Estamos aqui para a estréia da micro saga de comédia romântica SOS Boat In Love, escrito por mim e Maris Greyjoy.
Sinopse: Cinco anos de namoro foi o tempo de Chris Romanov e Louise McGold. Agora o arquiteto russo está com outra pessoa. Não aceitando isso, Louise e suas amigas partem numa viagem em um cruzeiro cujos destinos serão entrelaçados, inclusive da atriz com um instrutor de dança...
Ships: Stoneller, Beckenhound, Greyness, Breitely, Maiesmith, McCruyff, McGuller e outros.
SOS Boat in Love__
Maya Amamiya & Mariana Greyjoy
Prólogo
Louise POV
Me desculpa, Lulu. Acabou nosso amor...
Aquelas palavras me doem
até hoje, mesmo passados cinco anos após o fim do nosso namoro. Christopher
Romanov é o que chamo de “homem dos sonhos”. Jovem, boa pinta, arquiteto de
sucesso e bonito. O arquétipo para as menininhas. O tipo certo para mulheres
como eu. E, além disso, é irmão da minha amiga, Anastacia e amigo do meu irmão
Michael.
-- Acaba logo com isso. –
Dizia Odile Greyhound, minha melhor amiga, roteirista e secretária. – Tá na hora de sair, vai conhecer o mundo!
-- E para onde irei? –
Choramingava o tempo todo no quarto e Odile procurava arrumar meu quarto.
-- Que tal... Um cruzeiro?
Quando ela disse isso,
pensei: acho que ela quer me matar ou
afogada ou simplesmente sufocada com meu próprio vomito? Onde já se viu? Uma
atriz que perdeu o namorado e agora navega no mar onde sabe-se-lá-onde?
-- Ta querendo me eliminar
como Jimi Hendrix morreu? Sufocada com vomito?
-- Não e chega de drama.
Vamos às compras!
Ainda não engoli o fato de
embarcar num cruzeiro. O problema? O mar! Odeio navegar. Será por isso que
Chris me odeia? Afinal, ele gostava dessas coisas de mar, como velejo e passear
com seu iate.
Odile me levava a diversas
lojas e comprávamos muitas roupas e sapatos. Ela aproveitou em ver os preços de
uma câmera de filmagem, livros e revistas de viagens.
-- Veja só! Vamos sair de
Roma, faz uma parada em Atenas e o fim será em Madri. O que acha?
Apesar de a viagem
prometer grandes coisas, mudanças, no fundo meu medo marítimo me impedia de tal
coisa.
-- Sabe bem que tenho medo
de mar.
-- Louise! Está na hora de
se livrar desse medo. Tudo bem que não é uma Greyjoy, mas consegue enfrentar o
mar! – Disse minha amiga, com tanta determinação. – Ainda mais se quer mesmo
recuperar seu Romanov.
-- Como assim?
-- Segundo minhas fontes
confiáveis, ele vai embarcar no cruzeiro e justamente este que indiquei. É uma
boa oportunidade pra pegar de volta seu amor!
Pode ser uma boa oportunidade.
Agora o mar... Só de pensar, me causa tremor no corpo. Minhas amigas apareceram
no apartamento para uma “conferência” de seriados. Ana é uma editora de livros
de viagens, Nora e minha prima Felicity são jornalistas que também trabalham no
ramo de Ana e Marie é uma tradutora de livros e irmã da minha melhor amiga.
Todas elas assistiam o seriado Grey’s
Anatomy e pela enésima vez choravam (exceto Fefe) por mais uma vez o casal
Derek Shepperd e Meredith Grey ficarem juntos.
Não prestava muita atenção
no seriado, até por que me lembrava minha relação com Chris. Só que em vez de
um retorno digno do casal da série de médicos, o meu caso teve um fim. Peguei
meu celular e vi aquele rapaz sendo meu wallpaper favorito. A foto que tirei na
festa de gala na prefeitura de Londres, onde Romanov estreou um dos seus
projetos arquitetônicos e ganhou aprovação dos políticos.
