quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Grindhouse Zombies (2º Capítulo)

Olá pessoal!
Tenham uma boa noite e fiquem com o segundo capítulo de Grind Zombies. Vai ter rivalidade!

Capítulo 2: Orgulho e Preconceito... E Zumbis

Lulu desviou o olhar, disfarçando o mal estar e sendo percebida por sua prima.

-- Encontrou algum suspeito? – perguntou Felicity, ansiosa pra desembainhar a faca escondida debaixo da saia.

-- Não. – negou Louise, rindo e olhando rapidamente para o alemão urso. Ele ainda flertava com ela. – Tem um rapaz... Ele não para de me ver.

Felicity viu quem era e desviou atenção, muito descontente.

-- Ele não vale meio xelim. É um soldado apenas. – disse, em tom de desprezo.

-- Está zangada por que George não te quis? – Louise sabia que o romance de George Smith e Felicity terminou por conta da viagem do rapaz e quando retornou, declarou ter se casado com uma escocesa chamada Claire.

-- George e eu ainda somos amigos e já desapeguei. – mentindo. Felicity não mostrava pra ninguém o quanto estava sofrendo e descontava sua raiva e tristeza no combate.

-- Aham, sei..

Neste momento Odile puxa as primas McGold para mais apresentações.

-- Rapazes, conheçam as primas Felicity e Louise McGold. Felicity é uma grande amiga da minha irmã Marie e Louise é minha grande amiga.

Um dos rapazes não era germânico. Ele possui traços holandeses, olhos azuis e cabelo meio loiro e usava roupas de nobre.

-- Este são meus amigos. Josef Maier e Gerhard Müller. – completou Franz.

Josef gostou bastante das moças, embora nenhuma das primas lhe tentou, o que foi um grande alívio para Felicity. Já Louise sorria para Gerhard e o mesmo... não expressava nada.

-- Me esqueci de apresentar, meninas, Johannes Cruyff. Ele é o Capitão do pelotão holandês que recentemente veio a Brandemburgo.

Johan foi cortês com as jovens e seus olhos se fixaram na bela Felicity. Entre  uma conversa e outra, Louise ansiava por dançar e decidiu convidar Gerhard para tal.

-- Dança comigo, herr Müller?

Gerd não respondeu e em vez disso corou demais.

-- Está tudo bem? – preocupou-se Lulu.

Ele se retirou, deixando a galesa loira transtornada.

-- Não fica assim, Louise. – disse Odile, mais calma. – Gerd é tímido.

-- Ele não gosta de dançar. – respondeu Franz, rindo um pouco. – Não deveria rir disso, já que ele é meu amigo.

Johan continuava olhar para Felicity, criando mil maneiras de abordar a jovem. Dançou com outras moças, de diversos tipos e mesmo assim, nada parecia abalar ou mostrar alguma expressão no rosto dela.

-- Desisto... – comentou consigo mesmo.

Do outro lado do salão Josef procurou seu amigo e o encontrando sentado numa das mesas, sozinho e com as mãos na cabeça.

-- Was ist passiert? (O que aconteceu?) – perguntou o ruivo.

-- Ich wusste nicht was ich zu ihr sagen. (Não sabia o que responder para ela.) – Gerd bebia um gole de cerveja e ofegava.

-- Entspannen Sie sich, sie werden verstehen. (Relaxa, ela vai entender.)

E por fim Louise dançou com outro rapaz. Felicity conversava com Marie e não deixou de notar tudo.

-- Já viu que o holandês não para de olhar pra você? – Marie balançava seu leque e sorria, dando certo charme.

-- É, eu percebi. – Felicity só observava sua prima. Seus pais não quiseram vir ao baile e permaneceram em Londres com os Smiths. – E como disse, qualquer selvagem pode dançar e imagino até um zumbi dançando com certo sucesso.

-- Fefe! –- repreendeu Marie, rindo. – Não seja tão desrespeitosa.

-- Marie, você sabe que não danço bem quando não conheço meu par. Ademais, você dançou com o único rapaz encantador daqui.  

