segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Holiday Romance (14º Capítulo)

Olá pessoal!
Mais um capítulo de Holiday Romance e mais surpresas. E pela primeira vez escrevo mais de 3 POV's. Boa leitura!



Capítulo 14: A noite mais divertida... e barulhenta de todos os tempos



Felicity POV

-- Pronto! Coloque a música, Mickey! – Pedi para meu primo tocar no Kinect a música.

Devo confessar que a idéia da Ana de fazer os alemães dançar a Macarena era um tanto engraçada. Ok, mega engraçado.  No começo eles estavam um pouco acanhados, mas Mickey que é um perfeito pé de valsa resolveu motivá-los e ai sim eles realmente despertaram o lado dançarino neles.

Ana morria de vergonha mais pelo Paul, por estar se expondo daquela maneira. Sepp que reclamou demais, até se saia bem nos passos. Manuel um pouco encurvado.

-- Dança direito, Manuel! – Eu falei e ele conseguiu se endireitar e seguiu os outros.

No momento do refrão, vi que Gerd e Franz rebolaram lindamente, o que fez com que todas nós ficássemos boquiabertas. Inclusive eu. Agora que Odile e Lulu me matam, eu pensei rindo. Depois foram a vez de Manuel, Uli e Paul mostrarem gingado e conseguiram arrasar. No fim da música, todos eles dançaram seguindo o ritmo e repetiram o mesmo que Gerd e Franz.

Quando terminei a filmagem, não me contive e dei altas risadas junto com as meninas. Os próprios jogadores também riram e inclusive deram os parabéns para Mickey pela ajuda e ao Franz e Gerd pela popularidade obtida no rebolado.  Contudo, ouvi Gerd dizer o seguinte.

-- Isso ter volta, fraulein Felícia! – Disse Gerd, parando de rir.

-- Aham, to sabendo. – Respondi – E meu nome não é Felícia. É Felicity.

Mais risos e eu furiosa e louca pra socar Gerd, sendo contida por Ana. Após isso, eu e Marie arrumamos toda aquela bagunça e da janela vi todo mundo indo embora e uma mensagem no celular. Era Mary Anne McCartney.


A festa foi super legal, Fefe. Todo mundo adorou. Ah, aqueles seus amigos alemães são bons de dança. A Angie e o Bonzo andaram comentando que o rapaz vestido de Jack O’Lantern se parece com aquele jogador, Franz Beckenbauer mas não acreditei. Está de parabéns, amiga!

Ainda bem que tudo deu certo. Sem confusões e sem desentendimentos.  Quando voltamos pra sala ainda tinha umas partidas de Just Dance e vi Gerd e Louise mandando ver ao ritmo da música Get Lucky, do Daft Punk. Franz e Odile também se arriscaram com Alejandro, da Lady Gaga. Uli e Sepp conquistaram na performance de Gangnam Style, do PSY. Novamente o Leão Covarde ataca na dança e arrasta Nora junto na tela.

-- Quero uma do Abba. – Sugeriu Nora.

Mickey colocou Gimme, Gimme, Gimme. Aqueles dois confesso que vão dar o que falar, contudo, o que me chamou a atenção foi o fato de Ray Davies não ter dado atenção devida a namorada e ficou de papo pro ar com a turma popular, ao lado da Jenna, sua prima detestável. Reclamei disso para Evanna mas ela não sabia bem o que dizer, coitada.

Pra encerrar, novamente os alemães foram dançar e desta vez, sem micos a serem pagados. Eles escolherem uma música de ação e nada mais justo do que o tema de abertura dos Power Rangers. Isso mesmo, leitor. Eles não só dançaram, como também fizeram as famosas poses de combate tão lembrados pelos otakus.
Por um momento achei que Louise teria sangramento nasal igual nos animes pois ela estava impressionada com seu amado Gerd sendo um super herói.

-- Ok, pessoal! – Desligando a câmera. – Vamos dormir que já são quase 3 da madrugada e precisamos acordar cedo.

-- E quanto a eles? – Questionou Mickey.

A noite foi tão divertida que havia me esquecido do horário e principalmente dos bávaros voltarem pro hotel antes do Guardiola dar por falta. Ao ver Louise tão abraçada com Gerd e Franz e Odile tão unidos, pensei e decidi.

-- Vocês querem ficar aqui esta noite? Amanhã partiremos de volta pro hotel, eu prometo.

