quarta-feira, 22 de abril de 2015

We Belong Together (Oneshot - What If Grindhouse Parte 5)

Parte 5 postada e essa oneshot tá ficando longa demais, mais que o último livro da saga do HP e Divergente. Foi uma piada, pessoal. Boa leitura!

Parte 5
Plena manhã de Munique e Johan acordara cedo para organizar a modesta clinica que ele e seu amigo, Johan Neeskens assumiram. Como jovens médicos recém formados, decidiram iniciar suas atividades na Alemanha.

-- O dia promete não acha? – Neeskens  carregava uma caixa de utensílios para mesa.

-- Talvez... – Respondeu sem muita animação. – Se aquela senhorita do trem me aparecer, aí sim digo se o dia foi prometido ou não.

Mal terminou a resposta e os dois recebem a visita de duas mulheres elegantes. Impressionados, deram as boas vindas as jovens.

-- Em que posso ajudar, senhoritas? – Cruyff não conseguia encarar direito Felicity. Sim, ele reconheceu a bela moça no trem.

-- Vocês dois são médicos não é? – Indagou Nora.

-- Sim. Alguma de vocês se sente mal?

-- Sou eu. – Apresentou a profetisa.

Imediatamente os dois iniciaram a primeira consulta. Vestiram os jalecos e Cruyff examina Feliciity começando pelos olhos e ouvindo o coração.

-- O que exatamente está sentindo?

-- Desde que voltei de Hamburgo, cerca de três dias... não me sinto bem. Meu estomago anda embrulhado...

Deitando a paciente na cama especial, o médico toca suavemente o ventre dela e logo percebeu do que se tratava.

-- É normal, senhorita. Estas carregando um filho dentro de si. Meus parabéns!

-- Um... filho? – A considerar pelo semblante, Felicity não gostara do resultado. Agora ela entendeu o real motivo para Graham Bond, o feiticeiro não ter feito o exorcismo. O “bloqueio”, como ele definia, era esse.

-- O pai já sabe disso? – Cruyff tentava sorrir diante daquele fato, no fundo teve uma ponta desagradável de ciúmes e espantou-se. Como pode ter esse sentimento por uma mulher que só viu uma vez.

-- Ele saberá... – Se levantou da cama e ajeitando-se, agradeceu. – Obrigada, doutor...

-- Cruyff. Johan Cruyff. Eu não sei seu nome, senhorita.

-- Felicity McGold.

Após a saída das jovens, Cruyff ainda pode ver a carruagem levando Felicity. Rezou mentalmente para reencontrar a jovem cuja delicadeza mexeu em seu coração.
Na carruagem, Nora outra vez ficou pensando sobre o que anda acontecendo com Sepp. Por vários dias, ele não possuía alguma atitude sobre eles e por vezes fugia quando se tratava de levá-la para cama ou morder seu pescoço.

Ao chegar à casa de Ana, Felicity se foi ao quarto, trancando a porta para não receber ninguém. Deitou-se na cama e começou a chorar. Temia que seu dom fosse passado ao seu filho, assim como aconteceu com seu avô, Rickon e anos depois ela que ostenta aquele poder. E mais ainda por ouvir Nora se queixar sobre Sepp evita - lá a todo o momento. Ouviu batidas na porta. Abriu dando entrada para a amiga.

-- Amiga... – Nora percebeu que Felicity não estava bem, desde a saída na clinica e descobrir sua gravidez. – Me conta o que houve?

-- Eu não agüento mais, Nora. – Dizia Fefe, ainda triste, porém, um pouco irritada. – Não agüento mais ouvir você dizendo sobre Sepp e os motivos de estar sempre te evitando!

-- É a verdade. A maldição está acabando com ele e comigo. Não estamos conseguindo nos amar e ele nem tenta me morder mais.

-- Ele mereceu. – Disse a profetisa, satisfeita com efeito causado no vampiro desde aquele dia.  – Matou Manuel e seus pais. Ele está pagando pelo que fez.

