Capítulo 2: I Can’t Explain
Mesmo sendo oito horas da
manhã, Alice não se levantou e tampouco seu amante. Acabaram de ser amar poucos
minutos e ambos estavam ofegantes e olhavam para o teto. Apesar da felicidade
em estar com a mulher que ama, Gerd sentiu arrependimento. Felicity não merecia
aquilo, logo a galesa de olhos castanhos que foi tão boa para ele...
-- Por que retornou depois
de tantos anos? – Perguntou Gerd ainda com a cabeça voltada para o teto.
-- Belle me convidou pra ser redatora de sua nova campanha e
eu aceitei. – Respondeu Alice e em seguida olhando para ele. -- Eu não ia te
procurar Gerd,sei que está casado e que a Felicity é ciumenta,mas durante esse
tempo todo,eu senti sua falta.
-- Adoro muito a Felicity e devo a ela toda a
felicidade proporcionada. Mas é você que eu quero. Por favor, seja minha.
Alice não podia negar que mesmo depois de tanto
tempo, sentiu falta do jogador. Novamente eles se entregaram a tudo.
Pilton, Inglaterra
Felicity e sua amiga, Annie Collins, uma
publicitária, seguiam para o palco principal, onde uma banda começava a fazer a
passagem de som.
-- Não estranhe se eles lhe fizerem alguma
piadinha. – Dizia Annie. – São rapazes muito amáveis.
Imagino, pensou Felicity,
e aproveitando que a profissional se afastava, mandou uma mensagem para o
marido.
Oi amor! Que saudades de você! Daqui a pouco
começa o festival e tudo o que eu queria é que você estivesse aqui, pra curtir
comigo.
Após o envio,
Annie levou Felicity para o camarim da banda e foi apresentada.
-- Pessoal,
quero que conheçam Felicity McGold, a fotógrafa da Rolling Stone alemã.
-- Olá! –
Saudaram os quatro.
-- Felicity,
este é Roger Daltrey, o vocalista. – Apresentou um rapaz de olhos azuis, loiro,
cabelo cacheado, com a camisa aberta revelando a barriga definida. A fotógrafa
se impressionou e num momento engraçado, lembrou-se de Marie e sua queda por
loiros. – Este é John Entwistle, o
baixista.
Outro rapaz,
maior que o loiro, cabelos curtos e meio rebeldes, também possuindo olhos
azuis, apertou a mão de Felicity educadamente.
-- Annie, não
esquece de mim! – Disse o terceiro, menor que o baixista mas um pouco maior que
vocalista.
-- Ah, Fefe,
este é o Keith Moon. O baterista.
-- Mas você
pode me chamar de John, linda! – Disse Keith, com os olhos brilhando.
Na vez do
quarto rapaz, Fefe paralisou por alguns instantes. Um tipo magro e alto,
narigudo, cabelos curtos e olhos azulados como o oceano num dia de sol. Meu
deus, ele é o Poseidon reencarnado, pensou Fefe e em seguida saindo de sua
órbita mental.
-- E por fim,
este é Pete Townshend, guitarrista, líder da banda e meu namorado. Amor, esta é
Felicity McGold, que eu tanto falei.
-- Ah sim, a
fotógrafa. – Disse Pete, impressionado com a mulher a sua frente. Sem sombra de
dúvida uma perfeita deusa. – É um prazer em conhecer, Miss Felicity.
-- Diga Fefe e
lhe poupa tempo. – Disse a fotógrafa, educada e sorrindo para o guitarrista.
Annie percebeu
uma pequena fagulha de atenção que Pete demonstrou ao conhecer Fefe e esta
parecia corresponder. Contudo, mais tarde o rosto do guitarrista mudou ao ver
no dedo anelar esquerdo da moça uma aliança dourada e constatou que ela é
casada. Mesmo assim, ele não deixou de admirar a mulher alta.
O Festival de
Glastonbury começou muito bem no outro dia. Várias barracas foram instalados
pelos fãs e estandes de música, artes, dança e tudo mais. E acima de tudo, o
palco pronto para receber as bandas e cantores. A abertura ficou por conta de
Simon & Garfunkel e depois pelo grupo Herman’s Hermint. Quando anoiteceu, o
The Who entrou no palco, arrasando com um mix de seus principais sucessos dos
discos anteriores por duas horas. Na segunda hora, deram inicio a sua ópera
rock chamado Tommy.
