segunda-feira, 27 de abril de 2015

SOS Boat In Love (Prólogo)

Olá pessoal!
Estamos aqui para a estréia da micro saga de comédia romântica SOS Boat In Love, escrito por mim e Maris Greyjoy.
Sinopse: Cinco anos de namoro foi o tempo de Chris Romanov e Louise McGold. Agora o arquiteto russo está com outra pessoa. Não aceitando isso, Louise e suas amigas partem numa viagem em um cruzeiro cujos destinos serão entrelaçados, inclusive da atriz com um instrutor de dança...

Ships: Stoneller, Beckenhound, Greyness, Breitely, Maiesmith, McCruyff, McGuller e outros.


SOS Boat in Love__ Maya Amamiya & Mariana Greyjoy


Prólogo

Louise POV

Me desculpa, Lulu. Acabou nosso amor...

Aquelas palavras me doem até hoje, mesmo passados cinco anos após o fim do nosso namoro. Christopher Romanov é o que chamo de “homem dos sonhos”. Jovem, boa pinta, arquiteto de sucesso e bonito. O arquétipo para as menininhas. O tipo certo para mulheres como eu. E, além disso, é irmão da minha amiga, Anastacia e amigo do meu irmão Michael.

-- Acaba logo com isso. – Dizia Odile Greyhound, minha melhor amiga, roteirista e secretária.  – Tá na hora de sair, vai conhecer o mundo!

-- E para onde irei? – Choramingava o tempo todo no quarto e Odile procurava arrumar meu quarto.

-- Que tal... Um cruzeiro?

Quando ela disse isso, pensei:  acho que ela quer me matar ou afogada ou simplesmente sufocada com meu próprio vomito? Onde já se viu? Uma atriz que perdeu o namorado e agora navega no mar onde sabe-se-lá-onde?

-- Ta querendo me eliminar como Jimi Hendrix morreu? Sufocada com vomito?

-- Não e chega de drama. Vamos às compras!

Ainda não engoli o fato de embarcar num cruzeiro. O problema? O mar! Odeio navegar. Será por isso que Chris me odeia? Afinal, ele gostava dessas coisas de mar, como velejo e passear com seu iate.
Odile me levava a diversas lojas e comprávamos muitas roupas e sapatos. Ela aproveitou em ver os preços de uma câmera de filmagem, livros e revistas de viagens.

-- Veja só! Vamos sair de Roma, faz uma parada em Atenas e o fim será em Madri. O que acha?

Apesar de a viagem prometer grandes coisas, mudanças, no fundo meu medo marítimo me impedia de tal coisa.

-- Sabe bem que tenho medo de mar.

-- Louise! Está na hora de se livrar desse medo. Tudo bem que não é uma Greyjoy, mas consegue enfrentar o mar! – Disse minha amiga, com tanta determinação. – Ainda mais se quer mesmo recuperar seu Romanov.

-- Como assim?

-- Segundo minhas fontes confiáveis, ele vai embarcar no cruzeiro e justamente este que indiquei. É uma boa oportunidade pra pegar de volta seu amor!

Pode ser uma boa oportunidade. Agora o mar... Só de pensar, me causa tremor no corpo. Minhas amigas apareceram no apartamento para uma “conferência” de seriados. Ana é uma editora de livros de viagens, Nora e minha prima Felicity são jornalistas que também trabalham no ramo de Ana e Marie é uma tradutora de livros e irmã da minha melhor amiga. Todas elas assistiam o seriado Grey’s Anatomy e pela enésima vez choravam (exceto Fefe) por mais uma vez o casal Derek Shepperd e Meredith Grey ficarem juntos.

Não prestava muita atenção no seriado, até por que me lembrava minha relação com Chris. Só que em vez de um retorno digno do casal da série de médicos, o meu caso teve um fim. Peguei meu celular e vi aquele rapaz sendo meu wallpaper favorito. A foto que tirei na festa de gala na prefeitura de Londres, onde Romanov estreou um dos seus projetos arquitetônicos e ganhou aprovação dos políticos.

-- Sei bem como é isso, prima. – Fefe passou o braço em meu ombro, querendo me dar carinho.

-- Todas nós sabemos. – Dizia Nora.

-- E esse motivo nos convenceu a irmos com vocês neste cruzeiro. – Marie abriu um sorriso daqueles de satisfação.

-- E vamos te ajudar a enfrentar o oceano como Ulisses enfrentou Poseidon em A Odisséia.  – Falou Marie.

Fiquei bastante feliz com o apoio delas neste momento. Estive em diversos momentos com elas e sei também dos relacionamentos anteriores. Nora meio que embarcou num romance louco com um baterista chamado Keith Moon. Fefe se envolveu com Keith Richards e meio que virou uma groupie de um cara chamado Pete Townshend. Marie namorava Roger Daltrey, um cara super tranqüilo... Aparentemente. Ana teve poucos namorados que eu saiba e Odile é o caso mais estranho. Só arruma tipos... Bem estranhos, porém simpáticos. Deve ser a forma para compensar a falta de beleza.

Odile providenciou de comprar as passagens, ao mesmo tempo em que lia mais um roteiro dela e discutia sobre o elenco possível para o papel do mocinho.

-- Acho que vou contatar o Louis Garrell. – Odile selecionava os livros e guardava na mala. – Ou talvez Dan Stevens, Thomas Howes ou Rob James- Collier. Seriam perfeitos.

-- Por que não escolhe um ator brasileiro? – Perguntei. Odile visitara uma vez o Brasil e foi na época da Copa do Mundo.

-- O único brasileiro seria o Rodrigo Santoro e ele é muito requisitado. Deixa o Xerxes pra lá!

-- A sugestão é o Chay Suede, aquele jovem da primeira fase daquela novela.

-- Ah sim. Mas ainda está em começo de carreira. Melhor deixarmos os roteiros de lado. Agora é hora de férias ao mar!

A véspera da viagem não conseguiu dormir e estive um bom tempo olhando para a lua cheia na janela. Christopher... Comecei a chorar por lembrar de novo daquele dia, dando as costas para mim e dizendo que estou morta em sua vida. Ainda bem que omiti isso de Ana ou ela arrancava a cabeça dele, o que não é má idéia. 

-- Volte a dormir, amiga. – Disse Odile, já pronta pra dormir e... segurando seu tablet.  – Amanhã iremos embarcar no nosso cruzeiro dos sonhos.

Na cama ainda chorava, mas baixinho e adormeci.

Aquela floresta mesmo iluminada pelo sol, me sentia perdida. Caminhei por ali por um bom tempo até chegar ao vilarejo. Tudo vazio. Abandonado. Ouço cavalos se aproximando e me aparece um cavaleiro negro. Ele tira o capacete e se aparece com Chris. Pelo rosto dele, não estava contente.

-- Venha comigo!

-- Não... – Recusei.

-- AGORA!

Fugi dele até ser capturada pelo mesmo. Gritei demais para alguém poder me ajudar e de repente chorei de medo. Quando chegamos a um lugar mais afastado, o cavaleiro me levou até uma árvore e sacou sua espada. Iria me golpear ali mesmo. No entanto, outro guerreiro, com a armadura cinzenta surge.

-- DEIXE A DAMA EM PAZ!

Eles duelaram por certo tempo, até o cavaleiro negro cair derrotado. O outro se aproximou de mim e eu tentava me desviar dele, assustada.

-- Não tenha medo de mim, princesa. – Disse o guerreiro, pegando minha mão e beijando- a, para logo em seguida retirar o elmo, revelando um tipo jovem, cabelos esvoaçantes, jeito austero e olhos castanhos, lembrando uma árvore alemã.

Fiquei mais perto dele, querendo um beijo e ao que parece , ele também...

O despertador apitou com a música da Adele no meu celular.  Odile sempre se levanta cedo, antes mesmo do seu celular tocar alguma música.  E neste momento minha amiga ainda escrevia seu roteiro e com fones de ouvido.

Me levantei devagar, fui ao banheiro e após quase meia hora lá, sai com a cara um pouco melhor e menos inchada por conta da noite de lágrimas.
Minha amiga me viu secando o cabelo e já me arrastou para a sala, onde a mesa está preparada para nosso café grupal com as garotas. Me sentei ao lado de Marie, que chorava e olhava para o celular.

-- Aquele maldito do Daltrey! – Resmungava. – Depois de tudo que fiz por ele, vem essa safadeza dele?

Ela nos mostrou o celular com uma mensagem gigante e pelo que pude ler, o cara foi canalha em último grau.

-- Te avisei, Capitã, que ele não vale nada! – Falou Odile, enquanto se servia de café.

-- E mais ainda por terminar o namoro por mensagem! – Bradava Fefe. – ELE DEVIA TER MAIS DECENCIA EM TERMINAR O NAMORO CARA A CARA E NÃO POR MENSAGEM! Que covardia!

-- É segunda vez que isso me acontece! – Marie ainda esbravejava. – Primeiro foi Bond, agora Daltrey?! Não... isso não...

Nesta hora me juntei na hora das lágrimas e abracei Marie.

-- Obrigada, Louise! Só você mesmo pra entender o que é sofrimento.

Depois disso as outras meninas se juntaram num abraço coletivo por alguns minutos e voltamos ao café da manhã. Ana ainda aproveitou para dizer.

-- Ainda bem que não tenho essas neuras. To feliz, sozinha e trabalhando bem.

-- Deve ser por isso a falta de homem. – Disse minha prima em tom de brincadeira.

-- Não vem que não tem...

Rimos um pouco disso e Nora recebe uma ligação dos pais e Fefe enviava uma mensagem ao celular. Depois de vários minutos grudada no tablet, Odile finalmente resolve participar de novo na conversa.

-- Sonhei com um cara incrível na noite passada.

-- Mesmo? – Acabei por me interessar. – E como foi?

-- Na verdade foram dois sonhos numa noite. – Dizia ela enquanto pegava mais um pedaço de pão e passava um pouco de geléia de morango na fatia. – Primeiro estava no século 19 e o vi com roupas de imperador alemão. Ele quis dançar comigo. No segundo sonho eram os anos 70 e dançamos na discoteca. Nossa como foi incrível! E ele tem olhos azuis!  Tão lindos...

Tive vontade de dizer do meu sonho com o cavaleiro andante que me salvou do outro cavaleiro, parecido com Chris, mas me calei e sorri com isso.
Lá pelas dez da manhã partimos rumo ao cruzeiro chamado Queen Victoria, nome sugestivo legalmente de um navio ancorado em Roma. Na hora da conferência do passaporte e documentos, fiquei bastante amedrontada. Mais pelo fato de encontrar ali meu ex e a Poison Ivy. Talvez eles tenham entrado no navio e nem vimos.

Em meio a tantas pessoas, acabei me esbarrando com um rapaz de camisa vermelha e calça jeans preta e derrubei minha mala e a dele.

-- Oh me desculpa, senhor.

-- Calma, está tudo bem... – Respondeu ele, educado e com um sotaque estranho. Acho que ele é alemão.

Quando guardei os pertences, olhei para o cidadão e praticamente me desarmei ali mesmo. Aqueles olhos... rosto, a boca... Amo rapazes austeros e este é simplesmente um deles. Estou diante de um deus grego ou alemão? Que seja, apenas digo que encontrei o cavaleiro dos meus sonhos.

Só lamento por ouvir Odile “Houston” gritar por mim e me tirar de meus devaneios um tanto... Proibidos. O que será desta vez?



Continua...

Apêndice: SOS - Boat In Love (Parte 3)

Terceira parte do apêndice.

