Ficam agora com novo capítulo de If I Fell e segredos revelados e tensões. Boa leitura!
Capítulo 4: Tensão
Enquanto os alunos não apareciam, Nora e Sepp
passaram a conversar na sala de aula, falando sobre Arquivo X e House. Era
inegável que desde o primeiro dia de aula do professor novato, Nora havia
gostado dele e ainda mantiveram contato via mensagem depois das aulas.
-- Um dia vamos assistir juntos... – Disse
Sepp, animado mas depois tentando disfarçar para não deixar claro suas segundas
intenções. – Lógico, como amigos.
-- Eu sei, como amigos. – Concordou Nora e
quando viu os alunos entrando, se despediu. – Até outra hora, herr Maier.
-- Até outra hora, fraulein Smith.
Os alunos perceberam logo de cara o clima ali,
contudo preferiram se calar e passaram a entregar os trabalhos para ele e o
resto da aula seguiu tranquilamente.
A segunda aula era de Filosofia, uma das
favoritas do trio de amigas. Emma Carlisle, uma loira alta muito bonita e
gentil, conversava com seus alunos e passava atividades leves. Odile amava aquelas
aulas e também admirava a professora. E por vezes suspirava por ela. E mesmo
assim a francesa não sentia ciúme. Ela sabia que Emma era amada por Mike
Nesmith, professor de música.
Louise anotava com facilidade as explicações e
por vezes pensava no professor de natação. Não negava que o homem lhe causou
excitação ao extremo e ao mesmo tempo receios sobre ele. Fazia três semanas que
o enrolava nas aulas, alegando resfriado e câimbras. Inventava até estar
menstruada. Esta ultima recorria demais.
Após o recreio era a aula de natação. Louise
outra vez deu a desculpa e desta vez...
-- NINGUÉM FICA MESNTRUADA TODA SEMANA! VAI
NADAR AGORA, MCGOLD! – Embraveceu Gerd.
-- Eu me recuso entrar nesta piscina! – Jogando
a toalha no chão, irritada.
-- Se você não entrar, eu te reprovo e adeus
Sorbonne! – Alertou Gerd com seu olhar enfurecido. -- Farei um inferno na sua
vida, se não mergulhar,VAMOS MCGOLD,MERGULHE!
A vontade da aluna era desafiar o homem a sua
frente, berrar, gritar e espernear. Ou fazer como todas as alunas fazem pra
intimidar um professor: ameaçar processá-lo! Contudo, ela não quis fazer isso
em consideração a sua alma gêmea.
-- Está bem, eu pulo... – Ela chorou um pouco e
caminhou para beira da piscina.
Os alunos haviam saído da piscina e
presenciaram tudo. Joanna e Odile tentaram impedir a melhor amiga de realizar
isso.
-- Pelo amor do Deus Eric Clapton não pule,
Louise! – Gritava Odile. – Você não sabe nadar então não pula!
-- Lulu, entra pela escadinha. – Sugeria Joanna
em pânico.
-- Meninas, eu preciso fazer isso. – Mal
terminou de falar e a jovem pulou na água.
Todos se chocaram. As meninas que odiavam Lulu
sorriam com a possibilidade da menina surtar feito Carrie White. Dez segundos
depois nenhum sinal.
-- P-professor! – Chamou Charles Mansfield, o
asmático da turma. – Ela não voltou!
-- Louise não emergiu! – Disse Edward Simons.
O rosto do professor mudou para pânico e
mergulhou rapidamente. Encontrou a menina flutuando perto do chão e a ergueu
sem dificuldades para a superfície.
-- Não... – Aplicando os primeiros socorros
para salvar Louise. – Por favor, McGold! Reaja!
Ele fechou o nariz da menina e usou a
respiração boca a boca, fazendo Louise expelir a água que estava em seu pulmão.
A loira tinha a visão embaçada e sem querer, beijou de leve os lábios do
professor e quando abriu os olhos, se horrorizou.
-- Mil perdões!
-- Tudo bem... – Ele a carregou em seus braços
e olhando para os alunos. – A AULA ACABOU! ESTÃO DISPENSADOS!
Ele a levou para a enfermaria e resolveu conversar
com ela.
-- Por que não disse que não sabia nadar?