-- Pagar? Como ele pôde pagar por uma coisa que é da natureza dele? Por Deus, Felicity, às vezes você exagera demais!

-- Já disse! Ele mereceu isso e não me peça pra retirar!

Naquela noite a vidente não jantou, preferindo ficar isolada no quarto. Primus levou o prato de comida para ela, deixando sobre a mesa no quarto. Ela não comeu nada. Minutos depois o fazendeiro aparece em sua janela, com o rosto transmitindo mais abatimento.

-- Meu amor... – Antes mesmo de se aproximar dele, o rastreador se afasta da amada. – O que está havendo?

-- Nora me contou sobre a maldição aplicada em Sepp. Fraulein, peço que retire isso nele. – Solicitou o fazendeiro.

-- Eu não acredito! Não me peça uma coisa dessas, Manuel! Ele o matou e o transformou nisso!

-- Sim, mas se não fosse ele ter restituído minha vida, não teria voltado para você nesta forma e teria permanecido morto. E alias, sua amiga nos ajudou, em todos os momentos. Por que fazer isso com ela? Afastando o grande amor de perto dela?

Por mais as súplicas de Manuel tivessem efeito, não foram o bastante para convencer a fraulein. Em vez disso, foi tomada por uma fúria a ponto de jogar o prato de comida no namorado.

-- SAIA DO MEU QUARTO! – Gritou enfurecida. – NÃO QUERO MAIS VOCÊ AQUI!

-- Mas, fraulein... – Manuel tentava se defender.

-- SAIA AGORA! – Dizendo isso ela arremessou um vaso de cerâmica no vampiro, que pulou fora na janela.

Decidida, resolveu sair do quarto e ao abrir a porta,  dá de cara com os rapazes ingleses, amigos do lenhador Michael Palin.  Eles estavam escorados na porta, ouvindo toda a conversa e quando a porta foi aberta, acabaram caindo diante dos pés da profetisa. Os caídos eram Eric Idle, Terry Jones e Graham Chapman. O restante permaneceu em pé, só observando.

-- O que fazem na porta do meu quarto? – Perguntou Fefe, ainda com lágrimas nos olhos e faiscando de raiva.

-- Bem... nós... – Eric não conseguia falar devido ao medo da moça.

-- Queríamos saber... Se não deseja mais alguma coisa? – Terry Gilliam tentou se mostrar cordial. Ele e Terry Jones sabiam do dom dela e aceitaram numa boa.

-- Não quero nada vindo de ninguém! Vão dormir! – E em seguida fechou na cara dos dois e voltou para a cama, mais fraca, decepcionada e com fome.

Manuel refugiou-se para perto da Ilha dos Lobisomens e começou a chorar também. Queria muito poder solucionar o problema de Nora da melhor maneira possível e isso exigia conversar com sua amada. Não esperava aquele ataque furioso por parte dela. Neste momento compreendeu seus motivos e ainda assim  se sentiu um inútil. Talvez fosse melhor permanecer morto, pensou consigo mesmo. Porém, o amor pela fraulein é muito mais forte.  Ou melhor, pensou que esse sentimento barraria qualquer coisa. E num ato desesperado, saiu em busca de uma vítima. Para sua sorte, encontrou uma moça sozinha caminhando na estrada. Jovem, loira e dotada de lindos olhos azuis e um semblante sério, comparado com de Louise, sempre sorria para tudo.  Além de bonita, ela tinha um bom corpo. E o sangue dela devia ser uma delicia.

Rapidamente, alcançou a moça e ficou diante dela.

-- Com licença, quero passar. – Dizia a menina ao estranho. Não obteve uma resposta.

Ele caminhou em direção a ela, que continuava a tentar um contato com o estranho. Nada. Notou pelos olhos dele a coloração vermelha. Um nosferatu. Ao tentar correr, Manuel agarra pelos braços dela e a arrasta para uma casa abandonada na estrada sob gritos de desespero e lágrimas. Trancou a porta e jogou a moça na cama. Ela tentou fugir e o fazendeiro novamente a puxa para perto dele.

