quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Sunrise (Grindhouse Mix - 3º Capítulo)

Olá pessoal!
Menos de 24 horas e temos novo capítulo! Muito tenso!



Capítulo 3: Sunrise


Odile esperava ansiosamente a chegada do trem e para o tempo passar, resolveu ler as postagens do blog de Louise. Se perdeu em meio a leitura e quando o trem parou na estação, ela desligou o celular e avistou Louise desembarcar, levando suas malas.

-- Oi amiga! – Abraçou Odile e ajudando a carregar as malas da amiga.  – Vai passar as férias comigo?

-- Sim e também para ficar perto do B. – Respondeu Louise, embarcando no carro.

As duas seguiram para o apartamento de Odile, que morava junto com sua irmã, Marie. A artista plástica guardou seus pertences no roupeiro e outros ela manteve na mala e trocou de roupa. Vestiu um abrigo e uma camiseta de anime e calçou seus chinelos.

-- Vai expor alguma obra numa galeria? Posso te indicar.

-- Sem exposições. – Louise comia um pedaço de espaguete que a amiga havia preparado. – Só quero me divertir, rever meus amigos e amigas. Alice está por aqui né?

-- Sim. – Respondeu Odile, um pouco chateada ao ouvir o nome da galesa. Ela sabe do relacionamento bissexual de sua amiga com a jornalista e no fundo sofria por não dizer a Louise que também a ama muito. – Ela vai trabalhar com a Belle.

-- Hum... Tudo bem. – Disse sem se importar com a revelação.

As férias de Louise indicavam que iria começar bem...

Vinte dias depois após o festival, Felicity notou certo distanciamento entre ela e seu marido. Procurou deixar de lado, ao mesmo tempo evitava pensar em Pete. Por mais que tentasse, a imagem do guitarrista retornava na mente. Quanto a Gerd, percebeu que seu casamento com Felicity não havia mais clima e sentiu que desta vez há chance de ter Alice de volta em sua vida. Resolveu ser honesto com a esposa.

-- Precisamos conversar. – Disse o jogador, sério. – Vamos nos divorciar.

De repente ouviu o vidro se estilhaçando. Fefe lavava um copo e o deixou cair sem querer.

-- Está falando sério ou é pegadinha? – Felicity sabia que Gerd nunca foi engraçado. E naquele momento ela queria que ele fosse.  – Amor, pode repetir. O que disse?

-- Eu disse que quero o divórcio. Eu não te mereço, ainda mais do que eu fiz.

-- O que fez, Gerd?

Os corações de ambos batiam acelerado pela ansiedade e nervosismo. Reunindo coragem dentro de si, falou a verdade.

-- Eu traí você. Com Irene e com Alice.

Felicity se afastou um pouco, respirou fundo para tentar não chorar e parecer forte. Contudo, a raiva foi mais forte. Pegou um dos copos de chope que Gerd possuía e jogou contra o marido.

-- SEU CANALHA DESGRAÇADO!!! – Gritou Felicity. – É ISSO QUE MEREÇO DEPOIS DE DOIS ANOS DE CASAMENTO? É ISSO?

-- Me perdoe...

-- VAI A MERDA! EU QUERO MAIS QUE SE FODA, GERHARD! VOCÊ E SUAS VAGABUNDAS! 

A fotógrafa pegou as malas e a mochila, começando a guardar tudo que é necessário nelas. Ao mesmo tempo chorava no travesseiro para abafar os gritos. No lado de fora Gerd socava a porta.

-- Fefe, precisamos conversar, de forma calma.

Levou poucos minutos para a jovem sair do quarto, um pouco mais calma e com os olhos vermelhos e inchados.

-- Ah você quer conversar? Então vamos conversar, desgraçado. Eu fiquei com um tesão louco de te trair no Glastonbury com um guitarrista, mas não fiz isso, sabe por que? Porque a trouxa aqui ama seu marido, porque a trouxa aqui é fiel aos votos que fez! – Respondeu Felicity e respirando fundo, ainda encarou Gerd nos olhos, deixando-o assustado. -- Mas estou percebendo aqui que VOCÊ, SEU DESGRAÇADO NÃO PODE VER UM RABO DE SAIA E JÁ FICA COM FOGO?

Mal terminou de falar e Felicity aplicou um soco na barriga de Gerd, deixando o jogador fraco pela dor.

-- Felicity... Eu...

Para completar, ela chutou a região entre as pernas dele, causando mais dor e fazendo Gerd gritar. Ele cai no chão em posição fetal, cobrindo aquela parte com as mãos e Fefe outra vez chuta por ali e continua arrumando suas malas. Foram vinte minutos. Felicity carregou tudo no carro e ainda vendo Gerd jogado no chão e choramingando, aproveitou para debochar.