-- Eles iriam rir de mim. É humilhante uma
aluna que tira boas notas, mas se sai mal na única matéria inofensiva. – Louise
parava de chorar quando aspirou o perfume cítrico misturado com água da piscina
que sumia. – Você vai me punir, não é?
Entraram na enfermaria e Gerd deixou Louise
deitada na cama e observava a enfermeira cuidar dos machucados no corpo da
menina. Havia marcas roxas nas pernas e nos braços e na testa um filete de
sangue pelo corte. Louise cuspia sangue e a enfermeira lhe deu um pouco de água
e um comprimido. Ali mesmo Gerd se sentiu terrivelmente mal por ela. Resolveu
falar mesmo assim.
-- Era só ter falado McGold! Que assim eu
planejava algo pra te ajudar! – Segurando a mão da menina, surpreendendo
Louise. -- Estou aqui pra ajudar e não pra acabar com tudo.
De súbito a porta se abre e entra na enfermaria
Michael, o irmão mais velho de Louise e aluno de Psicologia da Universidade de
Londres e Alice.
-- Mozinho, você está bem? – Alice viu o
ferimento na testa e ajudou a enfermeira a colocar um band-aid ali.
-- Louise, está tudo bem? – Indagou Mickey, com
coração machucado ao ver a irmã naquele estado e depois olhando para Gerd. –
Você é o professor de natação?
-- Sim. – Gerd ia explicar o ocorrido quando o
galês magro o interrompeu e lançou um olhar cheio de ódio.
-- Como você pode a deixar mergulhar? Ela não
sabe nadar! Eu tinha explicado isso para todos os professores e que tipo de
professor é você? – Dizia Mickey, bravo e louco para socar o professor.
-- Sou novo aqui e não tinha conhecimento sobre
isso, peço desculpas, mas não posso liberar Lulu dessas aulas. – Justificou
Gerd, não o bastante para convencer Mickey.
-- Eu quero fazer uma reclamação ao diretor!
-- Não...—Berrava Louise, tentando se levantar.
– Mickey... Argh!
Louise vomitou e foi socorrida por Alice e a
enfermeira. E na sala do diretor, as coisas estavam tensas demais. Charlton
ouvia a reclamação de Mickey.
-- Avisei desde o inicio que minha irmã não sabe
nadar e mesmo assim ele a forçou. Uma prova disso ela está com marcas no corpo
e um corte na testa e acabou de vomitar.
-- A menina deve
ir ao médico com urgência. Ela se afastará das aulas de natação e quando
melhorar, o Mr.Müller irá ensiná-la a nadar. – Dizia o diretor Bobby Charlton,
calmamente para o veterano do quarto ano de Psicologia. – Michael, espero que
compreenda,não sou eu que faço os planos educacionais,é o governo,eu apenas
obedeço. Entendo o trauma da Louise, mas ela deve superá-lo, aqui
é uma escola onde encorajamos os alunos a tudo principalmente aos esportes.
-- Então... –
Mickey fechava os punhos a todo o momento e continuou a falar. – Devo deixar
minha irmã a mercê deste... psicopata?
-- Ei! Não sou
psicopata! Sou um atleta! E em hipótese alguma eu iria fazer mal a alguém! Estou
aqui pra auxiliar Meus alunos e a qualquer pessoa. – Berrou Gerd, se
defendendo.
-- Então por que
não pergunte a eles? Que ouviram você dizer, que se ela não pular na água iria
ser reprovada e ainda faria da vida dela um inferno? Então me diz, professor?
-- E eu vou
fazer da vida dela um inferno, ensinarei a nadar e se ela não passar, adeus
Sorbonne. Como herr Charlton disse, não somos nós que fazemos as regras, só as
seguimos. Louise terá de passar na minha matéria, se não eu a reprovo.
Mickey bufava de
ódio puro enquanto Gerd suava frio por ter enfrentado o irmão de sua aluna,
mesmo sabendo dos riscos. O próximo passo de Mickey era isso:
-- Se não ajudar
minha irmã a partir de agora chucrute, eu farei da sua vida um inferno! –
Finalizou o jovem e em seguida saindo da sala, frustrado e com raiva de todos.
Charlton pegou
dois copos e encheu de água, oferecendo para Gerd. O professor bebeu todo o
líquido e Charlton resolveu falar.