Mais personagens recorrentes

Monty Python - Grupo de comediantes formado por John Cleese (29), Graham Chapman (29), Terry Jones (30), Terry Gilliam (28) e Michael Palin (31). Palin se apaixona por Alice Stone a primeira vista e a acha parecida com a atriz Ellen Pompeo, de Grey's Anatomy. Ele também é fã da série. Apelido de Palin: Derek Shepperd da Comédia (somente por Alice)

James Hunt - Piloto de Fómula 1 da Maclaren. Tira férias no cruzeiro e é amigo de George Best. Se encanta por Louise McGold perdidamente e vai competir contra o ex-namorado dela, Chris... e com professor de dança.

Jupp Kappelmann - Promotor Público de Munique de 30 anos. É bastante engraçado e tem uma alegria contagiante. Gosta das artes e um pouco de cinema. Gosta muito de Nora Smith. Apelido: Kili

domingo, 26 de abril de 2015

Apêndice: SOS Boat In Love (Parte 2)

Olá pessoal!
Como vimos ontem a noite, o apêndice da nova fic de comédia romântica SOS - Boat In Love e agora vamos conhecer alguns personagens masculinos e alguns que vão aparecer, seja pra participação especial ou para completar o elenco.

Franz Beckenbauer - Empresário esportivo de 30 anos, bem sucedido e sem sorte com as mulheres. Está sempre em busca da mulher certa. Por indicação dos amigos, acabou tirar férias de modo forçado e lá conhece uma roteirista muito divertida. Foi namorado de Felicity McGold e hoje são melhores amigos. Sabe da situação amorosa de Louise e dará uma ajuda a ela. É um cara tranquilo e ama esportes, sobretudo tênis e futebol. Apelido: George Clooney

Sepp Maier - Médico legista do Departamento de Policia de Munique. Tem 31 anos e também adora esportes como seu amigo Franz. É também chegado em festas e agitações. De uma maneira diferente, faz amizade com um cara chamado George Smith, sem saber que é Nora, a jornalista disfarçada de homem. Apelido: Katze

Gerd Müller - Professor de dança do cruzeiro Queen Victoria. Sua especialidade é a lambada e é muito popula para os alunos e para as mulheres. É um homem divorciado, tem 32 anos e vive um tórrido relacionamento com Alice Stone, a médica. Tem alma de um canalha mas é um homem romântico. Nas aulas, exige muito potencial de seus alunos e considera Louise McGold seu maior desafio. Deseja transformar a moça numa perfeita dançarina, contudo, seu coração é balançado na simples presença dela. Apelido: McDreamy (Somente de Alice Stone), Cavaleiro Andante (Exclusivo de Louise McGold).

Paul Breitner - Escritor de best sellers que atualmente sofre de bloqueio criativo. É amigo de Uli Hoeness e Johan Cruyff. É muito neurótico, tem temperamento explosivo e rato de biblioteca, sempre roubando os livros dos amigos e tem 29 anos. Com a confusão dos quartos, vive uma relação de céu e inferno com Anastacia Rosely e através disso, busca inspiração em seu novo livro. Apelido: Calvin (do filme Ruby Sparks), Sr Breitner (pelas meninas).

Uli Hoeness - Advogado Criminal e grande amigo do escritor Paul Breitner. Apesar da cara séria, é um tanto despreocupado e não tem a menor intenção de namorar, preferindo sempre conquistar uma mulher a cada noite. Coisa que acaba não muito bem quando conhece Marie Greyhound e ai seus conceitos de relacionamento são mudados. Tem 29 anos. Apelido: Thor

Bobby Charlton - Empresário inglês de 33 anos e um dos sócios de Franz Beckenbauer. É o oposto de Uli Hoeness, sempre defendendo a arte do amor perfeito. Tem uma namorada de longa data chamada Belle Blue, uma publicitária muito alegre. Apelido: Gentleman, Manhattan e Coruja (somente pela Belle)

Bobby Moore - Também empresário inglês e outro sócio de Franz na área esportista. Tem 32 anos e é divorciado mas tem uma filha chamada Roberta, que vive com a mãe. É um verdadeiro cavalheiro e por conta de seu jeito muito"certinho", acha que as mulheres não o preferem e tenta adotar uma postura mais "bad boy". Tudo muda com a chegada de Marianne Jones. Apelido: Príncipe (Pelas meninas).

George Best - Modelo norte- irlandês de 27 anos e muito festeiro e conquistador. É amigo de Bobby Moore e deseja montar seu próprio negócio no mundo dos esportes. No passado namorou uma modelo chamada Angie e a largou para viajar no cruzeiro com seus amigos. Na verdade, ele não a suportava. Seu caminho e o de Rosie Donovan se cruzam e ele provará a ruiva que ela é a única em sua vida. Apelido: Beatle

Johan Cruyff - Fotógrafo do National Geographic e tem 30 anos. É também muito rebelde e sempre está disposto para um novo desafio e aventura. É o melhor amigo de Paul Breitner e procura ajudar o amigo em seus livros. Tem espirito aventureiro e acha que a mulher ideal está andando com os homens errados. Com a confusão dos quartos, é obrigado a dividir com Felicity McGold e isso o irrita muito, contudo, sabemos que a linha que separa o amor do ódio é tênue... Apelido: Indiana Jones

Gunter Netzer - Produtor executivo no cinema alemão e tem 29 anos. Também entendedor de filmes e roteiros e amigo de Franz Beckenbauer. Se encanta por Odile Greyhound e assim como ela, tem grande admiração pelo ator Tom Hanks, compartilhando com a roteirista. Apelido: Sexy God (Pelas meninas).

Christopher Romanov - Arquiteto russo nascido na Inglaterra e tem 27 anos. Devido ao seu talento, passa a trabalhar nos projetos de restauração da prefeitura e é muito requisitado no mundo. É irmão de Anastacia Rosely e viveu um relacionamento terno com Louise McGold. Depois de cinco anos, veio o fim do namoro, alegando que se apaixonou por Georgiana Sparks. Ele embarca no cruzeiro Queen Victoria junto da namorada, sem saber que sua irmã e sua ex estarão aí. É sócio de Michael McGold e trabalham juntos de modo paralelo nos projetos de decoração. Apelido: Gus Waters (Por Georgiana Sparks) e Conde Vronsky (Por Louise McGold)

Michael McGold - Decorador e organizador de festas de casamento e tem 28 anos. É irmão de Louise McGold e é do tipo "escandaloso", por conta de seu jeito extravagante e divertido. É homossexual assumido. Somente Chris, sua prima, sua irmã e as amigas delas sabem disso. É amigo de Alice Stone e quando descobre que sua irmã e sua amiga estão apaixonadas por Gerd Müller, tenta afastar Louise do instrutor e tenta junta-lá com Chris novamente. Não suporta Georgiana Sparks. Apelido: Elton John


Outros personagens:

English Band - Quarteto de Londres que vai tocar no cruzeiro. Formado por Edward Simons (27 anos e guitarrista), Harry Daniels (27 e baterista), Alana Watson (baixista e 27) e Biff McFly (tecladista e tem 26 anos). Alana se apaixona por Mike Nesmith a primeira vista e se sente intimidada por saber que ele ainda quer Alice Stone. É amiga de Felicity McGold.

The Monkees - Segundo grupo que toca no cruzeiro, formado por Davy Jones (27 anos, vocalista e casado com Dianna Mackenzie), Micky Dolenz (baterista, 28 anos e casado com Emma Carlisle), Peter Tork (baixista, 26 anos e namora Erin Hudson) e Mike Nesmith (guitarrista e 31 anos). Nez deseja recuperar Alice a todo custo mas seu caminho se cruza com de Alana Watson.

Marco Reus - DJ do cruzeiro Queen Victoria. Tem 23 anos e adora agitar em todas as festas e pegar mulheres mais velhas. Se encanta por Marianne Jones. Apelido: Ecstasy

Niki Lauda - Presidente da empresa aérea Lauda e tem 29 anos. Tentou ser piloto de Fórmula 1 mas optou em ser aviador e criou seu próprio negócio. Namorou Odile Greyhound e quando soube da viagem da ex amada no cruzeiro, tratou de embarcar junto.

Manuel Neuer - Dono da confeitaria mais movimentada de Berlim, é especialista em doces envolvendo sempre... Nutella. Foi noivo de Kathrin Gilch mas ela terminou o noivado. No cruzeiro se apaixona por Felicity McGold e fará de tudo para ter sua fraülein em seus braços... nem que para isso competirá com um holandês sangue quente.

Apêndice: SOS Boat in Love (Parte 1)

Olá pessoal!
Hoje teremos um apêndice de uma nova fic a caminho chamado SOS Boat In Love, uma comédia romântica baseada em filmes do gênero com temática de viagens e romance. Sinopse: Louise McGold, uma atriz em ascensão leva um fora de Christopher Romanov, um arquiteto famoso. Para recuperá-lo, embarca com suas amigas numa viagem emocionante em um cruzeiro onde tudo pode acontecer... inclusive a descoberta de uma paixão avassaladora, que a levará se questionar se vale mesmo a pena trazer Christopher de volta a sua vida. Conheçam nossos personagens.

Louise McGold - Uma atriz de 27 anos alegre, apaixonada e por vezes atrapalhada como sua amiga, Nora Smith. Muito talentosa, ela se dá bem nas interpretações e nas horas livres passa a desenhar e escrever seus poemas e adora dançar. É apaixonada por Chris Romanov e fará de tudo para recuperar seu amor. Porém seu caminho é barrado por um instrutor, criando dúvidas e um sentimento jamais sentido... Apelido: Margo Tenenbaum

Odile Greyhound - É roteirista, cineasta e por vezes secretária e também melhor amiga de Louise McGold e irmã de Marie. Adora cinema e entende tudo do ramo. É fã do ator Tom Hanks e seu filme favorito é Apolo 13, rendendo inclusive o apelido "Houston", por sempre dizer alguma novidade ou alertar de um problema e é muito trabalhadora até nas férias. Possui um senso romântico considerado pelas garotas de estranho, devido aos antigos namorados serem um pouco diferentes. Se envolve com um empresário e um produtor executivo e tem 27 anos. Apelido: Houston.

Nora Smith - É jornalista da revista de viagens junto com sua melhor amiga Felicity McGold. Trabalha junto com Anastacia Rosely e amiga dela também. É muito atrapalhada, conselheira e uma mestre em disfarces e tem 27 anos. Para tanto, se vestiu de homem para saber através dos amigos de Chris os motivos que o levaram a se separar de Louise mas acaba conhecendo um médico legista e um promotor. É cinéfila de carteirinha e feminista. Apelido: Godard.

Felicity McGold - Uma fotógrafa sonhadora de 28 anos, porém muito porra louca. Melhor amiga de Nora e prima de Louise McGold. Embarcará no cruzeiro no intuito de ajudar a prima reconquistar Christopher. Devido a confusão dos quartos, acaba conhecendo um holandês muito atencioso, derrubando sua rebeldia. É a responsável por fazer as reuniões no café da manhã, batizando de "conferência da Távola Redonda", Apelido: Rei Arthur ou Arthuria.

Marie Greyhound - Tradutora de livros e por vezes escritora. Tem 29 anos e namora um cantor chamado Roger Daltrey. Ao embarcar no cruzeiro, seu namorado termina o namoro e ela afunda-se na bebida, mas conhece um advogado muito simpático neste meio tempo. É irmã de Odile Greyhound e é fã da série espacial Star Trek. Apelido: Capitã Kirk.

