segunda-feira, 6 de abril de 2015

Holiday Romance (21º Capítulo)

Olá pessoal!
Hoje iremos ter mais um capítulo de Holiday Romance, com a festa na casa de Chris Romanov bombando geral, com zueira, revelações e ciúmes de alguns personagens. E, claro, um pouco de amor. Boa leitura!



Capítulo 21: Romanov’s Party parte 1


Louise POV

Mais uma vez acordo tarde na casa dos meus pais. Tudo isso devido à semana de recesso na universidade, devido aos feriados de final de ano. Minha mãe entrou no quarto, abrindo a cortina, revelando o dia pouco ensolarado.

-- Hoje é véspera de natal, Lulu. – Falou minha mãe enquanto pegava minhas roupas no chão. – Levante-se que hoje deve comprar o presente do seu ursinho.

-- Ok... – Murmurei debaixo das cobertas.

Não teve outra. Tomei banho, me vesti rapidamente e fui tomar café com a família. Ou melhor, uma parte da família. Papai foi trabalhar mais cedo. E por falar nele, com certeza antes do dia de amanhã, ele irá ao seu analista reclamar de mim que virei uma “Lolita” pelo fato de estar namorando Gerd. Sinceramente, a implicância dele com meu namorado está chegando a níveis extremos. Só para se ter uma idéia, após o enterro do gato de Nora no dia que coincidiu com o jogo do Bayern pela Liga dos Campeões, ele e mamãe o convidaram para o almoço de natal na nossa casa. Gerd aceitou, mas no fundo meu pai desejava que ele não viesse...

No café, mamãe prometeu me acompanhar nas compras do presente e Mickey também vai junto. Lá pelas nove da manhã fomos ao shopping Harrods e ficamos na loja de roupas. Enquanto ela comprava as peças mais interessantes, eu andava em todas as prateleiras ao mesmo tempo em que trocava mensagens no Whats com meu ursinho. Questionei sobre o que ele desejaria ganhar de natal e a resposta foi essa aqui.

Somente você, ursinha!

Ter um namorado de vinte e três anos, jogador e romântico é lindo. Porém, são necessários alguns momentos de seriedade.


É lindo, meu amor. Eu falo sério. Que presente gostaria de ganhar de natal?


-- Louise! Vamos logo para a próxima loja! – Gritou minha mãe na saída.

E lá fomos nós numa boutique de perfumes. Encontramos Felicity e tia Sophie. Ao que parece elas também compravam presentes, pois carregavam algumas sacolas.

-- Bom dia, prima! – Cumpimentou Fefe.

-- Bom dia, Fefe! Bom dia, tia!

-- Olá garotas! Mary, como vai? – Tia Sophie cumprimentou minha mãe.

-- Muito bem. Ajudando minha filha a escolher um bom presente para o namorado alemão.

-- Que coincidência! Estou ajudando a Fefe também. Podemos escolher juntas, o que acham?

Acabamos concordando e enquanto observava os perfumes masculinos, trombei com Nora e sua mãe, Catelyn.

-- Oi Louise! – Nora me abraçou, muito feliz.

-- Oi Nora!

-- Louise, Mary, Felicity e Sophie! Coincidência encontrar todas vocês na boutique. – Comentou Cat, segurando um frasco de perfume.

-- É verdade. – Concordou minha mãe.

Nora, Felicity e eu ficamos conversando um pouco mais quando ouvi meu celular apitando de mensagem.


Sou um tanto indeciso, ursinha. Através de meus gostos, vai advinhar...


Outro momento sinceridade: estou ficando sem paciência e minha enxaqueca está atacando. Além de o meu namorado ser indeciso, terei de pensar em algo para o presente dele. Precisaria de algo no qual ele se lembrasse de mim, todos os dias, em todos os momentos.
-- Pegue este perfume. – Sugeriu tia Sophie. – É uma doce mistura de essência de sândalo e cítrico. Bem masculino.

Borrifei um pouco do perfume no pulso e devo admitir: é apaixonante.

-- Vou levar! – Falei, já decidida no presente.

Na caminhada as outras lojas, encontramos mais pessoas conhecidas. Odile e Marie com sua mãe, a escritora Serena e Tatiana Romanov com Ana e as gêmeas Sarah e Jane. Enquanto as mamães fofocavam, as garotas revistavam as lojas a procura do presente perfeito. As gêmeas tinham comprado presentes ao pai delas, ao Chris e possívelmente ao Paul Breitner. 

Acompanhei Odile numa loja de CDs e DVDs. Ela comprava alguns filmes românticos e quando parei na prateleira do gênero horror, me veio uma idéia. Na verdade, lembrei de um detalhe: Gerd ama filmes de terror. Sim, é estranho isso. Desse jeito vão pensar que meu namorado é um psicopata.
O problema é que mais ou menos tinha noção de quais filmes ele já assistiu. Para tanto que pedi ajuda ao vendedor. Indicou-me Prometheus, Invocação do Mal, Dia dos Namorados Macabro (segundo o vendedor Jay, é ideal para os casais que desejam assistir um filme de horror juntos) e um Box de filmes clássicos como Drácula e Frankenstein. Desta vez meu ursinho vai adorar.

No caixa, fui pagar ao lado de Odile e minha mãe apareceu e ficou espantada com as escolhas do DVD.

-- Para quem são esses filmes? – Questionou mamãe.

-- Para o Gerd. Ele adora filmes de terror. – Terminei de pagar no cartão.

-- Meu deus, ele tem o mesmo gosto que o Tony. – Comentou. – Ainda lembro-me de quando seu pai me levou ao cinema e assistimos A Bolha. Que medo!