Paul traduziu para os jogadores e notei os olhos de Manuel brilhar com essa possibilidade.

-- Muito obrigado, Felicty, pela hospitalidade. – Agradeceu Paul.

A questão do dormitório era um pouco complicado. Paul e Ana foram dormir no quarto dela. Marie retornou ao seu quarto na companhia de Bond.

-- Eu vou dormir na sala mesmo, Fefe. – Disse Nora.

-- Ué, mas por que?

-- Deixarei para Franz e Odile. Afinal, eles querem ficar mais a vontade. – Respondeu minha amiga e piscando o olho, sorridente.

-- Valeu, Nora! – Disse Odile, bastante agradecida. Ela e Franz desejaram boa noite para o restante.

-- Bom, eu vou pegar os colchões infláveis que temos. Me ajuda, Nora?

-- Sim. Já volto.

Nora e eu pegamos os colchões, afastamos um pouco a mesa e enchemos com a bomba especializada com cuidado. Enquanto isso, Louise e Mickey ajeitavam os sofás e fizeram uma cama. Distribuímos da seguinte forma: Sepp ficaria com um dos colchões, Mickey e Nora no sofá cama  cada um e no colchão inflável de casal, deixei para Gerd e Lulu. Mas meu primo não concordou.

-- Eles vão dormir juntos, Fefe?

-- Vão sim. Tem algum problema?

-- Claro que tenho. Eu não concordo!

-- Ah, Mickey. Por favor, sem drama! – Disse Louise, já se preparando para dormir.

-- Nem pensar, eu vou dormir ai. Gerd, eu deixo você dormir no sofá.

Era engraçado ver Michael brigando com um jogador por causa da minha prima. Contudo devo admitir que concordava com ele. Ele quer muito protege – lá. Outra vez  me meti na discussão dos três.

-- Michael, deixa eles dormindo juntos. Afinal, Louise não vai fazer nada de anormal e muito menos o Gerd. Vamos lá, ela fez por você quando trouxe a Alana lá pra casa de vocês e escondido do tio Tony e da tia Mary, não é? – Sabia que foi golpe baixo ao lembrar-se disso pra ele.

Mickey acabou aceitando. Mas sem antes de avisar.

-- Ficarei de olho em vocês! – Avisou o irmão da Louise. – Principalmente em você, Gerd Müller! Fica esperto!

Mais um problema resolvido.  Uli ficou com o segundo colchão inflável e o terceiro reservei para Manuel. E minha surpresa foi:

-- Eu não dormir aí. Quero você!

-- Nem pensar! – Respondi, brava. – Vai dormir ali na sala e eu vou pro meu quarto.

-- Eu quero você, Felicity! Gosto de você!

Para piorar aquele goleiro alto resolveu abrir seu coração. Tudo bem que eu correspondi os beijos deles mas não é o suficiente para gritar para todo o apartamento sobre isso, a ponto de Paul sair do quarto.

-- Porra, que gritaria é essa? A Ana quer dormir! – Reclamou o jogador vestido de Homem- Aranha.

-- Manuel não quer dormir na sala. Poxa, o colchão ta pronto! Vai lá e me deixa dormir! – Falei, muito brava.

E quem disse que o goleiro obedeceu. Nada disso! Continuou a discussão e Franz também se mete. Mickey já estava torcendo que o circo pegasse fogo, Louise e Nora riam da situação e os alemães na sala não fizeram nada, só assistiam a “rádio novela”. Por fim, Breitner explodiu.

-- CHEGA! SE NÃO CALAREM A MERDA DA BOCA, EU VOU BATER EM VOCÊS!

-- É MESMO? EU TE DESAFIO, BREITNER! – Respondi. Não tenho medo de homem algum nas ameaças. Manuel veio em minha defesa.

-- Não! Pode bater em mim, mas não nela!

-- Agora eu querer bater em vocês por não nos deixar dormir! – Reclamou Franz.

-- Ah quer saber? Tudo bem, Manuel. Pode dormir no meu quarto mas no chão! E agora boa noite! – Entrei no quarto junto com ele e fechei a porta. 

-- Por favor, não olha! – Pedi. Ele ficou de costas e consegui tirar o vestido de princesa medieval e guardar a espada. Peguei um pijama rosa como opção para vestir e quando fui pra cama, o goleiro tava deitado e... sem a roupa de Laterna Verde. Só de cueca preta.

