domingo, 19 de abril de 2015

We Belong Together (Oneshot - What If Grindhouse Parte 1)

Olá pessoal!
Hoje vamos ter a postagem de uma oneshot muito gigante. Gigante mesmo, com suas mais de 35 páginas. Dá até pra ser fanfic, devido ao seu conteúdo. We Belong Together (música da Mariah Carey e presente na Playlist McGüller no 8tracks) trata de como surgiu o romance do casal vampiro Gerd Müller e Louise McGold, com flashbacks de quando eram humanos até a sua forma vampiresca. Além disso, vai abordar outros personagens de forma resumida que vocês verão na saga Modern Vampires of The City, escrito por Mariana Greyjoy. Em breve outra oneshot dentro desta saga será escrita por Mariana "Walrus Girl" Campos, aguardem. E agora boa leitura da primeira parte!


We Belong Together__ Maya Amamiya

Parte 1

Uma noite especial surgia no verão de Munique. E no castelo do conde Beckenbauer apenas um membro estava feliz. E era Louise. Ao abrir o caixão, se levantou calmamente e um pouco sonolenta, caminhou até a janela e afastou as cortinas, revelando a lua cheia em seu brilho intenso.

-- Que noite maravilhosa... – Suspirou a jovem vampira. – É uma noite dessas que dá vontade de beber.


Dias antes...

Ela lia mais um dos livros de sua coleção pessoal quando o servo fiel do conde, Sepp, entrou no quarto trazendo uma banheira e atrás dele Gerd carregava mais água e sais e preparou o banho junto com servo e em seguida se retiraram. A vampira agradeceu discretamente a eles e lançou um olhar poderoso a um deles.  Só pela noite de luar lhe deixava feliz.

Após o banho de sais perfumados, Louise se secou e procurou no armário seu vestido azul claro e depois seus sapatos brancos. Já arrumada, desceu as escadas e  viu Sepp cortando alguns galhos secos das árvores e na sala o casal Gerd e Alice se beijavam de forma violenta, causando desgosto e incômodo a menina. Repugnante, pensou consigo mesma sobre os dois, principalmente ao alemão.

Caminhou na floresta, evitando a trilha que levava até a Ilha dos Lobisomens, uma parte da floresta que foi abandonada e ali residem os seres lupinos vindos de Liverpool, Manchester e Londres e liderados por Robert Moore, um ex-nobre inglês que possui essa maldição. Com o pacto de paz selado entre o lobo britânico e o conde vampiro, Louise procurou se desviar deste caminho, por medo deles.
Ao chegar à outra trilha, seguiu por alguns minutos até chegar num pequeno castelo, cuja entrada era protegida por dois guardas grandalhões. Se aproximou deles e imediatamente abriram a porta.

-- Seja bem vinda mais uma vez, Louise! – Disse um deles, brilhando os olhos vermelhos para ela.

-- Obrigada. – Louise agradeceu exibindo um sorriso de satisfação e adentrou o local.

Os freqüentadores do local conversavam animadamente, há também rodas de jogos de cartas e apostas e um grupo de músicos tocavam músicas sobre a escuridão, a vida pós morte e as criaturas que viram.  Louise se sentou numa mesa perto da janela para ver mais a lua cheia e também para se distanciar da multidão. Notou também estar sendo observada por alguns dos freqüentadores e um deles, loiro de terno azul escuro e possuindo um olhar frio resolveu caminhar até a jovem, desviando-se das pessoas.

-- Olá! – Cumprimentou o rapaz, possuindo um leve sotaque sueco e oferecendo um copo com liquido vermelho.

-- Oi. – Louise aceitou o estranho sentando-se perto dela e segurou o copo oferecido.

-- O que uma dama com rosto angelical está fazendo neste lugar?

-- Procurando um pouco de distração. – Respondeu Louise, um pouco chateada por lembrar-se de Gerd e Alice juntos e para disfarçar, resolveu completar mais um pouco da resposta. – A rotina no castelo é tão entediante...

-- Então, é verdade que vive no castelo Beckenbauer?

Desta vez a vampira não quis responder. Parecia que o sueco loiro queria arrancar alguma informação e segundo as regras do conde, jamais diga mais coisas sobre o castelo e quem vive por lá.

-- Desculpe... eu vou me retirar por hora.

-- Me perdoe, senhorita. – Segurando a mão delicada de Louise. – Sou eu que peço desculpas pela minha curiosidade. Vamos, beba. Deve estar com sede.

Apesar da insistência soando um pouco maléfica, a menina notou a sinceridade em suas palavras e acabou aceitando novamente a companhia do sueco e a bebida sanguínea dele.