-- Diga seu nome! – Pediu o vampiro, em tom de ódio.

-- Não!

-- DIGA SEU NOME!

-- J... Jane.

Respondido, ele rasga as roupas da menina e aplica um golpe no rosto dela, fazendo a cair na cama, enfraquecida para se defender e para gritar por ajuda. Retirando os suspensórios de sua lederhosen, livrou-se de suas roupas e deitou-se por cima de Jane, segurando firme seu pulso e começando seu ato selvagem sexual. Jane chorava copiosamente tamanha a dor sentida que aquele estranho lhe causava, ao mesmo tempo não conseguia se conter de desejo. Por muitos anos ela desejava experimentar algo relativo dos homens e nunca encontrou um que pudesse fazer isso. Com o nosferatu não estava em seus planos. Após vários minutos de selvageria, Jane emite um grito, não sabendo se era de sofrimento ou prazer, fazendo ecoar por toda a floresta, incluindo na Ilha dos Lobisomens.
Segundos depois, já recuperado, Manuel exibe seus caninos e morde o pescoço da loira, sugando cada gota de sangue, não deixando nada além de um corpo sem vida e sangue.

Voltando ao castelo, o fazendeiro se dá conta do erro irreparável e angustiado, novamente se derrama em lágrimas, escondido de todos. Me perdoa, fraulein Felicity... Rezou para a garota não ter aquela visão. Mal sabia o rastreador, Felicity já havia visto aquela imagem em forma de profecia. O destino de Manuel Neuer estava selado.

A dor no coração por ver claramente em sua profecia o amado fazendeiro possuir uma vítima antes do abate, machucou Felicity. Entristecida e com rosto banhado em lágrimas, ela resolve sair do seu quarto e invade o de Nora. A bruxa tentava em vão namorar seu amado vampiro e os dois são interrompidos pela presença de Fefe.

-- Minha amiga, o que houve? – Abraçava Nora.

-- Briguei com Manuel e ele... ele possuiu uma mulher a força. Minha visão me mostrou e ele não escapará da morte. – Não conseguiu mais falar devido à tristeza e num dado momento, abraçou os dois e surpreendentemente, Sepp correspondeu.

-- Me desculpem... – Fefe se retira, deixando os dois um tanto surpresos e se questionando como ajudar a moça.

Paul e Uli outra vez não dormiram e desta vez com razão. Enquanto liam sobre os vampiros, Fefe abre a porta, deixando o caçador e o padre atônitos.

-- Me desculpem, mas preciso desabafar com alguém. – Em seguida ela abraçou Paul, que acariciava seus cabelos meio sem jeito e mais tarde foi entregue a Uli.

-- Sei que não é uma boa hora para confissões, padre. Mas sou uma pecadora. – Dizia Fefe.

-- Minha filha, todos cometemos pecados e somos perdoados ao falarmos com Deus. Use a bondade em seu coração e fale com seu Criador sobre suas angustias. Acima de tudo, reze algumas ave-marias e padres-nossos. Sentirás bem. – Respondeu o padre, bastante atencioso a menina.

Fefe pensou em dizer sobre seu filho para o padre, contudo, o lado teológico do jovem poderia aplicar em más impressões.

-- Senhorita – Dizia Paul, novamente abraçando carinhosamente Fefe. – Deve dormir e descansar. Amanhã é um novo dia e tudo passará.

-- Obrigada, Sr. Breitner. – Se retirou dali e voltando ao quarto de Nora, encarou o casal.

-- Felicity... – Nora não sabia o que dizer.

Fefe ainda olhava fixamente nas orbes vermelhas de Sepp e deu alguns passos em direção dele e o abraçou forte.

-- Está livre, vampiro.

-- O que? – Sepp se encontrava incrédulo ao ouvir isso.

-- Retirei a maldição. Pode amar minha amiga. – Respondeu de forma soturna.