-- Seu abusado! SAIA DA MINHA CAMA, AGORA!

-- Vai acordar outra vez o Paul e Franz. Vem pra cama, fraulein!

Peguei a espada e apontei para ele.

-- SAIA AGORA!

Rapidamente, Manuel arrancou a espada de mim e me abraçou sob meus gritos. No final acabei ganhando outro beijo daqueles, me fazendo largar a espada e me render aos seus braços.  Parei o beijo e falei.

-- Me surpreenda!

É a primeira vez que uma princesa medieval se entrega aos encantos do Lanterna Verde grandão.



Louise POV

-- Puxa vida, aqueles dois não param de gritar, nem depois no quarto. – Reclamei, enquanto escolhia um filme para ver na sala, junto com uma turma restante.

-- Deixa pra lá, Louise. Algo me diz que Fefe vai acabar cedendo. – Respondeu Nora, um tanto cética quanto a isso.  – Já escolheu o filme?

-- Será esse aqui! – Mostrei o DVD do filme do Drácula, feito em 1931 e tendo Bela Lugosi como o personagem título. – To cansada e sem inspiração pra escolha de um filme.

-- Ok... – Concordou Nora e foi para o sofá. Estava desconfortável e no final ela pegou aquele colchão inflável que Felicity distribuiu e deitou nele, ficando perto de Sepp Maier.

Ficamos vendo o filme por trinta minutos e notamos um silencio estranho. Nora e eu olhamos para o quarto de Fefe e comentamos.

-- Eles pararam de gritar.

-- E ta um silencio... Bem, isso é bom. Vamos continuar vendo o filme.

De repente ouvimos um grito. Ou seria um quase miado?

Sepp quase deu um salto igual de um gato.

-- Que foi ser isso?

-- Acho que foi o gato do vizinho. – Respondeu Mickey, sonolento.

Até Marie sai pra ver o que era.

-- De onde vêm esses gritos? – Perguntou Marie.

Outra vez o ruído e Paul resolve sair do quarto da Ana e bateu forte na porta do quarto da Fefe.

-- ASSIM NÃO DÁ VOCÊS DOIS! VÃO CALAR A BOCA, PORRA!

Depois do grito, Paul voltou a dormir e nós com filme. Faltavam poucos minutos pro final e todos pegaram no sono, menos eu e Gerd. Pela primeira vez não nos beijamos, apenas assistimos o filme juntos e abraçados.  Desliguei a TV e o aparelho de DVD em silencio e depois começamos os beijos sem acordar alguém. O que se mostrou um pouco difícil. A cada beijo e toque, estremecia de desejo. Alguns destes momentos acabei gemendo de prazer. Olhei para o pessoal. Cada um dormia tranquilamente. Mickey tem sono pesado. E pensar que tive medo quando falou que ficaria de olho em nós.

Mesmo assim, continuamos as trocas de carinho. Deitei por cima dele evitando de acordar alguém. Vi a marca roxa que deixei no pescoço dele. Aquilo foi sem querer eu confesso.  Beijei ali a área marcada e os carinhos se tornaram mais “avançados”. Pedia a Gerd para não continuar. Ele parava um pouco e depois retornava.

Inconscientemente, gemi pelas caricias quentes e ouvimos a voz de Sepp, apontando o celular em nós. Nora se acordou e viu tudo.

-- Eu não acredito. Já basta a Fefe, agora você também?

Gerd e eu ficamos constrangidos pelo mini flagra e pra piorar, Sepp tira uma foto nossa e reclama junto.

-- Se continuarem assim, vou chamar o Paul!

Alguém agarra meu pé e vejo meu irmão. Ele segurava forte e me olhava indignado.

-- Eu sabia, EU SABIA! VOCÊS DOIS ESTAVAM FAZENDO!!!

-- Larga meu pé, Michael! Só estamos dando uns beijinhos. Não tem nada de errado. – falei, saindo de cima de Gerd e me ajeitando para dormir.

-- A mim não enganam não! Eu to vendo a mão dele em “área proibida”. Tira a mão daí, Müller! – Mickey atirou um travesseiro na cara de Gerd, que se desviou.

-- Parem! Vamos dormir, gente! – Falei e todo mundo voltou a dormir.

Gerd e eu não quisemos falar nada, só ficamos rindo em silencio da situação que criamos. Dormimos juntos.