Odile também pagou e se encontrou com Marie. Fui também acompanhar Nora e Fefe na confeitaria. Ao que parece minha prima havia encomendado uma torta... para o goleiro reserva Manuel. Uma torta de Nutella.

Após a compra da torta, rapidamente Fefe cruzou na loja de roupas intimas com tia Sophie. Ela ajudava minha prima escolher uma boa lingerie para agradar nos momentos íntimos. Quando voltamos para a casa, coloquei o papel presente neles e preparei com cuidado. Lá pelas duas da tarde, Ana me telefona avisando que seus pais viajaram, ou seja, a casa dos Romanov está liberada para a grande festa.
No fim da tarde Mickey e eu chegamos à mansão deles e ao entrar no quarto de Ana, me deparo com minha amiga tentando se encontrar com aquelas quatro sacolas.

-- O que tem nestas sacolas?
-- Livros! – Respondeu Ana ao passar duas sacolas a mim, pois pegar os papéis de presente.

Ajudei no embrulho dos presentes de todas e em seguida carregamos para a sala onde depositamos embaixo da árvore de natal perto da lareira.
Neste momento um carro estacionou em frente a casa dos Romanov. Era Paul Breitner. Corri até o quarto de Ana.

-- Já está pronta? – Perguntei.

-- Sim. Louise, como estou? – Ana usava um vestido branco e sapatilhas da mesma cor e levava um casaco por conta do frio.

-- Mais linda do que nunca, princesa! Agora vai lá!

Ana desceu as escadas no mesmo instante que apareceu Paul Breitner. Aparentemente ele estava caracterizado como o “presente” de minha amiga. Imagino ter sido a Fefe, Nora e Marie as responsáveis por tal feito. Na despedida, perguntei ao jogador se eles vão aparecer.

-- Tenha calma, Louise. O pessoal estará aqui em uma hora, junto comigo e Ana. E por falar nisso, seu namorado também está ansioso. Agora vou indo. Até mais, garotas!

-- Até mais, Sr. Breitner e traga a Ana inteira, hein? – Fefe sempre divertida.

Na ampla sala de estar, as gêmeas, Nora, Marie e Fefe arrumamos o sofá, preparamos a mesa com os quitutes e trouxemos duas caixas de papelão para guardar os presentes e colocar debaixo da árvore de natal. Mickey e Chris foram comprar bebidas e chegaram junto com Graham Bond. Este carregava o seu saxfone e ainda veio com mais presentes. Meu coração batia demais de ansiedade.

-- Se acalma. – Fefe se sentou no sofá ao meu lado e me ofereceu água. – Dentro de meia hora o ursinho alemão e seus amigos estarão aqui.

Enquanto bebia devagar o copo d’água, mais convidados. O grupo musical English Band e Odile. Cumprimetei a todos e ficamos ali conversando.

-- Se não fosse a Fefe e o Chris dizerem que vão vir uns convidados especiais, há essa hora já estaríamos cantando Shakin’ All Over no Bronze ou na festa dos McCartneys. – Disse Edward, guardando o pacote numa das caixas.

-- Deixa disso, Eddie. A festa do Paul McCartney já tem pessoal de quilate muito maior que o nosso. – Alana simplesmente não quis ir lá por saber que Kathy Giordano e sua turminha do mal poderiam estar lá documentando, como aconteceu na festa de Halloween.

As gêmeas estavam no quarto, certamente se arrumando e Chris e Mickey resolveram pôr uma música no rádio, mais propensamente um rock clássico. Fefe saiu do sofá para fazer uma ligação.

-- Vai interromper o Sr. Breitner? – Indaguei.

-- Não é pro Breitner. É pra Rosie.

Me afastei dela um pouco e fui ao quarto das gêmeas, pra saber a senha do wifi da casa. Elas não sabiam. Ou melhor, sabiam, mas fingiam que não.  Passei a choramingar pelos cantos até Sarah, a gêmea de cabelo curto igual ao da Hazel Grace, me alcançar uma folha do bloco de anotações com a senha.

-- Toma aqui e vê-se pára de encher, Lulu!

Nestas horas amava ser insistente. Irrito as pessoas, mas consigo certas coisas. Ao pegar o sinal, já comecei a mandar mensagens ao Gerd e controlando minha ansiedade.
Neste momento meu irmão e Chris chegaram trazendo enormes pacotes e caixas com muitas bebidas. Por breves momentos refleti um pouco. Por mais que considerasse Alice uma ótima amiga e pessoa, havia algo que não me convencia que ela fosse mesmo fã dele. Sinceramente, melhor parar com essa desconfiança. Ele deu provas que me ama, enfrentou as repressálias do meu pai e ainda foi capaz de ficar mais uns dias na Inglaterra enquanto o resto do time voltou para Alemanha.

Outro ponto que mereceu entrar na mente foi meu pai falando de mim sobre Gerd.

FLASHBACK ON

-- De tantos caras por aí na Inglaterra e na Europa, por que ele? – Meu pai se questionando não só pra mim, mas mamãe e meu irmão ouviam tudo. – Por que esse chucrute?

-- Eu o amo, meu pai e não gosto como se refere o meu namorado assim.

-- E como deseja que digo? Humbert Humbert? Se bem que combina com ele.

-- QUE BLASFÊMIA, TONY! – Minha mãe não gostou quando ouviu isso. – Uma coisa é não aprovar aquele  rapaz, agora chama-lo de Humbert Humbert? ISSO NÃO TOLERO!!!

-- Doa a quem doer, Mary. E já aviso de antemão: ele vai ficar aqui no dia 25, mas não vai dormir no quarto de Louise!