Enquanto a
banda tocava, Felicity junto com outros fotógrafos, tiravam fotos da banda e
das performances dos integrantes. Keith mostrava mais fúria na bateria, Roger
com sua poderosa voz ecoava para a multidão, John mesmo sendo discreto, seu
instrumento trazia um som combinado com os outros e Pete retirava mais notas na
guitarra. De todos os registros, Fefe tirava mais fotos do guitarrista em
questão do que dos outros. No entanto quando ele cantou The Acid Queen, ela
notou o olhar dele para ela.
If your child ain't all
he should be now
This girl can put him
right.
I'll show him what he
could be now
Just give me one night.
I'm the Gypsy - the acid
Queen.
Pay before we start.
I'm the Gypsy - I'm
guaranteed.
I'll tear your soul
apart.
Give us a room and close
the door
Leave us for a while.
Your boy won't be a boy
no more
Young, but not a child.
I'm the Gypsy - the acid
queen.
Pay before we start.
I'm the Gypsy - I'm
guaranteed.
I'll tear your soul
apart.
Gather your wits and hold
on fast,
Your mind must learn to
roam.
Just as the Gypsy Queen
must do
You're gonna hit the
road.
My work is done now look
at him
He's never been more
alive.
His head it shakes his
fingers clutch.
Watch his body writhe
I'm the Gypsy - the acid
queen.
Pay before we start.
I'm the Gypsy - I'm
guaranteed.
To break your little
heart.
Ao fim da
apresentação, Felicity se encontrava com o rosto vermelho. Ela gostou. Porém,
culpou por tais pensamentos. Não posso
fazer isso, disse para si mesma nos pensamentos. E durante uma semana foi
assim. Ela tirou mais fotos de outras bandas, mas The Who foi o destaque maior.
No último dia do festival, sendo encerrado pelo Moody Blues, a galesa foi
guardar seu equipamento quando surgiu no camarim, o guitarrista.
-- Ai meu
deus! Que susto!
-- Me
desculpe. – Pete parecia ansioso e continuou a falar. – Eu sei que amanhã vai
embora, mas... Não posso negar que durante a semana toda não consigo parar de
pensar em você.
-- Não se
preocupe. – Disse Felicity, tranqüila. – Logo se esquecerá de mim e de como
sou.
Quando ela
caminhou até a porta, Pete a puxou pelo braço e num movimento, suas faces
ficaram muito próximas uma da outra, sentindo a respiração do outro.
-- Pete...
Me... Solta.... – Pedia a fotógrafa, olhando nas orbes azuladas de Pete.
Ele passava a
mão na coxa dela e depois apertou de leve o bumbum.
-- Estou louco
para te beijar.
Ele contornou
os lábios da galesa com a língua, transformando num beijo quente e profundo. O
contato dos lábios carnudos de Felicity aumentaram seu desejo. Mesmo ter durado
pouco, Pete e Fefe adoraram.
-- Eu sou
casada e amo meu marido... – Suspirou Fefe, pelo beijo. – E você tem a Annie.
Por favor, esqueça esse momento!
Não adiantou.
Pete a beijou mais uma vez e quando terminou, afagou o rosto dela e disse.
-- Nunca vou
te esquecer, nunca mesmo.
Durante o vôo
de volta para Munique, Felicity não parava de pensar no guitarrista de olhos
azuis. Avisou o marido sobre sua chegada e ao entrar em casa, encontrou o
marido no quarto, apenas de toalha, de banho tomado.
-- Felicity!
Ela largou as
malas e correu para agarrar o marido e beijá-lo.
-- Senti sua
falta! Faça amor comigo, selvagem!
Durante o ato
carnal, ela viu o rosto de Pete, e novamente trocou mais beijos ardentes. Ainda
em Glastonbury, Annie e Pete faziam amor na barraca feita por eles. Ao atingir
o orgasmo, avistou o rosto da galesa alta de olhos castanhos.
-- Eu... te
amo... – Disse entre suspiros e quase falando o nome da fotógrafa.
-- Eu também,
Pete. – Respondeu Annie. Sem saber que seu namorado está caído de amores por
sua amiga.
A imagem vem nos meus sonhos. Ele. Quem
é ele? O mesmo meteoro que mencionei antes retornou na mente e mostrou uma
imagem. Cada vez me convenço que há sinais que não consigo interpretar ou
simplesmente é impossível de saber. Nem Robert Langdon ou algum especialista
sabe me responder. E falando em sinais... Meu coração bate rápido como se
estivesse doente. Talvez... aquilo que me falta esteja mais perto de se saber.
Continua...
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