Amanheceu um pouco nublado. Marie foi a primeira a se acordar e abriu as janelas.

-- Vamos, gente! Acordem, acordem! – Ela dizia, cutucando cada um de nós, chegando a pisar nos meus pés.

Fui ao banheiro e Fefe me aparece, só de lençol. Olhei pra ela, espantada.

-- Que foi? Nunca viu uma garota de lençol?

-- Nunca vi uma garota brigar feito louca com um goleiro bonitão e depois gritar e miar a noite toda no quarto! – Exclamei e rindo. Neste momento Mickey também aparece e fala.

-- Depois quero abrir uma reclamação de ontem à noite. E sobre a Louise.

-- Ok, depois, Mickey. Hoje o dia vai ser trabalhoso para um sábado. – Respondeu Fefe.
Ajudei Nora e Odile no preparo do café, Marie ficou arrumando a mesa e conversando com Uli. Ela pedia desculpas ao jogador pela atitude e agressão sofrida nas mãos do Graham Bond. Fefe terminava de tomar banho e depois foram, Nora e Marie.

-- Vou acordar a Ana e o Paul. – Disse minha prima.

Fui junto à porta do quarto dela, batemos na porta e pedimos para o casal acordar logo pro café. Antes de sair, ouvimos Paul dizer que ama Anastacia. Fefe e eu demos uns risinhos e logo voltamos pra cozinha.

Nosso café foi tranqüilo e em silencio. Notei o quanto Manuel olhava para minha prima e todas nós queríamos rir. Os alemães também perceberam. Lavei a louça e refletindo sobre a relação com Gerd.

Por um momento achei que tudo isso não passava de uma fase minha por causa do meu namoro com Jeff Beck ter ido ao fim ou uma válvula de escape. E sem falar na diferença de idade entre nós. Ele tem maturidade e eu? Uma adolescente de dezessete anos, cursando Artes Cênicas e muitos sonhos para o futuro. O que posso oferecer a ele? Nada...

-- Liguei para a Marianne. Rápido, rapazes. Vistam-se e guardem as fantasias nesta sacola que o irmão dela vem buscar. – Disse Fefe.

Eles trocaram de roupa e o irmão de Marianne, Edmund, apareceu.

-- Oi, Felicity. – Cumprimentou o jovem, idêntico ao Clark Kent.  – Deu tudo certo na festa? Eles não foram reconhecidos?

-- Ninguém os reconheceu, que eu saiba. Vamos pessoal!

Mickey tirou o carro da Fefe no estacionamento. Marie resolveu ficar mas se despediu de Uli e a vi presenteando com uma pequena rosa vermelha. O jogador do Bayern aceitou maravilhado e ainda recebeu um beijinho na bochecha, algo que achei muito lindo e fofo.

Eu, Ana, Paul Nora e Sepp fomos no carro de Felicity e Edmund levou o restante dos alemães no seu carro. Chegamos ao hotel Hilton trinta minutos antes do pai da minha prima aparecer e mais despedidas. Manuel abraçava Fefe como se ela fosse uma criança e ela o rejeitava divertidamente.
Franz e Odile trocando juras de amor eterno. Nora presenteou Sepp com um gatinho de pelúcia, parte da sua fantasia de “Velha Louca dos gatos”, dos Simpsons. Também me despedi mas quando foi a vez de Gerd... praticamente gelei.

Ele tocou minha mão e ficou me olhando com algum medo e cheio de questionamentos. Possivelmente ele quer perguntar sobre minha indiferença. Para quebrar aquele clima, apenas me limitei a dizer isso.
-- Foi uma linda noite. Muito obrigada! – E em seguida beijei no rosto e voltei rápido pro carro.

Eu sabia, todos estranharam minha atitude. Eles voltaram para o hotel e Gerd seguia me olhando, intrigado.

De volta ao bairro, Felicity deixou Odile e eu na casa das irmãs Donovan e antes de sair do carro, ela ainda me pergunta.

-- Está tudo bem, Lulu?

-- To sim. Por que?

-- Se despediu do Gerd de uma forma fria... Ele fez algo de errado?

-- Não. Depois eu falo.  – Respondi sem muita vontade.

-- Não esqueça que às 11h estejam na faculdade. Ajudem-me a arrumar aquele salão de festas.

-- Entendi. Obrigada... – Respondi bastante desanimada.