FLASHBACK OFF

E foi daquela maneira que encerrou a discussão. Imaginei de forma divertida o confronto do meu pai e Gerd. Seria tipo dois cavaleiros de ouro um contra o outro, na chamada Guerra de Mil Dias.
E falando em termos otaku, meu melhor amigo e entendedor do assunto, Harry Daniels sentou-se ao meu lado.

-- Konban wa! Louise-chan! – Cumprimentou Harry, sempre alegre e falando algumas coisas em japonês.

-- Konban wa! Harry-kun! Tem alguma novidade do mundo anime?

-- Com certeza! Já foi divulgada a data de lançamento do filme em computação gráfica de Saint Seiya.

-- Opa, pra quando? – Minha curiosidade foi despertada ao ouvir isso.

-- Dia 15 de outubro, mas só no ano que vem.

-- Bem, pelo menos é bem depois da copa. Vai dar pra assistir junto com o do Dragon Ball Z.

Continuamos a conversa até Alana e Edward o chamarem pra iniciar uma jam session com a banda. Começaram com Man With Money, dos Everly Brothers e depois pra animar cantaram Girls & Boys, do Blur. Dancei pouco e voltei ao sofá, onde deitei e cochilei.

Não faço a mínima idéia de quanto tempo dormi, apenas me juntei ao sofá confortável da casa e fechei os olhos, tomada pelo sono. Acabei sonhando algo não muito agradável...

Caminhava na floresta densa, vestindo roupas de jogral. Me senti perdida ali...
Porém, algo me atraia mais. Mesmo sendo dia, eu estava perdida e sem trilhas por ali. Caminhei por vários minutos até ouvir um relincho de um cavalo. Talvez esteja perto, pensei comigo mesma. Pisei um pouco na lama, sujando meus sapatos e a roupa, sempre seguindo o som. Afastava os galhos das minhas vistas até os meus olhos mostrarem algo. Não... De repente meu coração ficou pesado como o chumbo e uma falta de ar me atacou. Lágrimas caíram de meus olhos por ver meu amado Gerd, um cavaleiro medieval, beijando... Alice?

-- Sinto muito, lady Louise. – Disse um dos guerreiros, colocando a lâmina perto de minha garganta. – Ele fez sua escolha.

-- E não estás incluída. – Completou o outro ao sacar a espada e me golpear no coração.

-- NÃO!!! – Gritei tão alto que a banda parou a música e saltei do sofá.

-- Calma, Lulu. Está entre amigos. – Me acalmava Alana, se sentando comigo no sofá.
-- Relaxa, foi só um sonho. – Dizia Eddie enquanto servia um copo de água pra mim.

Enquanto bebia, Chris e Fefe ficaram na porta, Harry olhando pra janela e Biff sentando na poltrona perto de nós.

-- Quem é Gerd? – Questionou o tecladista.

-- O que? Eu... falei Gerd? – Não acredito que falei o nome dele e eles ouviram.

-- Sim. Falou claramente. – Respondeu Alana.

-- O único Gerd que conheço é atacante do Bayern de Munique... – Disse Biff. Ficou por breves segundos em silencio e me olha com incredulidade. – Por acaso seu namorado é o jogador, Louise?

-- Pelo amor de deus, não está naquelas de namorar um pôster como a Odile, não é? – Eddie parecia não acreditar nesta possibilidade.

-- O único pôster que tenho como namorado é o do Ikki de Fênix, presente do Harry.

Enquanto isso meu amigo otaku e baterista fala algo.

-- Opa estacionou um carro aqui perto. O cara desceu e... Está de cosplay do Quarto Doutor, de Doctor Who. Vejam! – Harry abriu um pouco à persiana. Reconheci o rapaz de cosplay. Era Sepp Maier. Aposto que se vestiu assim por causa da Nora, que neste momento desceu rápido as escadas e ficou junto da Fefe e Chris na porta.

Também vi os alemães saírem do carro, Ana e Paul e... ele! Sabem aquela alegria contagiante? Pois é, imediatamente corri até a porta e abri. E lá estava meu ursinho.

-- URSINHOOOOO! – Pulei em cima dele, abraçando-o e beijando meu amado, como se não houvesse amanhã.

Agora sim o natal pode começar com animação.


Pete POV

Não estava bem indo naquela festa, sob as insistências de Evanna. A banda foi devidamente convidada para tocar também. Seria melhor pedir ao Edward Simons ou Jeff Beck tocarem guitarra no meu lugar apenas por hoje. Coisa que não deu certo. Os Beatles animavam o lugar, já que preenchia o tempo que pertencia ao Herman’s Hermint,  banda expulsa por causa da declaração (quase) explícita de amor a Dianna Mackenzie, a namorada de Davy Jones.

E por falar em namorada, percebo o nível de melancolia no baixista e também meu amigo, John Entwistle.
-- Aconteceu algo? – Perguntei enquanto arrumava a guitarra.

-- Perdi mesmo a Anastacia. – John estava com uma voz muito soturna e dedilhava nas cordas. – Semanas antes da festa, encontrei  a Georgiana. Ela chorava por que terminou o namoro com Christopher, o irmão da Ana e quando fui prestar algum auxilio, um consolo, ela me beijou.

-- E Ana viu tudo e acabou?

-- Bem assim. – Respondeu voltando a atenção ao instrumento.

-- Relaxa, cara. – Me limitei a dizer isso. – Deixa passar esta festa e amanhã a procure, leva um presente que goste e peça perdão.

-- Obrigado, Pete.

É engraçado, dando conselhos amorosos ao meu amigo, sendo que eu também sofro disso. Algum tempo venho percebendo que minha relação com Evanna não me resulta em algo. Precisava de algo para estimular minhas capacidades, motivação para desafios. E Evie não me proporcionava. Contudo, a suavidade e seu jeito meigo me atraiam de maneira não explicativa.