-- Desta vez
teve sorte, Müller. – Comentou o diretor. – Porque se fosse o pai daquela
menina... Melhor não pensar.
-- O que
aconteceu com ela, herr Charlton? Pra não querer entrar na água?
Bobby suspirou e
resolveu contar toda a verdade.
-- O pai de
Louise era treinador da equipe inglesa de natação. Ele ensinou Louise. Contudo
aconteceu algo. Um dos atletas tentou abusar da menina e ela sem nenhum preparo
acabou caindo na piscina, gritando por ajuda e ninguém a ajudou. Ela ficou no
fundo por quase dois minutos se não fosse o pai dela a resgatar.--Charlton
pausou um pouco para observar o movimento na rua e continuou. -- Desde então
ela sente se horrorizada por fazer isso. Tentar nadar e acabar afundando. Ela fez terapia, tomou remédios e nada. Por
isso ela é assim, muito assustada, por vezes tímida. Mas ela é uma boa aluna.
As notas dela são incríveis.
Gerd estava mais
espantado com a revelação.
-- Deus, por que
ninguém me avisou antes?
-- Eu peço
desculpas por isso Gerd, achei que Franz sabia disso. – Charlton se desculpava
com o professor.
-- Ele disse que
não sabia do trauma da menina. – Gerd comentou. -- Mas a partir de agora,
prometo ajudá-la em tudo.
À noite, Alice e
Gerd ficaram no motel e conversando.
-- A culpa é
toda minha, mein himmel. Traumatizei mais ainda aquela menina. Eu fui tão...
tão... estúpido.
-- Calma,
McDreamy. – Se aconchegando nos braços dele. – Nem eu sabia desse trauma dela.
Se serve de consolo, amanhã Belle e eu vamos visitá-la no hospital. Vem comigo.
Ele concordou e
ambos dormiram.
Mesmo com o
celular trocando mensagens com suas amigas e com amada professora Belle, a
menina loira não estava bem. Felicity se prontificou a passar a noite no
hospital e ainda ganhou folga de três dias no colégio por conta do estágio e as
faltas abonadas na universidade.
Se você não entrar, eu te reprovo e adeus
Sorbonne! Farei um inferno na sua vida, se não mergulhar. VAMOS
MCGOLD,MERGULHE!
A voz dele
parecia de um urso enfurecido e isso assustou mais Louise. Ela pensava no
professor e desta vez não era nada bom. Ela passou a odiá-lo.
-- Se acha que
vai me infernizar, está muito enganado! – Resmungou Louise, escrevendo para sua
amada Belle.
Professora Belle, sinto sua falta.
Mesmo com minha prima aqui, eu queria estar em seus braços, ouvir sua voz
falando em francês, beijar você e estar em sua cama. Ficou sabendo do que me
aconteceu hoje na aula de natação? Caso contrário, amanhã conto.
Saudades suas
Louise, sua petit
Minutos depois veio a resposta.
Mon pétit, fiquei sabendo o que aconteceu com você, o
diretor Charlton me contou, estou muito preocupada com você, eu e a Alice
prometemos ir vê-la amanhã
Quando amanheceu, Louise tomou banho com ajuda
de Felicity e quando voltou para a cama, pegou o celular e enviou mais
mensagens.
Querida professora Belle, preciso de você mais
que tudo. Sinto falta da Alice, mas... ela só quer saber do professor de
natação. Acho que ela me esqueceu. Por favor, não me deixa. Eu te amo.
Com amor
Louise, sua amada petit.
Felicity resolveu tomar café e deixou a prima a
sós com suas amigas.
-- Mas que folga hein? – Comentou Joanna,
enquanto guardava a bolsa contendo os livros e mangás dela. – Vai ficar três
dias aqui no hospital e três semanas sem aula. Principalmente sem natação.
-- Mesmo sendo três semanas sem aulas, não vai
adiantar. – Odile estava séria e continuou a falar. – Vai ter que freqüentar
natação.
-- Não vou não, Odile. – Retrucou Louise,
irritada. – Eu me mato se aquele homem me forçar. E outra coisa: eu vou sair
daquela aula. Vou trocar por Redação ou qualquer outra.
-- Vai ser difícil. As vagas estão preenchidas.
E se for fazer isso, vão te deixar na espera até agosto quando houver vagas. –
Disse a amiga francesa.