Entramos na casa e a família já se encontrava no café. Rosie ficou conversando com Odile sobre a festa, as novidade e sobretudo do beijo que ganhou do veterano do curso de Música, John Lennon. Não prestei muita atenção. Tirei minha fantasia e peguei uma nova roupa e fui tomar banho. Deixei o celular no quarto e ouvi a música Rolling In The Deep, da Adele chamando. Imaginei que fosse a mamãe, querendo que eu e Mickey fossemos cruzar em casa.

Odile pegou meu celular e falou do lado de fora.

-- Sabe quem ligou pra você?

-- Foi minha mãe?

-- Gerd.

Meu medo tomou conta de mim.

-- Por favor, Odile. Não quero falar com ele. Se ele ligar, diga que to no banho e logo irei ajudar a Fefe na limpeza.

-- Mas por que isso, Louise?

-- Faça o que digo!

Sai do banheiro e dei entrada para Odile. Ela tomava banho e aproveitei e vi nas mensagens de WhatsApp as mensagens de Gerd me perguntando se estou bem e o motivo de não estar respondendo. Ignorei as mensagens e ainda deixei no mudo.

Umas dez e meia chegamos a faculdade e vi no salão Mary Anne e Evanna limpando as janelas e vi Fefe carregava a sacos de lixo e as outras meninas lavavam o chão.
Retirava os enfeites na parede e guardava numa caixa. Um por um, tirava com cuidado cada figurinha e ao mesmo tempo pensava em Gerd e minhas atitudes. Olhei pro celular e vi mais mensagens no Whats. Todos eles registrando uma preocupação enorme e uma delas ele perguntava se ele fez algo indecoroso que pudesse me deixar com vergonha. Apenas respondi um não friamente.

Ele continuou a enviar as mensagens e com aquelas figurinhas, os emojis e um continha uma cara triste. Droga, por que ele me faz me sentir tão mal?
Quero me afastar dele para não sofrer outra vez. Acabei chorando, o que chamou a atenção de Felicity e Odile.

-- Prima, o que houve? – Perguntou Felicity, me abraçando.

-- Aconteceu alguma coisa? É o Gerd? – Perguntava Odile, me estendendo um lenço pra limpar minhas lagrimas.

-- E... eu...não... preciso me afastar... dele – Não conseguia nem falar.

Fefe ficou com pena de mim.

-- Você o ama, Louise?

-- Até demais. Não era pra ser assim. Tipo.... o que posso oferecer para ele? O que posso aprender com ele?

-- Tudo. Olha, vou te dizer a verdade: achei muito estranho esse negocio de vocês, sabem? Mas depois... eu vi o quanto se adoram, se amam. Ele praticamente a protege, Louise e isso não vi no Jeff e no James Hunt foi bem pouco.  – Falou Fefe.

-- Concordo com a Felicity. Não pode ser assim. Ainda me lembro de quando teve apenas uma crush por ele e depois foi gostando dele através das mensagens.  – Dizia Odile, sorrindo pra mim e me amparando.

-- Somos diferentes, Odile. – Falei um pouco triste. Vi Mary Anne e Evanna vindo até nós e perguntaram.

-- Louise, está tudo bem? – Perguntou Mary Anne.

-- Ela está um pouco desanimada. Nós resolvemos, Mary Anne. – Odile respondeu prontamente e depois me levou ao banheiro para lavar o rosto.

Conseguimos finalizar a limpeza e almoçamos todos juntos no restaurante universitário. Não consegui comer direito embora estivesse mais calma. Meu celular toca e era uma chamada de Gerd. Todo mundo me observa, curiosos em saber se atendo ou não.

-- Atende, Louise. Deve ser ele. – Falou Ana.

Ignorei a chamada e fui comer sossegada. Após o almoço segui com Fefe para o estúdio musical O Bronze e lá estava tendo uma apresentação dos Rolling Stones. Eles cantavam Paint In Black e Brian Jones olhava fixamente para Ana. As duas da tarde fui dormir e coloquei o celular no modo vibracall.

Rosie entrou no meu quarto para me acordar por causa da visita de Fefe.

-- Louise, acorde. Sua prima está aqui.

Fefe entrou no quarto como um furacão e pegando minha bolsa.

-- Vem comigo! Vamos dar uma volta no parque!

-- Não to afim! Quero ficar dormindo!