-- Sei bem como é isso,
prima. – Fefe passou o braço em meu ombro, querendo me dar carinho.
-- Todas nós sabemos. –
Dizia Nora.
-- E esse motivo nos
convenceu a irmos com vocês neste cruzeiro. – Marie abriu um sorriso daqueles
de satisfação.
-- E vamos te ajudar a
enfrentar o oceano como Ulisses enfrentou Poseidon em A Odisséia. – Falou Marie.
Fiquei bastante feliz com
o apoio delas neste momento. Estive em diversos momentos com elas e sei também
dos relacionamentos anteriores. Nora meio que embarcou num romance louco com um
baterista chamado Keith Moon. Fefe se envolveu com Keith Richards e meio que
virou uma groupie de um cara chamado
Pete Townshend. Marie namorava Roger Daltrey, um cara super tranqüilo... Aparentemente.
Ana teve poucos namorados que eu saiba e Odile é o caso mais estranho. Só
arruma tipos... Bem estranhos, porém simpáticos. Deve ser a forma para
compensar a falta de beleza.
Odile providenciou de
comprar as passagens, ao mesmo tempo em que lia mais um roteiro dela e discutia
sobre o elenco possível para o papel do mocinho.
-- Acho que vou contatar o
Louis Garrell. – Odile selecionava os livros e guardava na mala. – Ou talvez
Dan Stevens, Thomas Howes ou Rob James- Collier. Seriam perfeitos.
-- Por que não escolhe um
ator brasileiro? – Perguntei. Odile visitara uma vez o Brasil e foi na época da
Copa do Mundo.
-- O único brasileiro
seria o Rodrigo Santoro e ele é muito requisitado. Deixa o Xerxes pra lá!
-- A sugestão é o Chay
Suede, aquele jovem da primeira fase daquela novela.
-- Ah sim. Mas ainda está
em começo de carreira. Melhor deixarmos os roteiros de lado. Agora é hora de
férias ao mar!
A véspera da viagem não
conseguiu dormir e estive um bom tempo olhando para a lua cheia na janela.
Christopher... Comecei a chorar por lembrar de novo daquele dia, dando as
costas para mim e dizendo que estou morta em sua vida. Ainda bem que omiti isso
de Ana ou ela arrancava a cabeça dele, o que não é má idéia.
-- Volte a dormir, amiga.
– Disse Odile, já pronta pra dormir e... segurando seu tablet. – Amanhã iremos embarcar no nosso cruzeiro
dos sonhos.
Na cama ainda chorava, mas
baixinho e adormeci.
Aquela floresta mesmo iluminada pelo sol, me sentia
perdida. Caminhei por ali por um bom tempo até chegar ao vilarejo. Tudo vazio.
Abandonado. Ouço cavalos se aproximando e me aparece um cavaleiro negro. Ele
tira o capacete e se aparece com Chris. Pelo rosto dele, não estava contente.
-- Venha comigo!
-- Não... – Recusei.
-- AGORA!
Fugi dele até ser capturada pelo mesmo. Gritei
demais para alguém poder me ajudar e de repente chorei de medo. Quando chegamos
a um lugar mais afastado, o cavaleiro me levou até uma árvore e sacou sua
espada. Iria me golpear ali mesmo. No entanto, outro guerreiro, com a armadura
cinzenta surge.
-- DEIXE A DAMA EM PAZ!
Eles duelaram por certo tempo, até o cavaleiro
negro cair derrotado. O outro se aproximou de mim e eu tentava me desviar dele,
assustada.
-- Não tenha medo de mim, princesa. – Disse o
guerreiro, pegando minha mão e beijando- a, para logo em seguida retirar o
elmo, revelando um tipo jovem, cabelos esvoaçantes, jeito austero e olhos
castanhos, lembrando uma árvore alemã.
Fiquei mais perto dele, querendo um beijo e ao que
parece , ele também...