Ele não sabia quanto tempo se passou ali no castelo e mal se lembra do dia em que o conde lhe dera Alice como noiva. Na verdade ele desejava apenas Louise internamente. Contudo, ela pertence a Franz e isso não pode ser mudado. E desde então, Gerd não teve dias tranqüilos. Achando que tudo se resolveu, foi o inicio de dias ruins. Não conseguia mais agradar Alice, mesmo se esforçando para tal intento. E as noites de diversão, se tornaram tormentos. Reclamavam demais e quando conseguia fazer amor, algo lhes faltava ou precisava ser melhorado. Nada estava bom para eles.

Tirando as grandes caçadas em companhia do conde, Sepp ou de Alice, a única alegria do vampiro era observar Louise em todos os momentos. Até mesmo quando ela sai do castelo para se banhar no rio perto da Ilha dos Lobisomens, ele consegue admira – lá sem ser notado por ela. 

-- Ela foi até o castelo abandonado de novo. – Disse Alice enquanto preparava uma bebida ao noivo.

-- Hum...

-- Gerd, está me ouvindo?

-- Sim... – Respondeu baixinho.

-- Ah tá. Pensei que estivesse pensando na noivinha do conde.  Vem beber comigo! – Em seguida alcançando o copo de sangue a ele.

Gerd bebeu e logo sentiu sua cabeça girar e o corpo ficar pesado, deitando na cama pelo cansaço. Alice aproveitou disso e tirou a roupa do amado e depois deitando-se por cima dele, enchendo-o de beijos e caricias ardentes. Quanto ao vampiro, entrou num estado de catatonia. Simplesmente não respondia ao carinho da noiva. Mas em sua mente, a imagem da bela menina de olhos azuis brilhantes permanecia intacta.

Retornando ao castelo do conde, Louise abre a porta devagar para não despertar atenção aos outros e sobe as escadas apressadamente. Ao chegar ao corredor, encontrou Sepp saindo do escritório pessoal do conde.

-- Ele não perguntou onde estava, não é? – Questionou a vampira, pois Franz não sabia de seus passeios noturnos, acreditando que a noiva preferia caçar sozinha.

-- Bem, ele não me questionou.  – Respondeu o servo um pouco assustado e se retirando, deixando Louise um pouco apreensiva.

Correndo até seu quarto, abriu a porta e antes de entrar, viu Gerd também no corredor, e ao que parecia, estava ofegante e o cabelo bagunçado. Encantador, porém desprezível, disse em sua mente. Naquele momento admitia que o vampiro amigo do conde tinha certos atributos atraentes. Entretanto, se lembrou de Alice e isso acabou com encantamento e foi se ao quarto. Faltavam poucas horas para o amanhecer e tratou de tirar os sapatos e o vestido. De repente, a porta se abre e de inicio achou que fosse Sepp para deixar a banheira no quarto. Foi um engano. Ao se virar para ver quem é, deparou-se com a imagem do conde, muito seria.

-- Onde estava, minha querida? – Franz observava cada detalhe do corpo nu de Louise e esta tentava cobrir-se com o lençol.

-- Por aí, caçando.

Uma característica além dos sentidos de caça que Franz aprendeu era detectar quando uma pessoa mentia. E neste momento sua noiva realmente escondia algo dele.

-- Fale a verdade, Louise! – Agarrando o braço da jovem.

-- Já disse, estava caçando e não consegui nada. Entendeu?

Franz soltou aos poucos o braço e se aproximou dela e num momento sedutor, tocou o rosto e sussurrou palavras românticas em alemão e em seguida a beijou. Louise não queria corresponder nada vindo do conde, mas percebia que seu corpo queria se entregar a ele. Acabou por aceitar o beijo e quando parou, encarou os olhos azuis um pouco escuros dele e viu não a imagem dele... E sim de Gerd Müller.  Por instantes gerou uma alegria nela e acabou por abraçá-lo e entregar-se aquele carinho.  Quando já estavam na cama e aos poucos o conde se livrava de suas roupas, ela se deu conta do erro.

-- N... não! Não quero, Franz! – Dizia ela, tentando se livrar dos braços insistentes do vampiro mestre e este não respondeu. – Por favor, não quero mais!

Franz ignorava os pedidos da noiva e continuava com os ardentes toques até num ato desesperado, Louise o golpeia no ventre e acertou um soco no rosto, afastando o vampiro, deixando caído.

-- O QUE DEU EM VOCÊ? – Gritou Franz, furioso. – É ASSIM QUE ME AGRADECE POR TUDO QUE FIZ?

-- Eu não quero. Me desculpa, conde. Mas... – Vestindo rápido a camisola e pegando o lençol, ela correu para fora do quarto. – Vou dormir em outro lugar!

Ao sair do quarto, ainda conseguiu ouvir os berros do conde, acabando por despertar Gerd e Alice que se amaram novamente e saíram do quarto para ver o que estava acontecendo.

-- Não conseguiu satisfazer o conde, amiga Louise? – Perguntou Alice em tom de malicia.

-- Cuide de sua vida, vampira marionete!