Se ela soubesse o que aconteceu comigo e com Fefe naquele ensaio...

FLASHBACK ON

Uma semana antes da festa de natal, ensaiamos na casa de Keith Moon, ali na garagem. Mary Anne e Evanna nos assistiam animadas.

-- Não esqueça a playlist de músicas a serem tocadas, ok? – Evanna sempre me lembrando das coisas.

-- Sim, Evanna. Logo te encontro no Bronze.

Nos despedimos ali e Evanna e Mary Anne voltaram ao alojamento. A banda ainda tinha mais algumas músicas a serem tocadas. Ox aproveitou para ir ao banheiro, Moonie entrou em casa para saber do que sua mãe precisava e Roger foi ligar para sua mãe, afastado da garagem. E eu fiquei sozinho ali, sentado na cadeira afinando o violão quando entrou discretamente uma pessoa.

-- Esqueceu de algo, Evie? – Perguntei sem olhar pra pessoa, achando ser Evie.

-- Não é a Evanna. Sou eu.  – Olhei para a pessoa e um choque pegou em mim.

-- Oi Felicity. Sente-se, fica a vontade.

Ela sentou numa das cadeiras e conversamos sobre muitas coisas. Confesso que ansiava em rever aqueles olhos castanhos dela, o sorriso e o jeito quase atrevido dela. De alguma maneira, ela causava sensações inexplicáveis.

-- Fefe, quer ouvir uma música? Eu mesmo escrevi.

-- Claro. Adoro suas músicas.

Dedilhei as primeiras notas e olhei fixamente nos olhos dela, cantando os primeiros versos de Sunrise.

You take away the breath I was keeping for sunrise
You appear and the morning looks drab in my eyes
And then again I'll turn down love
Having seen you again
Once more you'll disappear
My morning put to shame

-- Lindíssima! – Exclamou. – Aposto que Evanna vai amar essa música. Ela deve te inspirar muito.

-- Na verdade, Evie não me inspirou e muito menos é pra ela. Essa música foi escrita pensando em você. – Falei enquanto tocava as mãos dela, trêmulas ao ouvir minha revelação. – Felicity...

Para quê avisar sobre meu sentimento, sendo que expressei da maneira que achei cabível. Puxei o rosto dela para perto, encostando minha boca na dela para depois virar um beijo tão quente, excitante. Não demorou em ver o clima acabar.

-- Pare! – Disse Fefe, ofegante. – Não é certo. Você tem a Evanna e eu o Manuel.

-- Quem é Manuel? – Agora questionei.

Ela não me respondeu, apenas foi embora e no mesmo instante o pessoal retorna a garagem sem saber do ocorrrido.

FLASHCBACK OFF

Desde então não esqueci aquele beijo e agora estou eu, subindo no palco improvisado na casa de Paul McCartney e cantando algumas de nossas músicas. A essa altura Fefe e suas amigas estão se divertindo na casa de Chris Romanov. Corre um boato que ela está ficando com o cara vestido de Lanterna Verde. E mais: ele não é intercambista e sim um jogador de futebol profissional chamado Manuel Neuer. Será... será possível isso?

Gostaria de não acreditar nesta possibilidade, caso contrário minha chance com a galesa de cabelos escuros se foi pro espaço. Se bem naquele dia ela falou o nome dele. Manuel. Será que possa ser ele?



Peter POV

-- Senhoras e senhores, aplausos para David Jones e Dianna Mackenzie! – Micky Dolenz fazia mais uma de suas imitações baratas de apresentadores.  – Que fizeram amor na cama do Papai McCartney e fomos chutados da festa!

-- Ei gente, não precisa ser assim. – Davy tentava se defender e Dianna se encontrando um pouco constrangida.

-- Como não? Vocês causaram isso e agora estamos aqui na rua, perambulando na vizinhança sem opção pra terminar a noite de véspera de natal. – Reclamava Mike.

-- Podemos ir ao Bronze. Ainda estará aberto. – Sugeriu Alice.

-- Por que não fazemos a festa no alojamento? – Sue caminhava conosco, mesmo não tendo nada a ver com a confusão, ela quis vir junto comigo.

-- Também acho uma boa idéia. – Concordou Emma.

-- E até sugiro uma que sei: Na casa dos Romanov. – Acabei falando disso ao lembrar-se de uma conversa que Rosie me falou sobre ter sido convidada pra ir a casa deles.

-- Espere! – Disse Alice, um tanto receosa. – Nem fomos convidados e como acham que vão nos deixar entrar?

-- Simples. – Respondi. – Entrando, mandando um chalala nas meninas e acabam deixando.

E encerrou ali. Como o caminho até a casa dos Romanov era perto, não foi difícil e ainda levamos uns vinte minutos que foram compensados na conversa com Sue e um pouco com o pessoal. Ao chegar à gigante casa, vimos uns carros estacionados e um deles era um tanto quanto moderno. Acho que era um Audi alemão. Alice olhou atentamente e exclamou alegre.

-- Espere! Eu conheço esse carro! E a placa... Oh meu deus, pertence à Deuschter Fussball Bund.

-- O que significa isso? – Perguntou Mike

-- Federação Alemã de Futebol. Isso quer dizer que os alemães estão aqui!

Apesar da estranha alegria de Alice, notei o rosto do Nez mudar com essa revelação. Sue estava com cara de perdida e queria me perguntar mais. Ficamos diante da porta e nenhum de nós tinha coragem em tocar a campainha.  Ouvimos o som alto de rock por ali. A festa deveras animada. Depois do silencio e troca de olhares entre nós, fui até o botão e apertei. Esperei um pouco e ninguém veio.

-- Toca de novo, Peter. – Insistiu Sue.