-- Se tiver sorte, ainda pode ser pai, com todos esses chutes como uma bomba. Entendeu? Não se preocupe, vou voltar daqui uns dias para buscar mais meus pertences e se pensar em mudar a fechadura, vai se dar mal. Vou vir aqui mesmo com a ordem da justiça e da embaixada!

Depois disso no carro, Felicity telefonou para sua amiga fotógrafa, Lily Campbell.

-- Alô, Fefe?

-- Lily,por favor...me ajude. – Felicity ligou o carro e ainda chorava. – Eu saí de casa...Gerd pediu o divórcio.

-- Calma, amorzinho. Venha pra cá agora e me conte tudo! Não chora!

O carro saiu em disparada.

Uma hora e meia depois, Alice aparece na casa de Gerd por conta da ligação dele e se espantou. O jogador caminhava devagar e com dificuldade. Ele também segurava com uma das mãos um saco de gelo na região entre as pernas.

-- Meu deus, McDreamy! – Levando o amado para o sofá. – O que houve?

-- Eu contei sobre nós para Fefe e ela resolveu se vingar. – Disse gemendo de dor.

-- Você pediu mesmo o divórcio? – Alice ainda não acreditava no que ouvia

-- Eu pedi! Não agüentava mais a pressão de não poder te ver e ter que ficar com ela, enquanto ela está longe de mim.

--Gerd você tem certeza disso?

-- Eu só quero você, Mein Himmel.
Alice beijou Gerd de forma apaixonada e ao tocar a coxa dele, causou mais dores.

-- Desculpa McDreamy, eu vou cuidar de você agora.

Veio o inicio da relação deles.

Um mês depois de sair de casa, Felicity agora mora com sua amiga Lily e juntas retomaram sua relação delicada. Lily enfrentava também seu divórcio com Jack Bruce e se sentia só. Veio a Munique unicamente para ficar perto de sua amada.

-- Amorzinho, não volte até lá! – Pedia Lily enquanto se arrumava. – Só assine a papelada e pronto.

-- Minhas coisas que levei comigo desde Newport estão lá. E minhas câmeras também. Vem comigo, Lily?

Lily não queria, mas por Felicity, aceitou.

Minutos depois, as duas chegaram na casa do jogador. Fefe usou a chave que ainda possui e abriu a porta sem problemas.  Ela subiu no quarto de casal e antes de abrir a porta ouviu os gemidos e gritos.

-- Oh meu McDreamy...

Fefe abriu de súbito e encontrou o casal debaixo das cobertas.

-- FELICITY! – Gerd se espantou com a visita da ex-mulher.

-- Eu só vim pegar minhas coisas... – Olhando com ódio para Alice. – Agora quero assinar os papéis do divórcio. Não vai dizer nada, Alice? Ah claro, a vagabunda sabe que é verdade ao roubar maridos das outras. Eu sabia que vocês eram apaixonados, sabia? Bem antes de me casar com ele. Por que não aproveitou em conquistá-lo de vez?

-- Eu... – Alice se sentiu intimidada e sem saída.

-- Felicity me espere na sala.

E na sala todos se encontraram e assinaram a documentação.

-- Não se preocupe. Vou levar essa papelada pro advogado. Não quero seu dinheiro. Apenas os meus pertences... --- Antes de sair, Fefe retorna. – Mas antes, quero fazer isso...

Felicity acertou dois tapas em Alice e Gerd a empurrou. Fefe foi segurada por Lily.

-- SAIA DA MINHA CASA, FELICITY!
-- SAIREI COM MEUS PERTENCES, SEU MERDA! E NÃO SE ESQUEÇA DO QUE FALEI ANTES!

Alice chorava demais e com a mão no rosto. Gerd a amparou e viu mesmo o sofrimento provocado ao se separar da fotógrafa.

Naquela tarde, Paul e Louise fizeram amor no apartamento do escritor. Ele notou que a amada andava perdida.

-- O que houve, McLittle? – Indagou Paul, chamando Louise de “McLittle”.

-- Tenho a impressão que alguma coisa vai mudar, sabe? Uma série de coisas vão acontecer, reviravoltas e descobertas.

Paul abraçou Louise, transmitindo carinho e atenção.

-- Quero que esteja amanhã no lançamento do meu livro, McLittle. É muito importante seu apoio.

-- Não se preocupe, B. Amanhã vai ser um grande dia.

Enquanto isso em Londres, outro casal também se desfazia e era James Stone e Anastacia Rosely. Os dois terminavam de assinar as documentações do divórcio e do acordo da divisão de bens. Na saída, Jim e Ana trocaram um olhar.

-- Bem... Acho que vamos seguir caminhos diferentes. – Disse Ana. – Amanhã levo o Edgar comigo para minha casa e na semana que vem vou viajar para Itália.

-- Cuido dele assim que voltar. – Prontificou Jim.

Mesmo com a separação, os dois ainda mantiveram um relacionamento de amizade e ainda definiram quem poderá cuidar do filho deles, Edgar, de três anos. Quando Ana foi embora, Jim olhou para o céu e sorriu.