-- Já dormiu o bastante. Tome um banho, ponha sua melhor roupa e vamos se divertir neste sábado! Vamos!

Por ordem dela, fiz tudo isso e em poucos minutos já estava pronta pra sair com ela, Ana, Odile e Nora. Alias, notei a melhor amiga da Fefe um pouco cabisbaixa. Aposto que tem a ver com Ray Davies e sua ausência na festa de ontem. Chegamos ao parque florestal de Londres. Muito lindo, muitas arvores, pessoas caminhando e fazendo exercícios e uma quadra de esportes pra quem quisesse jogar futebol ou basquete. Até aí nada demais. Ficamos conversando um pouco e Fefe não parava de observar a rua. Não sei o que ela pretende, mas gostaria muito de voltar para casa.



Manuel POV

Ela... tão encantadora... tão linda... me abraçando, beijando minha boca e implorando pelo meu carinho...

-- Acorde! Hora do treino! – Sepp Maier me acordando, interrompendo mais um sonho que tenho com minha amada fraulein Felicity. 

Eram onze horas e fomos para o centro de treinamento esportivo. Visivelmente alguns deles estavam cansados. Franz demonstrava um pouco irritado. Também, ele não conseguiu fazer amor com sua namorada francesa chamada Odile. Sepp de alguma forma, passou a brincar com gato de pelúcia que ganhou da menina fantasiada de “Velha doida dos gatos”. Uli possuía uma pequena cicatriz no rosto, resultado da briga que tivera com rapaz gordo de nome Graham por causa da namoradinha dele. Quanto a Gerd... esse é um caso perdido. Apaixonado por uma menininha, mantém contato com ela via mensagem. Na festa ele a reencontrou vestida de noiva gótica do Drácula e passaram o tempo todo, disse o tempo todo, só nos beijos e amassos. Não se desgrudavam. E agora ele tem uma “linda” marca roxa no pescoço.  Para tanto, hoje no treinamento, Guardiola falava da nova estratégia de campo quando fixou olhar naquela marca estranha.

-- O que é isso,, Müller? – Apontando para o pescoço.

Gerd tocou ali na marca e começou a suar frio. Mordi a língua unicamente para não rir. E o restante também segurava a risada.

-- Err.... tava com alergia ontem a noite. Aqueles lençóis pinicaram minha pele.  – Respondeu meu colega. Guardiola aceita a resposta sem muita convicção e seguiu falando com todos.

Mais treinamentos. No almoço peguei o celular e fiquei olhando as fotos que tirei da minha amada fraulein. Tão linda e cheia de atitude. Desejava vê-la a qualquer custo. À tarde fiquei estudando sobre Nutrição e percebo algo com Gerd. Ele ficava no celular o tempo todo, mandando mensagens e ligando. Tenho certeza que é a novinha de olhos azuis.

Vi seu rosto mudar, antes normal e meio indiferente, agora passou de preocupação e tristeza. Só faltava a menina não o querer mais. Aí destruiu tudo! Fiquei pensando: e se fossemos vê-las outra vez?
Questionei isso para Paul. Ele achou uma boa idéia. Eu sabia. Ele gostou muito da jovem com nome de princesa russa. Perguntei isso a Franz, Sepp e Gerd. Imediatamente aceitaram. Franz avisou sua namorada francesa sobre isso.

-- Não podemos vê-las sem ao menos levar um presente para cada uma. Temos de ir uma loja ou shopping.

-- Vamos ao Harrods. Ana diz que tem muita coisa boa de se comprar por um bom preço.

-- Certo, vamos lá. Ah, Paul. Sabe onde chegar neste shopping.

-- Sei sim.

Paul tem um senso de direção muito bom. O centro de Londres tinha um movimento razoável.  Conseguimos chegar ao Harrods, o maior shopping de Londres. Franz foi direto a parte de filmes. Paul procurava algum livro. Só restou eu, Gerd e Sepp observando as lojas. No caminho, encontramos um quarteto de rapazes na mini praça de alimentação. Reconheci quem eram. São da Universidade. Um deles, o narigudo alto, estava de cavaleiro medieval e era a causa do sofrimento da minha fraulein. O outro é um loiro baixinho e ao seu lado estava um outro rapaz. Lembrei dele por duas coisas, a primeira era da roupa de esqueleto e também por ser “concorrente” do Breitner. Por falar nele, apareceu segurando uma sacola com três livros comprados.  Paul e o jovem trocaram um olhar furioso. Se isso matasse, alguém iria ser enterrado naquele momento. O narigudo também me viu e lançou esse mesmo olhar contra mim.