Anastacia Rosely - É editora de livros de viagens e trabalha na mesma revista que suas amigas. Tem 29 anos e é muito centrada no trabalho. Seu irmão, Christopher, foi namorado de Louise e tenta defender o irmão, achando que errou feio em terminar com ela. Não aprova a nova namorada dele, Georgiana Sparks. No começo, não se dá bem com Paul Breitner devido a confusão dos quartos, mas aos poucos acaba conhecendo melhor o escritor. Apelido: Ruby Sparks.

Alice Stone - Uma médica cirurgiã de 30 anos e fã da série Grey's Anatomy. Antigamente, era noiva de Mike Nesmith, um músico texano. Por conta do ciúmes excessivos e da paixão arrebatadora, o noivado terminou e ficou um bom tempo sozinha, até reencontrar Gerd Müller no cruzeiro. É uma mulher que gosta de fazer novas amizades e passa ajudar também Louise na empreitada de reconquista a Christopher. Mas não sabe que sua nova amiga também está caindo de amores pelo mesmo homem. Apelido: Meredith Grey e Ellen Pompeo (somente para Michael Palin)

Belle Blue - Publicitária de 29 anos e grande amiga de Alice Stone. Também conhece as protagonistas e namora Bobby Charlton. Ás vezes é um pouco desligada mas sempre procura se situar e ajudar em alguns momentos. Adora o filme Watchmen e adora as graphic novels de Alan Moore. Apelido: Laurie Jupiter.

Marianne Jones - É uma jornalista do mundo do cinema de 26 anos e é muito exigente em seus trabalhos. Também trabalha como roteirista junto de Odile Greyhound. Admira muito Marlon Brando e Robert De Niro e é a melhor amiga de Rosie Donovan. Seu marido, Ginger Baker pediu divorcio e partiu rumo a Africa sem mais nem menos e agora embarca junto da amiga pra curar as feridas do amor e conhecer alguém. Apelido: Don(a) Corleone.

Rosie Donovan - Tem 27 anos e é publicitária na mesma agência que Belle Blue e ás vezes colabora no jornal de Marianne Jones, sua melhor amiga. Foi casada com Eric Clapton, um guitarrista e foi abandonada por ele quando este assumiu estar apaixonado pela esposa de seu melhor amigo. Para esquecer esta traição, juntou-se com a amiga na viagem dos sonhos num cruzeiro. O que seria uma viagem de férias, se tornou seu passaporte para um novo amor. Apelido: Bella Swan.

Georgiana Sparks - Uma estilista rica e de talento, muito conhecida no mundo da moda e também pela lista de ex-namorados . Tem 27 anos e atualmente namora Christopher Romanov. Mesmo sabendo que o arquiteto era comprometido, ela resolveu conquista-lo e agora compete com Louise. Odeia Anastacia e suas amigas, sobretudo a ex de Chris. Apelido: Rasputin (por Ana) e Poison Ivy.


quarta-feira, 22 de abril de 2015

We Belong Together (Oneshot - What If Grindhouse Parte 5)

Parte 5 postada e essa oneshot tá ficando longa demais, mais que o último livro da saga do HP e Divergente. Foi uma piada, pessoal. Boa leitura!

Parte 5
Plena manhã de Munique e Johan acordara cedo para organizar a modesta clinica que ele e seu amigo, Johan Neeskens assumiram. Como jovens médicos recém formados, decidiram iniciar suas atividades na Alemanha.

-- O dia promete não acha? – Neeskens  carregava uma caixa de utensílios para mesa.

-- Talvez... – Respondeu sem muita animação. – Se aquela senhorita do trem me aparecer, aí sim digo se o dia foi prometido ou não.

Mal terminou a resposta e os dois recebem a visita de duas mulheres elegantes. Impressionados, deram as boas vindas as jovens.

-- Em que posso ajudar, senhoritas? – Cruyff não conseguia encarar direito Felicity. Sim, ele reconheceu a bela moça no trem.

-- Vocês dois são médicos não é? – Indagou Nora.

-- Sim. Alguma de vocês se sente mal?

-- Sou eu. – Apresentou a profetisa.

Imediatamente os dois iniciaram a primeira consulta. Vestiram os jalecos e Cruyff examina Feliciity começando pelos olhos e ouvindo o coração.

-- O que exatamente está sentindo?

-- Desde que voltei de Hamburgo, cerca de três dias... não me sinto bem. Meu estomago anda embrulhado...

Deitando a paciente na cama especial, o médico toca suavemente o ventre dela e logo percebeu do que se tratava.

-- É normal, senhorita. Estas carregando um filho dentro de si. Meus parabéns!

-- Um... filho? – A considerar pelo semblante, Felicity não gostara do resultado. Agora ela entendeu o real motivo para Graham Bond, o feiticeiro não ter feito o exorcismo. O “bloqueio”, como ele definia, era esse.

-- O pai já sabe disso? – Cruyff tentava sorrir diante daquele fato, no fundo teve uma ponta desagradável de ciúmes e espantou-se. Como pode ter esse sentimento por uma mulher que só viu uma vez.

-- Ele saberá... – Se levantou da cama e ajeitando-se, agradeceu. – Obrigada, doutor...

-- Cruyff. Johan Cruyff. Eu não sei seu nome, senhorita.

-- Felicity McGold.

Após a saída das jovens, Cruyff ainda pode ver a carruagem levando Felicity. Rezou mentalmente para reencontrar a jovem cuja delicadeza mexeu em seu coração.
Na carruagem, Nora outra vez ficou pensando sobre o que anda acontecendo com Sepp. Por vários dias, ele não possuía alguma atitude sobre eles e por vezes fugia quando se tratava de levá-la para cama ou morder seu pescoço.

Ao chegar à casa de Ana, Felicity se foi ao quarto, trancando a porta para não receber ninguém. Deitou-se na cama e começou a chorar. Temia que seu dom fosse passado ao seu filho, assim como aconteceu com seu avô, Rickon e anos depois ela que ostenta aquele poder. E mais ainda por ouvir Nora se queixar sobre Sepp evita - lá a todo o momento. Ouviu batidas na porta. Abriu dando entrada para a amiga.

-- Amiga... – Nora percebeu que Felicity não estava bem, desde a saída na clinica e descobrir sua gravidez. – Me conta o que houve?

-- Eu não agüento mais, Nora. – Dizia Fefe, ainda triste, porém, um pouco irritada. – Não agüento mais ouvir você dizendo sobre Sepp e os motivos de estar sempre te evitando!

-- É a verdade. A maldição está acabando com ele e comigo. Não estamos conseguindo nos amar e ele nem tenta me morder mais.

-- Ele mereceu. – Disse a profetisa, satisfeita com efeito causado no vampiro desde aquele dia.  – Matou Manuel e seus pais. Ele está pagando pelo que fez.

-- Pagar? Como ele pôde pagar por uma coisa que é da natureza dele? Por Deus, Felicity, às vezes você exagera demais!

-- Já disse! Ele mereceu isso e não me peça pra retirar!

Naquela noite a vidente não jantou, preferindo ficar isolada no quarto. Primus levou o prato de comida para ela, deixando sobre a mesa no quarto. Ela não comeu nada. Minutos depois o fazendeiro aparece em sua janela, com o rosto transmitindo mais abatimento.

-- Meu amor... – Antes mesmo de se aproximar dele, o rastreador se afasta da amada. – O que está havendo?

-- Nora me contou sobre a maldição aplicada em Sepp. Fraulein, peço que retire isso nele. – Solicitou o fazendeiro.

-- Eu não acredito! Não me peça uma coisa dessas, Manuel! Ele o matou e o transformou nisso!

-- Sim, mas se não fosse ele ter restituído minha vida, não teria voltado para você nesta forma e teria permanecido morto. E alias, sua amiga nos ajudou, em todos os momentos. Por que fazer isso com ela? Afastando o grande amor de perto dela?

Por mais as súplicas de Manuel tivessem efeito, não foram o bastante para convencer a fraulein. Em vez disso, foi tomada por uma fúria a ponto de jogar o prato de comida no namorado.

-- SAIA DO MEU QUARTO! – Gritou enfurecida. – NÃO QUERO MAIS VOCÊ AQUI!

-- Mas, fraulein... – Manuel tentava se defender.

-- SAIA AGORA! – Dizendo isso ela arremessou um vaso de cerâmica no vampiro, que pulou fora na janela.

Decidida, resolveu sair do quarto e ao abrir a porta,  dá de cara com os rapazes ingleses, amigos do lenhador Michael Palin.  Eles estavam escorados na porta, ouvindo toda a conversa e quando a porta foi aberta, acabaram caindo diante dos pés da profetisa. Os caídos eram Eric Idle, Terry Jones e Graham Chapman. O restante permaneceu em pé, só observando.

-- O que fazem na porta do meu quarto? – Perguntou Fefe, ainda com lágrimas nos olhos e faiscando de raiva.

-- Bem... nós... – Eric não conseguia falar devido ao medo da moça.

-- Queríamos saber... Se não deseja mais alguma coisa? – Terry Gilliam tentou se mostrar cordial. Ele e Terry Jones sabiam do dom dela e aceitaram numa boa.

-- Não quero nada vindo de ninguém! Vão dormir! – E em seguida fechou na cara dos dois e voltou para a cama, mais fraca, decepcionada e com fome.

Manuel refugiou-se para perto da Ilha dos Lobisomens e começou a chorar também. Queria muito poder solucionar o problema de Nora da melhor maneira possível e isso exigia conversar com sua amada. Não esperava aquele ataque furioso por parte dela. Neste momento compreendeu seus motivos e ainda assim  se sentiu um inútil. Talvez fosse melhor permanecer morto, pensou consigo mesmo. Porém, o amor pela fraulein é muito mais forte.  Ou melhor, pensou que esse sentimento barraria qualquer coisa. E num ato desesperado, saiu em busca de uma vítima. Para sua sorte, encontrou uma moça sozinha caminhando na estrada. Jovem, loira e dotada de lindos olhos azuis e um semblante sério, comparado com de Louise, sempre sorria para tudo.  Além de bonita, ela tinha um bom corpo. E o sangue dela devia ser uma delicia.

Rapidamente, alcançou a moça e ficou diante dela.

-- Com licença, quero passar. – Dizia a menina ao estranho. Não obteve uma resposta.

Ele caminhou em direção a ela, que continuava a tentar um contato com o estranho. Nada. Notou pelos olhos dele a coloração vermelha. Um nosferatu. Ao tentar correr, Manuel agarra pelos braços dela e a arrasta para uma casa abandonada na estrada sob gritos de desespero e lágrimas. Trancou a porta e jogou a moça na cama. Ela tentou fugir e o fazendeiro novamente a puxa para perto dele.

-- Diga seu nome! – Pediu o vampiro, em tom de ódio.

-- Não!

-- DIGA SEU NOME!

-- J... Jane.

Respondido, ele rasga as roupas da menina e aplica um golpe no rosto dela, fazendo a cair na cama, enfraquecida para se defender e para gritar por ajuda. Retirando os suspensórios de sua lederhosen, livrou-se de suas roupas e deitou-se por cima de Jane, segurando firme seu pulso e começando seu ato selvagem sexual. Jane chorava copiosamente tamanha a dor sentida que aquele estranho lhe causava, ao mesmo tempo não conseguia se conter de desejo. Por muitos anos ela desejava experimentar algo relativo dos homens e nunca encontrou um que pudesse fazer isso. Com o nosferatu não estava em seus planos. Após vários minutos de selvageria, Jane emite um grito, não sabendo se era de sofrimento ou prazer, fazendo ecoar por toda a floresta, incluindo na Ilha dos Lobisomens.
Segundos depois, já recuperado, Manuel exibe seus caninos e morde o pescoço da loira, sugando cada gota de sangue, não deixando nada além de um corpo sem vida e sangue.