O despertador apitou com a
música da Adele no meu celular. Odile
sempre se levanta cedo, antes mesmo do seu celular tocar alguma música. E neste momento minha amiga ainda escrevia
seu roteiro e com fones de ouvido.
Me levantei devagar, fui
ao banheiro e após quase meia hora lá, sai com a cara um pouco melhor e menos
inchada por conta da noite de lágrimas.
Minha amiga me viu secando
o cabelo e já me arrastou para a sala, onde a mesa está preparada para nosso
café grupal com as garotas. Me sentei ao lado de Marie, que chorava e olhava
para o celular.
-- Aquele maldito do
Daltrey! – Resmungava. – Depois de tudo que fiz por ele, vem essa safadeza
dele?
Ela nos mostrou o celular
com uma mensagem gigante e pelo que pude ler, o cara foi canalha em último
grau.
-- Te avisei, Capitã, que
ele não vale nada! – Falou Odile, enquanto se servia de café.
-- E mais ainda por
terminar o namoro por mensagem! – Bradava Fefe. – ELE DEVIA TER MAIS DECENCIA EM TERMINAR O NAMORO
CARA A CARA E NÃO POR MENSAGEM! Que covardia!
-- É segunda vez que isso
me acontece! – Marie ainda esbravejava. – Primeiro foi Bond, agora Daltrey?!
Não... isso não...
Nesta hora me juntei na
hora das lágrimas e abracei Marie.
-- Obrigada, Louise! Só
você mesmo pra entender o que é sofrimento.
Depois disso as outras
meninas se juntaram num abraço coletivo por alguns minutos e voltamos ao café
da manhã. Ana ainda aproveitou para dizer.
-- Ainda bem que não tenho
essas neuras. To feliz, sozinha e trabalhando bem.
-- Deve ser por isso a
falta de homem. – Disse minha prima em tom de brincadeira.
-- Não vem que não tem...
Rimos um pouco disso e
Nora recebe uma ligação dos pais e Fefe enviava uma mensagem ao celular. Depois
de vários minutos grudada no tablet, Odile finalmente resolve participar de
novo na conversa.
-- Sonhei com um cara
incrível na noite passada.
-- Mesmo? – Acabei por me
interessar. – E como foi?
-- Na verdade foram dois
sonhos numa noite. – Dizia ela enquanto pegava mais um pedaço de pão e passava
um pouco de geléia de morango na fatia. – Primeiro estava no século 19 e o vi
com roupas de imperador alemão. Ele quis dançar comigo. No segundo sonho eram
os anos 70 e dançamos na discoteca. Nossa como foi incrível! E ele tem olhos
azuis! Tão lindos...
Tive vontade de dizer do
meu sonho com o cavaleiro andante que me salvou do outro cavaleiro, parecido
com Chris, mas me calei e sorri com isso.
Lá pelas dez da manhã
partimos rumo ao cruzeiro chamado Queen Victoria, nome sugestivo legalmente de
um navio ancorado em Roma. Na
hora da conferência do passaporte e documentos, fiquei bastante amedrontada.
Mais pelo fato de encontrar ali meu ex e a Poison Ivy. Talvez eles tenham
entrado no navio e nem vimos.
Em meio a tantas pessoas,
acabei me esbarrando com um rapaz de camisa vermelha e calça jeans preta e
derrubei minha mala e a dele.
-- Oh me desculpa, senhor.
-- Calma, está tudo bem...
– Respondeu ele, educado e com um sotaque estranho. Acho que ele é alemão.
Quando guardei os
pertences, olhei para o cidadão e praticamente me desarmei ali mesmo. Aqueles
olhos... rosto, a boca... Amo rapazes austeros e este é simplesmente um deles.
Estou diante de um deus grego ou alemão? Que seja, apenas digo que encontrei o
cavaleiro dos meus sonhos.
Só lamento por ouvir Odile
“Houston” gritar por mim e me tirar de meus devaneios um tanto... Proibidos. O
que será desta vez?
Continua...
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