Louise acabou por dormir em outro caixão que se encontrava em uma das masmorras do castelo, tudo isso para evitar o noivo enlouquecido de raiva.  Ao ver os raios solares aparecerem, fechou a porta do caixão e adormeceu pensando em Gerd.

Mais alguns dias se passaram e o conde decidiu sair do castelo para mais uma noite de caçadas ao lado do amigo Sepp e o casal de vampiros. Louise não quis acompanhá-los. Mas aproveitou desta solidão no castelo e resolveu visitar sua prima, que vive atualmente na casa de uma jovem russa chamada Anastacia.  Adentrou a floresta e caminhou por cerca de quinze minutos até encontrar uma pequena vila fantasma. Diziam às pessoas que o lugar ficou vazio por conta de um ataque de vampiros nosferatu. Os poucos sobreviventes conseguiram sair a tempo da vila e outros acabaram morrendo no caminho.

Saindo da vila, avistou a casa de Ana e vendo através da janela sua prima Felicity, jantando e sempre com o mesmo semblante triste. Sabia bem que a prima não conseguiu superar a morte de Bran, que foi atirado do alto do castelo do Barão.
Bateu na porta e quando esta se abriu, Felicity exibe um singelo sorriso.

-- Lulu!

-- Fefe! – Respondeu a loira, abraçando a prima calorosamente.
Felicity ofereceu uma xícara de chá, mesmo sabendo que Louise não bebe nada a não ser sangue ou vinho.

-- Irei para Hamburgo semana que vem. – Comentou Fefe.

-- O que fará por lá?

-- Nora encontrou alguém que pode me ajudar a lidar com os fantasmas, meu poder. Acredito que estarei livre disso.

-- Espero que sim. – No fundo Lulu temia pela vida dela. Uma viagem a Hamburgo para ser ajudada por alguém desconhecido, porém, entendedor de magia. – Quero lhe perguntar algo.

-- Fale.

-- É possível... se apaixonar por alguém... que não te quer?

-- Acho que sim. Veja a mim. O conde não me quer mais e... ainda gosto dele. – Felicity tornou a servir mais um pouco de chá e suspirou após um gole. – De quem estamos falando?

Agora a vampira loira ficou em silêncio. Por um segundo teve medo da repreensão da prima. Lembrou-se de quando começou a falar sobre seus sentimentos para a mãe e esta julgava algo pecaminoso. Mesmo assim decidiu contar a verdade.

-- Aquele amigo do conde... lembra dele?

-- Lembro de dois deles. Por acaso é o Gerd? – Questionou Fefe.

-- É ele. Fui eu que matei a noiva humana dele e também o transformei. E agora ele tem outra noiva e é vampira.

As duas jovens ficaram na janela olhando a brilhante lua e depois miraram ao longe o castelo Beckenbauer. Cada uma refletiu suas vidas e por fim Felicity disse.

-- O amor é complicado e estranho. Não poderei amar novamente, mas você tem chances. Se ele corresponder seus sinais, saberá do seu sentimento.

-- E que sinais seriam?

-- Diga em forma de indireta romântica. – Respondeu Fefe, sorrindo.

Elas riram daquilo e Louise acabou aceitando o fato de não ter o amor do coração frio de Gerd e se despediu de Felicity. Antes de retornar ao castelo decidiu correr até outro vilarejo e avistou um rapaz loiro, belo e dotado de olhos sedutores, no quarto de uma cabana. Ele fazia amor intensamente com sua namorada.

-- Oh, Marco... – Dizia a morena. – Mais, por favor...

A vampira logo se animou vendo aquele casal e decidiu se divertir. Ao se aproximar da cabana notou rapidamente alguém a observando. Ignorou isso e chutou a porta de forma violenta, assustando o casal. A moça entrou em estado de histeria e logo se calou devido ao poder da fascinação vampira de Louise. A garota começou a caminhar em direção dela e Louise preparou-se para o momento da alimentação. Marco tentou se vestir, mas estava petrificado de medo ao presenciar a cena de horror.  Sua namorada sendo mordida pelo nosferatu feminino.

Ao tirar a vida da menina, Louise deposita o corpo dela no chão e logo direciona seu olhar ao homem.

-- Não tenha medo. Sua dor é menor que a dela. – Dizia Lulu com a mais doce das vozes femininas e aplicando o feitiço em Marco.

Ele tentou resistir, porém, o poder dela era muito forte e... Irresistível. Com uma ordem dela, ele se deitou na cama e ela sentando por cima dele, aproximou o rosto no dele, encostando a boca levemente na de Marco. Virou o rosto dele para o lado, vislumbrando o pescoço branco e tentador. Já com os caninos mais pontudos com sua vontade, ela o mordeu e sorveu do seu sangue, como se fosse água.


Quanto à vítima, a dor parecia uma leve fisgada e depois uma onda de luxuria anulou suas dores. Nunca a morte se tornou divertida quando se é uma vampira.

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