Hoje vamos conhecer mais uma oneshot de what if mas de uma forma diferente. O cenário é na Segunda Guerra Mundial e de uma forma interessante, interliga algum momento de Holiday Romance. O casal? Melhor vocês lerem pra descobrir! Enquanto leem, ouçam Enya - I May Not Awaken.
Soulmate__ Maya
Amamiya
O
inevitável aconteceu. Desejou por alguns segundos que tudo voltasse ao normal. No
fundo perdoava os alemães pelas inúmeras mortes. Agora Louise sabia de uma
coisa: nunca mais voltaria para Londres. Nunca mais cuidaria do jardim com sua
mãe. Nunca mais conversaria com irmão Michael. Nunca mais teria o carinho de
seu pai. Nunca mais... veria ele.
Presa
ali no quartel da Gestapo, a moça de olhos azuis e britânica foi capturada
pelos soldados e junto dela seu namorado, um soldado alemão. O julgamento foi realizado de modo isolado,
onde não saberia se seria salva ou não. Independente de seu destino saberia
muito bem da morte.
Seus
pensamentos foram interrompidos com a porta se abrindo e dois soldados
empurrando outro prisioneiro. Reconheceu seu amado. Mesmo com rosto quase
desfigurado, era ele. Os soldados aproveitaram para rir e dizerem:
--
Nun, was sagen Sie dazu, Verräter? (Agora
o que me diz, traidor?) – Perguntou um deles, narigudo, cujo nome era
Schwarzenbeck.
--
Lassen wir es. Fast tot. Aber morgen ist der Tag! (Vamos deixar assim. Quase morto. Mas amanhã é o dia!) – Respondeu o
soldado de bigode e magro chamado Kapelmann.
Em
seguida fecharam a porta num estrondo capaz de ser ouvido por todo
quartel. A jovem tentou levantar o
prisioneiro e o levou para a cama. Rasgou uma barra do vestido e molhou na água
da pia e limpou os ferimentos dele. Gerd foi condenado e chamado de traidor
pelos membros da Gestapo. E agora, capturado e julgado a sentença de morte
junto com a amada.
--
Me desculpe... – ela dizia ao limpar o rosto dele, com marcas de corte e
espancamento. – Era eu... devia ser eu a morrer e não você.
Ele
por sua vez, tocou suavemente a mão dela, tão delicada quanto a porcelana e
beijou.
--
Nein... Estar com você... – Ele falava com dificuldade em inglês em decorrência
da dor. – Me deixa mais... feliz.
Louise
sorriu e beijou o amado na boca. Deitados juntos, Gerd adormeceu e ela ficou
olhando sob a pequena janela da prisão, a lua cheia e as estrelas. Lembrou-se
do dia em que se conheceram.
Flashback ON
Ela morava sozinha numa casa de campo
na região rural de Munique. Por perto haviam umas casas que serviam de
esconderijo para guerrilheiros. Às vezes ouvia tiros...
Num desses passeios a um campo
florido, encontrou ele, ferido. Rapidamente o socorreu e o levou para sua casa.
Dos cuidados médicos, veio um carinho. Uma ternura... E depois aquele
sentimento louco. Não conseguia ficar longe um do outro. Naquele momento
renunciou o posto de tenente e passou a cuidar dela. Juraram ser um só!
Flashback OFF
Amanheceu
em Munique e a porta mais uma vez se abre. O casal acorda de sobressalto e vêem
os soldados entrando e junto o general Udo Lattek.
--
Levem- os para o muro e tragam os outros prisioneiros! Tudo isso em cinco minutos!
Imediatamente,
os comandados levaram os dois para fora da prisão e os deixaram no muro e
depois desamarram suas mãos. Claramente
Louise viu o olho direito de Gerd um pouco roxo e a farda rasgada. Depois o
pessoal aprisionado apareceu e ficaram em filas.
Contemplaram
juntos aquelas pessoas. Dois soldados começaram a construir rápido uma pequena
trincheira e mais dois acabam trazendo uma metralhadora pesada e mais os
cartuchos. Gerd ficou um pouco desapontado por saber que um dos atiradores
seria justo seu amigo. No fundo ele o perdoava pelas circunstancias e jurou na
próxima vida reencontrá-lo juntamente com sua amada.
Após
o preparo da arma, o general ordena.
--
Es ist noch Zeit, Buße zu tun. Oder beabsichtigt, bis zum Ende zu folgen? (Ainda é tempo de se arrepender. Ou pretende
seguir até o fim?) – Perguntou Udo, sorrindo de forma maligna.
Gerd
não respondeu e abraçou Louise, dando sua óbvia resposta. Enfurecido, o
superior começa a contar para atirar.
Bereiten...
Se
olharam nos olhos mais uma vez e sorriram. Embora o momento não fosse de
alegria, estavam felizes. Morreriam juntos.
Zeigen!
A
arma engatilhada mostrou o pior para eles.
--
Ich Liebe Dich! – Disse Louise ainda feliz. – Quero te encontrar na outra vida!
--
Meine Liebe... também quero... te encontrar na próxima vida, juntos! – Em seguida Gerd a
abraçou forte e fechou os olhos.
Feuer!
Em
questão de segundos, a metralhadora disparou uma quantidade inexata sobre o
casal. Rápidos tiros foram o suficiente para ceifar a vida deles. Seus corpos
tombaram ao chão depois de alguns segundos de disparos. O vestido de Louise
praticamente estava banhado de sangue. Ao cessar fogo, Udo resolve caminhar até
os corpos e analisa um pouco. No fundo não queria tirar a vida daquela menina e
muito menos do tenente. Contudo, eram ordens do führer e as regras eram claras.
Viu
também que Gerd ainda tinha um resto de vida pairando em seu corpo. Ele mal
conseguia respirar e cuspia sangue. Ele tentou pegar a mão de sua amada e teve
tempo para falar uma última vez.
--
L... Louise...
O
general não pensou duas vezes. Sacou sua pistola Luger e atirou na cabeça do
tenente, encerrando seu sofrimento. Os prisioneiros tentaram ser fortes ao
verem aquela crueldade. Muitos choraram, outros guardavam o sofrimento para
mais tarde. Aquela guerra teria de acabar logo...
ANOS DEPOIS...
2013
Louise
acorda muito assustada com o sonho. Ela percebe também que havia chorado
enquanto dormia. Tentou acordar seu namorado, que dormia e ressonava ao mesmo
tempo.
--
Gerd! Acorda, meu ursinho! – Pediu a jovem, sacudindo o namorado, acordando-o.
--
Hmm... o... o que foi, ursinha? – Gerd viu a amada chorando.
--
Estou com medo. Tive um sonho tão triste... Um casal tão parecido com nós, na
segunda guerra. Eles morreram... --- Respondia, mas não conseguia falar mais
por causa das lágrimas.
--
Não chorar, minha ursinha. Eu estar aqui com você sempre. – Dizia ele,
acariciando o rosto de anjo da jovem e ela o encara.
--
Promete ficar sempre comigo?
--
Ja. Ich werde immer bei dir sein. Bis zum Ende der Zeit. (Sim. Estarei sempre contigo. Até o fim dos tempos.)
Apesar
do pouco conhecimento da língua alemã, Louise soube traduzir aquelas palavras
do amado. Tomada por uma grande felicidade, se beijaram intensamente e se
entregaram aos prazeres noturnos no quarto dela. Não importava as épocas,
sempre se reencontram e redescobrem o amor de muitas formas. Eram almas gêmeas.
FIM
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