Não é preciso dizer que a bruxinha e o vassalo se entregaram num abraço apaixonado e se trancaram no quarto. Ainda chorando na sala, os rapazes, Alice e Palin ouviram toda a conversa e apiedados, ficaram perto de Felicity e juntaram-se num abraço coletivo.

-- Obrigada, pessoal. Mal tenho palavras para agradecer. – Fefe se encontrava emocionada.

-- Não está sozinha. Estamos bem aqui. – Disse Alice, sorrindo.

-- E não vamos deixar nada lhe faltar ao seu filho. – Palin estava mais feliz que o habitual. Depois de ressuscitado, qualquer noticia boa era motivo para sorrisos e amplexos.

No castelo do conde, Manuel voltou para lá desapontado em dobro. Brigara com a amada e por raiva, traiu seu coração e deixou-se levar pelo desejo carnal e sangrento. Não teve coragem de olhar na cara do conde, Louise e Gerd. Logo de cara, Franz notou algo estranho no rastreador e pretendia descobrir.

Na manhã seguinte, Ana se acordou e preparou o café ao lado de Primus. Felicity dormiu fora do quarto ao lado dos Pythons, como eram denominados os caçadores de vampiros.

-- Primus, o que houve ali? – Questionou Ana.

-- Srta. Felicity está triste. Desentendeu com Manuel, previu a traição e morte dele e ainda não contou sobre o filho que espera. Os Pythons e Alice a consolaram e dormiram aqui na sala.

-- Acorde eles para o café.

Primus obedeceu e todos foram tomar café. Felicity optou em tomar um banho e depois se juntou aos demais.

-- Podemos conversar lá no quarto? – Convidou Ana.

-- Claro. – Aceitou a profetisa.

No quarto, as duas se sentaram na cama e iniciaram o assunto.

-- Existe algo lhe faltando, minha amiga? – Questionou Ana, ao servir um pouco de café.

-- Seria hipocrisia se dissesse que não. – Fefe ainda se encontrava cabisbaixa sobre ontem. – Temo sobre minhas visões. E futuras mortes.

-- E sobre Manuel?

-- Já o perdi de vez, Ana.

-- Talvez não totalmente... – Dizia a cientista. Compreendia a moça. Assim como ela, também sofria desse sentimento e justamente pelo caçador.  – Manuel não parece ser o tipo que comete erro e não se arrepende. Se ele ainda ama, irá procurá-la. Caso contrário, saberemos o quão canalha ele foi. E seu filho terá uma família unida, como pode ver.

-- Obrigada, Ana.

As duas se abraçaram e continuaram sua conversa de forma amigável e Primus anuncia a visita de dois rapazes, os médicos do centro da cidade. 

-- Srta. Ana, doutor Cruyff e doutor Neeskens estão na sala.

-- Está bem.

Descendo as escadas, Felicity recebe os doutores junto com Nora e Ana decide sair um pouco de casa, encontrando Paul cortando um pouco de lenha.

-- Sr. Breitner, deixa esse trabalho com Primus. – Disse a cientista, sorrindo.

-- Não gosto de ficar parado, fraulein Ana. Já fiz tudo que tinha a ser resolvido na cidade.
Ana pensou um pouco sobre a conversa com Felicity e chegou à conclusão que é possível tentar algo. E desde que o caçador chegou em sua casa pedindo abrigo, ele despertara nela algo desconhecido em seu intimo, não sabendo explicar aquilo tudo.

-- Sr. Breitner, gostaria de passear comigo? – Convidou a moça, estendendo a mão para ele.

Paul ficou um tanto surpreso com aquele convite. Pensou que fosse uma loucura, mas acabou por aceitar. Ele deu o braço para Ana se segurar e juntos seguiram pela estrada, onde conversaram sobre suas vidas e o que poderia acontecer nos próximos dias. Estava nascendo e brotando aos poucos o sentimento desconhecido de Ana, mas para Paul não era. Trocaram um olhar quase significativo. Aos poucos o caçador aproximava o rosto e ficar perto da jovem, dando um inicio de um possível beijo. Padre Uli correu até eles.

