar em Munique, o que não tem nada de bom. – Reclamou Felicity ainda focada na tela do computador.

-- Como assim “não tem nada de bom”? E quanto ao seu namorado?

-- Pete é passado e Manuel uma página virada que nem quero saber.

-- Estou falando do delegado.

Felicity parou de digitar e pensou no que Nora havia dito. Nem tudo é ruim na cidade. Ainda lembra quando conheceu o chefe de policia no pub. Tomaram umas cervejas e voltaram a se encontrar ali. E num destes dias acabaram por se beijar. A principio descobriu-se apaixonada por ele, contudo o sentimento foi destruído ao saber da verdade: ele é casado.

-- Não quero saber também. Por favor, Nora, não mencione o nome dele perto de mim!

-- Ok, não ta aqui quem falou. – Disse Nora, sorrindo e logo voltando à digitação.

Na saída, Nora acabou indo para casa dos pais, por alegar saudades deles e Felicity voltou sozinha pro apartamento onde vivem juntas.
Tomou banho, ligou a televisão num canal de filme e foi preparar seu sanduíche. De repente a campainha toca.

-- Droga, não seja ele! – Reclamou a fotografa, indo para a porta, viu no olho mágico e suspirou. Ele. Abriu a porta e encarou seus olhos quase azuis na claridade.

-- Não devia estar aqui! – Disse, entre os dentes, demonstrando raiva.

-- Eu sei. --- Franz não se importava com os momentos irritáveis de Felicity. – Gosto de ficar aqui com você.
O delegado entrou sem ao menos a permissão da jovem. Esta por sua vez acabou não se estressando mais, por medo de despertar curiosidade nos vizinhos. Mesmo com a revelação, Franz e Felicity mantém seu caso amoroso. E quase todos os dias ele vinha visitá-la à noite.

-- Qual será a matéria da revista? – Perguntou enquanto abria uma lata de cerveja.

-- A mesma de sempre. Revelações das celebridades. E uma pequena parte sobre o crime de assassinato do casal Plant. – Felicity arrumava a cama e já se preparando pra dormir. – Estou com sono, Franz. Não quero conversar nem nada.

Ao colocar a lata de cerveja no lixo, o policial foi se ao quarto e viu a amante colocando a camisola de seda, algo que o deixava muito excitado.

-- Reclama de tudo, mas no fundo gosta de me provocar. – Disse ele, ao abraçá-la por trás.

-- Talvez... Mas isso precisa acabar...

Não conseguiu terminar de falar, pois Franz a beija de forma ardente e depois a leva para a cama. Poucos minutos depois estavam sem roupa, se amando como sempre fazem nas noites de visita. E Felicity outra vez perde o sono, mas sorri quando o vê dormindo e deposita um beijo na testa e diz:

-- Você é um homem impossível, Franz!



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Helmut digitava um documento desde as dez da noite. Ele estava muito ansioso para que tudo acabasse. Cerca de dois anos atrás sua empresa começou a sofrer pequenas, mas consideráveis perdas econômicas na empresa. E com isso foi preciso pedir empréstimo ao banco. O que não era esperado foi à quantidade de dividas acumuladas. E mais tarde constatar o roubo.

Como não queria decretar falência, tentou salvar de todas as formas... até mesmo recorrer a certas pessoas que não queria. Por sorte conseguiu o dinheiro suficiente para pagar essas dividas e convencer o banco nacional do seu empréstimo. E agora vinha a parte de quitar aquele debito com seus “benfeitores”.

Quando o telefone tocou, sentiu aquele calafrio. Poderia muito bem serem eles. O empresário foi atender.

-- Alô?

-- Está com nosso dinheiro? – Dizia a voz grave do outro lado.

-- Sim. Amanhã as duas da madrugada no parque entregarei a vocês, sem faltal.

-- É muito bom que esteja lá amanhã. Caso contrário, prepare-se para ver sua ruína, herr Schön!

Ao desligar o telefone, o empresário começou a temer por sua vida. Pensou em ligar para policia. Contudo, eles poderiam descobrir muitas coisas. Preferiu enfrentar o desafio amanhã mesmo.




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Franz acordou por volta de nove e meia da manhã. Felicity não estava mais no apartamento e deduziu que esteja no trabalho. Aproveitou para tomar banho e se arrumar rápido. Saindo do apartamento, caminhou até o estacionamento e entrou no carro. Dirigiu até a delegacia.

Entrando no escritório, presenciou Bobby preenchendo uma papelada e ao seu lado uma bela moça com traços franceses, cabelos castanhos e apertava a mão do tenente.

-- Seja bem vinda ao Departamento de Policia de Munique, Odile Greyhound!

Antes de se manifestar, Brigitte aparece de surpresa.

-- Amor, por onde andou? Fiquei te procurando por toda delegacia. – Falava Brigitte um tanto preocupada.

-- Eu tinha saído para tomar café em alguma padaria aqui perto e no fim me distanciei.

-- Ah tá. – Respondeu a esposa, acreditando nas palavras dele. – Vou cumprimentar o Bobby.

Franz ficou do lado de fora do escritório, ouvindo Brigitte conversando com seu parceiro e a nova contratada. Olhou mais uma vez para as feições da jovem. Muito delicada, pensou consigo e depois sentiu o celular vibrando rápido. Pegou-o do bolso do casaco e viu uma mensagem de Felicity.

Bom dia, delegado!
Espero que tenha um ótimo trabalho e um aviso:
Nunca mais me deixe marcas no pescoço, seu bastardo!

-- Essa estagiaria é meio perdida, Franz. Está me ouvindo?

-- Claro. – Respondeu ao guardar o celular. – Não julgue as pessoas assim, amor.

-- Bem, faça como achar melhor. Vou ao hospital e hoje não voltarei pra casa, irei depois para a casa da minha irmã após o plantão, ok?

-- Certo. Então nos vemos amanhã, meu amor.

-- Até amanhã!

Terminado as despedidas, Franz cumprimenta seu colega.

-- Que bom que apareceu, delegado. Quero lhe apresentar Odile Greyhound, estagiaria do Laboratório de Química. Odile, este é Franz Beckenbauer, chefe de policia.

-- Como vai, fraulein Odile? – Apertando a mão da jovem e sentindo seu coração bater tão rápido a ponto de quase um pequeno desconforto. Constatou não ser normal aquilo.

-- Muito bem, herr Franz. Estou pronta para cumprir meu trabalho e não decepcionar ninguém.

-- É muito bom isso.

Por alguns segundos se encararam, mas foi interrompido com a chegada de Louise, que se encontrava bastante agitada.

-- Me desculpe, delegado. Estou um pouco atrasada. Gerd me mandou mensagem e como não estava no notebook para receber as fotos da autopsia, ele enviou para o seu email e está perguntando...

-- Já sei, Louise. Vou verificar agora antes do Müller me arrancar a cabeça. E mais uma vez seja bem vinda, Odile e conheça uma de suas colegas. Louise McGold, também estagiaria.

Deixando seu escritório, Franz caminha até o laboratório da balística e começa a digitar algo no celular.

Mesmo com essa reclamação, eu sei bem que gosta.
E muito obrigado pela mensagem de bom dia tão dedicado.
Te vejo a noite no seu apartamento!

Não importa as circunstancias, ele sempre a via mesmo quando sua esposa se encontrava em casa. E sua adoração pela fotógrafa era sua alegria pela manhã.



Continua...

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