Toquei mais uma vez e nada. Suzan é meio impaciente e se aproximando de mim, apertou com insistência a campainha e aí sim a música parou e a porta se abriu, revelando Chris e Felicity, com o rosto vermelho. Acho que estavam bebendo ou se chapando.

-- O que fazem aqui na minha casa? – Questionou Chris.

-- Bem... nós estávamos cruzando por aqui na rua e vimos o som. Queremos saber se podemos entrar? – Falei muito nervoso, mas controlado.

-- Felicity, deixa a gente entrar vai? Estamos abandonados no natal, o Macca nos expulsou e estamos sem pra onde ir. Deixa vai?

-- Não e não! Caiam foram! Não estão na lista de convidados do Chris e há esta hora o Bronze tá lotado com show dos Stones. Falem com Richards, ele é meu amigo e digam que são convidados. Vão embora! – E Fefe fechou a porta.

O espanto tomou conta de nós e Micky aproveitou para dizer isso.

-- Eu disse que era péssima idéia. Nem estamos na lista.

-- Mas não desisto! – Alice bateu forte na porta e esbravejou. – FELICITY, CHRIS, ABRAM A PORTA E NOS DEIXEM ENTRAR OU ENTÃO VOU FALAR PARA KATHY GIORDANDO SOBRE ESSES JOGADORES DISFARÇADOS NA FESTA DE HALLOWEEN!

Aquilo foi terrível demais. É um golpe baixo, mais baixo que Davy. A música havia parado e ouvi uns gritos e berros de alguém.

-- ... Dá pra se acalmar? Está sendo imatura, Louise e cuidado com isso.

-- Como vou ficar calma, sabendo que ela virá pra cá? Não devíamos ter revelado aos Monkees sobre eles, não e não.

-- Relaxa, vai ficar tudo bem.

Pouco tempo depois a porta se abre com Fefe, mais ajeitada e dizendo.

-- Entrem, por favor, e sejam bem vindos!
Antes de entrar, surge outro cara. Na verdade ele entra conosco.

-- Alice! O que faz aqui na festa dos Romanov? – Perguntou ele, carregando um pote de sanduíches e garrafas de bebidas.

-- Bem... eu...

-- Nós vamos à festa dos Romanov. – Respondi.

Depois disso entramos todos juntos e vimos os jogadores e a English Band sentados no sofá. Ao que parece estavam trocando presentes entre eles e vi Edward Simons com uma guitarra e Harry Daniels com baquetas. Louise parecia forçar um sorriso e tinha as mãos trêmulas.

-- E ai Romanov? – Cumprimentou o rapaz.

-- Jimmy, ainda bem que veio. E trouxe mais birita. Olha só, cara, tem gente famosa por aqui.

-- Quem, além da minha irmã? – Apontou para Alice, que ficou vermelha.

-- COMO ASSIM VOCÊ É O IRMÃO DA ALICE? – Gritou a English Band inteira.

-- Ora, gente. Ela é minha irmã. Mickey e Louise sabem disso. Alias, sua irmã veio, Michael?

-- Ela tá aí no sofá. – Apontando para Louise. Ela cobria o rosto com as mãos.

-- Louise Christina, lembra de mim?

-- Claro, o amigo do meu irmão. Jim. – Louise demonstrava pouca alegria enquanto cumprimentávamos o pessoal. – Deixa te apresentar meu namorado, Gerd Müller.

-- Ah sim. Então Mickey disse a verdade. Eu sou James Stone, o irmão da Alice. Ela o adora, herr Müller e inclusive – Ele pegou uma camiseta do Bayern, guardada na sacola. – Poderia autografar para mim?

Não é preciso dizer que realmente ele aceitou autografar e Louise parecia estar com falta de ar, misturado com indignação guardada.

-- Está muito linda, Louise Christina. Mais linda que na festa de debutante dois anos atrás. – E em seguida piscou para ela, chocando o jogador e ela própria.

-- Ei, cara, vai devagar. – Edward tentou uma defesa. – Ela tem namorado.

-- Tudo bem, Eddie. – Falou Louise.  – Muito obrigada pelo elogio, Jim.

Lulu se levanta e foi dar atenção para todos. Cumprimentou Micky e Emma, depois Sue e eu e na vez de Alice notei uma pequena falha em sua voz.

-- Como... vai Alice? – Ela sorria, ou ao menos tentava.

-- Estou bem, Lulu. Obrigada por nos acolher. – Alice sabia que foi um erro chantagear o pessoal. – Me desculpe pelos gritos e pela...

-- Aquilo não foi nada. Não é ursinho?

-- Yah, não ser nada. – Gerd se mostrava um pouco tenso diante disso.

Porém fiquei bastante surpreso quando Lulu avistou Davy.

-- DAVYYYY!!! Davy, Davy Davy!!!! – Eles se abraçaram como se fossem velhos amigos. – Aí, Davy, to tão feliz que esteja aqui!

-- E eu mais ainda, Lulu!

-- Davy, que intimidade é essa com a Louise? – Perguntou Micky, chocado.

-- Gente, Louise e eu somos amigos de infância. Estudamos juntos na escola e nos separamos no ensino médio.

-- E agora meu amiguinho está aqui. Perdoe-me, Dianna! – Ela falava para Dianna.

-- Já me acostumei com isso. Cuddly Toy dê o presente a ela.

Davy entregou um pacote com embrulho vermelho e ela abriu, revelando uma camiseta do Star Trek com o símbolo da Frota Estelar de cor vermelha.

-- Amei, Davy.  Peraí – Ela pegou na caixa de papelão uma sacola e deu ao Davy.—Seu presente. Ia te entregar na segunda, mas hoje se mostrou um momento apropriado.