-- Paul! Paul! – Chamou seu amigo, interrompendo o momento romântico.

-- Que foi, Uli?

-- A fraulein Felicity... Ela está tendo ataques... Os médicos não sabem o que fazer.

Os três correram para dentro de casa e viram Felicity enlouquecida, proferindo palavras desconexas numa voz irreconhecível. Nora chorava desesperada, pois seus feitiços não eram o bastante para deter sua amiga. Os Pythons observavam atentamente, mas não conseguiram segurar a garota, sendo arremessados na parede. Alice e Palin tentaram e tiveram o mesmo destino. Cruyff procurava uma seringa e o remédio calmante, mas não conseguia fazer direito devido ao medo e Neeskens teve de fazer pelo amigo.

-- Todos vocês vão morrer. A escuridão dominará e o filho de Lúcifer, o escolhido, reinará entre os vivos!  --  Felicity dizia de modo assustador e seus olhos, antes castanhos claros, ganharam a tonalidade negra.

Primus segurava Fefe de todas as formas enquanto ela gritava. Neeskens aplicou rápida a injeção no braço dela. Aos poucos a profetisa parava de falar até fechar os olhos e perder os sentidos, sendo carregada para o quarto pelo servo de Ana.

-- Dr. Cruyff, sinto muito pelo ocorrido. – Ana se desculpava com os médicos.

-- Está tudo bem, senhorita Ana. Contudo... – O nervosismo e choque impediam de falar. Tanto Cruyff quanto Neeskens estavam abismados e profundamente preocupados. – Esta moça está doente e ainda carrega um filho no ventre. Estou muitíssimo preocupado com a saúde da senhorita Felicity.

-- Estamos todos aqui preocupados com isso.

Por mais duas horas, os dois médicos cuidaram da jovem mãe, que não mostrou nenhum sinal de possessão diabólica ou algo assim. Depois disso eles foram embora e Nora continuou a cuidar de sua amiga.

-- Minha avó está chegando, Fefe. Ela nos ajudará. – Dizia Nora, enquanto observava à amiga, deitada na cama e limpando a testa suada dela.

-- Tenho medo do nascimento do meu filho... Se eu não sobreviver... deixe minha prima cuidar dele.

-- Mas por que a Louise? – Questionou Nora.

-- Ela é da família, meu único elo.

Nora não concordara com isso. Mesmo vampira, achava Louise prepotente, igual de quando era humana. Mesmo Sepp a convencendo disso e vendo que a prima de Fefe realmente está mudada, não aceitava esta resposta.

-- Ela vai criar mal essa criança. – Resmungava a bruxinha. – E duvido que o noivo dela aceite isso.

-- Vão aceitar... Além disso, Lulu me contou sobre seu desejo de formar uma família com Gerd. Eles vão aceitar.  Por favor, Nora...

Diante do pedido da amiga, não teve outra alternativa a não ser aceitar. Abraçadas, ela ainda diz sobre Manuel.

-- Me garanta que aquele vampiro fazendeiro saiba do filho. Se não, vou transformá-lo num sapo ou largatixa!

As duas riram disso e Fefe adormeceu com as palavras conjuradas em latim por Nora, para fazer a amiga dormir.

No castelo, Sepp conta ao casal sobre Felicity, a gravidez e a traição amorosa de Manuel.

-- Canalha! Maldito! – Louise jogou um dos vasos de flores mortas na parede, denotando sua raiva. – Eu vou matá-lo, eu vou!

-- Por favor, Louise acalme-se! – Pedia o vassalo, um pouco assustado. – Isso fica entre nós. O conde não pode saber disso.

-- Mas aquele desgraçado vai! Não me segura, ursinho.

-- Vamos ver o que podemos fazer e não o mate até lá, ursinha.

Os três se retiraram para seus aposentos e Manuel fica na sala de estar, ainda chorando. Franz se preparava para sair à noite quando avistou seu rastreador melancólico como na noite anterior. Decidiu conversar com ele.