-- Mas e o holandês? Ele também é agradável.

Fefe lançou outro olhar para Johan. Ele conversava com outros do seu pelotão e com Franz e Odile. Se virou para amiga e disse:

-- Perfeitamente tolerável mas não o bastante pra me tentar.

No exato momento da resposta, Johan se aproximou um pouco para ouvir. Ofendeu-se. Quem aquela galesinha pensava que era? Uma moralista? Ele se retirou, zangado com as palavras ouvidas e sem querer sua espada encostou-se a uma garrafa e derrubou ao chão, causando espanto nos presentes.

-- Que lástima.

Com passos largos provocados pelo barulho de sua bota, Johan saiu do baile, bufando de raiva e ficando perto numa das fogueiras, resmungando aos quatro ventos sobre Felicity.

-- Madame hipócrita... – disse chutando forte uma pedra. – Menina mimada! Moralista insuportável!

-- Felicity McGold? – perguntou uma voz masculina, surgindo atrás de Johan. – Odeio essa garota! Tão orgulhosa e convencida, eu não a suporto!

-- É verdade. Eu não dançaria com ela nem que fosse... --- ele parou de falar, pois reconheceu a voz. – Coronel... Rinus Michels?

Ele se virou e quase caiu pra trás. Rinus Michels, o coronel das tropas holandesas que chegaram aos portões de ferro e que desapareceu sem deixar rastros, agora retornou como um zumbi, com a farda em pedaços e o rosto desfigurado com algumas explosões de pus no nariz e os olhos muito vermelhos. Ele fez sinal de silêncio para Cruyff.

-- Eu vim lhe contar uma coisa...

Uma explosão aconteceu, assustando Johan. A cabeça de Rinus Michels não existia mais e o corpo tombou. Felicity surgia armada com um revólver apontado para o morto-vivo.

Alguns soldados e os convidados saíram do salão para ver o que aconteceu.

-- Johan! – gritou Neeskens, outro holandês, acompanhado de Rudi Krol e Johnny Rep. – O que houve?

-- Salvei sua vida por pouco. – disse a galesa, mais séria de costume.

-- Do coronel Rinus Michels? – Johan se indignou.

-- De um coronel Rinus Michels morto-vivo.

-- Curioso. Eu descobri que ele é bem tolerável. – replicou o capitão, lançando um olhar furioso.

O dois irmãos mais jovens de Fefe também foram de encontro à irmã.

-- Ainda bem que atirou nele, irmãzinha. – concordou Bran, armado com sua katana.

-- Eu tenho certeza. – garantiu Johan. – O coronel queria me dizer algo.

-- Talvez ensinar como abotoar o dólmã para os mais jovens. – debochou Felicity.

Numa das carruagens uma moça caminhava com a mão no rosto, encobrindo a boca como se estivesse passando terrivelmente mal.

-- Ria o quanto quiser, senhorita. Mas não vou mudar minha opinião. – disse em tom desafiador.

E de repente ouve-se um grito quase rouco e todos olham a moça na carruagem. Metade do rosto não tinha mais carne e sim ossos e dentes. O sino foi tocado, alertando ataque de mortos vivos.

-- Vamos! – bradou Felicity para seus irmãos.

E dentro do salão Louise e Odile sacaram suas adagas, juntamente com Marie. Os três irmãos McGolds se juntaram armados. Jon com bastão, Bran e sua inseparável katana e Felicity com seu par de espadas orientais, os sais. Ambos os grupos atacaram os zumbis, mutilando em diversas partes e sem nenhum problema. Louise se viu cercada por três mortos-vivos quando um machado foi arremessado, cortando rápido a cabeça de um deles. Viu quem fez isso, era o jovem tímido Gerhard. Ele, Sepp e Franz mataram mais dezenas de zumbis só com armas de fogo e machados.