-- Puxa vida, veja Dianna. A camiseta dourada da Frota. – Ele exibia para todos com extrema felicidade. – Agora sou oficial. E nomeio Louise McGold como Alferes.

-- Não sente ciúme, Dianna? –Questionou Suzan, enquanto nos sentávamos no chão perto da English Band.

-- Não. Já sabia dessa amizade deles e também Lulu gosta de caras altos, parecidos com ursos... assim como o Gerd.

Quando ela disse aquilo, todos olharam para Lulu e Davy, espantados com a revelação. Davy resmungou algo e Lulu se encontrava envergonhada.

-- DIANNA!!! Não é pra falar disso na frente de ninguém. É segredo de estado!

-- Fez bem, Dianna. – Berrou James Stone, o irmão de Alice. – Agora sabemos dos gostos... hã... peculiares da Louise.

Todos riram disso e voltamos à festa. Ou melhor, tentamos. Neste momento, Felicity e Chris recebem a visita de Rosie Donovan, a aluna de História e sua irmã, a adolescente Vivian. Mais apresentações. Cada um foi para uma parte da casa, uns conversando com os outros. Notei que Mike olhava demais para Emma, mas resolvi ignorar. Possa ser minha imaginação. Suzan ficou na janela, tomando um refrigerante. Me aproximei dela.

-- O que houve?

-- Nada não.

-- Vem comigo. – Levei Sue para um corredor escuro que levava até o escritório, apenas com uma luz fraca e  tomei um susto ao ver um quadro de um casal. Devem ser dos Romanovs.

-- Calma, Peter. – Sue me segurava e pousava a mão em meu coração. – É só um quadro.

-- Ok... Gostaria de ter falar uma coisa. Na verdade... É uma coisa que escrevi. É meu presente.

-- Oh Peter... Não precisava.

Desta vez não deixarei minha musa escapar. E mesmo que alguém apareça neste momento para interromper, não irei parar por nada, até saber da resposta de Suzan.

-- Ele se chama “Soneto a Suzan”. – Peguei a folha no bolso da calça,  no qual escrevi hoje a tarde e recitei.

“Tão apaixonado estou, linda menina
Que ao tentar falar-te não tenha voz
No meu estomago se formam uns nós
E contemplo a tua cabeleira fina

Do rio do amor teu sorriso foi foz
Mas esse sorriso que desatina
Escondeu-o uma vez lágrima cristalina
Pois tu estavas tomada por dor feroz

Minha bela, peço, não chore mais
Por amar-te como um pobre louco
Farei que encontres uma nova paz

Vais ouvir o apelo que um doido faz?
Ouvir e deixá-lo cantar mais um pouco?
Eu canto por adorar-te demais... “

-- Peter... – Ela começou a chorar na minha frente. – É tão lindo. Nunca recebi algo tão poético e romântico assim.

-- Fiz por você. – Puxei-a para perto de mim, limpando seus olhos e segurando seu rosto falei de forma natural, sem gaguejos, aquilo que vem povoando minha mente. – Eu te amo, Suzan. Seja minha, por favor.

Ela me beijou com aquela paixão, aquele ardor... O beijo dela é tão bom. Se eu pudesse escreveria outro soneto descrevendo a sensação de ser beijado daquela maneira tão apaixonada. E agora posso dizer que meu natal foi ótimo. E mais ainda por saber que sou amado por Suzan, minha amiga e agora minha namorada.



Rosie POV

Só por que não tenho planos épicos de fazer algo no dia 24, não quer dizer uma aceitação ao convite para a festa na casa de Chris e Ana Romanov. Vivian respondeu por mim e acabamos indo para lá. Á tarde saímos para as lojas de Nothing Hill, onde é mais barato, e compramos os presentes. Lá pelas oito da noite pegamos um táxi e avisei mamãe por mensagem de texto sobre minha ida a festa e possívelmente volto no outro dia.

-- Eu juro – Comentava comigo mesma enquanto o taxista dirigia. – A Felicity vai me pagar por isso. Onde já se viu? Me arranjar um namorado? Não estou desesperada.

-- Vai ver que ela está ajudando algum amigo, sei lá. – Respondeu Vivian.

Conseguimos chegar à festa, pagamos o taxista e fomos até a porta. Ouvimos umas risadas altas e papos muito estranhos. Inclusive umas pessoas com sotaque falavam com diiculdade o inglês.
Vivian tocou a campainha umas três vezes e uma moça de cabelo longo nos atendeu.

-- Oi. – Cumprimentou. – Seus nomes?

-- Eu sou Rosie Donovan, da Universidade e esta é a Vivian, minha irmã.

-- Ah sim. Bem vindas. – Ela nos recebeu com enorme simpatia e outra moça, semelhante a primeira, só que com cabelo curto, apareceu. – Sarah, veja! É menina por quem o nosso maninho ta caidinho.
-- Ah sim. Bem vinda. Sou Sarah e esta é minha gêmea Jane.

-- Olá meninas. – Falamos juntas.

Entramos devagar e as gêmeas nos conduziram até a sala, onde grande parte do pessoal estava reunida na lareira e ao lado de uma árvore de natal. Estavam ali os Monkees, English Band, meu amigo Graham Bond ao lado de Marie, as garotas e Odile e Lulu, abraçadas com dois caras. E tem mais uma turma ali que nunca os vi.

-- Graças a deus que apareceu, sua ruiva. E ainda trouxe a irmãzinha! – Fefe veio até nós e nos abraçou, e começou a nos apresentar. – Pessoal, quero que conheçam Rosie Donovan e sua irmã Vivian!