Voltando ao castelo, o fazendeiro se dá conta do erro irreparável e angustiado, novamente se derrama em lágrimas, escondido de todos. Me perdoa, fraulein Felicity... Rezou para a garota não ter aquela visão. Mal sabia o rastreador, Felicity já havia visto aquela imagem em forma de profecia. O destino de Manuel Neuer estava selado.

A dor no coração por ver claramente em sua profecia o amado fazendeiro possuir uma vítima antes do abate, machucou Felicity. Entristecida e com rosto banhado em lágrimas, ela resolve sair do seu quarto e invade o de Nora. A bruxa tentava em vão namorar seu amado vampiro e os dois são interrompidos pela presença de Fefe.

-- Minha amiga, o que houve? – Abraçava Nora.

-- Briguei com Manuel e ele... ele possuiu uma mulher a força. Minha visão me mostrou e ele não escapará da morte. – Não conseguiu mais falar devido à tristeza e num dado momento, abraçou os dois e surpreendentemente, Sepp correspondeu.

-- Me desculpem... – Fefe se retira, deixando os dois um tanto surpresos e se questionando como ajudar a moça.

Paul e Uli outra vez não dormiram e desta vez com razão. Enquanto liam sobre os vampiros, Fefe abre a porta, deixando o caçador e o padre atônitos.

-- Me desculpem, mas preciso desabafar com alguém. – Em seguida ela abraçou Paul, que acariciava seus cabelos meio sem jeito e mais tarde foi entregue a Uli.

-- Sei que não é uma boa hora para confissões, padre. Mas sou uma pecadora. – Dizia Fefe.

-- Minha filha, todos cometemos pecados e somos perdoados ao falarmos com Deus. Use a bondade em seu coração e fale com seu Criador sobre suas angustias. Acima de tudo, reze algumas ave-marias e padres-nossos. Sentirás bem. – Respondeu o padre, bastante atencioso a menina.

Fefe pensou em dizer sobre seu filho para o padre, contudo, o lado teológico do jovem poderia aplicar em más impressões.

-- Senhorita – Dizia Paul, novamente abraçando carinhosamente Fefe. – Deve dormir e descansar. Amanhã é um novo dia e tudo passará.

-- Obrigada, Sr. Breitner. – Se retirou dali e voltando ao quarto de Nora, encarou o casal.

-- Felicity... – Nora não sabia o que dizer.

Fefe ainda olhava fixamente nas orbes vermelhas de Sepp e deu alguns passos em direção dele e o abraçou forte.

-- Está livre, vampiro.

-- O que? – Sepp se encontrava incrédulo ao ouvir isso.

-- Retirei a maldição. Pode amar minha amiga. – Respondeu de forma soturna.

Não é preciso dizer que a bruxinha e o vassalo se entregaram num abraço apaixonado e se trancaram no quarto. Ainda chorando na sala, os rapazes, Alice e Palin ouviram toda a conversa e apiedados, ficaram perto de Felicity e juntaram-se num abraço coletivo.

-- Obrigada, pessoal. Mal tenho palavras para agradecer. – Fefe se encontrava emocionada.

-- Não está sozinha. Estamos bem aqui. – Disse Alice, sorrindo.

-- E não vamos deixar nada lhe faltar ao seu filho. – Palin estava mais feliz que o habitual. Depois de ressuscitado, qualquer noticia boa era motivo para sorrisos e amplexos.

No castelo do conde, Manuel voltou para lá desapontado em dobro. Brigara com a amada e por raiva, traiu seu coração e deixou-se levar pelo desejo carnal e sangrento. Não teve coragem de olhar na cara do conde, Louise e Gerd. Logo de cara, Franz notou algo estranho no rastreador e pretendia descobrir.

Na manhã seguinte, Ana se acordou e preparou o café ao lado de Primus. Felicity dormiu fora do quarto ao lado dos Pythons, como eram denominados os caçadores de vampiros.

-- Primus, o que houve ali? – Questionou Ana.

-- Srta. Felicity está triste. Desentendeu com Manuel, previu a traição e morte dele e ainda não contou sobre o filho que espera. Os Pythons e Alice a consolaram e dormiram aqui na sala.

-- Acorde eles para o café.

Primus obedeceu e todos foram tomar café. Felicity optou em tomar um banho e depois se juntou aos demais.

-- Podemos conversar lá no quarto? – Convidou Ana.

-- Claro. – Aceitou a profetisa.

No quarto, as duas se sentaram na cama e iniciaram o assunto.

-- Existe algo lhe faltando, minha amiga? – Questionou Ana, ao servir um pouco de café.

-- Seria hipocrisia se dissesse que não. – Fefe ainda se encontrava cabisbaixa sobre ontem. – Temo sobre minhas visões. E futuras mortes.

-- E sobre Manuel?

-- Já o perdi de vez, Ana.

-- Talvez não totalmente... – Dizia a cientista. Compreendia a moça. Assim como ela, também sofria desse sentimento e justamente pelo caçador.  – Manuel não parece ser o tipo que comete erro e não se arrepende. Se ele ainda ama, irá procurá-la. Caso contrário, saberemos o quão canalha ele foi. E seu filho terá uma família unida, como pode ver.

-- Obrigada, Ana.

As duas se abraçaram e continuaram sua conversa de forma amigável e Primus anuncia a visita de dois rapazes, os médicos do centro da cidade. 

-- Srta. Ana, doutor Cruyff e doutor Neeskens estão na sala.

-- Está bem.

Descendo as escadas, Felicity recebe os doutores junto com Nora e Ana decide sair um pouco de casa, encontrando Paul cortando um pouco de lenha.

-- Sr. Breitner, deixa esse trabalho com Primus. – Disse a cientista, sorrindo.

-- Não gosto de ficar parado, fraulein Ana. Já fiz tudo que tinha a ser resolvido na cidade.
Ana pensou um pouco sobre a conversa com Felicity e chegou à conclusão que é possível tentar algo. E desde que o caçador chegou em sua casa pedindo abrigo, ele despertara nela algo desconhecido em seu intimo, não sabendo explicar aquilo tudo.

-- Sr. Breitner, gostaria de passear comigo? – Convidou a moça, estendendo a mão para ele.

Paul ficou um tanto surpreso com aquele convite. Pensou que fosse uma loucura, mas acabou por aceitar. Ele deu o braço para Ana se segurar e juntos seguiram pela estrada, onde conversaram sobre suas vidas e o que poderia acontecer nos próximos dias. Estava nascendo e brotando aos poucos o sentimento desconhecido de Ana, mas para Paul não era. Trocaram um olhar quase significativo. Aos poucos o caçador aproximava o rosto e ficar perto da jovem, dando um inicio de um possível beijo. Padre Uli correu até eles.

-- Paul! Paul! – Chamou seu amigo, interrompendo o momento romântico.

-- Que foi, Uli?

-- A fraulein Felicity... Ela está tendo ataques... Os médicos não sabem o que fazer.

Os três correram para dentro de casa e viram Felicity enlouquecida, proferindo palavras desconexas numa voz irreconhecível. Nora chorava desesperada, pois seus feitiços não eram o bastante para deter sua amiga. Os Pythons observavam atentamente, mas não conseguiram segurar a garota, sendo arremessados na parede. Alice e Palin tentaram e tiveram o mesmo destino. Cruyff procurava uma seringa e o remédio calmante, mas não conseguia fazer direito devido ao medo e Neeskens teve de fazer pelo amigo.

-- Todos vocês vão morrer. A escuridão dominará e o filho de Lúcifer, o escolhido, reinará entre os vivos!  --  Felicity dizia de modo assustador e seus olhos, antes castanhos claros, ganharam a tonalidade negra.

Primus segurava Fefe de todas as formas enquanto ela gritava. Neeskens aplicou rápida a injeção no braço dela. Aos poucos a profetisa parava de falar até fechar os olhos e perder os sentidos, sendo carregada para o quarto pelo servo de Ana.

-- Dr. Cruyff, sinto muito pelo ocorrido. – Ana se desculpava com os médicos.

-- Está tudo bem, senhorita Ana. Contudo... – O nervosismo e choque impediam de falar. Tanto Cruyff quanto Neeskens estavam abismados e profundamente preocupados. – Esta moça está doente e ainda carrega um filho no ventre. Estou muitíssimo preocupado com a saúde da senhorita Felicity.

-- Estamos todos aqui preocupados com isso.

Por mais duas horas, os dois médicos cuidaram da jovem mãe, que não mostrou nenhum sinal de possessão diabólica ou algo assim. Depois disso eles foram embora e Nora continuou a cuidar de sua amiga.

-- Minha avó está chegando, Fefe. Ela nos ajudará. – Dizia Nora, enquanto observava à amiga, deitada na cama e limpando a testa suada dela.

-- Tenho medo do nascimento do meu filho... Se eu não sobreviver... deixe minha prima cuidar dele.

-- Mas por que a Louise? – Questionou Nora.

-- Ela é da família, meu único elo.

Nora não concordara com isso. Mesmo vampira, achava Louise prepotente, igual de quando era humana. Mesmo Sepp a convencendo disso e vendo que a prima de Fefe realmente está mudada, não aceitava esta resposta.

-- Ela vai criar mal essa criança. – Resmungava a bruxinha. – E duvido que o noivo dela aceite isso.

-- Vão aceitar... Além disso, Lulu me contou sobre seu desejo de formar uma família com Gerd. Eles vão aceitar.  Por favor, Nora...

Diante do pedido da amiga, não teve outra alternativa a não ser aceitar. Abraçadas, ela ainda diz sobre Manuel.

-- Me garanta que aquele vampiro fazendeiro saiba do filho. Se não, vou transformá-lo num sapo ou largatixa!

As duas riram disso e Fefe adormeceu com as palavras conjuradas em latim por Nora, para fazer a amiga dormir.

No castelo, Sepp conta ao casal sobre Felicity, a gravidez e a traição amorosa de Manuel.

-- Canalha! Maldito! – Louise jogou um dos vasos de flores mortas na parede, denotando sua raiva. – Eu vou matá-lo, eu vou!

-- Por favor, Louise acalme-se! – Pedia o vassalo, um pouco assustado. – Isso fica entre nós. O conde não pode saber disso.

-- Mas aquele desgraçado vai! Não me segura, ursinho.

-- Vamos ver o que podemos fazer e não o mate até lá, ursinha.

Os três se retiraram para seus aposentos e Manuel fica na sala de estar, ainda chorando. Franz se preparava para sair à noite quando avistou seu rastreador melancólico como na noite anterior. Decidiu conversar com ele.

-- Qual é a causa dessa melancolia? – Perguntou o conde ao se servir de uma taça de sangue.

-- Trai o amor de uma mulher e quebrei a promessa de não matar em proveito próprio. Não falei pra ela sobre isso e sei que previu tudo.

Franz sabia bem de quem o fazendeiro se referia. A profetisa que foi uma de suas pretendentes no passado.

-- Cometemos erros. É humano e normal.

-- Humano? No nosso caso somos mortos. – Limitou-se a dizer.

-- Então resta a nós, pobres mortos vivos a carregar esses erros. Mas não deixe aquela moça escapar de suas mãos. – Ao terminar de beber, Franz sai do castelo, deixando o fazendeiro reflexivo com as palavras.

Minutos após a saída do conde, Manuel permaneceu ainda na sala e recebe a presença de Louise.

-- Você é mesmo imprestável, Manuel Neuer! – Ela dizia com os olhos vermelhos de ódio.