Louise e suas amigas recomeçaram o combate, terminando com o último morto-vivo caindo sem a cabeça por Gerd. Ela pensou em dizer algo mas devido a timidez dele não emitiu uma palavra. Johan e os holandeses retiraram os sobreviventes do salão e observou Felicity. Ela pode ser orgulhosa e irritante, mas admitia que a mulher sabe mesmo lutar. Depois disso os soldados fizeram à limpa, tirando os cadáveres e os jogando na fogueira.

Enquanto Louise limpava sua adaga com o lenço, Gerd apareceu atrás da mocinha.

-- Hallo! – cumprimentando gentilmente a garota.

-- Ai meu Deus! – Louise ria um pouco, devido adrenalina. – Olá!

-- Eu quero... Me desculpar pela minha atitude! – respondeu Gerd, fascinado pelos olhos cor de safira de Louise. – Não sei como me comportar em eventos sociais.

-- Oh, está tudo bem. – sorriu a menina. – E muito obrigada por me salvar.

Alguns dias depois após o baile e o ataque zumbi, os McGolds e Romanovs permaneceram na Alemanha. Tony e Alexei de alguma forma ensinavam os soldados dos portões de Brandemburgo. E foi num desses dias de treinamento que Anthony recebeu um convite de um dos capitães germânicos para um almoço.

-- Um desses rapazes cortejou nossa filha. – comentou Tony, lendo a carta para Mary.

Quando amanheceu, Tony avisou a filha, mostrando o bilhete. O rosto de Louise transpareceu decepção.

-- Eu não quero ir. – disse a jovem.

-- É só um almoço com o rapaz. – Tony encorajava a filha. – Tudo bem que ele é... digamos, meio enrolado, mas é um bom soldado.

Louise continuou o treinamento, socando a árvore e seu pai novamente tocou no assunto.

-- Ainda está zangada por causa do noivado com Chris que eu e Alexei não firmamos para vocês?

-- Também. Mas é outra coisa.

-- Envolve seu amigo Davy?

Lulu fincou a adaga com força no tronco e chorou. O pai a consolou e deu um lenço para ela.

-- O que ele viu nela pra querer casar? – resmungou a menina. – Aquela mulher nem sabe lutar, ao passo que Davy e eu treinamos com o mestre Han.

-- Bem, eu conheço um pouco os Mackenzies. Na verdade sou amigo de Howard Hudson, o tio de Dianna. Se eu enviar uma carta, pedindo uma audiência com os Mackenzies, falarei sobre esse casamento mal aproveitado do Davy e com os pais dele.

-- Obrigada, pai.

-- Mas terá de aceitar comparecer nos portões. – avisou Tony. – É apenas um almoço e este rapaz nem se lembrará direito de você.

No outro dia Louise se arrumava por inteira e quando colocou o pé pra fora de casa, veio mais uma surpresa.

-- Como é? – espantou-se. – Por que não posso usar a carruagem?

-- Seu pai emprestou para Davy e Dianna. – respondeu Mary, enquanto encilhava a égua Andrômeda.

-- EU ODEIO AQUELA MULHER! – resmungou a jovem, jogando uma pedra bem longe.

-- Louise! Veja o lado bom. Dianna não veio conosco a Berlim. – depois entregou um revólver calibrado e um mosquete. – Seu pai deixou a carruagem para eles e nós usamos a do seu tio e agora seu pai e Alexei foram viajar.

-- Eu queria muito ir de carruagem. – resmungou. – Sou uma dama acima de tudo.

-- Eu sei disso. Mas não temos opções. – resignou Mary. – Agora vá logo! Parece que vai chover e tenha cuidado no caminho. Os mortos surgem mais rápido em terra úmida.

E ela seguiu a cavalo para o portão de Brandemburgo. No entanto pensou em pegar um atalho pela floresta até que ouviu os latidos ao longe. Engatilhou o revólver e apontou na direção do som. Esperou um pouco e alguns cães corriam, nervosos.

-- Droga! – praguejou baixinho por ver que não era nada.