Todo mundo me olhou como se não tivessem me visto antes. Quer dizer, já vi a English Band tocar no Bronze nas quintas clássicas, conheço os Monkees através da Jane Berkley e Suzan Hardison. Agora o pessoal desconhecido sim me via com certo espanto. Contudo, percebi que o problema não era comigo. E sim minha perna direita. Olhei para baixo e puxei um pouco a calça legging, mostrando minha belíssima prótese.

-- Vejam e aprendam, crianças. – Ergui um pouco e exibi para todos. – Isto foi projeto filantropo do Tony Stark. Mandei uma carta a ele pedindo uma prótese boa e ele mandou esta aqui, só não fala como o J.A.R.V.I.S.

Todos riram da piadinha sem graça. Na verdade meu sarcasmo é a minha arma contra as ofensas e gracinhas maldosas sobre minha perna pela metade. E mais ainda. Ninguém além de mim faz piadas sobre minha perna.

-- Rosie, vou te apresentar umas pessoas famosas no nosso circulo.  – Fiquei diante dos rapazes. – Este é Franz Beckenbauer, Paul Breitner, Manuel Neuer, Sepp Maier e Gerd Müller. Eles são jogadores de futebol do time Bayern de Munique.

Espere um pouco! Estou diante de gente famosa? Ainda mais jogadores de futebol? Como assim? Olhei para os lados e perguntei.

-- Cadê as câmeras da pegadinha?

-- Não é pegadinha. É verdade.

Vivian estava nervosa e tinha vontade de gritar, mas parou ao fixar-se no tal Gerd.

-- Ei, conheço você. Sim eu conheço você! Rosie venha aqui! É ele!

-- Sim, Vivian. Ele é o jogador de futebol. – Falei sem muito animo.

-- Não é isso. Ele é o carinha do Skype, com que a Lulu andava de papo lá no computador!
--- Como é? – Perguntou Michael, o irmão da Louise.

-- Ela conversava com ele todos os dias no Skype e usava o computador da Rosie que possui webcam. Mas olhando para você, vejo o quanto você é lindo!

Ri da afirmação da minha irmã. Admito que ele seja mesmo um gato. Ou melhor, deus germânico. E fiquei mais chocada em saber que ele namora Louise. Os outros estavam com as outras meninas, até mesmo Fefe e seu goleiro reserva chamado Manuel. Enquanto conversávamos eis que me surge outro cara. Confesso mais uma coisa: o carinha do Skype é um felino incrível, porém, o misterioso loiro é uma divindade entre os mortais. Não é o vampiro Lestat. Ele... meu deus!

-- Faltou este aqui, Rosie. Este é Uli Hoeness. Ele também é jogador.

-- Seu nome é mesmo Uli? – Perguntei.

-- Nein. Só apelido. Minha nome é Ulrich.

-- Bom, vou chamá-lo de Ulrich. Eu sou Rosie Donovan. – Apertei a mão dele e fiquei tremulando os dedos. 

Vivian ficou ao meu lado e cumprimentou o jogador e ainda sussurou em meu ouvido.

-- Aproveita maninha, ele é o Siegfried em pessoa!

Depois disso fiquei um pouco distante do pessoal, ficamos na área de estudos e conversei com Ulrich. Ele foi bastante simpático e notei que ele olhava bastante para Marie. Vi também o pessoal na lareira falando e Fefe dizendo ao microfone.

-- Atenção, público amável! Neste momento a English Band cantará uma música romântica. No entanto, tem um diferencial. Eu, Alana e o restante farão o backing vocals e quem vai cantar será... Sepp Maier!  Venha aqui, grande Katze! Não seja tímido!

Era meio surreal aquilo. O goleiro titular vai cantar uma música romântica. Nora deve estar amando tudo.

-- Sepp não saber cantar diante das pessoas. – Comentou Uli.

-- Vai ser um mico. – Completei.

E começou a banda tocando e o goleiro segurando o microfone, cantou e não foi nada mal.


Baby, I'm yours (baby, I'm yours)
And I'll be yours (yours) until the stars fall from the sky,
Yours (yours) until the rivers all run dry
In other words, until I die
Baby, I'm yours (baby, I'm yours)
And I'll be yours (yours) until the sun no longer shines,
Yours (yours) until the poets run out of rhyme
In other words, until the end of time
I'm gonna stay right here by your side,
Do my best to keep you satisfied
Nothin' in the world can drive me away
Every day, you'll hear me say
Baby, I'm yours (baby, I'm yours)
And I'll be yours (yours) until two and two is three,
Yours (yours) until the mountains crumble to the sea
In other words, until eternity
Baby, I'm yours
'Til the stars fall from the sky,
Baby, I'm yours
'Til the rivers all run dry,
Baby, I'm yours
'Til the sun no longer shines,
Baby, I'm yours
'Til the poets run out of rhyme


Observei um pouco a multidão e uns bebiam e outros prestavam a atenção. Ao final da música Sepp saiu do mini palco acústico e beijou Nora de forma surpreendente. Percebi uma coisa. Achei por um momento que o tal Paul Breitner se parecia com o cara vestido de Homem Aranha na festa de Halloween.

-- Vou pegar uma bebida. Você quer?

-- Aceito. – Respondi.

Assim que Uli saiu, caminhei até a Fefe e questionei sobre o fato.

-- Fefe, me responda uma coisa. Por acaso Paul Breitner esteve na festa de Halloween?

-- Esteve sim. Ele e os outros alemães. Inclusive Uli foi o rapaz que apanhou do Graham Bond por causa da Marie.

-- Fala sério! – Exclamei, sabendo que minha teoria foi confirmada. – Ele é o Batman surrado pelo Bond?