-- Qual é a causa dessa melancolia? – Perguntou o conde ao se servir de uma taça de sangue.

-- Trai o amor de uma mulher e quebrei a promessa de não matar em proveito próprio. Não falei pra ela sobre isso e sei que previu tudo.

Franz sabia bem de quem o fazendeiro se referia. A profetisa que foi uma de suas pretendentes no passado.

-- Cometemos erros. É humano e normal.

-- Humano? No nosso caso somos mortos. – Limitou-se a dizer.

-- Então resta a nós, pobres mortos vivos a carregar esses erros. Mas não deixe aquela moça escapar de suas mãos. – Ao terminar de beber, Franz sai do castelo, deixando o fazendeiro reflexivo com as palavras.

Minutos após a saída do conde, Manuel permaneceu ainda na sala e recebe a presença de Louise.

-- Você é mesmo imprestável, Manuel Neuer! – Ela dizia com os olhos vermelhos de ódio.

-- Tem motivos para me odiar, frau Louise. Eu juro, ainda amo sua prima. – Respondeu o fazendeiro, querendo se defender.

-- Se a amasse, por que a traiu, logo no momento onde ela espera um filho?

Quando ouviu aquela revelação, Manuel ficou estático. Então, a fraulein espera um filho? Um filho... dele? E por que não disse? Tantas perguntas a serem feitas e nenhuma resposta.

-- Eu não sabia... – Murmurou o vampiro, ainda chocado.

-- É bom pensar sobre isso. Agora tem mais uma boca pra alimentar. E se fizer mal a Fefe e o meu sobrinho, eu te mato! – Louise ameaçou e logo mais se retirou.

O rastreador ficou mais pensativo mesmo fora do castelo e  seguiu para a casa de Ana, com o mesmo ritual. Pulou num impulso para a janela da fraulein e abrindo a janela devagar, adentrou o quarto e a viu ali, na cama e dormindo como um anjo.

-- Fraulein... – Ele a chamou, fazendo Felicity se acordar aos poucos e ver o vampiro ali, parado diante dela.
-- Manuel. O que faz aqui? – Indagou a profetisa, se levantando com dificuldade.

Ao ver a amada de pé, ele observa de cima a baixo e nota a pequena forma protuberante no ventre dela. Pousou a mão ali, de forma carinhosa e começou a chorar.

-- Meu filho... Nosso filho, fraulein. – Ele dizia, emocionado.

-- Quem te contou?

-- Louise. Por favor, me perdoa?

Felicity caminhou até a janela, mirando os olhos na lua, com as nuvens encobrindo seu brilho e ao longe ouviu uivos dos lobos da ilha.  Manuel abraça a moça por trás e em seguida sussurra no ouvido dela.

-- Ich liebe dich, Felicity.

Em todos aqueles meses juntos, o fazendeiro nunca proferiu aquelas palavras e a profetisa não fazia questão disso. Apenas a presença dele e seus carinhos bastavam demonstrar o sentimento dele por ela. Felicity se vira para Manuel e mais uma vez ele toca o ventre da jovem, desta vez sentindo algo.

-- Ele se mexe... – Disse Manuel, surpreso e feliz.

-- Sentiu a mão do pai dele. – Felicity também se encontra numa alegria muito grande.

Os dois trocam um olhar apaixonado, selando com um beijo ardente. Eles se perdoaram e o fazendeiro jura permanecer ao lado da amada, não importando os problemas, eles enfrentarão tudo. E ali mesmo, com Manuel levando Fefe para a cama, os dois fizeram amor, mais intenso como da primeira vez e após isso, ele faz um pedido.

-- Casa comigo, fraulein? – Perguntou o vampiro, ao pegar na calça uma caixinha vermelha, abrindo-a revelando um anel de diamantes.

Felicity ficou mais surpresa com o pedido.

-- Aceito, meu amor. – Ao dizer isso, ele coloca o anel no dedo anelar direito dela.


Agora só faltava o dia de seu casamento.

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