-- Tem motivos para me odiar, frau Louise. Eu juro, ainda amo sua prima. – Respondeu o fazendeiro, querendo se defender.

-- Se a amasse, por que a traiu, logo no momento onde ela espera um filho?

Quando ouviu aquela revelação, Manuel ficou estático. Então, a fraulein espera um filho? Um filho... dele? E por que não disse? Tantas perguntas a serem feitas e nenhuma resposta.

-- Eu não sabia... – Murmurou o vampiro, ainda chocado.

-- É bom pensar sobre isso. Agora tem mais uma boca pra alimentar. E se fizer mal a Fefe e o meu sobrinho, eu te mato! – Louise ameaçou e logo mais se retirou.

O rastreador ficou mais pensativo mesmo fora do castelo e  seguiu para a casa de Ana, com o mesmo ritual. Pulou num impulso para a janela da fraulein e abrindo a janela devagar, adentrou o quarto e a viu ali, na cama e dormindo como um anjo.

-- Fraulein... – Ele a chamou, fazendo Felicity se acordar aos poucos e ver o vampiro ali, parado diante dela.
-- Manuel. O que faz aqui? – Indagou a profetisa, se levantando com dificuldade.

Ao ver a amada de pé, ele observa de cima a baixo e nota a pequena forma protuberante no ventre dela. Pousou a mão ali, de forma carinhosa e começou a chorar.

-- Meu filho... Nosso filho, fraulein. – Ele dizia, emocionado.

-- Quem te contou?

-- Louise. Por favor, me perdoa?

Felicity caminhou até a janela, mirando os olhos na lua, com as nuvens encobrindo seu brilho e ao longe ouviu uivos dos lobos da ilha.  Manuel abraça a moça por trás e em seguida sussurra no ouvido dela.

-- Ich liebe dich, Felicity.

Em todos aqueles meses juntos, o fazendeiro nunca proferiu aquelas palavras e a profetisa não fazia questão disso. Apenas a presença dele e seus carinhos bastavam demonstrar o sentimento dele por ela. Felicity se vira para Manuel e mais uma vez ele toca o ventre da jovem, desta vez sentindo algo.

-- Ele se mexe... – Disse Manuel, surpreso e feliz.

-- Sentiu a mão do pai dele. – Felicity também se encontra numa alegria muito grande.

Os dois trocam um olhar apaixonado, selando com um beijo ardente. Eles se perdoaram e o fazendeiro jura permanecer ao lado da amada, não importando os problemas, eles enfrentarão tudo. E ali mesmo, com Manuel levando Fefe para a cama, os dois fizeram amor, mais intenso como da primeira vez e após isso, ele faz um pedido.

-- Casa comigo, fraulein? – Perguntou o vampiro, ao pegar na calça uma caixinha vermelha, abrindo-a revelando um anel de diamantes.

Felicity ficou mais surpresa com o pedido.

-- Aceito, meu amor. – Ao dizer isso, ele coloca o anel no dedo anelar direito dela.


Agora só faltava o dia de seu casamento.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

We Belong Together (Oneshot - What If Grindhouse Parte 4)

Parte 4 da oneshot. A parte 5 estará a caminho!

Parte 4
No retorno ao castelo, Sepp arrumava a mesa para o jantar quando Gerd e Louise, de mãos dadas entraram.
-- Vocês... se acertaram? – Questionou o vassalo, temendo mais abusos em Lulu.

-- Sim. – Respondeu Louise sorrindo e beijando o marido. – E onde está o conde?

-- No quarto como sempre. Ele está melancólico.

Ao ouvir isso, Louise conversa um pouco com Gerd sobre a situação do conde e decide conversar com ele no quarto. Ao entrar, o vê sentado na beira da janela segurando uma taça vazia.

-- Tem certeza de que não me quer mais, conde? – Perguntou Louise, servindo ao conde uma dose de sangue.

-- A questão nem é você mais. – Respondeu e em seguida bebericando um pouco. – É uma humana.

-- É alguém que conheço?

-- Ela é noiva do Barão Lauda.

Louise certa vez se lembrou quando o conde dormiu ao seu lado na cama, ele murmurava um nome que não era o dela. E achando se tratar de um sonho dele, ignorou por completo esse fato. E agora suas suspeitas se confirmaram.

-- Assim como eu era noiva do Rick e o senhor me seqüestrou, faça o mesmo com ela. E de preferência, faça rápido. – Terminada a resposta, Louise se retira e o conde pensa mais uma vez sobre a possibilidade.

Amanhã...

A palavra povoava a mente de Felicity. Tudo isso por causa da viagem a Hamburgo, para resolver sobre seus poderes. Na noite anterior ela contara isso a Manuel, que por sua vez não mostrou nenhuma ação, mas para a profetisa era decepção. As sutis expressões faciais do vampiro denunciaram a tristeza. Ela não o culpava por nada, afinal era necessário a ser feito. E agora faltando apenas um dia para a partida, ela se encontra sozinha no quarto, ouvindo a conversa de Nora e Sepp no quarto ao lado. Há essa hora, Anastacia se empenhava nos moldes de suas criações. Recentemente, deu vida a dois seres, Alice, uma moça vampira, morta por Chris e Michael Palin, um lenhador.

Enquanto mil pensamentos invadiam sua mente, ela não percebeu a presença do amado no quarto, que se encontra perto da janela sob o luar. Tentou dormir um pouco até ouvir sua voz grave.

-- Fraulein...

Acordou-se e viu a imagem dele. Ela fechou e abriu os olhos devagar para confirmar mesmo a presença dele ou se não era uma miragem criada pelo íncubo.
Caminhou até sua fraulein e colocando as mãos na cintura dela, mirando seus olhos.

-- Me desculpa por ontem.  Eu...

Felicity tocou os lábios gelados de Manuel com os dedos, encostando de forma delicada e aproximando seu rosto com o dele.

-- Não diga mais nada, meu amor... Me... Possua...

Ele não se fez de rogado e aos poucos tirou as roupas da amada e ele também se junta em sua nudez. Na cama já estavam entregues aos carinhos e beijos. Manuel sabia que Felicity nunca se envolveu antes e tomou todo cuidado em não machuca - lá e tornar aquela primeira noite algo maravilhoso e inesquecível. Ao atingirem o clímax, ficaram aninhados por um bom tempo e recomeçaram a conversa.

-- É realmente importante sua ida a Hamburgo? – Questionou Manuel, muito preocupado.

-- Sabe bem que preciso me livrar desta maldição.

-- Tenho medo, fraulein. É perigoso fazer exorcismo. E se não der certo?

Outra vez o medo pairou no casal. Realmente práticas de exorcismo envolvendo magia negra pode não resultar em algo bom. Contudo, ela confia plenamente em Nora e sua capacidade mágica.

-- Confio em minha amiga. Apenas quero estar ao seu lado para sempre, meu amor.

-- E eu vou te esperar, minha fraulein. – Disse o vampiro beijando a mão da profetisa e em seguida beijando-a, de forma ardente até serem interrompidos com a entrada do lenhador Palin.

-- Olá a todos! Como é bom voltar a viver! – Palin abria os braços, indicando sua suprema felicidade.

-- Meu bem – Alice surgiu logo atrás, puxando seu noivo para fora. – Não atrapalhe os casais.

-- Mas quero expressar de todas as formas. – Respondeu Palin, sem se importar em estar no quarto de Felicity.

Antes que Manuel manifestasse algo, aparece também Primus, o servo leal de Ana – na verdade o primeiro cadáver que seu pai conseguiu reconstituir a vida nele – avisa sobre algo.

-- A senhora Ana disse que o Sr. Chris encontrou alguns corpos ingleses.

-- Seriam... meus amigos? Quero vê-los. – E em seguida os dois se retiraram do quarto.

-- Desculpe a intromissão dele, Srta. Felicity e Sr. Manuel. Com sua licença.

-- Muito obrigada. – Agradeceu Felicity mais calma.

-- Danke. – Manuel também agradece e Primus caminha até a porta, fechando com cuidado.

No dia seguinte, Felicity se acorda e viu que Manuel já havia ido embora.  Minutos depois, já pronta, esperou Nora mais um pouco e partiram juntas rumo a estação de trem que as levará a Hamburgo. Antes de embarcar, Felicity deixou sem querer seu lenço cair.

-- Meu lenço! – Exclamou a menina e ao tentar pegar, um rapaz conseguiu agarrar o lenço e entregar para a dama.

-- Aqui está, senhorita. – Disse o gentil rapaz, com leve sotaque, denunciando sua procedência holandesa.

-- Obrigada... – Agradeceu a profetisa, um pouco corada ao encarar os olhos azulados do rapaz.

Ao embarcar, ela passou a pensar nele, contudo retirou da mente por conta de Manuel. Amava muito seu vampiro alemão, mas a simples presença do holandês mexeu em seu intimo. Não irei vê-lo mais, pensou consigo mesma.

Enquanto isso em Munique, as pessoas se encontravam em círculos, horrorizadas com que viam ali perto. Havia enormes poças de sangue e alguns corpos em decomposição. Uns inclusive completamente mutilados, sem os braços ou pernas e poucos estavam sem as cabeças. Paul observava cada um dos cadáveres ali. Seu amigo, o jovem padre Uli sentiu-se enojado com aquele forte cheiro de sangue e coisa podre. Tentou se conter mas correu até um lugar meio afastado e vomitou por alguns segundos e logo se recompôs, se aproximando do caçador.

-- As cartas não mentiam, padre. – Dizia Paul, ajoelhado diante do cadáver de uma mulher loira. – Indícios de nosferatus rondando pela cidade.

-- Pode até ser. – Embora Uli concorde, no fundo o padre desconfiava mais das criaturas lupinas que se transformavam em feras sanguinárias sob a luz da lua cheia.

A verdade é que seria apenas o inicio das investigações sobre casos sobrenaturais em Munique e Paul Breitner, juntamente com seu amigo, Uli Hoeness, um jovem padre, iriam até o fim disso para saber dos segredos da cidade alemã.
No fim da tarde os dois partiram rumo à estalagem mais próxima a acabaram por saberem da hospedaria de uma jovem médica chamada Anastacia.
Chegando ao vilarejo abandonado, eles encontram a casa da médica e ao baterem a porta, dão de cara com um homem elegante cuja face possuía algumas cicatrizes.

-- O que desejam?

-- Aqui mora a fraulein Anastacia Romanov? – Questionou Paul de forma educada. – Procuramos um lugar para ficar uns tempos e nos indicaram aqui.

-- Entrem, por favor, sintam- se a vontade!

Primus deu a entrada aos novos moradores e anunciou a chegada de Ana, que conversava com sua amiga, Nora.

-- Vocês devem ser os caçadores de monstros? Sou Anastacia. – Se apresentou a médica.

-- Meu nome é Paul Breitner e este é meu amigo, Uli Hoeness.

-- Deus a abençoe este lugar e a senhorita. – Dizia Uli, aliviado. – Estamos cansados e onde podemos dormir?

-- Primus, leve nossos hóspedes aos quartos. – Ordenou Ana.

-- Sim, senhora.

O servo levou os dois ao quarto restante e deixou as malas perto da cama e em seguida se retirou. Paul tratou de se ajeitar e Uli foi logo dormir. Era compreensível. Durante a viagem toda ele ficou acordado altas horas. De madrugada, Paul se acordou com o uivo distante. Ao abrir a janela avistou uma pessoa sofrendo no jardim. Ao tentar fazer algo para ajudar, percebeu que o humano se transformava em algo. O corpo todo ganhava pêlos, muitos pêlos. Os pés se assemelhavam a patas de lobo e as mãos eram garras. O rosto era horrendo. Uma mistura humana e animalesca. Em seguida o ser emitiu seu mais alto uivo de lobo.

