Hoje vamos ter a postagem de uma oneshot muito gigante. Gigante mesmo, com suas mais de 35 páginas. Dá até pra ser fanfic, devido ao seu conteúdo. We Belong Together (música da Mariah Carey e presente na Playlist McGüller no 8tracks) trata de como surgiu o romance do casal vampiro Gerd Müller e Louise McGold, com flashbacks de quando eram humanos até a sua forma vampiresca. Além disso, vai abordar outros personagens de forma resumida que vocês verão na saga Modern Vampires of The City, escrito por Mariana Greyjoy. Em breve outra oneshot dentro desta saga será escrita por Mariana "Walrus Girl" Campos, aguardem. E agora boa leitura da primeira parte!
We Belong Together__
Maya Amamiya
Parte 1
Uma noite especial surgia
no verão de Munique. E no castelo do conde Beckenbauer apenas um membro estava
feliz. E era Louise. Ao abrir o caixão, se levantou calmamente e um pouco
sonolenta, caminhou até a janela e afastou as cortinas, revelando a lua cheia
em seu brilho intenso.
-- Que noite
maravilhosa... – Suspirou a jovem vampira. – É uma noite dessas que dá vontade
de beber.
Dias antes...
Ela lia mais um dos livros
de sua coleção pessoal quando o servo fiel do conde, Sepp, entrou no quarto
trazendo uma banheira e atrás dele Gerd carregava mais água e sais e preparou o
banho junto com servo e em seguida se retiraram. A vampira agradeceu
discretamente a eles e lançou um olhar poderoso a um deles. Só pela noite de luar lhe deixava feliz.
Após o banho de sais perfumados,
Louise se secou e procurou no armário seu vestido azul claro e depois seus
sapatos brancos. Já arrumada, desceu as escadas e viu Sepp cortando alguns galhos secos das
árvores e na sala o casal Gerd e Alice se beijavam de forma violenta, causando
desgosto e incômodo a menina. Repugnante,
pensou consigo mesma sobre os dois, principalmente ao alemão.
Caminhou na floresta,
evitando a trilha que levava até a Ilha dos Lobisomens, uma parte da floresta que
foi abandonada e ali residem os seres lupinos vindos de Liverpool, Manchester e
Londres e liderados por Robert Moore, um ex-nobre inglês que possui essa
maldição. Com o pacto de paz selado entre o lobo britânico e o conde vampiro,
Louise procurou se desviar deste caminho, por medo deles.
Ao chegar à outra trilha,
seguiu por alguns minutos até chegar num pequeno castelo, cuja entrada era
protegida por dois guardas grandalhões. Se aproximou deles e imediatamente
abriram a porta.
-- Seja bem vinda mais uma
vez, Louise! – Disse um deles, brilhando os olhos vermelhos para ela.
-- Obrigada. – Louise
agradeceu exibindo um sorriso de satisfação e adentrou o local.
Os freqüentadores do local
conversavam animadamente, há também rodas de jogos de cartas e apostas e um
grupo de músicos tocavam músicas sobre a escuridão, a vida pós morte e as
criaturas que viram. Louise se sentou
numa mesa perto da janela para ver mais a lua cheia e também para se distanciar
da multidão. Notou também estar sendo observada por alguns dos freqüentadores e
um deles, loiro de terno azul escuro e possuindo um olhar frio resolveu
caminhar até a jovem, desviando-se das pessoas.
-- Olá! – Cumprimentou o
rapaz, possuindo um leve sotaque sueco e oferecendo um copo com liquido
vermelho.
-- Oi. – Louise aceitou o
estranho sentando-se perto dela e segurou o copo oferecido.
-- O que uma dama com
rosto angelical está fazendo neste lugar?
-- Procurando um pouco de
distração. – Respondeu Louise, um pouco chateada por lembrar-se de Gerd e Alice
juntos e para disfarçar, resolveu completar mais um pouco da resposta. – A
rotina no castelo é tão entediante...
-- Então, é verdade que
vive no castelo Beckenbauer?
Desta vez a vampira não
quis responder. Parecia que o sueco loiro queria arrancar alguma informação e
segundo as regras do conde, jamais diga mais coisas sobre o castelo e quem vive
por lá.
-- Desculpe... eu vou me
retirar por hora.
-- Me perdoe, senhorita. –
Segurando a mão delicada de Louise. – Sou eu que peço desculpas pela minha
curiosidade. Vamos, beba. Deve estar com sede.
Apesar da insistência
soando um pouco maléfica, a menina notou a sinceridade em suas palavras e
acabou aceitando novamente a companhia do sueco e a bebida sanguínea dele.
Ele não sabia quanto tempo
se passou ali no castelo e mal se lembra do dia em que o conde lhe dera Alice
como noiva. Na verdade ele desejava apenas Louise internamente. Contudo, ela
pertence a Franz e isso não pode ser mudado. E desde então, Gerd não teve dias
tranqüilos. Achando que tudo se resolveu, foi o inicio de dias ruins. Não
conseguia mais agradar Alice, mesmo se esforçando para tal intento. E as noites
de diversão, se tornaram tormentos. Reclamavam demais e quando conseguia fazer
amor, algo lhes faltava ou precisava ser melhorado. Nada estava bom para eles.