A conversa entre as amigas se tornou alegre e
regado a confissões amorosas de Odile sobre Franz, as quedas de amor
fracassadas de Joanna e as piadas de Louise. Contudo, as meninas pararam quando
receberam no quarto as duas professoras, Belle e Alice e por fim Gerd. O olhar
de Louise mudou completamente quando avistou o homem e principalmente quando o
viu de mãos dadas com Alice. Ali mesmo sentiu mais repulsa e nojo.
-- A gente volta depois, Louise. – Despediu-se
Joanna e Odile.
Com a saída das duas, as professoras dedicaram
carinho para aluna.
-- Não fica assim, Louise. – Afagava Belle os
cabelos de Lulu e depois atendendo o telefone, disse por fim. – Eu já volto,
querida.
Belle se retirou, deixando Louise, Alice e
Gerd.
-- Louise, quer nos contar algo? – Insistiu a
professora, tocando a mão dela.
-- Eu só quero voltar pra casa. – Respondeu e
olhando para o soro, viu que não havia mais e é preciso a enfermeira repor. –
Pode chamar a enfermeira pra mim, professora?
Alice saiu do quarto procurando a primeira
enfermeira para ajudar a paciente. Gerd ficou cara a cara com a aluna.
-- Eu queria pedir desculpas pela minha
atitude. – Olhando para os olhos azuis da menina.
Louise não disse uma palavra. Gerd notou no
olhar dela uma frieza sem igual Era óbvio que Lulu estava chateada com tudo.
-- Eu prometo que vou te ajudar a superar esse
medo. Como professor, vou te ensinar...
-- Ensinar? A nadar? – Indagou Louise, abismada
e mudando seu semblante para fúria. – Está me gozando? Eu não quero mais
freqüentar suas aulas, está me entendendo? Eu sei que sou obrigada, mas não
vou! Assim que eu retornar para o colégio a primeira coisa que vou pedir é a
minha troca de disciplina, unicamente pra não olhar pra sua cara de urso
furioso!
-- Ei espere...
-- Espera uma ova! – Louise se exaltava e neste
momento a enfermeira, Alice e Belle entraram no quarto, presenciando tudo. – JÁ
FALEI QUE NÃO QUERO OLHAR PRA SUA CARA! E QUEM VAI INFERNIZAR AQUI SOU EU! EU
FAREI DA SUA VIDA UM INFERNO, PROFESSOR... argh!
A aluna começou a vomitar e sendo socorrida
pela enfermeira e mais um médico que entrou. Ali mesmo o professor de natação
viu que além do trauma, provocou também o ódio na menina. Alice e Gerd saíram
do quarto, transtornados.
-- Ela me odeia, Mein himmel... – Comentou Gerd,
abismado com tamanho ódio.
-- Calma, McDreamy. Ela só está assustada.
Mesmo
assim, ele não mudaria de idéia em relação à jovem...
Três dias depois, Louise ganhou alta do
hospital e foi levada para casa com ajuda de seu irmão e sua prima. Apesar do
Dr. Romanov ter dado três semanas de repouso, ela não seguiu isso e na terceira
semana ela voltou para o colégio e ainda aproveitou para mandar mensagens para
duas pessoas. Uma para Belle e a outra para o médico que cuidou de sua saúde e
que é amigo de seu irmão, Christopher Romanov.
Olá Doctor Chris, sinto falta do seu sorriso
estonteante me dando 'bom dia princesa' todas as manhãs, mas o que mais sinto
falta é desses seus lábios carnudos.
Da sua paciente
Louise
Para Belle
estava escrito:
Mon Cherie, já estou de alta e de volta pra
casa, não vejo a hora de você me possuir toda.
De sua amada
Louise
Antes de entrar na sala de aula, Louise acaba
vendo pela janela panorâmica a outra turma tendo aula com professor alemão de
barba. Gerd lançou um olhar para ela e desta vez sorria. Louise manteve a
frieza e seguiu para a sala de aula, sendo recebida com abraços por Odile e
Joanna e um grupo de amigos chamados Flying.
-- Bem vinda de volta, Louise. – Saudou Joanna.
-- Sentimos sua falta. – Disse Odile, beijando
de selinho sua amiga.
A volta dela traria grandes surpresas...
Continua...

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