Um tremendo engano. O tempo escurecia por conta da chuva e mesmo assim surgiu na mesma direção um enorme zumbi caminhando devagar. Andrômeda assustou-se a ponto de derrubar Louise e em seguida fugiu para longe. Rapidamente, Louise se levanta e pega sua arma de fogo, apontando para o zumbi. O tiro deveria acertar na cabeça. Em vez disso, o revólver ficou danificado com o disparo contrário, provocando um ferimento na mão da menina.

Se afastou um pouco e se agachou, impedindo o monstro de agarrá-la. E sacou suas adagas escondidas nas botas e cortou os dois braços do zumbi. Com um golpe na perna para derrubá-lo, ela pisou fortemente no crânio podre dele, encerrando a luta. Limpou as adagas e a chuva caiu. Contudo, ainda não terminou. Rasgou um pouco a barra da saia e enfaixou a mão machucada e queimada e seguiu para mais uma luta. Haviam mais dois zumbis. Um casal com um bebê morto-vivo.

-- Santo Deus! – exclamou. – Não pode ser...

O casal morto-vivo já ia avançar contra a jovem. Em questão de segundos a cabeça do homem foi decepada com um golpe de machado arremessado. Ela virou-se e viu Gerhard, montado no cavalo preto e armado com o mosquete, disparou contra a mulher zumbificada e o bebê. Ele desceu do cavalo e caminhou para perto de Louise, transtornada.

-- Eu poderia muito bem me defender sozinha. – disse em tom de reclamação. – Eu poderia...

Devido ao cansaço e a chuva ela desmaiou. Gerd pegou a menina a tempo e montaram no cavalo. Minutos de cavalgada depois estavam nos portões de ferro e entrou na fortaleza, carregando Louise.

-- O que aconteceu com ela? – Dettmar se preocupou com a saída súbita de Gerd.

-- Está fraca.  – Gerd subia as escadas em direção aos quartos.

-- Ela não foi infectada? – perguntou Udo Lattek, temendo uma infecção.

Abriu a mão enfaixada da jovem e retirou o pano.

-- Graças aos céus que ela não vai virar zumbi. – disse o coronel, mais aliviado. – Pode levá-la pro quarto, Gerhard. Enviarei uma carta para os pais dela, avisando sobre o ocorrido.

Ao menos não estavam mais ameaçados...


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E na Inglaterra, Davy e Dianna tomavam chá tranquilamente com os Mackenzies. Giles, o irmão de Di, nunca aprovou o cunhado e torcia para que algo acontecesse para fazer sua irmã mudar de idéia.

Porém, algo aconteceu naquele dia.

-- Sr. Mackenzie. – apresentou-se o criado, Edwin. – O sr. Anthony McGold está aqui!

-- Anthony McGold?

Todos se calaram. Os Mackenzies temiam o que eles chamam de “Os Filhos do Ouro”. Lawrence, o pai de Dianna pediu licença e se retirou.  Davy notou que todos ficaram um tanto quietos ao ouvirem o nome do pai de Louise.

-- Vocês conhecem o pai da minha melhor amiga? – questionou Davy.

-- Pensei que conhecesse melhor o pai dela. – resmungou Giles, arrogante para o cunhado.

-- Ele é meu padrinho e me considera um filho.

-- Então nunca ouviu falar nos irmãos Anthony e Robert McGold? Eles são os mais mortais guerreiros do País de Gales. Lutaram na Segunda Grande Guerra de Kent, juntamente com Eddard Smith, o francês Jacques Villeneuve e Alexei Romanov.

Agora Davy entendera porque todos possuíam maior respeito por eles, como se fossem os lordes do rei ou algo assim. Minutos depois Tony foi embora e Larry voltou para sala. Discretamente falou algo no ouvido de Susan, sua mulher e mudou a expressão.

-- Davy... – disse Dianna, segurando a mão dele. – Aconteceu algo com... a Louise?
-- Lulu sabe se cuidar. – Davy duvidava bastante que sua amiga esteja em perigo.

O casal, apreensivo, tentou seguir normal aquela reunião de família e ignorar certos momentos, ao mesmo tempo afastaram pensamentos ruins.



Continua...

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