Tirando as grandes caçadas
em companhia do conde, Sepp ou de Alice, a única alegria do vampiro era
observar Louise em todos os momentos. Até mesmo quando ela sai do castelo para
se banhar no rio perto da Ilha dos Lobisomens, ele consegue admira – lá sem ser
notado por ela.
-- Ela foi até o castelo
abandonado de novo. – Disse Alice enquanto preparava uma bebida ao noivo.
-- Hum...
-- Gerd, está me ouvindo?
-- Sim... – Respondeu
baixinho.
-- Ah tá. Pensei que
estivesse pensando na noivinha do conde.
Vem beber comigo! – Em seguida alcançando o copo de sangue a ele.
Gerd bebeu e logo sentiu
sua cabeça girar e o corpo ficar pesado, deitando na cama pelo cansaço. Alice
aproveitou disso e tirou a roupa do amado e depois deitando-se por cima dele,
enchendo-o de beijos e caricias ardentes. Quanto ao vampiro, entrou num estado
de catatonia. Simplesmente não respondia ao carinho da noiva. Mas em sua mente,
a imagem da bela menina de olhos azuis brilhantes permanecia intacta.
Retornando ao castelo do
conde, Louise abre a porta devagar para não despertar atenção aos outros e sobe
as escadas apressadamente. Ao chegar ao corredor, encontrou Sepp saindo do
escritório pessoal do conde.
-- Ele não perguntou onde
estava, não é? – Questionou a vampira, pois Franz não sabia de seus passeios
noturnos, acreditando que a noiva preferia caçar sozinha.
-- Bem, ele não me
questionou. – Respondeu o servo um pouco
assustado e se retirando, deixando Louise um pouco apreensiva.
Correndo até seu quarto,
abriu a porta e antes de entrar, viu Gerd também no corredor, e ao que parecia,
estava ofegante e o cabelo bagunçado. Encantador,
porém desprezível, disse em sua mente. Naquele momento admitia que o
vampiro amigo do conde tinha certos atributos atraentes. Entretanto, se lembrou
de Alice e isso acabou com encantamento e foi se ao quarto. Faltavam poucas
horas para o amanhecer e tratou de tirar os sapatos e o vestido. De repente, a
porta se abre e de inicio achou que fosse Sepp para deixar a banheira no
quarto. Foi um engano. Ao se virar para ver quem é, deparou-se com a imagem do
conde, muito seria.
-- Onde estava, minha
querida? – Franz observava cada detalhe do corpo nu de Louise e esta tentava
cobrir-se com o lençol.
-- Por aí, caçando.
Uma característica além
dos sentidos de caça que Franz aprendeu era detectar quando uma pessoa mentia.
E neste momento sua noiva realmente escondia algo dele.
-- Fale a verdade, Louise!
– Agarrando o braço da jovem.
-- Já disse, estava
caçando e não consegui nada. Entendeu?
Franz soltou aos poucos o
braço e se aproximou dela e num momento sedutor, tocou o rosto e sussurrou
palavras românticas em alemão e em seguida a beijou. Louise não queria
corresponder nada vindo do conde, mas percebia que seu corpo queria se entregar
a ele. Acabou por aceitar o beijo e quando parou, encarou os olhos azuis um
pouco escuros dele e viu não a imagem dele... E sim de Gerd Müller. Por instantes gerou uma alegria nela e acabou
por abraçá-lo e entregar-se aquele carinho.
Quando já estavam na cama e aos poucos o conde se livrava de suas
roupas, ela se deu conta do erro.
-- N... não! Não quero,
Franz! – Dizia ela, tentando se livrar dos braços insistentes do vampiro mestre
e este não respondeu. – Por favor, não quero mais!
Franz ignorava os pedidos
da noiva e continuava com os ardentes toques até num ato desesperado, Louise o
golpeia no ventre e acertou um soco no rosto, afastando o vampiro, deixando
caído.
-- O QUE DEU EM VOCÊ? –
Gritou Franz, furioso. – É ASSIM QUE ME AGRADECE POR TUDO QUE FIZ?
-- Eu não quero. Me
desculpa, conde. Mas... – Vestindo rápido a camisola e pegando o lençol, ela
correu para fora do quarto. – Vou dormir em outro lugar!
Ao sair do quarto, ainda
conseguiu ouvir os berros do conde, acabando por despertar Gerd e Alice que se
amaram novamente e saíram do quarto para ver o que estava acontecendo.
-- Não conseguiu
satisfazer o conde, amiga Louise? – Perguntou Alice em tom de malicia.
-- Cuide de sua vida,
vampira marionete!
Louise acabou por dormir
em outro caixão que se encontrava em uma das masmorras do castelo, tudo isso
para evitar o noivo enlouquecido de raiva.