A vontade que tive era de socar aquele cara. Por pura raiva! Saímos dali, mas sem antes de ouvir umas indiretas. Certamente para nós.

-- Sabe, John, é uma pena que foi só uma noite para a princesa medieval ter beijado o Lanterna Verde. Quem garante que no dia seguinte vá se lembrar?

-- To sabendo... – Respondeu o amigo do narigudo, chamado John. – E devo dizer, Pete, a princesa da Rússia é minha!

Tive de conter Paul se não iria acontecer coisas das quais só são previstas na Lei de Murphy. Encontramos Franz e Sepp na saída, contudo, faltava Gerd.

-- Viram o Gerd? – Perguntou Franz.

-- Não. Quer dizer, ele estava com a gente mas... sei lá! – Respondi.

Voltamos para o shopping procurar nosso desnorteado atacante. Franz revistou as lojas de roupas, Sepp foi à área de CDs e DVDs, Paul resolveu tentar de novo nas livrarias e eu na área de alimentação. Não encontrei mais os rapazes provocadores e ainda bem que não vi aquele narigudo. Minha vontade era de arremessá-lo na janela.

Droga, onde está meu amigo? Estava quase desistindo quando parei numa loja no mínimo diferente das outras. Uma loja somente gente nerd, como diria Breitner. Resolvi entrar ali e vi Gerd olhando para uns bichinhos de pelúcia e por vezes tocando-os.

-- Tava te procurando, cara. Por que está aqui? – Perguntei, curioso. Não é do feitio de Müller.

-- Vendo o que posso comprar pra Louise. Ela gosta desses bichinhos. – Respondeu, segurando um que parece uma raposinha de olhos marrons e quatro caldas. 

Depois de muitas escolhas, ele optou em comprar aquela raposa. Mais uma vez saímos do shopping. Paul dirigia devagar e Franz reclamava da lerdeza dele. Gerd escrevia o nome da menina na caixa onde está guardado o presente. Eu não sabia ao certo o que minha fraulein gostava e então comprei aquela caixa de bombons. Minha ex-namorada gostava de chocolates e possivelmente Felicity também.

Enfim chegamos ao parque.

-- Vamos lá, rapazes. Nossas amigas inglesas nos esperam! – Franz mal se continha de alegria.

E eu também, minha fraulein está ali. É agora que  a farei minha mulher, somente minha e de mais ninguém.



Peter POV

Acordei mais uma vez sem conhecer alguma menina. Quer dizer, eu conheço uma e se chama Suzan Hardison. Uma pena que ela sofra por um cara tipo Micky Dolenz. Não podia fazer nada, ele é meu amigo. Depois da briga na festa, fiquei pensando que não haveria chances com ela.
Sai do alojamento para passear um pouco e vi no apartamento vizinho Felicity, suas amigas e um grupo de rapazes que nunca vi. Talvez... um deles, o mais alto e loiro, me representou ser o Lanterna Verde, o que deu um  beijo daqueles na Fefe, segundo os relatos de Kathy Giordano, a fofoqueira da universidade.

Só que esse cara é bastante parecido com alguém famoso. Olhei bem para as feições dele e confirmei. Sim, ele é Manuel Neuer, o goleiro do Bayern de Munique. Se ele estava aqui, então...
Os outros também podiam ser do time alemão. Não consegui reconhecer os outros, mas teve outro cara além de Manuel, consegui identificar e justamente o capitão do time, Franz Beckenbauer. Rapidamente peguei meu celular e tirei uma foto deles saindo. Precisava mostrar a turma.

-- Pessoal! – Entrei no apartamento, bem eufórico com a possibilidade de ter visto um time de futebol na universidade. – Eu fiz uma descoberta muito importante!

-- Que descoberta? – Perguntou Micky, tomando café calmamente com Emma.

-- Aposto que finalmente encontrou seu cérebro! – Debochou Mike e ao mesmo tempo Alice, sua namorada lhe dando um beliscão. – Ai, Alice! Só estava brincando.

-- Adivinham quem eu encontrei na saída no apartamento da Felicity?

-- É o Lanterna Verde que ela beijou na noite passada? – Quem perguntou foi Davy, recém saindo do banho.