Acabei adquirindo um senso hilariante e minha amiga pede para não debochar dele por causa disso. Neste momento Manuel surge em nós e puxa Fefe para a sala, onde o pessoal se preparava para uma partida de Just Dance. Vi que Louise e Gerd dançaram mais vezes. Uli apareceu com dois copos e uma garrafa de cerveja, servindo para nós. Num dado momento Alice pediu para dançar uma partida com o alemão e Louise cedeu. Porém...

Foram mais de uma partida e a prima de Felicity se retirou dali e indo para fora de casa, com o rosto mudado. Será que ela sofre de ciúmes?

-- Você ser amiga do gordo? – Perguntou Uli enquanto bebericava.

-- Gordo? Ah sim. Graham Bond. Sou sim. E colega dele. Olha, eu sei que você era o Batman. Peço desculpas pela agressão do meu amigo. – Mordi a língua em não rir daquele momento.

-- Estar tudo bem. Já passou.

Olhamos-nos por um bom tempo e ele pegou meu copo e deixou junto à mesa de estudo. Tocou meu rosto e me beijou. E que beijo gostoso. Se todos os alemães beijam bem, então perdoarei Fefe pela audácia de me apresentar ao jogador.  Ele parou o beijo e  em seguida me diz.

-- Desculpa, você não ser ela.

-- Ela quem? – Uli aponta para Marie, imediatamente saquei o lance.

-- Você gosta dela? Sabe que ela namora meu amigo.

-- Eu sei... – Ele ficou cabisbaixo com isso. Entedia perfeitamente. Amor platônico.

Assim como Uli, eu tinha minha paixão platônica por alguém. Na verdade por dois. Decidi ajudar aquele alemão, mesmo que custe minha amizade de longa data com Graham.

-- Fica aqui. Só se aproxime da Marie quando distanciar o Bond. – Falei e caminhei até a sala.

Conversei algo no ouvido com Bond e o levei para cozinha onde falamos sobre um monte de coisas até resolver me contar algo.

-- Sabe, Rosie. Ando bastante desconfiado. – Ele abria uma garrafa de gim e servia um copo para ele e outro para mim. – Percebi que existem dois caras de olho na Marie.
-- E quem são eles? – Questionei enquanto bebia um pouco.

-- Um deles faz parte do clube de leitura do Harry Potter e é amigo do Mickey e Chris. O nome dele é Giles.

-- Relaxa Bond. Esse aí se acha o pegão da Universidade. Nem chegará perto dela.

-- E não vai mesmo, depois da semana passada de ter deixado uma galinha morta com velas em frente ao alojamento onde mora. Mas não conta ao Mickey e Chris que fui eu.

Prometi guardar segredo e olhei para a sala. Uli levou Marie para o mesmo canto onde estava com ele. Preciso manter mais tempo o meu amigo gordinho.

-- Outro cara é o jogador de futebol. O tal Uli.

Cuspi fora o gim. Meu deus, estou entre a cruz e a espada. Se meu amigo descobre que estou ajudando o alemão nisso, estou ferrada. Praticamente cortada, esquartejada da vida do Bond.

-- Ulrich é incapaz disso. – Defendi meu novo amigo. – E até por que, acho que estou afim dele.

-- Você não está afim dele, Rosie. E sabe por quê?Está confusa entre o vampiro Lennon e o meu amigo Clapton. E acho que deve aceita-lo. – De repente a garrafa de gim termina e Bond pega para nós uns salgados e aproveitando desta distração dele, olhei rápido para Uli. Isso aí! Ele beijou a francesa e ninguém notou isso.

Neste momento Chris abre a porta, revelando mais convidados e era George Smith, o irmão de Nora e Eric Clapton. Meu coração bateu rápido e apontei para Eric vir até a cozinha.

-- Oi Rosie. Que festa agitada!

-- Verdade.  Olha, precisa me ajudar numa coisa...

Contei rapidamente sobre Bond, a desconfiança dele, Marie e Uli. Eric não entendeu bem, mas compreendeu que vai me ajudar a distrair-lo. Bond aparece com dois pratinhos de salgados.

-- Ah falando no Clapton, agora posso me juntar a Mon Petit. Fique a vontade.

-- Espera, Bond! – Eric segurou o amigo. – Preciso de uma ajuda rápida.

Aproveitei desse momento e fui me encontrar com Uli. Ele e Marie ainda se beijavam e interrompi os dois.

-- Ai! Mon dieu, Rosie! – Minha amiga estava constrangida e se ajeitava. – Por favor, não...

-- Estou de boas, Marie. Não irei contar ao Bond, mas volte pra sala. Eric não vai segura-lo por muito tempo. – Avisei e ela correu para lá.

-- Danke, Rosie. Devo muito a você. Se algum dia precisar de meu ajuda, eu estar aqui pro isso.

-- De nada, Ulrich. – Dei a ele um beijo, só que na bochecha e ele voltou para junto dos amigos.

Bond também retornou, para junto de Marie. Eric ficou na cozinha conversando um pouco com Chris Romanov e minha irmã. Olhei para janela e vi Louise mexendo no celular e chorando.  Tive pena dela.

-- Fraulein Rosie. – Alguém me cutucou e vi que era Gerd Müller. – Viu meu ursinha?

-- Quem?

-- Louise, o ursinha para eu. Onde está?

-- Lá fora e chorando. – Mostrei na janela Lulu sentada num dos bancos do jardim.

-- Danke!

Ele saiu de casa e se encontrou com ela. Algo me diz do motivo ser as partidas de Just Dance. Eric aparece também.

-- Quero conversar com você. – Ele diz de forma aveludada e sedutora, ao mesmo tempo segurando minha mão e me guiando até a cozinha novamente.

Veio-me o nervosismo e o coração a mil batidas. O que possa ser tão importante para Eric querer falar comigo?



Continua...

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