Ao ver os raios solares aparecerem, fechou a porta do caixão e adormeceu
pensando em Gerd.
Mais alguns dias se
passaram e o conde decidiu sair do castelo para mais uma noite de caçadas ao
lado do amigo Sepp e o casal de vampiros. Louise não quis acompanhá-los. Mas
aproveitou desta solidão no castelo e resolveu visitar sua prima, que vive
atualmente na casa de uma jovem russa chamada Anastacia. Adentrou a floresta e caminhou por cerca de
quinze minutos até encontrar uma pequena vila fantasma. Diziam às pessoas que o
lugar ficou vazio por conta de um ataque de vampiros nosferatu. Os poucos
sobreviventes conseguiram sair a tempo da vila e outros acabaram morrendo no
caminho.
Saindo da vila, avistou a
casa de Ana e vendo através da janela sua prima Felicity, jantando e sempre com
o mesmo semblante triste. Sabia bem que a prima não conseguiu superar a morte
de Bran, que foi atirado do alto do castelo do Barão.
Bateu na porta e quando
esta se abriu, Felicity exibe um singelo sorriso.
-- Lulu!
-- Fefe! – Respondeu a
loira, abraçando a prima calorosamente.
Felicity ofereceu uma
xícara de chá, mesmo sabendo que Louise não bebe nada a não ser sangue ou vinho.
-- Irei para Hamburgo
semana que vem. – Comentou Fefe.
-- O que fará por lá?
-- Nora encontrou alguém
que pode me ajudar a lidar com os fantasmas, meu poder. Acredito que estarei
livre disso.
-- Espero que sim. – No
fundo Lulu temia pela vida dela. Uma viagem a Hamburgo para ser ajudada por
alguém desconhecido, porém, entendedor de magia. – Quero lhe perguntar algo.
-- Fale.
-- É possível... se
apaixonar por alguém... que não te quer?
-- Acho que sim. Veja a
mim. O conde não me quer mais e... ainda gosto dele. – Felicity tornou a servir
mais um pouco de chá e suspirou após um gole. – De quem estamos falando?
Agora a vampira loira
ficou em silêncio. Por
um segundo teve medo da repreensão da prima. Lembrou-se de quando começou a
falar sobre seus sentimentos para a mãe e esta julgava algo pecaminoso. Mesmo
assim decidiu contar a verdade.
-- Aquele amigo do
conde... lembra dele?
-- Lembro de dois deles.
Por acaso é o Gerd? – Questionou Fefe.
-- É ele. Fui eu que matei
a noiva humana dele e também o transformei. E agora ele tem outra noiva e é
vampira.
As duas jovens ficaram na
janela olhando a brilhante lua e depois miraram ao longe o castelo Beckenbauer.
Cada uma refletiu suas vidas e por fim Felicity disse.
-- O amor é complicado e
estranho. Não poderei amar novamente, mas você tem chances. Se ele corresponder
seus sinais, saberá do seu sentimento.
-- E que sinais seriam?
-- Diga em forma de
indireta romântica. – Respondeu Fefe, sorrindo.
Elas riram daquilo e
Louise acabou aceitando o fato de não ter o amor do coração frio de Gerd e se
despediu de Felicity. Antes de retornar ao castelo decidiu correr até outro
vilarejo e avistou um rapaz loiro, belo e dotado de olhos sedutores, no quarto
de uma cabana. Ele fazia amor intensamente com sua namorada.
-- Oh, Marco... – Dizia a
morena. – Mais, por favor...
A vampira logo se animou
vendo aquele casal e decidiu se divertir. Ao se aproximar da cabana notou
rapidamente alguém a observando. Ignorou isso e chutou a porta de forma
violenta, assustando o casal. A moça entrou em estado de histeria e logo se
calou devido ao poder da fascinação vampira de Louise. A garota começou a
caminhar em direção dela e Louise preparou-se para o momento da alimentação.
Marco tentou se vestir, mas estava petrificado de medo ao presenciar a cena de
horror. Sua namorada sendo mordida pelo
nosferatu feminino.
Ao tirar a vida da menina,
Louise deposita o corpo dela no chão e logo direciona seu olhar ao homem.
-- Não tenha medo. Sua dor
é menor que a dela. – Dizia Lulu com a mais doce das vozes femininas e
aplicando o feitiço em Marco.
Ele tentou resistir, porém,
o poder dela era muito forte e... Irresistível. Com uma ordem dela, ele se
deitou na cama e ela sentando por cima dele, aproximou o rosto no dele,
encostando a boca levemente na de Marco. Virou o rosto dele para o lado,
vislumbrando o pescoço branco e tentador. Já com os caninos mais pontudos com
sua vontade, ela o mordeu e sorveu do seu sangue, como se fosse água.
Quanto à vítima, a dor
parecia uma leve fisgada e depois uma onda de luxuria anulou suas dores. Nunca
a morte se tornou divertida quando se é uma vampira.
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