-- SIM! Mas isso não é o bastante. O Lanterna Verde é um goleiro famoso. É o Manuel Neuer, do Bayern de Munique!

Micky cuspiu o café e Mike se engasgou com pão. Davy e Dianna bastante chocados com isso.

-- Está maluco, Peter? Manuel Neuer, aqui? Na universidade? – Davy estava bravo.

-- Não estou louco. Acreditem! Vejam as fotos no celular!

Mostrei as fotos ali e mesmo com essas provas, ninguém deu ouvidos a mim.

-- Agora enlouqueceu de vez, Tork? Pare com essa mania e ponha na cabeça o seguinte: o Lanterna Verde não é o Manuel Neuer! – Falou Mike com os olhos vermelhos devido ao engasgo causado.

Não foi desta vez. Todo mundo me acha um pateta, um idiota e ingênuo na maior parte das vezes. Passei o resto da manhã e tarde indignado por ninguém acreditar em mim.  Na limpeza do salão de festas, quis perguntar para Fefe como ela fez o Manuel e Franz estarem aqui. O que me impediu foi a Suzan, que ajudava também e conversava com suas amigas, Rosie Donovan e Jane Berkley. Me aproximei delas.

-- Olá meninas! – Cumprimentei educadamente as três.

-- Oi Peter! Dormiu bem na noite passada? – Perguntou Suzan, demonstrando preocupação.

Na noite da festa, eu a consolei, mas estava bastante cansado e fui pro apartamento sozinho. Ela quis me acompanhar e não deixei por medo de fazê-la encontrar Micky e Emma juntos fazendo amor provavelmente na sala ou no quarto com a porta aberta.

-- Dormi bem. Contudo, hoje estou frustrado, meus amigos não acreditam em mim.

-- O que aconteceu? – Questionou Rosie, parando de lavar a janela.

-- Hoje eu vi duas pessoas famosas na universidade. Eles estavam na festa ontem, disfarçados e não notamos. Olhem estas fotos!

Mostrei as fotos mais uma vez. Suzan e Jane estavam sem reação, mas Rosie praticamente gelou.

-- Não vejo nada de especial, Tork. Quem é o loirão alto? – Jane não reconheceu o goleiro e então respondi.

-- Aquele loiro é o Manuel Neuer, do Bayern de Munique. Era ele o Lanterna Verde.

-- Jura? O goleiro... de Lanterna Verde... dando uns pegas na Fefe? Impossível! – Dizia Suzan um tanto chocada.

-- Mas é possível, amiga. – Agora Rosie começa a falar. Algo me diz que ela sabe bem disso tudo. – Odile e Louise moram na minha casa que minha mãe cedeu para os estudantes. Elas me falaram uma história assim...
Rosie nos contou de quando Odile e Louise, juntamente com irmão Michael, resolveram ir num jogo da Liga dos Campeões. Depois conheceram os jogadores e por incrível que pareça, elas conseguiram impressionar dois deles. Odile se apaixonou pelo capitão e Louise adquiriu uma queda por Gerd Müller, o atacante.

-- Isso é incrível! – Falei. – Mas, como explica o fato de Manuel e Franz estarem aqui?

-- Ou foi a Odile que os convidou ou a Fefe. Afinal, o time bávaro vai enfrentar no sábado que vem o Manchester United pela Liga. E também o pai da Fefe é gerente do hotel Hilton, o melhor e mais caro hotel de Londres. E é lá que os jogadores se hospedam. Peter, não fala isso pra ninguém. A Felicity e as outras me matariam!

-- Não falarei nada. – Prometi para Rosie.

Agora tudo faz sentido. A tarde fiquei mais calmo e então resolvi passear com Suzan e Jane, juntamente com meus amigos e suas namoradas. Passamos pelo parque e lá vi um pessoal reunido. Notei que eram Felicity, Louise e suas amigas. Espere, tem mais gente ali. Mais uma vez os vejo ali com elas.

-- Peter, está tudo bem? – Suzan tentava me “acordar” para realidade junto com os outros.

Não agüentei e falei para eles.

-- Ai meu deus! É ele! Franz Beckenbauer! – Falei alto e apontei onde estava.

Mike e Davy olharam atentamente e se surpreenderam!

-- Tork não mentia. É ele mesmo! – Davy ficou boquiaberto.

Agora sim eles iriam acreditar em mim!


Continua...


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