-- Uli! – Acordou seu amigo padre. – Uli, eu o vi!

-- Viu... Quem? – Questionou o padre, ainda sonolento.

-- O lobisomem! Pena que ele se foi. Amanhã falarei com Ana sobre isso.

-- Certo e agora... Volte a dormir. Deus o abençoe, Sr. Breitner!

-- Amem e boa noite.

Por mais que se esforçasse, Paul não conseguiu dormir. E para contribuir, viu um homem caminhando até o jardim e atirando pedras na janela do andar de cima. Ao abrir, revelou o rosto de Felicity, amiga de Ana. O rapaz loiro, deu alguns passos para trás, correu e num dado impulso, pulou para dentro da janela da garota. Aquele ato não era normal, nem para os caçadores de monstros como ele.
Devo estar vendo coisas. Vejo até um homem voando, pensou Paul e tentando voltar a dormir. E outra vez o sono não apareceu. Quando ia se levantar, ouviu passos de alguém. Tentou entreabrir a porta para lhe dar uma visão e tudo que conseguiu enxergar foi Nora abrindo a porta e abraçando um rapaz alto, de cabelos vermelhos e o rosto um pouco pálido, igual ao do jovem loiro. Eles subiram as escadas e Paul viu claramente que ele tinha olhos vermelhos, bem avermelhados como o sangue.

Fechou a porta e voltou para cama se questionando quem são esses homens e o lobo transformado. De repente um enorme estrondo igual de um raio soou em toda casa, acordando também Uli, deixando-o um pouco assustado.

-- Ono zhivoye! (Está vivo!)
 
-- O que ela disse, Paul?
 
-- Eu não sei... – Paul não sabia ao certo o que aquela casa apresentava. Primeiro um lobo, depois um misterioso ser sobe a parede como um gato e entra pela janela e outro possui olhos vermelhos e agora vem o estrondo.
 
Era hoje que não iria dormir pensando nisso.
 
Ao amanhecer Paul e Uli se levantaram e viram que os outros moradores ainda não se acordaram.
 
-- Esse pessoal só se mexe a noite? 
 
-- Eles têm tarefas e visitas a noite, Sr. Breitner. – Respondeu Primus, servindo o café da manhã aos visitantes.

-- De quem? – Ainda questionou o caçador, tomando um pouco de café.

-- Srta. Nora recebe a visita de seu noivo, que mora no castelo mais adiante, Srta. Felicity do seu amado fazendeiro. Apenas a Srta. Ana não recebe ninguém.

-- Perdoe a curiosidade, mas o que ela faz?

-- Ela estuda a anatomia humana e consegue trazer de volta a vida.

Uli se engasga com um pedaço de pão ao ouvir aquilo.

-- Como assim? Isso é impossível. É contra a lei da vida. Um pecado irreparável!

-- É possível sim, padre. – Disse o criado. – O Sr. Romanov também fez assim comigo.

-- Por falar em Sr. Romanov, onde está Christopher? Gostaria de conversar com ele. – Paul queria muito saber se o lobo visto na noite passada era o irmão de Ana.

-- Sinto muito, Sr. Breitner. O Sr. Chris está muito cansado. Apenas no final da tarde poderá conversar com ele.  Com sua licença, tenham um bom dia. – E se retirou o servo, deixando o caçador e o padre um tanto incrédulos com as revelações, ao mesmo tempo desconfiados do que se passa ali.

Após o café, eles saíram da casa e resolveram conhecer melhor os arredores da casa e o vilarejo em si. Caminharam por vários minutos até chegarem ao suntuoso castelo alemão, pertencente à família Beckenbauer.

-- Acha que devemos entrar?

-- É necessário. – Respondeu o caçador. Antes mesmo de bater a porta, pensou mais um pouco.  – Pensando bem, vamos observar e coletar mais fatos sobre isso.


-- Também acho. 

domingo, 19 de abril de 2015

We Belong Together (Oneshot - What If Grindhouse Parte 3)

Terceira parte da oneshot!


Parte 3
No outro lado da cidade, Rick Wright escrevia mais um artigo filosófico para mandar ao jornal de Londres. Sua noiva, Meg Johnson dormia tranquilamente na cama e o jovem se dedicava a escrever aqueles textos. Uns eram poemas parecidos com eddas nórdicos, outros são os artigos de jornal. Desde que sua antiga namorada e noiva, Louise, desapareceu sem mais nem menos, as coisas se complicaram para ele. Embora a amasse no fundo, ele preferia o lado obscuro da vida. A noite se divertia nas tabernas com seus amigos e se deitava com as prostitutas. Meg era uma delas e caído de amores, resolveu transforma - lá numa dama e depois sua noiva.

-- Ricky... – gritou Meg ainda no quarto. – Venha pra cama, quero você!

Ele não respondeu. Continuou a escrever até ouvir um abafado grito, mas ignorou isso. Depois de terminado o texto, o filósofo subiu as escadas e sentiu um forte cheiro de sangue vindo do quarto. Temeu um pouco isso e abrindo a porta, espantou-se por ver sua amada na cama, totalmente ensangüentada e com a garganta cortada. Rick arregalou os olhos, tamanha era seu horror vendo aquilo e correu até o corpo inerte de Meg, segurando a cabeça dela e chorando.

-- MEG!!! – Gritou desesperado e chorando. Se perguntou quem poderia ter feito isso e como conseguiu entrar no quarto dela.

De repente um arrepio foi sentido em seu corpo. Alguém estava no quarto além dele. Wright não sabia se olhava para trás ou para o lado ou simplesmente esquecia-se disso. Ouviu a madeira se quebrando ao longe e assustado, se levantou da cama e revistou o quarto. Sem sinal de alguma pessoa ali. Se convencendo que tudo aquilo é uma ilusão, Rick se virou e dá de cara com o ser perto do cadáver de Meg. Ele vestia roupas de um nobre e seus olhos reluziam a tons avermelhados.

-- QUEM É VOCÊ? – Questionou o jovem, recuando da criatura. Este por sua vez, caminhava em direção ao humano, decidido. – QUEM É VOCÊ?

-- Pra quê responder se logo servirá de alimento para ela? – Respondeu e em questão de segundos segurou a cabeça do humano e deu dois giros rápidos nele, quebrando o pescoço.

Rick não teve tempo de reagir e sem vida, tombou ao chão. Segurando uma faca, o ser rasga a garganta dele, coletando todo o sangue da vítima em mais uma garrafa. Minutos depois, estava saindo de casa quando teve uma grande idéia. E envolvia os cadáveres...

-- Ela está assim há mais de uma semana, senhor. – Comentou Sepp, enquanto seguia o conde na caçada.

-- Louise fez sua escolha... e tem suas conseqüências.

-- Mas, ela não merece isso. Já nos deu certeza de que não ter sido ela que arrastou Alice para morte. Eu imploro, senhor. Vamos alimenta- lá.

Franz não costumava reagir a piedade dos inimigos ou até mesmo de seus aliados contudo, Louise não mereceu a acusação e queria preservar a vampira em beneficio a Gerd.

-- Está bem. Quando voltarmos ao castelo, leve um pouco de sangue para Louise.

Sepp concordou e seguiram juntos ao ataque numa taberna.

Chegando ao castelo, Gerd subiu rapidamente as escadas e abriu a porta do quarto de Louise. Viu o estado deplorável dela. Cabelo louro antes ondulado, agora desgrenhado. Os olhos não continham aquela aura reluzente, pareciam sem vida. A boca ressecada e a pele muito mais branca. Acima de tudo, ela gemia demais por conta da fome e dor. Foi torturante para o vampiro ver sua amada assim. Ele deixa as garrafas na mesa e pegando um copo, serviu com o liquido vermelho e ofereceu a Louise, que sentiu o cheiro característico do sangue.

-- De quem é esse sangue? – Perguntou com a voz quase falhando e se levantando.

-- Não interessa. – Respondeu Gerd, indiferente. – Apenas beba, por favor.

-- Mas...

-- Beba logo!

Ficou um pouco relutante no inicio. Porém, a vontade de sangue é enorme e a considerar o tempo de abstinência, obedeceu àquela ordem e pegou das mãos dele o copo e bebeu sem parar, não deixando uma gota sequer. Experimentar o sangue mais uma vez reviveu as energias da vampira e encarando o rosto de Gerd, estendeu o copo a ele.

-- Quero mais! – Pediu, satisfeita.

Em poucos minutos Louise esgotou a primeira garrafa de sangue e voltou a se deitar, se sentindo recuperada. Por ela, já poderia sair e caçar mais um humano. Seguindo as recomendações de Gerd, ela permaneceu na cama, sorrindo e olhando para o teto. Ele também deitou na cama, ao lado dela e segurando sua mão. Por breves momentos se olharam e Louise acaba aninhando-se nos braços do vampiro e sussurrou.

-- Eu não matei Alice.

-- Sei disso. – Disse Gerd, fazendo carinho no cabelo dela que em seguida dormiu.

Na noite seguinte, ela retornou as suas atividades noturnas. Tomou banho, vestiu sua melhor roupa e penteou o cabelo. No jantar, ela se alimentou bem. Percebendo isso, o conde chama a vampira para uma conversa no escritório e ao entrar, viu também Gerd.

-- O que está acontecendo? – Questionou.

-- Só quero me certificar de algo. – Franz se sentou na poltrona e ficou mexendo nos papéis na mesa e em seguida fitou os dois vampiros. – Acho que está bem claro para mim e para vocês dois sobre muitas coisas.

-- Sobre o que estamos falando? – Louise ainda não compreendeu.

Franz se levanta e aproximando-se da vampira, tocou as mãos dela.

-- Não é a mim que você quer. E não é Alice que Gerd deseja. Estou dando permissão a vocês ficarem juntos.

-- Está falando sério? – Agora é Gerd que não acreditava nas palavras ditas do conde.

-- Sim. Estão livres para se unirem. Vivam juntos. Agora se me derem licença, tenho assuntos inacabados para antes do amanhecer!

Terminando a conversa, o conde se retira do escritório, deixando o novo casal a sós, um pouco consternados e tímidos.  Depois disso, Louise perdeu a vontade de sair e seguiu para o quarto, pensativa. Não queria que as coisas terminassem assim. E se Gerd ainda preferisse Alice?

Mesmo falando as indiretas amorosas, ele não correspondia e muitas vezes se afastava dela, seja por medo ou respeito à Alice. A porta se abre e Gerd entra silenciosamente. Louise percebe sua presença e o vê se sentando na beira da cama, ao lado dela e tocando sua mão delicada. Pensou em afastar aquela mão e em vez disso permitiu. Não disseram uma palavra ali, apenas o olhar era a resposta de suas dúvidas. Ele puxou o rosto da vampira e a beijou de forma calma, transpassando para a forma sensual. Louise gemeu um pouco ao sentir as mãos dele tocando o resto de seu corpo e tentando tirar sua roupa. Amedrontada, evitou o contato. Algo impossível. Quanto mais Louise tentava fugir, mais Gerd queria e muito.

-- Pare... por favor... – Louise se desvencilhava.

Cansado daquela negação da vampira, ele começou a rasgar as roupas. Louise por sua vez começou a gritar de pânico e ele a mantendo presa na cama.  O medo aumentou quando o vampiro também tirou sua roupa e deitou por cima dela, começando os movimentos e abafando os gritos com uma das mãos...

-- Até quando vai continuar com isso? – Perguntou Chris, um pouco enojado por ver o novo cadáver que Ana trabalhava.