-- Desta vez não me escapa, pequena deusa.

E chegou o dia do lançamento do livro de Paul Breitner. O escritor autografava para seus fãs e muitas vezes era entrevistado pela impressa alemã. Os amigos dele também compareceram. Louise havia se atrasado um pouco por conta da indecisão do vestido e graças a Odile, conseguiu chegar a tempo.

-- McLittle! – Paul correu até a amada e a beijou. – Atrasada, mas conseguiu vir!

-- Não podia perder o lançamento do novo livro do meu B. – Beijando o amado.

Paul levou Louise para onde estavam seus amigos.

-- Rapazes, conheçam minha namorada. Louise McGold, estudante de Artes na Sorbonne. Louise, este é o Uli Hoeness e Gerd Müller. Ele são os jogadores de futebol do Bayern de Munique.

-- Olá rapazes. – Louise cumprimentou cada um deles. – Não costumo ver futebol, deixo isso pra Odile. Ela que entende disso melhor do que eu.

Em meio aos risos e a conversa cruzada, os olhares de Louise e Gerd se encontraram por breves momentos. Por alguma razão, as mãos da menina começaram a tremer e Gerd suava e sentia um pouco de falta de ar. Antes de se retirar, Alice surgiu no meio dos rapazes e roubou um beijo do amado.

-- Olá, McDreamy.

Louise se retirou dali antes que a alma gêmea a notasse mas foi segurada por Paul.

-- McLittle, onde vai?

-- Vou fumar um pouco. – Respondeu e em seguida se retirando dali mas sentindo o braço de alguém lhe puxando. Era Alice.

-- Mozinho, quero te apresentar meu namorado, Gerd Müller. – Apresentou para Louise, que segurava um cigarro numa mão e na outra a bolsa.

-- Não precisa, mein Himmel. Ela é namorada do Paul. – Respondeu Gerd, sendo amável com a loira.

A estudante tentou olhar para ele e tentava reconhecer algo.

-- Tenho a impressão que te conheço de algum lugar...

-- O que? – Perguntou Alice.

-- Errr... deixa pra lá.

Quando encerrou, ela passou a noite com o namorado e no outro dia ele partiu para Itália.

-- Vou sentir sua falta, B. – Abraçava o namorada.

-- Vou escrever para você todos os dias,McLittle. – Beijando a testa dela.

-- Alguns e-mails já me bastam.

-- Sou romântico a moda antiga,eu prefiro cartas. – Beijou a amada. -- Se cuide, minha amada McLittle. Outra coisa, Alice me ligou e disse você estava um tanto... diferente quando viu o namorado dela.

-- Relaxa, B. Eu só... fiquei espantada. – Disfarçou Louise, escondendo a sensação quando viu o jogador. – Boa viagem, B!

-- Até logo, McLittle!

Paul embarcou no táxi, deixando Louise um pouco desamparada. Pensou em ligar para Alice contudo, julgou que esteja com namorado... que alias, suspeitava conhecê-lo antes...

Odile e Marie foram fazer compras, deixando a artista sozinha e ela disca um número conhecido, ao mesmo tempo se lembrava do irmão de Alice. James Stone, o primeiro homem de sua vida. O primeiro amor. A primeira paixão avassaladora. Mesmo casado, Louise nunca o esqueceu e sempre alimentou aquele sentimento, sendo correspondida. Porém, naquele dia, ela queria outra pessoa. Quando abriu a porta, deu de cara com uma moça da mesma altura, cabelos claros e sedosos, olhos cor de mel e lábios carnudos.

-- Dianna.

-- Louise...

As duas trocaram um beijo quente e a loira de olhos azuis puxou a parceira para dentro do apartamento. Seguiram se amando no quarto.

No trem para Munique Pete escrevia mais uma música. Ele pensava em Felicity. Desde o Glastonbury, descobriu um novo sentido em reviver sua paixão. E com Annie não seria a escolha certa. E com Fefe foi imediato. Ele encontrou sua alma perdida que o completa.

You take away the breath I was keeping for sunrise
You appear and the morning looks drab in my eyes
And then again I'll turn down love
Having seen you again
Once more you'll disappear
My morning put to shame

-- Me espere que vou te buscar, minha rainha!


Aquele meteoro, a estrela fugaz. Ela apareceu me ofuscando. Constatei que era você. Os sinais estavam claros e eu ignorei isso. Talvez a passagem tenha demorado, mas por que? Ninguém sabe. Quando se está no fogo cruzado, precisa encontrar outros caminhos que o levem para a salvação. Quem ler isso, vão achar que fiquei louca ou psicodélica. A verdade... É que neste momento, preferi viver. Reencontrar pessoas, viver a paixão atual que viaja para a Itália e... sentir o toque. E sua voz rouca ou suave. Me seduzindo, me levando a outros universos extensos da galáxia.

Continua...

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