-- Não tire minha concentração, meu irmão. – Respondeu Ana, enquanto costurava a face desfigurada do lenhador, encontrado morto perto de sua casa.

Ao que parece, ele teve a cabeça esmagada contra a parede ou madeira e completamente destruído. Após o sucesso de construir Alice, era vez dele. E achando melhor construir um noivo para ela, aquele lenhador foi um achado de sorte. Não perdeu tempo e logo começou moldá-lo.

No outro cômodo, Nora e Sepp namoravam intensamente e quando o vampiro vassalo quis morder a jugular da bruxa, foi acometido mais uma vez pelo mal estar, algo ruim que o impedia.

-- Por que não me morde logo? – Perguntava Nora, sem saber que aquilo é o efeito da maldição que Felicity aplicou no vampiro, por vingança.

-- N... não... posso... me perdoa... não me sinto bem. – Respondeu o vampiro, aterrorizado e em seguida desapareceu como a fumaça, deixando a amada com mais dúvidas.

Sepp correu o mais rápido que pode até chegar ao castelo. Subiu as escadas e chegando ao corredor, passou pelo quarto de Louise, ouvindo alguns ruídos abafados e vozes. Reconheceu o grito da vampira. Se aproximou mais até o conde aparecer.

-- O que pensa que está fazendo?

-- Louise precisa de ajuda! – Respondeu Sepp, disposto a ajudar a amiga.

-- Deixe-a se acertar com Gerd. Vamos conversar. – Franz seguiu até o fim do corredor e entrou em seu quarto.

Sepp entrou também e viu seu amigo olhando para o céu estrelado.

-- Outra vez sonhei com aquela moça. – Comentou Franz enquanto bebia mais sangue na taça dourada.

-- A francesa? Noiva do Barão?

-- Essa mesmo.

-- Senhor, por que não a traga aqui? Faça dela sua noiva!

-- Mas como? Ela está de compromisso com Barão. Devo respeitar isso.

Novamente ficaram em silêncio, mostrando que não há saídas para os dilemas enfrentados pelo conde. E para Sepp, o único dilema era Nora e sua vontade de morde-lá. A praga que a profetisa aplicou serviu muito bem e agora sofria deste mal.
Antes de se retirar, o vassalo ainda fala mais ao conde.

-- Se eu fosse você, aproveitava que esta moça ainda está em Munique e a trazia pra cá, antes que o Barão venha. E mais ainda por que Louise está com Gerd.

Sepp fechou a porta e deixou o conde um tanto pensativo. Seguindo para o seu quarto, viu que Gerd ia embora e aproveitando disso, foi-se ao quarto de Louise. Encontrou o quarto bagunçado e os lençóis sujos com pingos de sangue e as roupas rasgadas da jovem. Caminhou um pouco ali dentro e encontrou Louise, completamente nua, jogada no chão e cheia de marcas no corpo.

-- Oh meu deus... – Disse o servo de Franz, carregando a vampira na cama que gemia de dores.  – O que aconteceu?

-- Eu o odeio... odeio Gerd Müller! – Dizia Louise, com os olhos faiscando de fúria e mostrando os dentes. --  EU O ODEIO!!!

-- Ele... fez isso com você? – Indagou horrorizado por pensar que seu amigo tenha abusado daquela forma sua nova parceira.

Ela fez sinal com a cabeça, indicando a resposta positiva. Rapidamente pegou outro lençol e cobriu o corpo da vampira e depois preparou um banho especial. Louise se banhou com cuidado por conta do corpo inteiro doer demais. 

-- Ele é assim mesmo, tão violento? – Perguntou.

-- Olha, conheço Gerd desde a infância e juro pra você, que esse não é o jeito dele não!

Aproveitando a última meia hora antes do amanhecer, Sepp pegou os lençóis, lavando-os e deixando num pequeno varal para secar quando amanhecesse o dia.

Amanheceu na modesta casa de Ana e Felicity foi a primeira a acordar. Ajudou Nora a preparar o café ao mesmo tempo em que se lembrava de outro sonho. Desta vez não era o íncubo atormentando seu sono e sim a personificação da morte, na face de um rapaz de olhos azuis pálidos, semblante sério e usando roupas pretas.

A guerra contra o rato pode começar. Embora você amando seu vampiro, outro entrará em sua vida, causando desgraça e o seu fim...

-- Em que está pensando? – Nora arrumava a mesa enquanto sua amiga preparava o pão e as canecas.

-- Ontem à noite, depois da visita do Manuel, a morte veio me ver. Dizendo que mais um vampiro entrará em minha vida e causará meu fim.

-- Acha que é o íncubo?

-- Ele não mencionou a entidade. Entretanto... — Calou-se. Fefe sabia quem era esse vampiro. Há dias sua visão mostrava um rapaz loiro, olhos azuis serenos e boa índole. Alguém com capacidade de salvar vidas... E capacidade de renegar sua raça por outra pessoa.

De qualquer forma, Felicity procurou esquecer aqueles avisos.

Ao cair da noite, os vampiros despertam, prontos para resolver seus problemas e procurar mais uma vítima. Na sala de jantar, Franz esperava por seus amigos ao mesmo tempo bebia mais. Sepp colocava os alimentos na mesa e a primeira a aparecer foi Louise. A pobre vampira não conseguira dormir por conta do ocorrido. Mesmo assim ela foi jantar e andando a passos vagarosos, conseguiu chegar à mesa do dono do castelo e sentou-se com dificuldade, despertando curiosidade deste.

-- Está tudo bem, Louise?

-- Sim – Respondeu a vampira com sorriso amarelo, tentando disfarçar.

Sepp serviu com sopa de fígado o prato de Louise. A principio todos jantavam calmamente. Quando Gerd se juntou aos demais, sentiu o horror tomar conta. Os dedos de Louise tremiam e mal conseguia beber a taça de sangue direito.

-- Com sua licença, conde. – Se levantou e novamente seguiu ao seu quarto.

Mesmo com dor, Louise subiu rápido para o quarto e se trancou ali dentro, temendo outra noite de horrores com Gerd.

-- Ele não vai me tocar! – Disse pra si mesma e tratando de arrumar a cama.

Terminado isso, Louise ficou lendo livro quando ouviu o barulho da chave girando. Á principio achou que fosse algum dos quartos a mais do castelo e voltou a sua atenção literária. Com cuidado a porta foi aberta e ele conseguiu entrar sorrateiramente, tentando agarrar os pés dela. No momento que Louise virava mais uma página, notou o toque de uma mão fria e imediatamente saltou da cama e viu seu “noivo” com os olhos vermelhos e os caninos pontudos, pronto para possuir sua nova “noiva”. Sem pensar, ela correu até a janela e pulou para o jardim. Gerd saiu imediatamente do quarto e iniciou uma perseguição implacável.

Louise saiu em disparada e Gerd lutava para alcançar a moça, porém em velocidade, a vampira é boa.
Entre um caminho e outro, trocaram exclamações.

-- NÃO VAI ME POSSUIR! – Gritou a noiva, desviando para outra rota.

-- VOCÊ É MINHA, VOLTE AQUI! – Gerd gritou de volta sem perder atenção.

Ele quase encostou sua mão no ombro dela, quando de súbito, conseguiu escalar a árvore e seguir seu caminho... até adentrar a Ilha dos Lobisomens. Teve de parar por ali na fronteira da floresta e resmungou até derrubar uma árvore com um soco. Por mais fosse sua vontade em entrar naquela ilha, tinha de respeitar o pacto de paz dos vampiros e lobisomens.  Irritado, decidiu recuar, apenas por enquanto.

Numa das árvores, Louise observava Gerd tomando o caminho rumo ao castelo. Ao seu lado estava Richard Starkey, conhecido como Ringo para os lobisomens.

-- Não conte a ninguém que estive aqui. – Pediu a vampira, um pouco temerosa.

-- Está bem. – Concordou Ringo. O jovem lobo sempre admirou a bela vampira loira do conde e por ela faria qualquer coisa, inclusive protege - lá do marido ensandecido.

Descendo com cuidado da árvore, resolveu ir caminhando até chegar ao castelo. Devagar, foi subindo as escadas, mas sempre olhando para todas as partes. Sem sinal da presença de Gerd. Talvez tenha ido caçar ou procurar novamente Alice. Já no quarto, ela novamente tranca a porta. Viu na janela que as estrelas e a lua estavam sumindo por conta da aurora. Cansada, tirou seu vestido e sapatos. Procurou sua roupa de dormir e após se vestir, deitou na cama, tranqüila por saber que Gerd não entrará em seu quarto. Ou ao menos pensou isso...

Na penumbra, surgiu a figura do vampiro, ainda com seus olhos rubros e atentos na noiva. Deitou-se ao seu lado e sussurrou no ouvido.

-- Serás minha esta noite!

Sentindo um estranho e forte calafrio, Louise se acorda e vê o vampiro ao seu lado. Antes mesmo de sair da cama, Gerd aplica um abraço de urso nela e a arrasta para cama sob os gritos e xingamentos da noiva fugitiva. Outra vez teve seus gritos abafados e sentiu toda agressividade do amigo do conde. Aos poucos ela começou a cogitar em deixar o vampiro ali mesmo e sair procurando um marido que preste e  aceite como é.

Terminado o ato, ele adormeceu ainda por cima da noiva, que o empurrou para o lado e saiu da cama, mais enfurecida e decepcionada. Lavou o rosto na pequena bacia de água e saiu dali, indo para o quarto de hóspedes, onde fechou as cortinas para os raios de sol não atingirem seu corpo e depois deitou na cama.


Ainda aguardo por sua alma, meu anjo...

A voz do íncubo ainda ecoa na mente de Felicity. Mais uma noite com insônia provocada por ele. Pensou numa forma de se livrar daquele ser que vem toda noite para tentar corromper seu corpo, sua alma e seu coração. Impaciente, ela resolve procurar Nora.

-- Quando iremos a Hamburgo? – Perguntou Felicity.

-- Depois de amanhã. – Nora estava colhendo flores calmamente. – Logo tudo isso acabará.

-- Eu não agüento mais essas imagens, as previsões do futuro, os espíritos... Preciso terminar com esse ciclo!

-- Fica calma, tudo isso irá terminar e estará livre.

Embora tivesse certeza que Graham Bond, o feiticeiro fosse capaz de curar Felicity através do exorcismo, no fundo tem medo de que essa prática matasse sua amiga. Apenas resta saber disso no dia depois de amanhã.

No centro da cidade quatro rapazes usando roupas pretas e chapéus se encontraram no estabelecimento de compras e conversaram discretamente.

-- Tenho certeza. – Berrava o mais alto deles chamado John Cleese. – Foi um nosferatu.

-- E se fosse mesmo? Como o enfrentaremos? – Questionou o outro, magro e pálido chamado Eric Idle.

-- Ouvi dizer que estacas, crucifixos e água benta podem machucar e matar um vampiro. – Disse Terry Gilliam, com olhar de satisfação e mostrando os itens.

-- Vamos acabar com eles!! – Terry Jones bradou erguendo o copo de cerveja e seus amigos o acompanharam, decididos.

E veio mais uma noite e com ela, Louise retorna para o quarto, determinada em acabar com aquele circulo vicioso entre ela e seu novo noivo, se é que ela poderia considerar assim. E começando com a expulsão dele.

-- ACORDE! – Sacudiu. – ACORDA, DESGRAÇADO!

Ele por sua vez despertou com a insistência da vampira e se vestiu.

-- Agora saia do meu quarto e não volte mais!

-- Esqueceu que sou seu noivo? – Indaga o vampiro, um pouco irritado. – Você me pertence e deve fazer tudo que eu quero!

-- Que noivo é esse que agride sua mulher? E ainda usa o corpo dela como se fosse nada? Ouça, nunca fui tão humilhada, agredida e ainda... – Ela começou a chorar. Lembrar das duas noites anteriores é como levar chicotadas nas costas. – Você... ME USOU!!!

Ele não disse nada e permaneceu impassível diante da confissão dela. Enquanto ajeitava a roupa em si, Gerd pode ouvir mais lamentos da noiva.

-- O conde não faria isso. Embora ele nunca me tocasse. Me preservei pura pra você e para quê? Receber isso? Eu sou uma dama.

Gerd pela primeira vez se sentiu terrivelmente mal ao ouvir aquilo. Realmente errou demais com a amada. Então, o motivo da rejeição de Louise ao conde era a pureza dela? Unicamente guardada para... ele? Olhou de relance para ela, que limpava o rosto inundado de lágrimas e em seguida se dirigia a porta.

-- O que vai fazer? – Perguntou um tanto curioso.

-- Nada. Só quero que acabe. Na verdade... – Louise respirou fundo para se acalmar e depois completou. – Acabou tudo entre nós, Gerhard. Arranje outra noiva pra você!

E fechou a porta, deixando Gerd um tanto estático. Tudo que acreditou era uma mentira. Louise nunca poderia ser Alice e ela não poderia ser a vampira loira desejada. A culpa tomou conta e agora ele a perderia mais uma vez. Uma hora depois resolveu sair um pouco para caçar e pegou a trilha que o leva para a cidade, no caminho sentiu o cheiro de humanos, em quarteto. Quando deu o próximo passo, eis que surgiram quatro homens a sua frente. Todos armados com machados e estacas.

-- Acabem com ele! – John foi o primeiro a atacar, mas foi derrubado com o soco de Gerd.

Eric Idle arremessou o machado no vampiro que acaba pegando no ar e em seguida se aproxima dele e antes de aplicar um golpe no humano, um deles joga água benta em suas costas, causando ardência e enfraquecimento. Terry Jones aproveita disso e esmurra o vampiro no rosto. Gilliam usa a arma e golpeia Gerd no tórax, deixando uma marca vertical um pouco torta.
Mal conseguindo se levantar, Jones impediu do vampiro de reagir e juntando as mãos, ergueu no alto e abaixou rapidamente, provocando um grande impacto na coluna, desequilibrando o vampiro alemão.

Enquanto isso Louise estava deitada na relva, perto do rio quando sentiu um cheiro conhecido na floresta. Era do jovem lobo Christopher. Há muito tempo a vampira estava de olho no irmão da doutora russa que vive no vilarejo abandonado e sabe que é ele que carrega os cadáveres para sua irmã dissecá-los. E sem falar do pescoço dele, muito tentador para ela. Fechando os olhos, ela suspirava e arranhava o tronco da árvore, falando de forma poética.

-- Oh, Romanov... – Dizia ela em seu delírio. – Por que não és mortal em vez de lobo? Por que não preferiu o sangue em vez da fúria? Por que não escolheu a imortalidade e sim noites ferozes? Por que não me escolheu, em vez desta lobinha?

Não suportando aquele desejo, Louise se recompõe e segue procurando pelo lobo. Chris colhia mais galhos das árvores e ouviu um canto tão suave. Largou a madeira e caminhou até onde aquela música estava vindo e encontrou a bela moça de cabelos dourados e olhos tão brilhantes. Ele tentou recuar e o encanto não permitiu. Estava paralisado e um pouco entorpecido. Contudo, em seus pensamentos estava  Vivian, a lobinha ruiva por quem devotou seu amor.
Louise tocou o rosto dele e levemente encostou seus lábios nos dele.

-- Oh, Romanov, tão belo...— Em seguida finalizou com um beijo ardente.

Aos poucos ela selava o destino do lobo quando o estranho calafrio percorreu seu corpo, fazendo-a parar de beijá-lo. Concentrou sua audição apurada e logo ouviu gritos, pancadas e madeira se quebrando. A exclamação veio alta e imediatamente reconheceu ser Gerd.

-- Não vai me beijar mais? – Chris estava tão envolvido com ósculo que estranhou essa atitude.

São muitas dúvidas para ela. Procurou esquecer isso e voltou sua atenção ao belo lobo russo. Os gritos e os estampidos dos socos e chutes aplicados ecoavam na mente e veio uma imagem de Gerd, morto com uma estaca enfiada no coração e muito em breve virando cinzas, desaparecendo aos poucos.  Ela se afastou de modo brusco de Chris.

-- Eu sinto muito. Mas não dá Romanov! – Em seguida correu na direção do som emitido.

Conseguiu chegar ao local e a sensação que teve foi de coração rasgado, vendo o vampiro caído, se levantando e mais chutes e golpes sendo desferidos nele.
Rapidamente Lulu analisa qual deles é o mais fraco do bando. Era um dos ensinamentos do conde. Ataque primeiro o mais fraco do grupo, para deixar os outros atordoados.
Eric trocava socos no vampiro ao mesmo tempo bebia uma garrafa de uísque.

-- John – Gritou com uma voz completamente embriagada. – Vamos cortar a cabeça dele.

-- Ótima idéia. – Respondeu ao pegar o machado e banhou um pouco de água benta. – Segurem ele!

Gilliam e Jones agarram os braços de Gerd, completamente fraco. Arrastaram para perto de uma rocha e deixaram a cabeça pronta para o corte.

-- Se prepara, nosferatu! – John erguia o machado e poucos segundos continuou a dizer. – Isto é por Palin!

Antes do golpe final, houve um ataque relâmpago. Eric foi arrastado até o muro e em seguida veio à terrível dor do seu pescoço sendo mordido e mastigado. Gritos ecoaram na estrada e John, Gilliam e Jones estavam aterrorizados. Gerd praticamente não se movia devido à fraqueza, contudo, sentiu o forte cheiro de sangue provocado por Louise.

Gilliam largou o braço do vampiro e ao tentar se aproximar foi puxado na árvore, gritando de dor e no final tendo sua cabeça separada do corpo.

Restaram apenas dois. John e Terry Jones não sabiam bem o que fazer.

-- Apareça, monstro! – Esbraveja John Cleese. – Apareça!

Ao se virar ao lado, deparou com outra cena horrenda. Terry gritando por conta dos braços serem arrancados e depois a vampira esmagar seus olhos com os dedos. John correu longe dali para não ser pego. Algo que não deu certo. Louise o alcançou e ele retornou ao ponto inicial. Louise, armada com o machado dele, arremessa na direção do humano, que corta a cabeça dele em segundos.

Neste instante, outro homem, vestido como nobre, caminha a passos largos e fica paralisado com a imagem a sua frente. Seus amigos, mortos de todas as formas. Eric com corpo branco e a jugular mordida e mastigada. Terry Gilliam com a cabeça cortada. Jones foi mutilado e John Cleese também teve o crânio separado do corpo. Sem saber, a vampira estava atrás de si e quando tentou algo, a fascinação foi aplicada e depois sussurrou no ouvido dele.

-- Vai ser o alimento do meu marido! – Terminada a exclamação, rasgou a garganta dele com uma faca, derrubando o rapaz.

Gerd se reerguia com dificuldade e caminhou para perto da noiva. Esta, por sua vez, pega o pulso da vitima e oferece ao noivo, que morde e suga o sangue dele com vontade. Por cinco minutos, o corpo de Graham Chapman já não tinha mais sangue.

Após o momento da refeição, Louise carregou Gerd até o rio e o fez se sentar debaixo da árvore. Ele gemia de dor, mesmo abafando com a mão para não causar pena. Seria desastroso. Ela correu até o rio e pegou um pouco de água com as mãos em forma de concha e lavou o rosto dele. Rasgou a barra do vestido e molhou o pano na água, limpando os ferimentos. A cada toque dela, Gerd sentiu-se nas nuvens. As mãos dela possuem uma suavidade tranqüila e amorosa. Nada de intenções luxuriosas. Ao mesmo tempo vislumbrava o rosto dela, através do luar. Traços mais delicados, dignos de um anjo, incorporado em demônio.

Percebendo isso, Louise resolveu parar um pouco e direcionou o olhar para o rio, refletindo o esplendor noturno da lua.

-- Em que está pensando? – Questionou Gerd.

-- Não devia ter feito isso... – Respondeu sem encarar seus olhos. – Não sei o que deu em mim...

Ele sabia bem o motivo disso. Louise ainda não o perdoou por conta das duas noites de amor violenta, resultando em machucar a vampira e tirar a pureza dela da maneira mais agressiva e depravada.

-- Sabe, eu quase te deixei hoje. – Comentou e riu disso um pouco nervosa. – Mas não consegui.

-- Então não me abandone jamais. – Tocou as mãos dela, tão geladas e puxando o rosto dela para perto de si, beijando - a com ardor e ternura demonstrada.

Louise correspondeu de modo surpreendente. Muito tempo sonhou com beijo verdadeiro do vampiro e agora é correspondida. Parando o ósculo, ela toca o rosto dele com o mesmo carinho. Não é preciso dizer que ela o perdoou. E seus pensamentos anteriores de arranjar outro marido vampiro se foram. Apenas Gerhard é mais importante.

-- Me ensine a te amar, ursinha. – Sussurrou o vampiro no ouvido dela.

Devagar, ela começa a despir seu noivo e ele a ajudava a retirar as roupas dela e em seguida caminharam até o rio cristalino, se banhando, alegres e apaixonados. Brincaram um pouco de atirar água um no outro e nadaram juntos. Se beijaram mais uma vez e quando voltaram a margem, Louise pegou a faca de cabo de ouro --a mesma que ela usa em suas vítimas – e segurando a mão direita do noivo, fez um pequeno corte na palma dela.

-- Agora faça o mesmo em minha mão direita. – Entregando o objeto a ele.

Gerd fez o mesmo. Com as mãos sangrando, ela entrelaçou com a dele, misturando seu sangue com o de Gerd.

-- Neste momento, diante da lua, faço este juramento. Pertencerás a mim e a mais ninguém. Serei tua vida, tua existência, tua razão de viver e viverás por mim. Não seremos dois, mas um e único. – Recitou Louise, apertando a mão entrelaçada e ainda encarando os olhos do amado.

-- Juro também devotar todo meu amor a ti. Serei unicamente teu servo, teu companheiro, teu amigo e esposo. Lutarei, viverei e se for preciso, morrerei por ti, minha adorada esposa. E tu serás eternamente minha. – Finalizou o vampiro, alegre por selar aquele compromisso com a mulher que ama desde que eram humanos.

Entregues aos prazeres, fizeram amor calmamente sob carinhos e toques ardentes e inocentes, tornando algo mais divertido.  Do outro lado do rio, os lobisomens viam tudo que se passava ali, escondidos sob os galhos das árvores e conversando.

-- Vocês são pervertidos hein? – Mary Anne, irmã de Paul McCartney e também uma lupina, reclamava para o irmão.

-- Qual é? Não se vêem cenas assim todos os dias. – Retribuiu Paul.

-- Mas é falta de educação, sabiam? Se Bobby descobre que estamos vendo os vampiros do conde Beckenbauer fazendo amor no rio, seremos punidos. – Repreendeu Rosie.


Eles continuaram a observar tudo atentamente. Ringo se lamentava por perder outra vez a chance com a bela vampira loira e Rosie se aborrecia mais ainda por saber que coisas como essa poderiam muito bem acontecer e segundo as ordens de Bobby, ignorarem se virem um casal se amando no rio.